Meu querido, parabéns por este trabalho! Que lugar belíssimo! A história é triste e contada por você com a voz divida entre emoção, tristeza e indignação, me causou uma angústia tremenda. Se um dia eu for a este lugar contigo, quem sabe consigamos subir todos estes degraus... Amo você, meu sobrinho! ❤
Parabéns novamente Dudu, aqui em Piracicaba também sou proprietário do maior jornal de bairros da cidade o Jornal A voz dos bairros de Piracicaba, que devido a pandemia passou para o sistema online, e nele realizei uma matéria na qual eu relato sobre a cidade de Redenção como realmente a primeira na libertação dos escravos e a justificativa de oportunistas da época, da real quantia liberta, defendida pela "situação politica", e documentada na Câmara Municipal da cidade, segundo a historiadora Maria Helena Pereira Toledo Machado da USP, com "provas documentais" para afirmar que foram libertos 447 como prestadores de serviço e contrato assinado, e não 116 com conta a história; mas a realidade mostra que não foi assim, pois cego é aquele que não quer ver. E também relato a ultima cidade a libertar seus escravos, que fica no Estado de São Paulo, e você conhece muito bem, a cidade de CAMPINAS e também era a mais violenta para com eles, e durou por "debaixo dos panos", segundo a a historiadora e urbanista Alexandra Ribeiro até o ano de 1920. Vou deixar o endereço do jornal para você e seus leitores acessarem a histórica completa, publicada no dia 21 de novembro de 2021. www.vozdosbairrospiracicaba.com.br página PiraBlackNews ( A história da primeira e as últimas cidades a Libertarem seus Escravos). Mais uma vez Parabéns pelo trabalho histórico realizado, creio que você nem imagina o quão peso educacional esta matéria terá ao longo do tempo, pois existe nela, uma visão ocular diferenciada! Sei que não foi a sua intenção, mas o resultado será altamente positivo, aliás, sabedoria e conhecimento nunca é demais! Deus sabe de toda as a coisas, e você não foi enviado para Fortaleza por acaso."Tamo Junto"!!
Acarape foi a primeira cidade a libertar os seus escravizados, é por isso que hoje ela se chama Redenção (quer dizer libertação). No Ceará, nós recebemos poucos escravos africanos, durante os séculos 17 e 18, a maioria das pessoas que eram escravizadas eram indígenas, algo diferente do que ocorreu em grande parte do Brasil. Em termos gerais, o Ceará teve muito poucos escravos. No final do século 18 haviam apenas cerca de 2 mil escravos, em uma população de 17 mil pessoas, por exemplo. Existem documentos da época que apontam a existência de 846 fazendas na província, mas apenas 491 delas possuíam escravos, o que demonstra que, por mais que tenhamos utilizado trabalho escravo, isso não era generalizado. E se nós pegarmos esses 2000 e dividirmos entre as 491 fazendas que tinham escravos, vamos ver que a média era e 4 a 5 por fazenda, o que demonstra que esta não era a principal mão de obra utilizada por aqui (é claro que é só uma média, possivelmente haviam fazendas - como esta que se tornou um museu - que se tinha vários escravos, encontra outras dezenas de fazenda possuíam só um - possivelmente uma mulher pra servir de criada). O motivo disso pode ser atribuído à três fatores: 1- A colonização tardia do Ceará. Enquanto Pernambuco, Bahia, São Paulo, etc, já vinham sendo colonizadas desde o século 16, o interesse no Ceará só vai aparecer no século 17, baseado na mineração de prata que não se mostrou frutífera. Depois, a colonização massiva só vai acontecer no século 18, e os governadores da província vão buscar fazer outro tipo de colonização (o pai do escritor José de Alencar, por exemplo, foi um dos governadores, e a colonização que ele impulsionou foi na forma de trazer famílias inteiras, em vez de somente os homens). 