É delicado. O mais maduro é separar a obra do autor. Até pq vc escrever uma grande obra não significa que vc nao tenha seus defeitos. É contraditório mas a vida é assim.
Não concordo em cancelar uma obra ou até mesmo modifica-la por conta dos pensamentos/ideologia do escritor. Obra é obra! Concordo em colocar aviso/alerta, mudar a classificação indicativa.
Oi Isabela. Parabéns pelo vídeo. Eu sou do ponto de vista de que, nenhuma palavra, de livro nenhum, deve ser alterada. Eles devem mudar a faixa etária dos leitores e produzir edições com explicações, tais quais você deu, sobre o contexto histórico e pensamentos do autor. Nem na idade média e começo do renascimento, ninguém quis tampar a genitalia do Davi de Michelangelo. Livro são obras de arte, que não devem ser alteradas. São frutos de seu tempo. Os casos, que hoje são grotescos, devem ser explicados e analisados. Mas é só a minha opinião.
Acho ridículo cancelar livros antigos por possuírem termos ou situações hoje considerados criminosos, desumanos ou politicamente incorretos. Temos que contextualizar momento e cultura em que foram escritos. Devem servir como História, cada um no seu tempo e circunstâncias.
Tipo colocar atores negros para fazer os personagens do Lovecraft é só para gerar polêmica, engajamento em tempos de popularidade de inclusão e grana e dinheiro que visam.
Adorei a reflexão deste vídeo. Já faz anos que a Isa se tornou uma das maiores responsáveis por eu entender o valor da literatura hoje, já depois de formado em faculdade. Muito obrigado.😊
Você falou tudo! A censura não nos ajudaria em nada. Seria apagar o passado, de forma que não aprenderíamos mais nada e, assim, nada faríamos para mudar o presente e o futuro. O correto é ter a leitura com um olhar crítico, abrir debates, discussões... tudo para aprendermos sobre nós mesmos e conseguirmos ter as tão aclamadas desconstruções que almejamos.
Um comentariozinho sobre Agatha Christie: concordo com a opinião de Isa, mas queria lembrar que ela satiriza muitas vezes a intolerância dos britânicos com pessoas de outras nacionalidades. Isso é muito frequente. Tem muita ironia. Poirot passa por alguns apertos por ser estrangeiro.
Estou lendo com meus alunos Tom Sawyer que também traz esse contexto. Acredito que mudar a literatura dessa forma promove um apagamento da história. Penso ser mais significativo ler com os estudantes comentando justamente essas questões e comparar com os avanços que ja tivemos.
Que vídeo maravilhoso, Isa! Contextualização é tudo e há que separar a obra do autor. Tendo isso em conta, não acho que os livros devam ser cancelados ou alterados, devemos sim ter um olhar crítico face ao que sabemos hoje e isso faz parte da beleza da literatura, podermos ver também através dela a nossa evolução enquanto humanidade.
Eu sou contra o banimento das obras "problematicas", acho que boas notas de rodapé resolvem o problema, desde que se respeite a cognição etária do leitor.
Desculpa eu estar fora de contexto, mas estou fazendo esse comentário na esperança de ser lido! Sou seu inscrito e adoro seus vídeos! Parabéns pela simpatia, ótima comunicação e envolvimento aguerrido no canal! Queria dizer que foi ótima sua 'iluminação' de fazer a playlist somente com as resenhas. Dou prioridade às resenhas, e agora coloco na sua playlist e acredite, pra ouvir quando vou dormir (não há melhor ninar!), e quando o clima está depre, porque sua simpatia e a VIBE do Universo da Literatura, me faz lembrar que ainda existem coisas boas nesse mundo! É terapêutico!..... Obrigada!
O mais importante e manter a autenticidade do autor! Se mudou de opinião em vida! Temos que respeitar. Caso contrário a obra tem que ser respeitada. O caso do nosso Monteiro Lobato. Só assim vamos evoluir enquanto civilização.
Eu vi uma declaraçao da J.K e entendi perfeitamente o contexto. No caso, ela se rebelava contra o termo "pessoa que menstrua" para se referirem a "mulheres cis". Eu, 65 anos, que sou de uma geração que viu as feministas se rebelarem contra o fato das mulheres serem reduzidas às suas especificidades biológicas (amamenta, menstrua, engravida), fico revoltada ao ser reduzida a uma "pessoa que menstrua". Do ponto de vista feminista, esse é mais um apagamento/cancelamento da "mulher". Eu, como mulher, tenho milhares de experiências diferentes das "mulheres trans". Sou uma mulher que se recusa a ser apenas "alguém que menstrua". Eu concordo completamente com essa posição da autora. Não vi outras declarações.
Pq não tem. Quem critica ela baseia-se na fonte da cabeça de outras pessoas (que gritaram bem alto) e isso virou uma onda muuuito grande contra a autora. A ponto de deixá-la de fora da comemoração importante do mundo HP que ela mesma criou.😢 Tem autores homens muito mais problemáticos que ninguém vai atrás de seus feitos particulares ou suas declarações pra botar fogo na obra.
Exatamente. Eu lembro muito bem dos tweets dela ainda em inglês e não entendi esse barulho doido de transfobia quando na verdade ela só tava sendo uma hardfem puxando pro lado da mulher. Justo demais.
Eu sou contra a moda atual de cancelamento, mas ler certas frases racistas é extremamente dolorido. Saber nossa história e como não éramos humanos há tão pouco tempo exige uma dureza. Até mesmo sendo adulta algumas coisas doem, eu faria filtragem para crianças e adolescentes, mas adultos têm que ler mesmo pra ver como era. Agora a estatueta do livro da Agatha na capa tá em formato estereotípico de não humano (pra quem não sabe do que falo, só olhar os desenhos de africanos no séc XX e como o formato do corpo, e principalmente a cabeça, era sempre anormal), e ainda fico chocada 😳
Errado! Muitas injustiças ocorrem com a cultura do cancelamento e o que ocorreu com a autora de Harry Potter é um desses casos de diversionismos de dois lados de um debate em redes sociais. Existem inúmeros trabalhos já academicos falando sobre cultura do cancelamento já e o perigo que isso significa.
Oi Isa!!! Adorei o vídeo e, no meu ponto de vista, realmente não cabe cancelamento mas eu acredito muito em utilizar os livros para debate de temas assim e para demonstração do que não deve ser feito, do que não deve ser reproduzido. Acredito que um autor destes, trabalhado em sala de aula, com alunos de ensino médio, onde podemos abrir debates e críticas condizentes, seja uma ferramenta de aprendizado muito importante.
Exceto Lovecraft, li todos os outros, sou dos anos 60. Naquela época nada disso era percebido, na primeira série do Sítio da Globo, Tia Nastacia chamava Dona Benta de Shinhá, embora todos gostassem dela. Li Tom Saywer e Huck Kinn de Mark Twain aos 10 anos, livro deliciosos onde nada notávamos de errado. Sou fã incondicional de Ágatha Christie e o livro citado é uma de suas obras primas. Apesar de tudo, concordo que os tempos são outros, direitos foram adquiridos e temos que abordar essas leituras de outra forma. Herge das aventuras de Tintim também é outro cancelado, era simpático aos nazistas
Eu acredito, que cancelar qq autor, é ignorar uma representação social de época e me fio no "aquele que não conhece sua história, tende a repeti-la". Seria mais justo, ler com olhar crítico e não de ignorar, principalmente os clássicos e autores, que tem muito mais para acrescentar, do quê para censurar.
Parabéns pela exposição do assunto. Penso que o discernimento está acima de qualquer obra ou autor, qualquer mudança de palavra ou significado tb vai afetar a história da vida e luta de muita gente.
Na minha opinião, eu não acho que deva ocorrer um cancelamento, mas sim a crítica e explicação do que porque isso não é aceitável hoje, mas simplesmente cancelar é como esconder a sujeira em baixo do tapete... afinal o racismo sempre foi muito presente e ainda é em todos os lugares do mundo.
