No golpe, meu pai era do Sindicato do Bancários de Recife e frequentava as reuniões que tinham, em paralelo, do PCB. Meu pai foi levado ao DOPS e enquanto isso meu avô, que morava na periferia de Olinda, passou na minha casa e recolheu todos os livros do meu pai (Marx, Engels...etc). Ele não teve esse dilema dos livros do ISEB... Queimou tudo. Dias depois, os agentes passaram na minha casa e fizeram a revista geral. Meu pai não foi expulso do BB porque meu tio era Deputado Federal pelo Amazonas. Mas Nestor Jost, presidente do BB, mandou meu pai para o interior da Paraíba para trabalhar fechado e isolado dos demais funcionários. Eu tinha um ano de idade, quando ele abandonou o banco e foi reiniciar a vida estudando para passar em medicina e virou médico sanitarista, sempre trabalhando com saúde pública. Foi um transtorno nas nossas vidas, mas acabou bem...
O grande merito do filme: 1. Adaptar muito bem uma obra literária para o cinema. Uma obra sensivel de quem fala sobre sua familia! 2. E mais importante, mostrar uma familia "de bem", branca, levando um golpe gigantesco de um "desgoverno paranóico". Eu nem consigo passar perto de imaginar a dor pelo que passaram. 3. Tratar com muita delicadeza da dor de uma mulher pra enfrentar tudo e ainda transformar em mais amor e cuidado nao so com os filhos mas com o país.
Também senti falta de saber o que aconteceu com Zezé... chorei porque Zezé era uma irmã querida, vários momentos elas trocam olhares de cumplicidade, e ela teve que ficar para trás, no vácuo, no momento de tanta dor! 😢😢😢
Esqueceu de falar sobre a ambientação e fotografia do filme É sensacional, a montagem e filtro usados no filme são muito bem feitos, ele é bonito e remete a "uma viagem no tempo" para o anos 70 Esse tipo de qualidade técnica contribui muito para os prêmios que o filme tá concorrendo
O filme é muito bem feito e emocionante, não tem jeito. Muitas performances boas também. Dois problemas que eu queria destacar, um mais superficial e outro mais sério, são: 1, tiveram performances ruins que estragavam o clima (os agentes que ficaram na casa deles, o guarda que tava meio preocupado com a Fernanda Torres e alguns outros); 2, o cinismo de ter a rede globo produzindo e lucrando com esse filme sabendo o papel deles naquela época.
1) Sério que tu achou ruim? Eu achei essas performances muito boas e angustiantes. Os agentes na casa dela com aquelas caras de capangas de um violão do batman. Até mesmo o soldado que acompanhava ele, genuinamente me vendeu a ideia de um MLK sendo só um cachorro dos milicos. 2) Acho meio incontornável esse movimento. Igual a wolkswagen fazendo comercial com a Elis. Toda corporação hoje em dia vai tentar apagar o passado com teatrinhos pífeos: "olha como nós estamos criticando o passado" sem nem sequer dar dignidade outras vítimas que ela acaba sendo responsável direta ou indiretamente.
Concordo com o comentário do Jones. Amei o filme, grandes interpretações mas cheguei às lágrimas quando a Fernanda mãe apareceu. Majestosa interpretação. Filme imperdível 👏🏽👏🏽👏🏽❤
Assisti esse filme ontem, moro no estado mais conservador do Brasil, a maioria aqui em Vitória votou em candidatos de direita. Quando entrei na sala de cinema, fiquei chocada pois estava lotada, tive uma alegria no meu peito. Ao decorrer do filme, tive um misto de emoções. E no final, quando as fotos foram passando e a música final passou a ser tocada, as pessoas desceram em silencio, vi que em alguns lugares as pessoas bateram palmas no final, aqui eu senti que o silencio foi um silencio de reflexão e admito que ao final, fiquei com um gosto agridoce na boca. Inclusive, fomos eu e meu marido, levei meus dois pais que eram crianças na época da ditadura. E fiquei pensando na família da minha mãe, até refletimos na volta como teria sido pra familia dela, ja que ela é carioca, tinha varios irmaos e viviam na zona leste do rio, ela se perguntou o que teria acontecido se meus avós, pessoas pretas, tivessem passado por isso, de fato seria de uma forma bem diferente. Obrigada por suas considerações e pontuamentos Jones! Certamente são questões para refletirmos. Apesar de tudo isso, foi um ótimo filme. Recomendo a todos, um grande abraço ❤
Na mesma época da morte de Herzog, morreram executados Manuel Fiel Filho, sindicalista do PCB e Santo Dias da Silva do Movimento Custo de Vida. Poderiam fazer filmes sobre eles e sobre Irma Passoni líder do MCV.