2. As reformas Pombalinas Nesse mesmo século 17 aconteceu em Portugal as Reformas Pombalinas. O Marquês de Pombal fez diversas modificações nas estruturas de governança tanto lá quanto nas colônias. Umas dessas medidas foi a expulsão dos Jesuítas do Brasil. Como os Jesuítas serviam como "protetores" dos indígenas, sem eles aqui, os colonos passaram a preferir escravizar os indígenas do que ter que comprar pessoas da África. 3. A economia do Ceará era baseada principalmente na pecuária. Uma das nossas bases econômicas foram as "charqueadas" (produção de charque, carne seca), e esse tipo de atividade não é propícia de ser deixada nas mãos de um escravo, pois este fugiria com o gado (obviamente). Assim, aqui foi empregado principalmente o trabalho livre, e por isso é forte a cultura do Vaqueiro. Assim, o Ceará acabou tendo um movimento abolicionista forte e se tornando um refúgio de negros que fugiam de outras províncias no Brasil (principalmente Bahia e Pernambuco). Isso fez com que em certas regiões já nem houvessem mais pessoas escravizadas nessa época. Lá em Sobral, por exemplo, mesmo que não tenha libertado oficialmente os escravos antes de Redenção, já em 1862 não há registro de nenhuma pessoa escravizada, porém há muitos registros de negros livres. Um deles, por exemplo, foi o professor Manoel Gomes do Carmo. Ele foi o fundador da primeira escola regular (não ligada aos jesuítas) que houve em Sobral, e foi o responsável por alfabetizar e formar uma consciência comunitária nos negros de Sobral. Existem outros exemplos curiosos também de resistência e luta (não necessariamente violenta) de escravizados aqui no estado. Havia aqueles que tinham, por exemplo, permissão de trabalhar na cidade e ganha rum salário, com este dinheiro eles acabavam comprando sua alforria, e uma vez livres continuavam trabalhando, juntavam dinheiro e compravam pedaços de terra, e até outros escravos, para depois lhes dá alforria. Ao mesmo tempo, também existiram regiões onde ainda se mantinham pessoas escravizadas até mesmo décadas após a proclamação da República. Eu fiquei sabendo de alunos da escola profissionalizante de Itarema (orientados pelo professor Sitônio) de uma fazenda no município, na localidade de Patos, onde o proprietário ainda manteve gente escravizada até o começo do século 20, por exemplo. Então, essa história de que o pessoal daqui vendeu os escravos lá para o sul, não tem fundamento. A história do Dragão do Mar é um exemplo disso. O seu movimento aconteceu em 1881, dois anos antes de Redenção libertar os escravos (e 3 anos antes do Ceará fazer o mesmo). O contexto da greve do dragão do mar é a lei Eusébio de Queirós de 1850. Antes disso a Inglaterra havia aprovado a lei BIll Aberdeen, que permitia que ela interceptasse e afundasse navios negreiros que pegavam pessoas na África para serem vendidas na América. Isso forçou com que o comércio de escravos passasse a acontecer só internamente, com pessoas negociando com fazendeiros de outras regiões. Agora, como o Ceará teve muito poucos escravos desde sempre, aqui não era a principal fonte. E esses escravos levados pro sul eram principalmente de Pernambuco e Bahia (que foi onde começou a colonização brasileira). A recusa do Chico da Matilde (Dragão do Mar) só teve sucesso por haver uma população que era fortemente contra a escravidão. --------------------------------------------------------------------- fontes: * AS ORIGENS DA ESCRAVIDÃO NO CEARÁ (Pedro Alberto de Oliveira) - Revista do Instituto do Ceará, ano 1979 [t. XCIII : 325-338] * NEGROS NO SERTÃO DO ACARAÚ - SECULO XVIII (Raimundo Nonato Rodrigues de Souza) - VI Simpósio Nacional de História Cultural Escritas da História: Ver - Sentir - Narrar * NEGROS NO CEARÁ (Eurípedes Funes) - texto do livro "Uma nova história do Ceará" da editora Demócrito Rocha (O Povo)