Não curto e não concordo com cultura do cancelamento. Vai contra liberdade do cidadão. E no Brasil a liberdade é algo muito custoso, só tivemos isso a partir de 1988. Fato!!
Não apenas pessoas mais velhas e nem sequer só brasileiros. Vi o primeiro seriado do Sítio do Picapau Amarelo na TV. Também conta, pra mais num tempo não tão distante assim em que não tinha tanta variedade de oferta pro público infantil no audio visual.
Ai vale a pena conhecer as obras dos historiadores (Marc Bloch, Lucien Fevbre, Fernand Braudel entre outros). Você não foi anacrônica e explicou o contexto do "espírito da época", pois uma explicação do contexto histórico é fundamental para entendermos as mudanças históricas, mesmo que toda história seja história do tempo presente. Isabela Lubrano, sou um simples professor de história do interior de Minas Gerais, mas gostaria de te sugerir a leitura de "Apologia da História" de Marc Bloch ( e conheça a história dele também) para uma boa discussão histórica do tema e para te deixar com um gostinho cito Bloch quando diz "os homens e a história são filhos de seu tempo". Sou seu fã e do seu canal!!!!
Sempre muito coerente nas suas análises. Eu acho que todos temos amigos e familiares que são pessoas incríveis pois com opiniões desastrosas, convivo com muitas pessoas assim, é muito cultural isso venho de uma geração que é muito racista, homofóbico, machista e tal, que agora com essa nova geração tá tendo que aprender ( muitos não aprendem) a respeitar todas as formas de ser. Penso que se deve separar o autor da obra sim.
Acho que não assistir os filmes novos é uma forma de dizer que não está apoiando o que ela está falando, se continuar assistindo é como se dissesse, pode falar tudo isso e não acontece nada, mas os livros e filmes anteriores vou continuar gostando também
Na apresentação de tia Nastacia, nas reinações de Narizinho, ela não aparece como cozinheira, mas como "negra de criação". Como professora e mãe, que leu e mergulhou na obra de Monteiro Lobato no passado, sou muito a favor de alterações para as crianças lerem sozinhas. Acho que a leitura das versões originais deve ser feita com mediação de um adulto crítico para crianças.
Isa, Território Lovecraft, do Matt Ruff, veio na época do Intrínsecos, é um livro bem interessante e no fim o real monstro nem é algo da fantasia, mas se prova algo da vida real... Foi uma leitura bem interessante!
Só acho que vc deve ter o direito de ler e tirar suas próprias conclusões, seja qual for o livro, até porque para poder criticar vc deve ter lido a obra, cancelar por cancelar sem ter lido acho complicado
Eu acho cancelar ou modificar drasticamente complicado. Mesmo com a sensibilidade dos leitores atuais, uma explicação no livro sobre o contexto da época e do autor poderiam ser suficientes para esclarecer esses pontos e até mesmo para ler de uma forma crítica.
"Não é pra cancelar, é pra ler de forma crítica, é pra entender, é pra compreender, é pra discutir." Infelizmente existe alguns leitores que não usam o senso crítico durante a leitura e ainda reforçam o preconceito deses escritores nos dias atuais. Eu acredito que autores preconceituosos podem e devem ser criticados, isso faz parte do senso crítico.
O seu direito de não querer ler essas obras nao pode sobrepor ao direito de outros quererem, só nao consumir. So que a galera quer tirar o acesso de todos.
Boa noite. Gostei muito de seu vídeo. Especificamente sobre Monteiro Lobato. "O Presidente Negro", talvez seu livro menos conhecido, é uma obra terrível de racismo. Não acreditei, ao terminar, que aquele autor de tantas obras que me inspiraram na infância pudesse escrever um panfleto preconceituoso como esse.
As pessoas são complexas, assim como a nossa sociedade, mas a ultima coisa que devemos fazer é mudar a historia, a realidade só pode ser alterada se tivermos acesso ao pensamento do passado para podermos discuti-la e entende-la. Mudar obras do passado é como contar um conto de fadas ou melhor criar uma pós-verdade como foi apresentada em 1984.
Só uma atualização: Com a forte legislação ambiental vigente, hj existem milhares de onças no interior e litoral do estado de São Paulo e também nas áreas de mata, próximas à capital. A espécie mais avistada e abundante é a a parda, mas tem onças pintadas também. Estão presentes desde as regiões costeiras, na serra do mar, nas fazendas (tanto em plantações como nos pastagens onde predam os animais de cativeiro) e matas do interior. Por isso ocorrem muitos atropelamentos nas rodovias que passam por áreas silvestres e rurais. Com uma rápida procura aqui no YU, vc encontra inúmeros vídeos de aparições de onças, inclusive em áreas urbanas e centrais, como no bairro de Capirari, em Campos do Jordão e outras cidades, onde andam pelas ruas e até nos quintais das casas. Parabéns pelos vídeos!!!
Faz sentido readaptar obrar destinadas a crianças. Mas fazer isso com todas as obras é tentar apagar o passado, e isso é muito perigoso. Existe muita gente que tem grande interesse nisso, principalmente aqueles que querem relativizar os horrores do nosso passado, como a escravidão, por exemplo. Eu me lembro que quando li "O grande Gatsby", eu topei com uma parte extremamente racista, mas isso não só não atrapalhou a experiência da leitura como foi muito importante para eu ver como era a visão das pessoas daquele época (e daquele lugar, EUA) sobre pessoas pretas. Isso é até mesmo um documento histórico. Precisamos de senso crítico, não de cancelamentos.
Só o tempo julgará J K Holling. Se no futuro, mulheres trans de fato se firmarem plenamente como mulheres, a crítica poderá ser levada em consideração. Hj não há uma maioria formada qnto ao tema.
Quando eu vejo os livros sendo cancelados, eu me sinto como "A menina que roubava livros", já quero pegá-los de suas fogueiras e guardá-los... Precisamos parar com essa forma de destruir(queimar e todas as outras coisas) aquilo que não compreendemos, livros são justamente formas pensamentos, histórias não são autores, todos estamos aqui para aprendermos, evoluir, o passado importa tanto quanto o futuro, ele ajuda a entender o que está se passando agora e o que pode vir a acontecer...Eu espero de coração que isso não faça com que bons escritores desistam de suas criações, assim como tenho visto acontecer nas artes, com os youtubers, com o mundo...Todos com medo de serem excluídos, sem ter certeza se sua opinião e própria história é proibida ou não...
Li com minhas netas As caçadas de Pedrinho e expliquei como eram as ideias naquela época e como hoje não são aceitáveis. Elas entenderam e adoraram o livro.
Como pessoa preta, me incomodava já na infância, o fato de Monteiro Lobato ter criado uma personagem que deu vida à uma boneca e um sabugo de milho, e os dois serem "mais inteligentes" que a empregada que os fez. A cristalização do racismo na cabeça do branco brasileiro teve muita base exatamente na obra desse senhor, exatamente por naturalizar-nos como seres inferiores. O racismo tem muitas engrenagens e braços, e um dos mais perversos é exatamente o sutilismo, já que ele pode ser empregado na pedagogia, formando assim "racistinhas". Onde eles andam agora? Matando negros? Não, mas podem muito bem estar negando oportunidades e vagas de trabalho avaliando negativamente automaticamente candidatas negras, por ter acreditado desde a infância que um sabugo de milho era mais inteligente, se comparado à nós. É muita dor pra chamarem de mimimi, ou pedir--nos pra contextualizar.
Todos os autores citados foram geniais e tinham preconceitos proprios de sua epoca. Nós também seremos considerados preconceituosos pelas gerações futuras. Na minha opinião tem faltado bom senso para esses canceladores.
Concordo contigo quando falamos de livros voltados para o público adulto, pois diz da escolha e bom senso do leitor. No entanto, quando são livros livros infantis, vejo como algo complicado manter os termos que reforçam o preconceito e livros que são voltados a inferior algum grupo. Por mais que um adulto possa explicar a criança que se tratava de outro contexto, acho algo problemático.