Eu nasci em plena ditadura civil-militar. Meu pai também foi preso pelo DOPS de Belo Horizonte. Os policiais civis ameaçaram torturar meu pai no pau de arara, para que ele informasse o paradeiro de um conterrâneo nosso, envolvido em esquema de fraude de seguros. Gente, meu pai era um simples trabalhador semi alfabetizado, íntegro, com seis filhos pequenos pra criar, sem tempo de se envolver em política e não tinha ideia do que o conterrâneo nosso andava fazendo da vida. Meu pai passou quase 24 horas sendo interrogado e ameaçado, sem direito a um advogado. Eu fico imaginando se as coisas tivessem dado errado naquele interrogatório. O que seria da nossa pobre familia se meu pai tivesse "desaparecido".
Eu morava no subúrbio do Lobato, em Salvador e minha irmã foi presa e torturada. Meu cunhado foi assassinado. Mas, ali no subúrbio, ninguém imaginava o que acontecia. Muito alheanento.
Segundo saiu em sites sobre o filme, a Eunice teria entendido que a violência estatal que a família dela sofreu era a mesma aplicada diariamente nas periferias e contra os indígenas. Por isso, ela teria de engajado na defesa de direitos humanos. Pena que o filme não aprofundou muito esse aspecto.
@@s.rabbit7592 Exatamente e esse é uma das minhas maiores críticas sobre o filme. O segundo ato escolhe não trabalhar esse aspecto da vida de Eunice e esse é o momento mais despolitizante da obra.
sim, ela, branca salvadora, se deu para a luta dos indígenas. é um gesto nobre, mas vai a construção do filme partir da mão de um salles, ela vira a branca salvadora...
Porra! Saí com o o mesmo incômodo do Jones. Inclusive, como não tenho o mesmo nível de conhecimento, fiquei pensando se o combate à ditadura teria sido um movimento só da classe média, visto que majoritariamente é retratado apenas dessa perspectiva. Obrigado pelo vídeo, Jones!
Acredito que era pq a classe média tinha mais conhecimento . Eu tenho 62 anos e nao percebia esse movimento pois morava e moro em uma C idade pequena e em bairro pobre.
Não era só da classe média, mas ela tinha certo protagonismo por ter acesso à mídia, meios de informação e cia, mas veja o filme "Linha de montagem" (da greve do ABC dos metalúrgicos, o Lula daquele tempo era outro), era movimento de "peãozada", apesar de que os metalúrgicos eram a "elite" do "operariado" no país (ganhavam melhor que a média, eram mais organizados). A memória da ditadura militar é majoritariamente contada pela classe média, esse é o problema (vi vários relatos acima de gente do povo citando perseguições mas não colocaram isso em papel, pra memória). A aglomeração das Diretas Já! (1984) era um movimento popular, apesar de puxado por setores da classe média (era mais "festiva" na época, é melhor uma classe média festiva que essa porcaria atual).
Não existe resistência popular sem apoio de setores do exército. Se a Rússia dependesse de estudantes, jornalistas e artistas pra fazer a revolução e lutar contra os fascistas, até hj os Romanov estariam no Kremilim.
Exatamente! Parece que as classes populares, as pessoas negras, indígenas, não fizeram nada nessa época. E, sinceramente, parece que só a classe media "vivenciou esse momento horrível" de nossa história..