@@duducarvalhooficial Desculpa, eu não quis atingir sua sensibilidade, mas só explicar esse pioneirismo do Ceará. Por exemplo, em Pernambuco haviam, nessa mesma época, 20 mil escravizados, dez vezes mais do que havia aqui. Só pra gente ter uma noção, a população da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outros, era basicamente só formada de pessoas escravizadas nessa época (brancos eram minoritários) Isso não tira a culpa e a imoralidade das pessoas e grupos que utilizavam a mão de obra escrava, mas só demonstra que no Ceará, a maior parte das pessoas não eram inclinadas a terem escravos. Como se pode notar, a maior parte da população cearense é formada por indígenas aldeados e cristianizados pelos jesuítas, e a presença da cultura afro é menor em comparação com outros locais no Brasil. A cultura mais marcante é a do vaqueiro, criador de gado e andarilho dos sertões. Como os indígenas não praticavam a escravidão e a cultura de gado também não é propícia a esse tipo de exploração, então a nossa sociedade praticou pouca escravidão em comparação com outras províncias, e a posição majoritária do povo foi a de se opor. A greve liderada pelo Dragão do Mar, Preta Simoa, entre outros, não foi um sucesso se antes já não tivesse um povo majoritariamente a favor daquilo. Muita gente no Ceará pensa que o título "Terra da Luz" é devido ao sol que reina o ano inteiro, porém é devido, justamente, a essa característica abolicionista que nós tivemos. Isso é marcado de diversas formas, e Fortaleza, por exemplo, é cheia de ruas e equipamentos que homenageiam essas pessoas. Um exemplo é a própria Avenida da Abolição, que é explícita, mas há outros que passa batido até pra quem é do Ceará. Por exemplo, saindo de Fortaleza em direção à Caucaia nós pegamos a Avenida Bezerra de Menezes, que homenageia um abolicionista. Há um bairro chamado Rodolfo Teófilo, que homenageia outro abolicionista. Há o centro cultural Dragão do Mar. O carnaval cearense, em vez de imitar o carnaval vitoriano inglês (como é feito no Rio e São Paulo) é marcado pelos maracatus, que são manifestações da cultura negra e indígena do estado. Além do Ceará, outra província que libertou os escravizados antes, foi o Amazonas (em julho de 1884). E lá houveram greves semelhantes a do Dragão do Mar, e existe uma relação muito próxima entre os dois estados, primeiro devido à marcante cultura indígena e depois pelo fato de que a colonização massiva da região se deu no ciclo da borracha (próximo a esses eventos) que levou muitos nordestinos, principalmente cearenses, para trabalhar na exploração do látex.
Assista a incrível história do Dragão do Mar aqui nesse link:
th-cam.com/video/GxOSZHyuIDk/w-d-xo.htmlsi=n2QOUUaHHDxWhTfq
Dudu boca escopeta cade os videos mostrando estrada porto da dunas e autlet abraca
Esse vídeo é muito importante, vc explicando muito bem, sobre o sofrimento do povo negro. Que tem uma contribuição muito significativa para o Brasil.
OLÁ BOA NOITE DUDU QUE LUGAR INCRÍVEL ESSE AÍ GOSTEI 😁Í
Meu querido, parabéns por este trabalho! Que lugar belíssimo! A história é triste e contada por você com a voz divida entre emoção, tristeza e indignação, me causou uma angústia tremenda. Se um dia eu for a este lugar contigo, quem sabe consigamos subir todos estes degraus... Amo você, meu sobrinho! ❤
Obrigado tia ❤️ foi bem difícil msm falar nesse vídeo! Te amo 💕😘
Muito bonito valeu dudu longa a caminhada !
Alto mesmo eu tambem vi as imagens lindas do GB maravilhosas o calor aperta !
Boa noite amigo Dudu, excelente trabalho, muito bom o conteúdo, parabéns aquele like abraço 👍
Obrigado 🙏🏾
Minha cidade que amo❤
Seus vídeos também e uma aula parabéns
🙌🏾❤️
Seus vídeos, são maravilhosos, muito grato
Obrigado 🙏🏾
Maravilhosa matéria
Obrigado 🙏🏾
Vc se comunica muito bem, parabéns
Obrigado 🙏🏾
Sou de Sta Catarina, São Francisco do Sul. Eu TB fiquei muito triste vendo esse sofrimento.minha nossa.