Tava indo tão bem até chegar na J. K. Rowling, quando ouvi o "mulheres sis" ai foi ladeira abaixo. É por se deixar levar por esses discursos que todos esses autores e obras estão sendo cancelados, e a tendência é piorar porque esse "politicamente correto" é tão racista (não querem igualdade e sim privilégios), tão preconceituoso (não coaduna com o discursos deles tem que ser cancelado, e logo vão querer escalonar isso para algo pior), tão a favor da eugenia (não pra menos que são a favor do aborto e em alguns casos até mesmo APÓS o nascimento) quanto aquilo que eles dizem que os autores são. Esse pessoal da lacração consegue estar mais desconexos da realidade do que os contos de fantasia que hoje criticam. Edit: e o que adianta se dizer contra a cultura do cancelamento e repetir EXATAMENTE o mesmo discurso deles?
No último mês de agosto este romance de Agatha Christie. Portanto, não creio que tenha sido totalmente cancelado. Edições ASA II, Alfragide, Portugal, 2013.
Primeiramente, parabéns pela sua análise literária; muito boa, realmente! Creio ser muito difícil encontrar alguém que faça análises deste tipo tão boas como as suas. Em segundo lugar, parabéns também por ser uma pessoa politicamente correta, com uma visão que se pode chamar de "visão correta de mundo"; apesar deste elogio - e não desmerecendo seus méritos neste sentido - devo já acrescentar que isto em qualquer época não deveria ser motivo para se elogiar alguém, mas, nos tempos atuais, nos quais relativiza-se muita coisa que não deve ser relativizada, então, sim, é digno de elogio seu posicionamento e até mesmo uma certa coragem em assumi-lo. E, antes que os "queixosos de plantão" venham a reivindicar uma pretensa "liberdade de expressão", cabe ressaltar que essa "liberdade de expressão" acaba machucando pessoas - mas não apenas no sentido metafórico existente também em inglês, "hurt", o "magoar" citado no vídeo, mas machucar para valer! Pessoas são agredidas e mortas - SIM! - inclusive, por causa desse preconceito que, ao se espalhar, leva a que tais pessoas sejam tratadas pior do que se lidaria com bichos e em alguns casos mortas. Aliás, a expressão "alguns casos" nem chega perto da realidade, do jeito como negras e negros são mortas e mortos no Brasil, país que apresenta o triste, lamentável e vergonhoso recorde de país que mais mata gays no mundo! Portanto, se há sociedade em que algo está errado no "pensamento reinante" NÃO É a de antigamente, sem dúvida, quando então fazer piadas racistas não era nada demais. Logo, o que deve haver, SIM, é o cancelamento de certas idéias, e não necessariamente de obras ou autores. No entanto, por outro lado, a cultura de maneira geral deve ser preservada e defendida, motivo pelo qual nenhuma obra, por mais abjeta que seja, deve ser alterada; só que, se por "cancelamento" o que se quiser dizer for limitar sua circulação, torná-la restrita, então, sim, sou a favor! Principalmente do livro escrito por Hitler que é um asqueroso manifesto fascista preconceituoso e desse livro do século XV que "ensina" sobre o extermínio de bruxas; quanto às demais obras, cuja importância para a Literatura é ou for inegável, creio que a solução é simples: de modo semelhante ao que ocorreu com o cigarro (este é um que merece "cancelamento"!), coloca-se uma tarja de aviso referente ao conteúdo na capa. Melhor alterar uma capa do que o conteúdo (quem se preocupar demais com capa é porque defende "aparências"...). Isto serve de aviso principalmente para obras a serem usadas em escolas, até porque crianças são seres em formação, sem maturidade para distinguirem o certo do errado - e tarjas orientando sobre o conteúdo impróprio da obra ajudariam o(a) professor (a) nesta tarefa. Quanto ao Monteiro Lobato, para mim, que tenho mais de 50 e que, inocente, vibrava diante da TV com o "Sítio" dos anos 70, decepção total (mas antes deste vídeo eu já sabia de seu lado fascista!)! Pelo menos, em defesa da J.K. Rowling, ela não "contaminou" sua principal obra com preconceitos! Já a Agatha Christie sempre li seus livros e era seu fã, mas é aquela história: nasceu há 2 séculos num país que era imperialista, não num que sofresse com o imperialismo, e numa sociedade longe da miscigenação ocorrida na sociedade dos EUA e principalmente na nossa, o que levou à uma grave "miopia" na sua "visão de mundo", etnocentrista como cabia à mais uma típica senhora inglesa daquela época. Enfim, concordo plenamente com você: devemos ter SEMPRE um senso crítico aguçado e ser críticos ao analisar qualquer obra.
"ler de forma crítica", concordo com isso, mas infelizmente é muito difícil exigir isso da maioria das pessoas, até porque sabemos que boa parte da nossa população concorda com ideias como as de Monteiro Lobato...
Tia Nastacia tem um volume inteiro dedicado a ela, onde é a transmissora de "Histórias da Tia Nastácia " - um autor se lê contextualizado na sua época . Viva Lobato, nosso pai literário
Todo livro é escrito dentro de um contexto histórico que precisa ser compreendido. O que a geração floquinho de neve ainda não compreendeu é que no futuro haverá outros jovens achando absurdo as regras do politicamente correto que vivemos hoje.
o meu problema com isso é que é uma forma de pensar americana. se os americanos querem pensar dessa forma, problema deles. mas pq o brasil precisa imitar? pq a gente não pode ter nossa própria forma de lidar com essas problemáticas?
Engraçado que nunca gostei dos livros do Monteiro Lobato. Achava extremamente chato. Bem, o tempo provou que minha "intuição" infantil, estava correta.
É um assunto complicado. Li quando criança e jovem as obras do Monteiro Lobato e só eu sei o quanto aquilo machucava. Não sei qual a solução, mas com certeza eu sou uma pessoa que não leio nenhuma dessas obras. Não é questão de cancelamento, é questão de não me fazer bem. Em relação a J. K. Rowling, uma mulher teoricamente inteligente e contemporânea eu não leio pra não dar meu dinheiro para uma pessoa que fere outras. Discursos como os dela matam. Não é questão de politicamente correto. Eu sou uma mulher cis, mas consigo me colocar no lugar de uma mulher trans e sentir a dor de ler comentários como os desta autora. Só de lembrar dá náuseas. Como conseguir ler o que ela escreve? Por mais genial que seja, não consigo. Temos muitos outros autores geniais pra ler.
acho que é muito fácil ser uma pessoa branca cis e continuar lendo esses autores e suas obras né, por isso as pessoas continuam, o discurso de ódio nas obras não afetam a elas diretamente, assim é mais fácil manter o discurso de separar a obra do autor. Eu mesmo sendo uma mulher cis branca não consigo ler, pra mim tem tantas opções de livros excelentes que discorrem sobre assuntos antirracistas, feminista, anticapitalista (Bell Hooks por exemplo)... que não vejo sentido em ler autores com discursos de ódio, acho que é uma questão de empatia e a bolha que as pessoas vivem sei lá
-Ao meu ver o correto não é censurar as obras de arte que são machistas,racistas,preconceituosas,misósinas,homofóbicas e coisas muito piores,nem o correto é adulterar tais obras para ficarem "palatáveis" e muiiiiiiiito menos ficar "passando pano" para seus autores...O melhor é manter tais obras na versão original e usá-las como fontes históricas sobre o que existe de pior no ser humano e por isso devem severamente serem criticadas...👁👁🧀☕👍🏾👍🏾
será que não dá para explicar para as atuais gerações as diferenças de gerações ou vamos ter apagar a história, arte e literatura da humanidade para que essa geração não morra de depressão?