Tudo no corte final de um filme é intencional. O cineasta fez questão de marcar esse contraste de classe entre a família protagonista e sua empregada. Incluindo um artifício estético bem sagaz: a família rica intelectualizada ouve seus discos de artistas 'cult', nacionais e estrangeiros, a empregada aparece no seu quartinho passando roupa e ouvido Roberto Carlos no rádio. Roberto Carlos que fazia música popular de fato, era bem quisto pelo regime, e seu trabalho era tachado pejorativamente pelas classes altas como "música de empregada". (Toca Roberto Carlos de novo quando ela liga o rádio do carro, indo embora do Rio de Janeiro, quando ela muda de estação para abafar as notícias da ditadura)
@@dsimao pensando desse jeito qualquer novela da globo que a única personagem preta trabalha como domestica/porteiro/feirante a gente pode dizer que tudo bem pq quem produziu tá fazendo uma criticia intencional através de um contraste, e vc há de concordar que nunca é esse o caso
@pedroaleb não, porque a cena está num contexto. E mencionei algo concreto (e até óbvio): no espaço limitado de um filme, o autor fez uma escolha que provocou a reflexão sobre luta classes do jones. Podemos passar o resto da vida especulando as intenções do autor. Não falei em crítica, mas sobre essa parte, a minha interpretação é que ele quis provocar essa linha de pensamento, pois tem tanta coisa na história dos Paiva, que seria até mais facil abstrair essa relação. E teria infinitas opções para representar o ambiente doméstico com ou sem a personagem da empregada, incluindo a forma caricata típica de novela que você mencionou. E eu entendo que ele escolheu outro caminho.
Sim, o filme mostra como eram, e ainda é, as relações de patrões e empregadas, mesmo em uma família com consciência social, como deveria ser aquela. Mas, assim como o Jones, enquanto via o filme eu também pensei em como seria a vida da Zezé naqueles tempos. Também fico pensando se o livro que deu base ao filme, que não li, aborda essa relação.
@monicagiannini5754 eu também acho que falta contar mais histórias de quem não era classe média/alta branca zona sul carioca, como o Jones exemplificou com o Eduardo Coutinho. Isso é uma questão para além desse filme, não faz sentido ele expiar todos os pecados do audio visual brasileiro. Tem umas criticas que soam, tipo: "porra, fui ver o filme do Rubens Paiva o diretor passou 2 horas contando a história do Rubens Paiva" (E por falar nisso, a rádio novelo pegou esse gancho do Jones no novo podcast, uma pena que é exclusivo do Audible)
O Homem que Virou Suco (1980). Eu acho que esse filme sim que trata sobre questões como favelização, repressão policial no sentido geral, repressão policial no sentido específico, se tratando de retirantes nordestinos que vieram para o sudeste, isso tudo dentro do contexto da ditadura. Tem no YT e sempre passo pros meus alunos do 7°ano
Perfeito . Bem lembrado . Existe na cinematografia nacional filmes que falam dos pobres nessa época sim como esse que você citou. Também cito Eles não usam Black tie. A cena final é belíssima e na morte de um personagem a polícia fala ao atirador : acerta aquele negro ,isso em meio ao movimento grevista sendo reprimido pela fábrica
Assisti uns dois vídeos da Vera Lucia Paiva, a veroca, e ela pontua que a história do pai dela é fácil de ter alguma memória, pois é de um engenheiro, bem ambientado, ex deputado e que existem histórias que não são contadas (faz até uma reflexão e compara ao do caso Amarildo). Gostei dessa lucidez dela em relação a isso. De resto, a parte da Zezé me incomodou também
Tbm assisti e achei foda. Mas não chegou me incomodar a Zezé pelo fato de ser um filme biográfico e aquilo ser o retrato habitual de uma família de classe média alta.
O filme é comovente com atuações e direção incrível. Mas é mais um filme construído a partir da memória liberal conservadora que triunfou no espaço público. Memória que legitima a ideia de resistência da imprensa liberal, da OAB e condena a luta armada, sem nomear os responsáveis pela ditadura.
Excelente colocação Angela. É que essa é a memória que a Globo está disposta a financiar, ao mesmo tempo que apaga a sua participação nesse episódio de nossa história.
Digo mais tbm me incomodou o fato de parecer que o exterior, Estados Unidos e Inglaterra, condenavam o regime sendo que muito do dinheiro que financiou a ditadura militar veio justamente desses dois países.
Não. O filme mostra a perspectiva da família e como pessoas que não estavam em lutas também foram atingidas! Não entrem em extremismos que parecem conspirações. Saiam dessas bolhas de extremismos.
Também fiquei com essa mesma sensação de invisibilidade das classes mais baixas, mas compreendo que não era o foco do filme. Precisamos de contar a história por esse lado também. De qualquer maneira é um filme potente e comovente sobre esse período sombrio. Me deixou refletindo bastante.
Jones, o filme-documentário "Cabra marcado pra morrer" traz a perspectiva dos camponeses na época da Ditadura. É um filme que realmente traz a perspectiva dos pobres do campo.
