Meus parabéns pelos comentários, Professor Weslley. Quando fui professora, entre 1953 e 2003, sempre tive de adaptar-me às contingências do momento, bem como do tempo em que vivíamos. Certamente você há de imaginar que o mundo modificou-se radicalmente desde quando fui aluna (1939-1952) até meu último ano de trabalho, quando fui compulsoriamente aposentada por atingir 70 anos de idade (hoje somo 90 anos de vida). Naquele tempo era muito, mas muito raro mesmo existir alguma moça, independentemente de classe social, que não fosse virgem. Sou negra, minha avó e meu avô paternos foram escravizados (e eu os conheci muito bem), a mamãe era órfã e vivíamos na miséria. Graças a esforços indizíveis dos meus pais, da minha irmã e meus, formei-me normalista em 1952. Com toda sinceridade do mundo, não me "enfurecia" em ouvir comentários grosseiros e racistas, pois meus alunos eram apenas crianças que somavam, em regra, sete anos de idade. Cursos superiores só vim a cursar no fim da década de 1960 (Pedagogia e História). As questões e os problemas enfrentados pelos alunos mais velhos eram muito diferentes: vivíamos sob uma ditadura e já tive de defender muitos alunos presos. Cheguei a ser ameaçada e nunca baixei a cabeça... não por coragem, mas por minha filha mais velha e por meu marido. Já tive um aluno que se recusava a fazer tudo, e meus colegas eram impiedosos para com ele. Eu dizia ser nítido que algo ocorria com ele, mas só um amigo ouviu meus apelos, infelizmente. O rapaz estava com depressão e se matou. Numa carta, disse que sua depressão era movida por ele não se aceitar como homossexual (isso deve ter ocorrido em 1976 ou 1977). Outro caso foi o de uma aluna, a qual desejava cair no mundo e sumir. Só depois descobri, sem querer, que estava vivendo na rua. Assim que lhe perguntei o motivo soube que sua mãe havia falecido e o pai se casou de novo, mas buscou fazer tudo para expulsar a enteada de casa - e conseguiu. Já ao fim de minha carreira, lembro bem do grande número de meninas grávidas. Entendi o que ocorre quando não se fala sobre educação sexual, algo inexistente no meu tempo. Relatei apenas alguns casos que vivi como professora. Nossa profissão é uma das mais belas que existem, afinal... se eu não tivesse sido professora, será que não eternizaria a minha juventude e pararia no tempo? É provável que jamais expandisse meu horizonte nesses quase 51 anos dentro de uma sala de aula. No mais, parabéns, Professor: sou sua fã e tenho aprendido muito com você. Adoro literatura, que vem sendo minha única companheira há 15 anos, qual seja, desde quando me tornei viúva. Assim, ao menos, não fico a atrapalhar minhas filhas , meus netos e até meus bisnetos!
Olá, Dirce! Que legal o seu comentário e que história a sua! Muito obrigado por compartilhar sua trajetória conosco. É uma honra tê-la como inscrita no canal. Obrigado e abraços!
Esse entendimento por parte do professor é importantíssimo, até mesmo, para ele demostrar aos diferentes alunos, os comportamentos, as responsabilidadesde e a postura referentes a faixa etária apresentada. A nossa forma de falar, de se vestir, de se impor dentro da sala de aula, também de uma forma indireta, diz muito sobre a nossa postura profissional, e isso faz toda a diferença.
Obrigada pelo vídeo, professor! Sobre a roupa eu vejo da seguinte forma, ela mostra para os alunos que eu não tenho a idade deles, que não estou ali pra dar liberdades a ninguém e que exijo respeito. Aluno confunde muito as coisas. Também acho muito necessário sermos dinâmicos professor. A mesmice é enfadonha. Obrigada novamente!
Ótimas dicas professor Wesley. Estou começando agora, aos 45 anos, na vida de professor, você acha muito tarde pra começar. Nunca dei aulas em minha vida. Trabalhei pra algumas empresas e fiquei algum tempo autônoma. Mas decidi me formar em letras inglês e dar aulas. Não sei o que será, mas estou na expectativa de que tudo dê certo. Abraços!
Os vídeos do senhor são muito pertinentes ao trabalho docente. Sou professor, formalmente falando, desde 2015, e é notório como o nosso trabalho como educador é sempre uma constante evolução, isto porque, as dinâmicas próprias do mundo pós-moderno nos obrigam a nos adequar aos meandros próprios de cada cenário, de cada instituição, de cada público-alvo. Obrigado por compartilhar conhecimento conosco!
Olá, Antonio! Eu que agradeço pelo comentário. Realmente, é sempre muito importante adaptar nosso trabalho às necessidades do público. Obrigado e grande abraço!