O problema está em quem lê e como lê, nada deve ser cancelado. Os que pregam o cancelamento não aceitam o passado e não vão resolver seus problemas com os cancelamentos
Isabella, bom dia. Este é o segundo vídeo que vejo sobre suas análises de livros, o primeiro foi sobre "livros perigosos". Achei ambos bem interessantes. Mas chamou-me a atenção seus comentários sobre a autora dos livros de Harry Potter, classificando-a, ela mesma se define como tal, de transfóbica. Não vou entrar na complexidade dessa questão, mas (sempre há um "mas") fiquei curioso em saber sua opinião sobre homens, que se sentem mulheres, participarem de competições atléticas femininas.
Têm que ser lido. Todos. Isso é para aprender com a história, o que faziam os escritores, o que pensavam e como andava o mundo. Cancelar é tentar somente manter o politicamente correto.
Resta uma pergunta: partindo da premissa que esses e outros autores hoje estão errados não estariam os leitores de hoje mais errados ainda em querer sobrepor sua visão de mundo, que hoje pode estar certa e amanhã errada? Ler qualquer obra sem respeitar seu contexto histórico é deturpar, a seu bel prazer, o texto
boa noite. Apesar do meu assunto não se tratar com o tema da postagem, peço sua ajuda para saber o titulo do livro dos jesuitas na china que a pouco tempo você comentou em uma postagem mas não estou encontrando. Muito obrigado
Livros escritos no passado apenas repassavam valores que eram considerados válidos na época. Hj absurdo, na época natural. Avalio que esses primeiros livros devem ser mantidos como estão, mas recomendados para faixas etárias mais velhas, que já têm uma base de conhecimento maior que possam compreender o contexto. Quanto à última autora é o caso clássico de separar o(a) criador de sua obra.
Análise muito bem feita, tudo e contexto e maturidade (nao necessariamente idade) do leitor. Tenho 54 anos, cresci lendo e amando Monteiro Lobato , mas mesmo criança algumas passagens ja me incomodavam , ao mesmo tempo que o conto Negrinha sempre me comoveu muito. Acho piores livros como E o Vento Levou em que a escravidão e romanceada. Quanto a JK Rowlings minha solução como mãe de uma ávida leitora de 12 anos foi manter os livros e filmes mas nao comprar mais os produtos licenciados. Nao foi difícil ja que a fase Harry Potter da minha filha passou rápido e ela e mais fã de Neil Gaiman, Lewis Carroll (tem polêmica aqui tambem), Michel Ende e a serie da Miss Peregrine.
Como fã da série Cormoran Strike da J.K.Rowling e como homem cis Gay posso dizer que a autora insere em toda a obra até o momento ( 6 livros ) personagens gays , dos mais variados : gays , lésbicas , trans de uma maneira como a vida é ! Somos boas e más pessoas , cometemos erros , acertamos e eu particularmente me irrito profundamente com autores que romantizam gays somente para atender o público politicamente correto , onde pessoas fora da Hétero normatividade são necessariamente vítimas de uma sociedade injusta e preconceituosa ( o que acontece realmente ) e são sempre coerentes , bondosas e vítimas .Mas o que mais me incomoda é que as pessoas que comentam do tal personagem psicopata do livro 5 não leram o livro pois o assassino se vestia de mulher como disfarce , ele não era uma mulher trans !
Obrigado pelo comentário sensato. Também amo a saga do Strike e isso que falam do serial killer é um absurdo. Se você pegar a maioria dos seriais killers reais de mulheres, uma grande maioria tem fetiche em se vestir de mulher, e eles não se declaravam mulheres trans.
Os primeiros autores citados eu até deixo de cancelar, porque realmente viveram num contexto que era aceitável, pelo menos pela maioria, pensar do jeito que eles pensavam. Agora, a J.K Rolling não dá! Ela é uma escritora comtemporânea e depois que ganhei maturidade e senso crítico, parando para pensar, nunca achei que os livros dela tivessem representatividade. Ela sempre tenta mascarar essas questões com falas desse tipo "pensei assim, mas não foi isso que escrevi porque não seria relevante". As falas transfóbicas não preciso nem dizer que são asquerosas e injustificadas. Não sei se ela pode ser cancelada pela fama e grandiosidade que tem, até porque se continua propagando suas opiniões de ódio, qualquer cancelamento não teve impacto ou trouxe prejuízo nenhum para ela. Eu crítico severamente suas falas e opiniões e não consumo mais qualquer material de HP, simplesmente, porque não me agrega mais. Foi bom? Sim. Quando eu tinha 12 anos. Hoje não consumo porque perdeu a graça para mim e hoje tem obras muito mais interessantes.
Não gostei do novo título que deram ao livro da Agatha Christie. "E não sobrou nenhum" é um baita spoiler. Para um livro de mistério, não foi uma boa escolha.
Entendo que alterar a obra de um autor é algo criminoso. Não dou a ninguém o poder de me impedir de ler o que quer que seja, como também não me vejo no direito, e a ninguém, de julgar se o que os outros pensam é certo ou errado. Haver a informação é crucial; quer ler, leia, não quer, não leia. Mas adulterar obras entendendo-se dono da verdade é inaceitável. E quem cancela, por coerência, não pode impedir que outros também o cancelem... Parafraseando Proudhom, aquele que "cancelar" um autor ou obra por pruridos contemporàneos é um usurpador, um tirano, e eu o declaro meu inimigo!
Para mim, cancelar obras que não aceitamos é querer mudar o passado. O que é sempre válido é a contextualização histórica de toda e qualquer obra.
pontual
pleno acordo!
Concordo. Não importa a obra ou o autor, o importante é ter bom senso e clareza para analisar e avaliar.
Concordo.
ASSINO EMBAIXO!!!
É delicado. O mais maduro é separar a obra do autor. Até pq vc escrever uma grande obra não significa que vc nao tenha seus defeitos. É contraditório mas a vida é assim.
Não concordo em cancelar uma obra ou até mesmo modifica-la por conta dos pensamentos/ideologia do escritor. Obra é obra! Concordo em colocar aviso/alerta, mudar a classificação indicativa.
Oi Isabela. Parabéns pelo vídeo.
Eu sou do ponto de vista de que, nenhuma palavra, de livro nenhum, deve ser alterada. Eles devem mudar a faixa etária dos leitores e produzir edições com explicações, tais quais você deu, sobre o contexto histórico e pensamentos do autor.
Nem na idade média e começo do renascimento, ninguém quis tampar a genitalia do Davi de Michelangelo.
Livro são obras de arte, que não devem ser alteradas. São frutos de seu tempo. Os casos, que hoje são grotescos, devem ser explicados e analisados. Mas é só a minha opinião.
Acho que a solução para o livro do Mark Twain seja antes da leitura explicar aos alunos sobre o contexto e a mensagem do livro.
Começam a trocar os nomes, depois os livros e depois podem criar o " Ministério da Verdade" e alterar tudo que convém...como em "1984".
Ele já existe... É chamado de regulamentação da mídia...
Já existe, é o STF
@@rafaelpierre6865 nossa... um petista criticando o STF?
@@PedroHenriqueA20surpresa também kkkkkkk
Acho ridículo cancelar livros antigos por possuírem termos ou situações hoje considerados criminosos, desumanos ou politicamente incorretos. Temos que contextualizar momento e cultura em que foram escritos. Devem servir como História, cada um no seu tempo e circunstâncias.
Se fosse assim, os livros do Lovecraft seriam todos cancelados.
Tipo colocar atores negros para fazer os personagens do Lovecraft é só para gerar polêmica, engajamento em tempos de popularidade de inclusão e grana e dinheiro que visam.
A novela e o ratinho que sao só baixarias podem😂😂😂 o povo medíocre
Adorei a reflexão deste vídeo. Já faz anos que a Isa se tornou uma das maiores responsáveis por eu entender o valor da literatura hoje, já depois de formado em faculdade. Muito obrigado.😊
" Não existem livros morais ou imorais , livros são bem ou mal escritos"
Oscar Wilde
Profundo cara.
Você falou tudo!
A censura não nos ajudaria em nada. Seria apagar o passado, de forma que não aprenderíamos mais nada e, assim, nada faríamos para mudar o presente e o futuro.