Triste mesmo
❤❤❤top demais
🙌🏾
Parabéns novamente Dudu, aqui em Piracicaba também sou proprietário do maior jornal de bairros da cidade o Jornal A voz dos bairros de Piracicaba, que devido a pandemia passou para o sistema online, e nele realizei uma matéria na qual eu relato sobre a cidade de Redenção como realmente a primeira na libertação dos escravos e a justificativa de oportunistas da época, da real quantia liberta, defendida pela "situação politica", e documentada na Câmara Municipal da cidade, segundo a historiadora Maria Helena Pereira Toledo Machado da USP, com "provas documentais" para afirmar que foram libertos 447 como prestadores de serviço e contrato assinado, e não 116 com conta a história; mas a realidade mostra que não foi assim, pois cego é aquele que não quer ver.
E também relato a ultima cidade a libertar seus escravos, que fica no Estado de São Paulo, e você conhece muito bem, a cidade de CAMPINAS e também era a mais violenta para com eles, e durou por "debaixo dos panos", segundo a a historiadora e urbanista Alexandra Ribeiro até o ano de 1920.
Vou deixar o endereço do jornal para você e seus leitores acessarem a histórica completa, publicada no dia 21 de novembro de 2021. www.vozdosbairrospiracicaba.com.br página PiraBlackNews ( A história da primeira e as últimas cidades a Libertarem seus Escravos).
Mais uma vez Parabéns pelo trabalho histórico realizado, creio que você nem imagina o quão peso educacional esta matéria terá ao longo do tempo, pois existe nela, uma visão ocular diferenciada! Sei que não foi a sua intenção, mas o resultado será altamente positivo, aliás, sabedoria e conhecimento nunca é demais! Deus sabe de toda as a coisas, e você não foi enviado para Fortaleza por acaso."Tamo Junto"!!
Obrigado meu amigo! Fui despertado a também lutar por essa causa! Vamos ver o que acontece ao longo do tempo… Deus abençoe, grande abraço
Dudu que emoção ,doeu na alma. Parabéns 😢🙏
Foi triste e feliz por conhecer um pouco mais dessa história 🙌🏾🥹
Oi Dudu, boa noite, que vídeo lindo, já fiz uma visita ai, mas infelizmente não deu pra saber da história. Amei saber sobre a história de Redenção.
Obrigado 🙏🏾
Amando seus vídeos. Verdadeira aula de história. Obrigada.
🙌🏾❤️
Muito bom o video Dudu, procure ir na regiao de serras no CE: Guaramiranga, Mulungu, Piapaba
Preciso ir msm!
Ganhou mais um inscrito, Tenho um canal aqui na plataforma
Deixa o link
@@duducarvalhooficial Concerteza deixei
Um chileno sabendo a história do Brasil (da parte triste da humanidade), em breve estarei visitando o local.
Vamos todos combater o racismo, não é luta só do negro, mas dos brancos que sofre em ver tanta maldade nesse nível.
Precisamos 🙌🏾✊🏾
O pior é falar sobre o assunto e depois vim gente dizer que a gente tá se vitimizando. Vídeo incrível parabéns amigo.
É verdade meu amigo! Por isso é tão difícil falar sobre isso ainda
Você conhece lugar que nem a gente conhece que é do Ceará
Vou desbravando kkk
Acarape foi a primeira cidade a libertar os seus escravizados, é por isso que hoje ela se chama Redenção (quer dizer libertação).
No Ceará, nós recebemos poucos escravos africanos, durante os séculos 17 e 18, a maioria das pessoas que eram escravizadas eram indígenas, algo diferente do que ocorreu em grande parte do Brasil.
Em termos gerais, o Ceará teve muito poucos escravos. No final do século 18 haviam apenas cerca de 2 mil escravos, em uma população de 17 mil pessoas, por exemplo. Existem documentos da época que apontam a existência de 846 fazendas na província, mas apenas 491 delas possuíam escravos, o que demonstra que, por mais que tenhamos utilizado trabalho escravo, isso não era generalizado. E se nós pegarmos esses 2000 e dividirmos entre as 491 fazendas que tinham escravos, vamos ver que a média era e 4 a 5 por fazenda, o que demonstra que esta não era a principal mão de obra utilizada por aqui (é claro que é só uma média, possivelmente haviam fazendas - como esta que se tornou um museu - que se tinha vários escravos, encontra outras dezenas de fazenda possuíam só um - possivelmente uma mulher pra servir de criada).