Olá professor Weslley. Gostaria que fizesse um vídeo, uma espécie de bate papo sobre o futuro da educação no Brasil. As mudanças que têm ocorrido, quais novas habilidades o professor precisa desenvolver, principalmente no que diz ao uso de tecnologias. Sabemos que a sala de aula não é a mesma de quando estávamos na escola. A forma de transmissão do ensino precisa se adequar. O que esperar da educação no Brasil, como se preparar para acompanhar as mudanças e estar apto a exercer com excelência essa função tão nobre e importante?
Professor Weslley, o senhor neste vídeo trouxe um debate importante para a prática docente que muitas vezes não é falado na formação profissional. Dos diversos pontos me chamou a atenção para a vestimenta. Ultimamente estou vendo muitos professores utilizarem bata branca ou colete, o que o senhor achar disto?
Olá, Muriel! Quanto à bata, creio que te refiras àquelas no estilo de jalecos, não é? Ele fez parte da vestimenta de professores durante muito tempo, principalmente quando usávamos giz, como forma de evitar sujar nossas roupas pessoais. Atualmente, entrou um pouco em desuso, mas muitos ainda usam, principalmente porque deixa o profissional mais confortável. Por ser mais folgado e longo, torna-se uma peça muito discreta, além de elegante. Eu ainda não o adotei, embora, por estilo próprio, goste de roupas mais "sérias". Tenho mantido a camisa social, a calça jeans e o sapato social. Já me servem muito bem. Grande abraço!
Meus parabéns pelos comentários, Professor Weslley. Quando fui professora, entre 1953 e 2003, sempre tive de adaptar-me às contingências do momento, bem como do tempo em que vivíamos. Certamente você há de imaginar que o mundo modificou-se radicalmente desde quando fui aluna (1939-1952) até meu último ano de trabalho, quando fui compulsoriamente aposentada por atingir 70 anos de idade (hoje somo 90 anos de vida). Naquele tempo era muito, mas muito raro mesmo existir alguma moça, independentemente de classe social, que não fosse virgem. Sou negra, minha avó e meu avô paternos foram escravizados (e eu os conheci muito bem), a mamãe era órfã e vivíamos na miséria. Graças a esforços indizíveis dos meus pais, da minha irmã e meus, formei-me normalista em 1952. Com toda sinceridade do mundo, não me "enfurecia" em ouvir comentários grosseiros e racistas, pois meus alunos eram apenas crianças que somavam, em regra, sete anos de idade. Cursos superiores só vim a cursar no fim da década de 1960 (Pedagogia e História). As questões e os problemas enfrentados pelos alunos mais velhos eram muito diferentes: vivíamos sob uma ditadura e já tive de defender muitos alunos presos. Cheguei a ser ameaçada e nunca baixei a cabeça... não por coragem, mas por minha filha mais velha e por meu marido. Já tive um aluno que se recusava a fazer tudo, e meus colegas eram impiedosos para com ele. Eu dizia ser nítido que algo ocorria com ele, mas só um amigo ouviu meus apelos, infelizmente. O rapaz estava com depressão e se matou. Numa carta, disse que sua depressão era movida por ele não se aceitar como homossexual (isso deve ter ocorrido em 1976 ou 1977). Outro caso foi o de uma aluna, a qual desejava cair no mundo e sumir. Só depois descobri, sem querer, que estava vivendo na rua. Assim que lhe perguntei o motivo soube que sua mãe havia falecido e o pai se casou de novo, mas buscou fazer tudo para expulsar a enteada de casa - e conseguiu. Já ao fim de minha carreira, lembro bem do grande número de meninas grávidas. Entendi o que ocorre quando não se fala sobre educação sexual, algo inexistente no meu tempo. Relatei apenas alguns casos que vivi como professora. Nossa profissão é uma das mais belas que existem, afinal... se eu não tivesse sido professora, será que não eternizaria a minha juventude e pararia no tempo? É provável que jamais expandisse meu horizonte nesses quase 51 anos dentro de uma sala de aula. No mais, parabéns, Professor: sou sua fã e tenho aprendido muito com você. Adoro literatura, que vem sendo minha única companheira há 15 anos, qual seja, desde quando me tornei viúva. Assim, ao menos, não fico a atrapalhar minhas filhas , meus netos e até meus bisnetos!
Olá, Dirce! Que legal o seu comentário e que história a sua! Muito obrigado por compartilhar sua trajetória conosco. É uma honra tê-la como inscrita no canal. Obrigado e abraços!
Dirce, você é muito eloquente. Amei ler seu relato... É tão bem escrito que me instigou a ler até o fim. Bjs.
Muito grato por partilhar os seus conhecimentos e experiências, professor.
Esse entendimento por parte do professor é importantíssimo, até mesmo, para ele demostrar aos diferentes alunos, os comportamentos, as responsabilidadesde e a postura referentes a faixa etária apresentada.
A nossa forma de falar, de se vestir, de se impor dentro da sala de aula, também de uma forma indireta, diz muito sobre a nossa postura profissional, e isso faz toda a diferença.