O correto é ter a leitura com um olhar crítico, abrir debates, discussões... tudo para aprendermos sobre nós mesmos e conseguirmos ter as tão aclamadas desconstruções que almejamos.
Um comentariozinho sobre Agatha Christie: concordo com a opinião de Isa, mas queria lembrar que ela satiriza muitas vezes a intolerância dos britânicos com pessoas de outras nacionalidades. Isso é muito frequente. Tem muita ironia. Poirot passa por alguns apertos por ser estrangeiro.
Essa intolerância em algum grau em todo país.
Mas é ele que é o cara Phod@. Portanto, frescura!
Imagine se esses motivos elencados cancelassem A Biblia, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha....
Cancelar a Biblia não seria uma má ideia
Lovecraft, Poe...
@@cmisalves
A bíblia deveria ser totalmente suprimida da história, um câncer na história da humanidade!
Sou contra o cancelamento, mas as livrarias poderiam colocar a bíblia na seção ficção, mitologia, fantástico e afins.
Isa, parabéns por utilizar esse meio de comunicação como forma de conscientização. Vídeo excelente! 😊
Estou lendo com meus alunos Tom Sawyer que também traz esse contexto. Acredito que mudar a literatura dessa forma promove um apagamento da história. Penso ser mais significativo ler com os estudantes comentando justamente essas questões e comparar com os avanços que ja tivemos.
Que vídeo maravilhoso, Isa! Contextualização é tudo e há que separar a obra do autor. Tendo isso em conta, não acho que os livros devam ser cancelados ou alterados, devemos sim ter um olhar crítico face ao que sabemos hoje e isso faz parte da beleza da literatura, podermos ver também através dela a nossa evolução enquanto humanidade.
Eu sou contra o banimento das obras "problematicas", acho que boas notas de rodapé resolvem o problema, desde que se respeite a cognição etária do leitor.
Desculpa eu estar fora de contexto, mas estou fazendo esse comentário na esperança de ser lido! Sou seu inscrito e adoro seus vídeos! Parabéns pela simpatia, ótima comunicação e envolvimento aguerrido no canal! Queria dizer que foi ótima sua 'iluminação' de fazer a playlist somente com as resenhas. Dou prioridade às resenhas, e agora coloco na sua playlist e acredite, pra ouvir quando vou dormir (não há melhor ninar!), e quando o clima está depre, porque sua simpatia e a VIBE do Universo da Literatura, me faz lembrar que ainda existem coisas boas nesse mundo! É terapêutico!.....
Obrigada!
O mais importante e manter a autenticidade do autor! Se mudou de opinião em vida! Temos que respeitar. Caso contrário a obra tem que ser respeitada. O caso do nosso Monteiro Lobato. Só assim vamos evoluir enquanto civilização.
Eu vi uma declaraçao da J.K e entendi perfeitamente o contexto. No caso, ela se rebelava contra o termo "pessoa que menstrua" para se referirem a "mulheres cis".
Eu, 65 anos, que sou de uma geração que viu as feministas se rebelarem contra o fato das mulheres serem reduzidas às suas especificidades biológicas (amamenta, menstrua, engravida), fico revoltada ao ser reduzida a uma "pessoa que menstrua".
Do ponto de vista feminista, esse é mais um apagamento/cancelamento da "mulher". Eu, como mulher, tenho milhares de experiências diferentes das "mulheres trans". Sou uma mulher que se recusa a ser apenas "alguém que menstrua".
Eu concordo completamente com essa posição da autora. Não vi outras declarações.
Pq não tem.
Quem critica ela baseia-se na fonte da cabeça de outras pessoas (que gritaram bem alto) e isso virou uma onda muuuito grande contra a autora. A ponto de deixá-la de fora da comemoração importante do mundo HP que ela mesma criou.😢
Tem autores homens muito mais problemáticos que ninguém vai atrás de seus feitos particulares ou suas declarações pra botar fogo na obra.
Exatamente. Eu lembro muito bem dos tweets dela ainda em inglês e não entendi esse barulho doido de transfobia quando na verdade ela só tava sendo uma hardfem puxando pro lado da mulher. Justo demais.
Excelente vídeo e reflexões!
Eu ao saber das posturas desses autores e de outros não citados, perdi a vontade de ler as obras produzidas por eles...
Eu sou contra a moda atual de cancelamento, mas ler certas frases racistas é extremamente dolorido. Saber nossa história e como não éramos humanos há tão pouco tempo exige uma dureza. Até mesmo sendo adulta algumas coisas doem, eu faria filtragem para crianças e adolescentes, mas adultos têm que ler mesmo pra ver como era.
Agora a estatueta do livro da Agatha na capa tá em formato estereotípico de não humano (pra quem não sabe do que falo, só olhar os desenhos de africanos no séc XX e como o formato do corpo, e principalmente a cabeça, era sempre anormal), e ainda fico chocada 😳
achei engraçado a Isa dizendo “ler isso em 2021” e não em 2023, minha cabeça pensa da mesma forma hahahah
hahaha noitei isso tbm, mas depois vi que é repost de um video de dez/21
Errado! Muitas injustiças ocorrem com a cultura do cancelamento e o que ocorreu com a autora de Harry Potter é um desses casos de diversionismos de dois lados de um debate em redes sociais. Existem inúmeros trabalhos já academicos falando sobre cultura do cancelamento já e o perigo que isso significa.
Oi Isa!!! Adorei o vídeo e, no meu ponto de vista, realmente não cabe cancelamento mas eu acredito muito em utilizar os livros para debate de temas assim e para demonstração do que não deve ser feito, do que não deve ser reproduzido. Acredito que um autor destes, trabalhado em sala de aula, com alunos de ensino médio, onde podemos abrir debates e críticas condizentes, seja uma ferramenta de aprendizado muito importante.
Esse tal de cancelamento é uma das formas de censura mais nefastas que já existiu
Exceto Lovecraft, li todos os outros, sou dos anos 60. Naquela época nada disso era percebido, na primeira série do Sítio da Globo, Tia Nastacia chamava Dona Benta de Shinhá, embora todos gostassem dela. Li Tom Saywer e Huck Kinn de Mark Twain aos 10 anos, livro deliciosos onde nada notávamos de errado. Sou fã incondicional de Ágatha Christie e o livro citado é uma de suas obras primas. Apesar de tudo, concordo que os tempos são outros, direitos foram adquiridos e temos que abordar essas leituras de outra forma. Herge das aventuras de Tintim também é outro cancelado, era simpático aos nazistas
Sem radicalismo, equilíbrio e crítica sempre. "Este é o espírito da coisa, se é que a coisa tem espírito."
Eu acredito, que cancelar qq autor, é ignorar uma representação social de época e me fio no "aquele que não conhece sua história, tende a repeti-la".
Seria mais justo, ler com olhar crítico e não de ignorar, principalmente os clássicos e autores, que tem muito mais para acrescentar, do quê para censurar.
Concordo totalmente.
Parabéns pela exposição do assunto. Penso que o discernimento está acima de qualquer obra ou autor, qualquer mudança de palavra ou significado tb vai afetar a história da vida e luta de muita gente.
Na minha opinião, eu não acho que deva ocorrer um cancelamento, mas sim a crítica e explicação do que porque isso não é aceitável hoje, mas simplesmente cancelar é como esconder a sujeira em baixo do tapete... afinal o racismo sempre foi muito presente e ainda é em todos os lugares do mundo.
Quanta clareza nas suas considerações!! Muita maturidade da sua parte.
Não curto e não concordo com cultura do cancelamento. Vai contra liberdade do cidadão. E no Brasil a liberdade é algo muito custoso, só tivemos isso a partir de 1988. Fato!!
Não apenas pessoas mais velhas e nem sequer só brasileiros. Vi o primeiro seriado do Sítio do Picapau Amarelo na TV. Também conta, pra mais num tempo não tão distante assim em que não tinha tanta variedade de oferta pro público infantil no audio visual.