O motivo disso pode ser atribuído à três fatores:
1- A colonização tardia do Ceará.
Enquanto Pernambuco, Bahia, São Paulo, etc, já vinham sendo colonizadas desde o século 16, o interesse no Ceará só vai aparecer no século 17, baseado na mineração de prata que não se mostrou frutífera. Depois, a colonização massiva só vai acontecer no século 18, e os governadores da província vão buscar fazer outro tipo de colonização (o pai do escritor José de Alencar, por exemplo, foi um dos governadores, e a colonização que ele impulsionou foi na forma de trazer famílias inteiras, em vez de somente os homens).
2. As reformas Pombalinas
Nesse mesmo século 17 aconteceu em Portugal as Reformas Pombalinas. O Marquês de Pombal fez diversas modificações nas estruturas de governança tanto lá quanto nas colônias. Umas dessas medidas foi a expulsão dos Jesuítas do Brasil.
Como os Jesuítas serviam como "protetores" dos indígenas, sem eles aqui, os colonos passaram a preferir escravizar os indígenas do que ter que comprar pessoas da África.
3. A economia do Ceará era baseada principalmente na pecuária.
Uma das nossas bases econômicas foram as "charqueadas" (produção de charque, carne seca), e esse tipo de atividade não é propícia de ser deixada nas mãos de um escravo, pois este fugiria com o gado (obviamente). Assim, aqui foi empregado principalmente o trabalho livre, e por isso é forte a cultura do Vaqueiro.
Assim, o Ceará acabou tendo um movimento abolicionista forte e se tornando um refúgio de negros que fugiam de outras províncias no Brasil (principalmente Bahia e Pernambuco). Isso fez com que em certas regiões já nem houvessem mais pessoas escravizadas nessa época.
Lá em Sobral, por exemplo, mesmo que não tenha libertado oficialmente os escravos antes de Redenção, já em 1862 não há registro de nenhuma pessoa escravizada, porém há muitos registros de negros livres. Um deles, por exemplo, foi o professor Manoel Gomes do Carmo. Ele foi o fundador da primeira escola regular (não ligada aos jesuítas) que houve em Sobral, e foi o responsável por alfabetizar e formar uma consciência comunitária nos negros de Sobral.
Existem outros exemplos curiosos também de resistência e luta (não necessariamente violenta) de escravizados aqui no estado. Havia aqueles que tinham, por exemplo, permissão de trabalhar na cidade e ganha rum salário, com este dinheiro eles acabavam comprando sua alforria, e uma vez livres continuavam trabalhando, juntavam dinheiro e compravam pedaços de terra, e até outros escravos, para depois lhes dá alforria.
Ao mesmo tempo, também existiram regiões onde ainda se mantinham pessoas escravizadas até mesmo décadas após a proclamação da República. Eu fiquei sabendo de alunos da escola profissionalizante de Itarema (orientados pelo professor Sitônio) de uma fazenda no município, na localidade de Patos, onde o proprietário ainda manteve gente escravizada até o começo do século 20, por exemplo.
Então, essa história de que o pessoal daqui vendeu os escravos lá para o sul, não tem fundamento. A história do Dragão do Mar é um exemplo disso. O seu movimento aconteceu em 1881, dois anos antes de Redenção libertar os escravos (e 3 anos antes do Ceará fazer o mesmo).
O contexto da greve do dragão do mar é a lei Eusébio de Queirós de 1850.
Antes disso a Inglaterra havia aprovado a lei BIll Aberdeen, que permitia que ela interceptasse e afundasse navios negreiros que pegavam pessoas na África para serem vendidas na América. Isso forçou com que o comércio de escravos passasse a acontecer só internamente, com pessoas negociando com fazendeiros de outras regiões.
Agora, como o Ceará teve muito poucos escravos desde sempre, aqui não era a principal fonte. E esses escravos levados pro sul eram principalmente de Pernambuco e Bahia (que foi onde começou a colonização brasileira). A recusa do Chico da Matilde (Dragão do Mar) só teve sucesso por haver uma população que era fortemente contra a escravidão.