Que bela declaração de amor à profissão. Parabéns! Muito inspirador.
Obrigada pelo vídeo, professor! Sobre a roupa eu vejo da seguinte forma, ela mostra para os alunos que eu não tenho a idade deles, que não estou ali pra dar liberdades a ninguém e que exijo respeito. Aluno confunde muito as coisas. Também acho muito necessário sermos dinâmicos professor. A mesmice é enfadonha. Obrigada novamente!
Obrigado pelo comentário, Elizabeth! Grande abraço!
Melhor professor da internet!!!! Trabalho incrível... Quando crescer quero ser assim. ☺️
Rsrs muito obrigado, Renata! Grande abraço!
Professor, descobri recentemente seu canal e estou gostando muito. Aprecio suas dicas. Continue firme na sua missão! Meus respeitos.
Olá, Rogério! Muito obrigado. Fico feliz que estejas gostando do meu conteúdo. Grande abraço!
Grandes dicas! O futuro do Brasil esta nas mãos do professor. Enquanto ele,, governantes e sociedade não se unirem o Brasil será somente expectativa.
Com certeza, Emerson! Você está certíssimo. Obrigado pelo comentário e abraços!
Ótimas dicas professor Wesley. Estou começando agora, aos 45 anos, na vida de professor, você acha muito tarde pra começar. Nunca dei aulas em minha vida. Trabalhei pra algumas empresas e fiquei algum tempo autônoma. Mas decidi me formar em letras inglês e dar aulas. Não sei o que será, mas estou na expectativa de que tudo dê certo. Abraços!
Olá! Desejo muito sucesso nessa nova caminhada. Grande abraço!
Os vídeos do senhor são muito pertinentes ao trabalho docente. Sou professor, formalmente falando, desde 2015, e é notório como o nosso trabalho como educador é sempre uma constante evolução, isto porque, as dinâmicas próprias do mundo pós-moderno nos obrigam a nos adequar aos meandros próprios de cada cenário, de cada instituição, de cada público-alvo. Obrigado por compartilhar conhecimento conosco!
Olá, Antonio! Eu que agradeço pelo comentário. Realmente, é sempre muito importante adaptar nosso trabalho às necessidades do público. Obrigado e grande abraço!
Muito obrigada pelas dicas professor Weslley Barbosa, era exatamente o que eu procurava: Respondeu todas as minhas dúvidas!
Seu canal tem sido uma grande fonte de inspiração. Obrigado pelo trabalho, professor!
Parabéns, professor! Mais um excelente vídeo.
Muito obrigado, Carol! Grande abraço!
Interessante seu ponto de vista
Obrigado, mais uma vez, professor!
Eu que agradeço pela audiência e pelo comentário, Jairo! Grande abraço!
Olá professor Weslley.
Gostaria que fizesse um vídeo, uma espécie de bate papo sobre o futuro da educação no Brasil. As mudanças que têm ocorrido, quais novas habilidades o professor precisa desenvolver, principalmente no que diz ao uso de tecnologias. Sabemos que a sala de aula não é a mesma de quando estávamos na escola. A forma de transmissão do ensino precisa se adequar. O que esperar da educação no Brasil, como se preparar para acompanhar as mudanças e estar apto a exercer com excelência essa função tão nobre e importante?
Olá, Francisco! Excelentes sugestões! Farei sim o vídeo. Grande abraço!
Excelente.Falou tudo,gratidão.
Obrigado, Lauriana! Abraços!
Professor Weslley, o senhor neste vídeo trouxe um debate importante para a prática docente que muitas vezes não é falado na formação profissional. Dos diversos pontos me chamou a atenção para a vestimenta. Ultimamente estou vendo muitos professores utilizarem bata branca ou colete, o que o senhor achar disto?
Olá, Muriel! Quanto à bata, creio que te refiras àquelas no estilo de jalecos, não é? Ele fez parte da vestimenta de professores durante muito tempo, principalmente quando usávamos giz, como forma de evitar sujar nossas roupas pessoais. Atualmente, entrou um pouco em desuso, mas muitos ainda usam, principalmente porque deixa o profissional mais confortável. Por ser mais folgado e longo, torna-se uma peça muito discreta, além de elegante. Eu ainda não o adotei, embora, por estilo próprio, goste de roupas mais "sérias". Tenho mantido a camisa social, a calça jeans e o sapato social. Já me servem muito bem. Grande abraço!
Maravilhoso 👏👏😻 gratidão
Eu que agradeço pela audiência, Dariuza! Grande abraço!
Excelente explicação!
Muito obrigado, Juarez! Abraços!
Professor, infelizmente diminuíram tanto a "docência" na educação. Os dicentes eram alunos, estudantes, e agora, "projetos de vidas".
Por que os professores não ensinam o aluno a estudar?
Eu ensino!