Ai vale a pena conhecer as obras dos historiadores (Marc Bloch, Lucien Fevbre, Fernand Braudel entre outros). Você não foi anacrônica e explicou o contexto do "espírito da época", pois uma explicação do contexto histórico é fundamental para entendermos as mudanças históricas, mesmo que toda história seja história do tempo presente.
Isabela Lubrano, sou um simples professor de história do interior de Minas Gerais, mas gostaria de te sugerir a leitura de "Apologia da História" de Marc Bloch ( e conheça a história dele também) para uma boa discussão histórica do tema e para te deixar com um gostinho cito Bloch quando diz "os homens e a história são filhos de seu tempo".
Sou seu fã e do seu canal!!!!
Acho suas colocações maravilhosas! Obras são obras... retratam a época em que viveram. É preciso ter inteligência emocional e discernimento.
Sempre muito coerente nas suas análises. Eu acho que todos temos amigos e familiares que são pessoas incríveis pois com opiniões desastrosas, convivo com muitas pessoas assim, é muito cultural isso venho de uma geração que é muito racista, homofóbico, machista e tal, que agora com essa nova geração tá tendo que aprender ( muitos não aprendem) a respeitar todas as formas de ser. Penso que se deve separar o autor da obra sim.
Acho que não assistir os filmes novos é uma forma de dizer que não está apoiando o que ela está falando, se continuar assistindo é como se dissesse, pode falar tudo isso e não acontece nada, mas os livros e filmes anteriores vou continuar gostando também
Precisamos como vc bem disse ler e fazer releituras. JK tem suas falas preconceituosas mas nem por isso posso denegrir a obra dela.
Absurdo é que mudaram o título do da Agatha Christie colocando um título que dá spoiler!!!!
kkkkkkk
Parabéns pelo vídeo, Isa!
Na apresentação de tia Nastacia, nas reinações de Narizinho, ela não aparece como cozinheira, mas como "negra de criação". Como professora e mãe, que leu e mergulhou na obra de Monteiro Lobato no passado, sou muito a favor de alterações para as crianças lerem sozinhas. Acho que a leitura das versões originais deve ser feita com mediação de um adulto crítico para crianças.
Isa, Território Lovecraft, do Matt Ruff, veio na época do Intrínsecos, é um livro bem interessante e no fim o real monstro nem é algo da fantasia, mas se prova algo da vida real... Foi uma leitura bem interessante!
Parabéns minha jovem jornalista por mais esse comentário !
Só acho que vc deve ter o direito de ler e tirar suas próprias conclusões, seja qual for o livro, até porque para poder criticar vc deve ter lido a obra, cancelar por cancelar sem ter lido acho complicado
Acredito que "Crioulo" seja o equivalente a "N Word". Pelo menos, no passado.
Acho que hj é a palavra com "M".
Eu acho cancelar ou modificar drasticamente complicado. Mesmo com a sensibilidade dos leitores atuais, uma explicação no livro sobre o contexto da época e do autor poderiam ser suficientes para esclarecer esses pontos e até mesmo para ler de uma forma crítica.
"Não é pra cancelar, é pra ler de forma crítica, é pra entender, é pra compreender, é pra discutir."
Infelizmente existe alguns leitores que não usam o senso crítico durante a leitura e ainda reforçam o preconceito deses escritores nos dias atuais.
Eu acredito que autores preconceituosos podem e devem ser criticados, isso faz parte do senso crítico.
O seu direito de não querer ler essas obras nao pode sobrepor ao direito de outros quererem, só nao consumir.
So que a galera quer tirar o acesso de todos.
Ainda existem onças em algumas cidades do interior de São Paulo, por incrivel que pareça.
Gostei da tua atitude ! Isto se chama maturidade, parabéns !👍👍👍👍
Boa noite. Gostei muito de seu vídeo. Especificamente sobre Monteiro Lobato. "O Presidente Negro", talvez seu livro menos conhecido, é uma obra terrível de racismo. Não acreditei, ao terminar, que aquele autor de tantas obras que me inspiraram na infância pudesse escrever um panfleto preconceituoso como esse.
As pessoas são complexas, assim como a nossa sociedade, mas a ultima coisa que devemos fazer é mudar a historia, a realidade só pode ser alterada se tivermos acesso ao pensamento do passado para podermos discuti-la e entende-la. Mudar obras do passado é como contar um conto de fadas ou melhor criar uma pós-verdade como foi apresentada em 1984.
Só uma atualização:
Com a forte legislação ambiental vigente, hj existem milhares de onças no interior e litoral do estado de São Paulo e também nas áreas de mata, próximas à capital. A espécie mais avistada e abundante é a a parda, mas tem onças pintadas também. Estão presentes desde as regiões costeiras, na serra do mar, nas fazendas (tanto em plantações como nos pastagens onde predam os animais de cativeiro) e matas do interior. Por isso ocorrem muitos atropelamentos nas rodovias que passam por áreas silvestres e rurais. Com uma rápida procura aqui no YU, vc encontra inúmeros vídeos de aparições de onças, inclusive em áreas urbanas e centrais, como no bairro de Capirari, em Campos do Jordão e outras cidades, onde andam pelas ruas e até nos quintais das casas.
Parabéns pelos vídeos!!!
O nome do livro da Agatha Christie não interessa porque a história é fantástica...
Obrigado, Isa..!!
Faz sentido readaptar obrar destinadas a crianças. Mas fazer isso com todas as obras é tentar apagar o passado, e isso é muito perigoso. Existe muita gente que tem grande interesse nisso, principalmente aqueles que querem relativizar os horrores do nosso passado, como a escravidão, por exemplo. Eu me lembro que quando li "O grande Gatsby", eu topei com uma parte extremamente racista, mas isso não só não atrapalhou a experiência da leitura como foi muito importante para eu ver como era a visão das pessoas daquele época (e daquele lugar, EUA) sobre pessoas pretas. Isso é até mesmo um documento histórico. Precisamos de senso crítico, não de cancelamentos.
Sou a favor de não dá grana para esse tipo de pessoa. Por mais que eu possa gostar da obra nao me sinto bem em dar grana. Eu paro de comprar.
Só o tempo julgará J K Holling. Se no futuro, mulheres trans de fato se firmarem plenamente como mulheres, a crítica poderá ser levada em consideração. Hj não há uma maioria formada qnto ao tema.
Parabéns por pautar o assunto!
Quando eu vejo os livros sendo cancelados, eu me sinto como "A menina que roubava livros", já quero pegá-los de suas fogueiras e guardá-los...
Precisamos parar com essa forma de destruir(queimar e todas as outras coisas) aquilo que não compreendemos, livros são justamente formas pensamentos, histórias não são autores, todos estamos aqui para aprendermos, evoluir, o passado importa tanto quanto o futuro, ele ajuda a entender o que está se passando agora e o que pode vir a acontecer...Eu espero de coração que isso não faça com que bons escritores desistam de suas criações, assim como tenho visto acontecer nas artes, com os youtubers, com o mundo...Todos com medo de serem excluídos, sem ter certeza se sua opinião e própria história é proibida ou não...
Li com minhas netas As caçadas de Pedrinho e expliquei como eram as ideias naquela época e como hoje não são aceitáveis. Elas entenderam e adoraram o livro.
Isa, concordo totalmente com você, mas no caso especifíco da Rowling, eu entendo que algumas pessoas não queiram mais ler suas obras.
Até pq ela usa o dinheiro em políticas anti trans..
Como pessoa preta, me incomodava já na infância, o fato de Monteiro Lobato ter criado uma personagem que deu vida à uma boneca e um sabugo de milho, e os dois serem "mais inteligentes" que a empregada que os fez. A cristalização do racismo na cabeça do branco brasileiro teve muita base exatamente na obra desse senhor, exatamente por naturalizar-nos como seres inferiores. O racismo tem muitas engrenagens e braços, e um dos mais perversos é exatamente o sutilismo, já que ele pode ser empregado na pedagogia, formando assim "racistinhas". Onde eles andam agora? Matando negros? Não, mas podem muito bem estar negando oportunidades e vagas de trabalho avaliando negativamente automaticamente candidatas negras, por ter acreditado desde a infância que um sabugo de milho era mais inteligente, se comparado à nós. É muita dor pra chamarem de mimimi, ou pedir--nos pra contextualizar.