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fontes:
* AS ORIGENS DA ESCRAVIDÃO NO CEARÁ (Pedro Alberto de Oliveira) - Revista do Instituto do Ceará, ano 1979 [t. XCIII : 325-338]
* NEGROS NO SERTÃO DO ACARAÚ - SECULO XVIII (Raimundo Nonato Rodrigues de Souza) - VI Simpósio Nacional de História Cultural
Escritas da História: Ver - Sentir - Narrar
* NEGROS NO CEARÁ (Eurípedes Funes) - texto do livro "Uma nova história do Ceará" da editora Demócrito Rocha (O Povo)
2.000 escravos e vc acha pouco? 1 escravo já seria demais vc não acha???
Vc viu os métodos de tortura! Imagina vc sendo torturado! Acha pouco 1 escravo?
@@duducarvalhooficial Desculpa, eu não quis atingir sua sensibilidade, mas só explicar esse pioneirismo do Ceará.
Por exemplo, em Pernambuco haviam, nessa mesma época, 20 mil escravizados, dez vezes mais do que havia aqui. Só pra gente ter uma noção, a população da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outros, era basicamente só formada de pessoas escravizadas nessa época (brancos eram minoritários)
Isso não tira a culpa e a imoralidade das pessoas e grupos que utilizavam a mão de obra escrava, mas só demonstra que no Ceará, a maior parte das pessoas não eram inclinadas a terem escravos.
Como se pode notar, a maior parte da população cearense é formada por indígenas aldeados e cristianizados pelos jesuítas, e a presença da cultura afro é menor em comparação com outros locais no Brasil. A cultura mais marcante é a do vaqueiro, criador de gado e andarilho dos sertões.
Como os indígenas não praticavam a escravidão e a cultura de gado também não é propícia a esse tipo de exploração, então a nossa sociedade praticou pouca escravidão em comparação com outras províncias, e a posição majoritária do povo foi a de se opor.
A greve liderada pelo Dragão do Mar, Preta Simoa, entre outros, não foi um sucesso se antes já não tivesse um povo majoritariamente a favor daquilo.
Muita gente no Ceará pensa que o título "Terra da Luz" é devido ao sol que reina o ano inteiro, porém é devido, justamente, a essa característica abolicionista que nós tivemos.
Isso é marcado de diversas formas, e Fortaleza, por exemplo, é cheia de ruas e equipamentos que homenageiam essas pessoas.
Um exemplo é a própria Avenida da Abolição, que é explícita, mas há outros que passa batido até pra quem é do Ceará.
Por exemplo, saindo de Fortaleza em direção à Caucaia nós pegamos a Avenida Bezerra de Menezes, que homenageia um abolicionista. Há um bairro chamado Rodolfo Teófilo, que homenageia outro abolicionista. Há o centro cultural Dragão do Mar.
O carnaval cearense, em vez de imitar o carnaval vitoriano inglês (como é feito no Rio e São Paulo) é marcado pelos maracatus, que são manifestações da cultura negra e indígena do estado.
Além do Ceará, outra província que libertou os escravizados antes, foi o Amazonas (em julho de 1884). E lá houveram greves semelhantes a do Dragão do Mar, e existe uma relação muito próxima entre os dois estados, primeiro devido à marcante cultura indígena e depois pelo fato de que a colonização massiva da região se deu no ciclo da borracha (próximo a esses eventos) que levou muitos nordestinos, principalmente cearenses, para trabalhar na exploração do látex.
Muito triste, como pobre um ser humano fazer tanta maldade para um outro ser da mesma espécie.
🥲
Essa cidade fica a quantos km de Fortaleza??
55 km
Sobre a libertação dos escravos, nao foi algo perfeito, mas foi algo necessário. Muito pior seria se não tivesse ocorrido a libertação.
Com certeza foi necessário! Mas acho q os “libertadores “ não deveriam ser adorados pq não foi algo que eles queriam fazer!
No Ceará a abolição foi em 25/03/1885. Em redenção não sei a data.
Redenção 01/01/1883
Faltava muito poe muito nisso ainda bem que parou !
Melhor nao arrisca nao saude tudo !