Todos os autores citados foram geniais e tinham preconceitos proprios de sua epoca. Nós também seremos considerados preconceituosos pelas gerações futuras. Na minha opinião tem faltado bom senso para esses canceladores.
Concordo! Épocas diferentes, pensamentos etc... diferentes de hoje
Acho muito importante essas colocações porque nós faz refletir sobre essas formas preconceituosas de falar.
Concordo contigo quando falamos de livros voltados para o público adulto, pois diz da escolha e bom senso do leitor. No entanto, quando são livros livros infantis, vejo como algo complicado manter os termos que reforçam o preconceito e livros que são voltados a inferior algum grupo. Por mais que um adulto possa explicar a criança que se tratava de outro contexto, acho algo problemático.
Cancelar já é, por si só, uma demonstração de estupidez.
Tava indo tão bem até chegar na J. K. Rowling, quando ouvi o "mulheres sis" ai foi ladeira abaixo. É por se deixar levar por esses discursos que todos esses autores e obras estão sendo cancelados, e a tendência é piorar porque esse "politicamente correto" é tão racista (não querem igualdade e sim privilégios), tão preconceituoso (não coaduna com o discursos deles tem que ser cancelado, e logo vão querer escalonar isso para algo pior), tão a favor da eugenia (não pra menos que são a favor do aborto e em alguns casos até mesmo APÓS o nascimento) quanto aquilo que eles dizem que os autores são. Esse pessoal da lacração consegue estar mais desconexos da realidade do que os contos de fantasia que hoje criticam. Edit: e o que adianta se dizer contra a cultura do cancelamento e repetir EXATAMENTE o mesmo discurso deles?
Exatamente.
No último mês de agosto este romance de Agatha Christie. Portanto, não creio que tenha sido totalmente cancelado. Edições ASA II, Alfragide, Portugal, 2013.
Hoje se chama "E não sobrou nenhum..." e mudaram, e mudaram, e o livro é excelente...
Primeiramente, parabéns pela sua análise literária; muito boa, realmente! Creio ser muito difícil encontrar alguém que faça análises deste tipo tão boas como as suas.
Em segundo lugar, parabéns também por ser uma pessoa politicamente correta, com uma visão que se pode chamar de "visão correta de mundo"; apesar deste elogio - e não desmerecendo seus méritos neste sentido - devo já acrescentar que isto em qualquer época não deveria ser motivo para se elogiar alguém, mas, nos tempos atuais, nos quais relativiza-se muita coisa que não deve ser relativizada, então, sim, é digno de elogio seu posicionamento e até mesmo uma certa coragem em assumi-lo.
E, antes que os "queixosos de plantão" venham a reivindicar uma pretensa "liberdade de expressão", cabe ressaltar que essa "liberdade de expressão" acaba machucando pessoas - mas não apenas no sentido metafórico existente também em inglês, "hurt", o "magoar" citado no vídeo, mas machucar para valer!
Pessoas são agredidas e mortas - SIM! - inclusive, por causa desse preconceito que, ao se espalhar, leva a que tais pessoas sejam tratadas pior do que se lidaria com bichos e em alguns casos mortas. Aliás, a expressão "alguns casos" nem chega perto da realidade, do jeito como negras e negros são mortas e mortos no Brasil, país que apresenta o triste, lamentável e vergonhoso recorde de país que mais mata gays no mundo!
Portanto, se há sociedade em que algo está errado no "pensamento reinante" NÃO É a de antigamente, sem dúvida, quando então fazer piadas racistas não era nada demais.
Logo, o que deve haver, SIM, é o cancelamento de certas idéias, e não necessariamente de obras ou autores.
No entanto, por outro lado, a cultura de maneira geral deve ser preservada e defendida, motivo pelo qual nenhuma obra, por mais abjeta que seja, deve ser alterada; só que, se por "cancelamento" o que se quiser dizer for limitar sua circulação, torná-la restrita, então, sim, sou a favor!
Principalmente do livro escrito por Hitler que é um asqueroso manifesto fascista preconceituoso e desse livro do século XV que "ensina" sobre o extermínio de bruxas; quanto às demais obras, cuja importância para a Literatura é ou for inegável, creio que a solução é simples: de modo semelhante ao que ocorreu com o cigarro (este é um que merece "cancelamento"!), coloca-se uma tarja de aviso referente ao conteúdo na capa.
Melhor alterar uma capa do que o conteúdo (quem se preocupar demais com capa é porque defende "aparências"...).
Isto serve de aviso principalmente para obras a serem usadas em escolas, até porque crianças são seres em formação, sem maturidade para distinguirem o certo do errado - e tarjas orientando sobre o conteúdo impróprio da obra ajudariam o(a) professor (a) nesta tarefa.
Quanto ao Monteiro Lobato, para mim, que tenho mais de 50 e que, inocente, vibrava diante da TV com o "Sítio" dos anos 70, decepção total (mas antes deste vídeo eu já sabia de seu lado fascista!)!
Pelo menos, em defesa da J.K. Rowling, ela não "contaminou" sua principal obra com preconceitos!
Já a Agatha Christie sempre li seus livros e era seu fã, mas é aquela história: nasceu há 2 séculos num país que era imperialista, não num que sofresse com o imperialismo, e numa sociedade longe da miscigenação ocorrida na sociedade dos EUA e principalmente na nossa, o que levou à uma grave "miopia" na sua "visão de mundo", etnocentrista como cabia à mais uma típica senhora inglesa daquela época.
Enfim, concordo plenamente com você: devemos ter SEMPRE um senso crítico aguçado e ser críticos ao analisar qualquer obra.
Melhor comentário que eu li nesse livro. Muito coerente. Concordo com tudo
Muito bem colocado o problema do preconceito e do racismo. Só faltou você falar do livro Minotauro, do mesmo Monteiro Lobato.
Não concordo com revisões... cancelamento...mudar palavras...toda obra reflete um contexto histórico.
Ótimo processo argumentativo em um tema tão delicado . Parabens !
Excelente vídeo e muito sensata sem precisar lacrar
"ler de forma crítica", concordo com isso, mas infelizmente é muito difícil exigir isso da maioria das pessoas, até porque sabemos que boa parte da nossa população concorda com ideias como as de Monteiro Lobato...
Tia Nastacia tem um volume inteiro dedicado a ela, onde é a transmissora de "Histórias da Tia Nastácia " - um autor se lê contextualizado na sua época . Viva Lobato, nosso pai literário
Nossa isa, te admiro tanto. Concordo completamente em separar a obra do autor. Nunca iremos concordar ou agradar 100% a todos!
Todo livro é escrito dentro de um contexto histórico que precisa ser compreendido. O que a geração floquinho de neve ainda não compreendeu é que no futuro haverá outros jovens achando absurdo as regras do politicamente correto que vivemos hoje.
Por incrível que pareça, em Campinas existe onça. Depois procura onça ceasa Campinas. É muito legal
o meu problema com isso é que é uma forma de pensar americana. se os americanos querem pensar dessa forma, problema deles. mas pq o brasil precisa imitar? pq a gente não pode ter nossa própria forma de lidar com essas problemáticas?
Você que é tão inteligente, seria interessante ler o que as pessoas falam mas de forma imparcial e se der de fato, "fora da bolha da patrulha"
Engraçado que nunca gostei dos livros do Monteiro Lobato. Achava extremamente chato. Bem, o tempo provou que minha "intuição" infantil, estava correta.
É um assunto complicado. Li quando criança e jovem as obras do Monteiro Lobato e só eu sei o quanto aquilo machucava. Não sei qual a solução, mas com certeza eu sou uma pessoa que não leio nenhuma dessas obras. Não é questão de cancelamento, é questão de não me fazer bem. Em relação a J. K. Rowling, uma mulher teoricamente inteligente e contemporânea eu não leio pra não dar meu dinheiro para uma pessoa que fere outras. Discursos como os dela matam. Não é questão de politicamente correto. Eu sou uma mulher cis, mas consigo me colocar no lugar de uma mulher trans e sentir a dor de ler comentários como os desta autora. Só de lembrar dá náuseas. Como conseguir ler o que ela escreve? Por mais genial que seja, não consigo. Temos muitos outros autores geniais pra ler.
acho que é muito fácil ser uma pessoa branca cis e continuar lendo esses autores e suas obras né, por isso as pessoas continuam, o discurso de ódio nas obras não afetam a elas diretamente, assim é mais fácil manter o discurso de separar a obra do autor. Eu mesmo sendo uma mulher cis branca não consigo ler, pra mim tem tantas opções de livros excelentes que discorrem sobre assuntos antirracistas, feminista, anticapitalista (Bell Hooks por exemplo)... que não vejo sentido em ler autores com discursos de ódio, acho que é uma questão de empatia e a bolha que as pessoas vivem sei lá
-Ao meu ver o correto não é censurar as obras de arte que são machistas,racistas,preconceituosas,misósinas,homofóbicas e coisas muito piores,nem o correto é adulterar tais obras para ficarem "palatáveis" e muiiiiiiiito menos ficar "passando pano" para seus autores...O melhor é manter tais obras na versão original e usá-las como fontes históricas sobre o que existe de pior no ser humano e por isso devem severamente serem criticadas...👁👁🧀☕👍🏾👍🏾
será que não dá para explicar para as atuais gerações as diferenças de gerações ou vamos ter apagar a história, arte e literatura da humanidade para que essa geração não morra de depressão?
É embaraçado que na cabeça de uma galera cancelamento existe, quando na verdade só quem realmente se dá mal com cancelamento é LGBT, mulher e negro
Isabella, a obra da Agatha Christie recebeu um outro título, numa peça da Broadway em 1946, e posteriormente impressa, em 1964: Ten Little Indians.
Além da questão da Tia Anastácia, enaltecer o termo caçada como aventura hoje em dia é um termo que remete a uma alienação ecológica e especifista
Mudar a terminologia não muda a essência... é preciso ler/pensar sem preconceito!
Acho que poucas pessoas tiveram contato com a obra do Monteiro no formato de livro mas, sim a adaptação da globo.
Hoje eu separo o autor da obra, pois se a gente for pesquisar não salva ninguém. Kkkkk. Isso em qualquer área da cultura.
O problema está em quem lê e como lê, nada deve ser cancelado. Os que pregam o cancelamento não aceitam o passado e não vão resolver seus problemas com os cancelamentos
Isabella, bom dia.
Este é o segundo vídeo que vejo sobre suas análises de livros, o primeiro foi sobre "livros perigosos".
Achei ambos bem interessantes.
Mas chamou-me a atenção seus comentários sobre a autora dos livros de Harry Potter, classificando-a, ela mesma se define como tal, de transfóbica.
Não vou entrar na complexidade dessa questão, mas (sempre há um "mas") fiquei curioso em saber sua opinião sobre homens, que se sentem mulheres, participarem de competições atléticas femininas.
"Eu consigo relevar isso!"
Têm que ser lido. Todos. Isso é para aprender com a história, o que faziam os escritores, o que pensavam e como andava o mundo. Cancelar é tentar somente manter o politicamente correto.
Muito dificil separar o autor da obra, confesso que não tenho conseguido.
Resta uma pergunta: partindo da premissa que esses e outros autores hoje estão errados não estariam os leitores de hoje mais errados ainda em querer sobrepor sua visão de mundo, que hoje pode estar certa e amanhã errada? Ler qualquer obra sem respeitar seu contexto histórico é deturpar, a seu bel prazer, o texto
boa noite. Apesar do meu assunto não se tratar com o tema da postagem, peço sua ajuda para saber o titulo do livro dos jesuitas na china que a pouco tempo você comentou em uma postagem mas não estou encontrando. Muito obrigado
Livros escritos no passado apenas repassavam valores que eram considerados válidos na época. Hj absurdo, na época natural. Avalio que esses primeiros livros devem ser mantidos como estão, mas recomendados para faixas etárias mais velhas, que já têm uma base de conhecimento maior que possam compreender o contexto. Quanto à última autora é o caso clássico de separar o(a) criador de sua obra.
Análise muito bem feita, tudo e contexto e maturidade (nao necessariamente idade) do leitor. Tenho 54 anos, cresci lendo e amando Monteiro Lobato , mas mesmo criança algumas passagens ja me incomodavam , ao mesmo tempo que o conto Negrinha sempre me comoveu muito. Acho piores livros como E o Vento Levou em que a escravidão e romanceada. Quanto a JK Rowlings minha solução como mãe de uma ávida leitora de 12 anos foi manter os livros e filmes mas nao comprar mais os produtos licenciados. Nao foi difícil ja que a fase Harry Potter da minha filha passou rápido e ela e mais fã de Neil Gaiman, Lewis Carroll (tem polêmica aqui tambem), Michel Ende e a serie da Miss Peregrine.
Como fã da série Cormoran
Strike da J.K.Rowling e como homem cis Gay posso dizer que a autora insere em toda a obra até o momento ( 6 livros ) personagens gays , dos mais variados : gays , lésbicas , trans de uma maneira como a vida é ! Somos boas e más pessoas , cometemos erros , acertamos e eu particularmente me irrito profundamente com autores que romantizam gays somente para atender o público politicamente correto , onde pessoas fora da Hétero normatividade são necessariamente vítimas de uma sociedade injusta e preconceituosa ( o que acontece realmente ) e são sempre coerentes , bondosas e vítimas .Mas o que mais me incomoda é que as pessoas que comentam do tal personagem psicopata do livro 5 não leram o livro pois o assassino se vestia de mulher como disfarce , ele não era uma mulher trans !
Obrigado pelo comentário sensato. Também amo a saga do Strike e isso que falam do serial killer é um absurdo. Se você pegar a maioria dos seriais killers reais de mulheres, uma grande maioria tem fetiche em se vestir de mulher, e eles não se declaravam mulheres trans.
Os primeiros autores citados eu até deixo de cancelar, porque realmente viveram num contexto que era aceitável, pelo menos pela maioria, pensar do jeito que eles pensavam. Agora, a J.K Rolling não dá! Ela é uma escritora comtemporânea e depois que ganhei maturidade e senso crítico, parando para pensar, nunca achei que os livros dela tivessem representatividade. Ela sempre tenta mascarar essas questões com falas desse tipo "pensei assim, mas não foi isso que escrevi porque não seria relevante". As falas transfóbicas não preciso nem dizer que são asquerosas e injustificadas. Não sei se ela pode ser cancelada pela fama e grandiosidade que tem, até porque se continua propagando suas opiniões de ódio, qualquer cancelamento não teve impacto ou trouxe prejuízo nenhum para ela. Eu crítico severamente suas falas e opiniões e não consumo mais qualquer material de HP, simplesmente, porque não me agrega mais. Foi bom? Sim. Quando eu tinha 12 anos. Hoje não consumo porque perdeu a graça para mim e hoje tem obras muito mais interessantes.
Não gostei do novo título que deram ao livro da Agatha Christie. "E não sobrou nenhum" é um baita spoiler. Para um livro de mistério, não foi uma boa escolha.
Entendo que alterar a obra de um autor é algo criminoso. Não dou a ninguém o poder de me impedir de ler o que quer que seja, como também não me vejo no direito, e a ninguém, de julgar se o que os outros pensam é certo ou errado. Haver a informação é crucial; quer ler, leia, não quer, não leia. Mas adulterar obras entendendo-se dono da verdade é inaceitável. E quem cancela, por coerência, não pode impedir que outros também o cancelem... Parafraseando Proudhom, aquele que "cancelar" um autor ou obra por pruridos contemporàneos é um usurpador, um tirano, e eu o declaro meu inimigo!