Olá, camaradas. Gostaria de compartilhar com vocês a experiência da minha família, porque essa temática me toca muito. Como era e segue sendo comum em muitas famílias paraguaias, os meu avôs imigraram para Buenos Aires nos anos 50 para trabalhar em fábricas e/ou em trabalhos domésticos. Passaram por muitos perrengues até que o meu avô conseguiu um trabalho numa fábrica de perfumes, onde se sindicalizou pela CGT e se tornou peronista. Pouco tempo depois, em 1955, ocorreu o golpe militar que culminou no bombardeio da Praça de Maio e na instauração de uma ditadura militar que governava em coalizão com setores liberais da oligarquia argentina. Com o Perón e os quadros do Partido Justicialista no exílio, a perseguição aos sindicatos e o fuzilamento de companheiros peronistas, comunistas e anarquistas, não restou outra alternativa ao meu avô que voltar ao Paraguai. Voltando ao Paraguai, conseguiram se assentar num lote de 10 hectares e começar uma vida como agricultores. Alguns anos depois, com a volta do Perón a Argentina, a minha tia mais velha voltou a Argentina e passou a militar no Partido Comunista. Paralelamente, no Paraguai de Stroessner, o meu avô e seus irmãos passaram a ter vínculos com grupos da Teologia da Libertação e do Movimento Colorado Progressista. Em 1970, o meu avô é preso por ter participado da fuga do inimigo número 1 do Stronato, o médico e militante Augustín Goiburu. O lote da minha família é reduzido a 3 hectares devido ao envolvimento da família com "atividades subversivas" e os meus avôs passam a ser acompanhados por agentes da polícia secreta. Poucos anos depois, minha tia é presa na Argentina por sua militância no PCA e suposto envolvimento com os Montoneros. Em sua prisão, os milicos deixaram claro que tinham todos os detalhes sobre a minha família e que se comunicavam com a polícia paraguaia. Valente, não entregou ninguém e resistiu as barbáries dos porões. Passou um tempo presa e foi solta numa troca de presos. Poderia continuar a história, mas o meu ponto ao narrar esse relato era dizer que tenho profunda tristeza em ver o apagamento das histórias das lutas operário-camponesas da América Latina contra a Reação e o Imperialismo. Infelizmente as narrativas e relatos sobre desaparecidos e presos políticos no Brasil tendem a estar muito focadas em histórias das camadas médias urbanas intelectualizadas. Para que a nossa luta por memória e justiça seja de fato popular e transformadora, é preciso denunciar as atrocidades do terrorismo de Estado praticado pela Ditadura Empresarial-Militar contra o campesinato, as populações indígenas e o povo negro das periferias! O Estado terrorista de 1964-1985 ceifou vidas de operários/as, camponeses/as, artistas, intelectuais, jornalistas, estudantes, além de ter genocídios contra povos indígenas e quilombolas. Temos de ter isso em conta, se não caímos na perspectiva liberal sobre a resistência a Ditadura. Um abraço, camaradas !
Eu era criança nos anos da ditadura. Minha mãe era empregada doméstica. Minha mãe não era politizada, não sabiamos dos desaparecimentos dos politicos. Ouviamos muito samba, tinhamos festas em casa todos os finais de semana. A primeira vez que ouvi a palavra "corrupção" foi na infância quando adultos se referiam a Delfim Neto. O governo estava contratando funcionários para trabalhar em Brasilia e distribuiria apartamentos para quem fosse contratado. Essa é toda a minha lembrança sobre política durante a minha infância. .
Em falar nele, esse cara ja foi de base, o Delfim Neto ... Agora isso q vc falou me fez lembrar um coisa, minha mãe passou boa parte da adolescência dela e o início da vida adulta morando cm a tia dela (minha tia vó) e minha mãe fala q a tia dela nunca gostou de falar de política em cs, ela diz q sempre q alguém começava a falar de política ela já cortava pq se incomodava cm isso ... Ou seja, a tia dela e muitas outras pessoas comuns até poderiam ser despolitizadas, mas elas sabiam q nn podiam falar de política pq se nn podia acontecer alguma coisa ruim cm elas ... Medo generalizado né
@@gustavofernandodejesusmira1701 era um comportamento padrão na ditadura, o silêncio, "não fale de política pq pode dar problema", vem desse período (e perdura até hoje pelo visto, é só ver o medo de uma turma remanescente da ditadura no governo Bolsonaro, medo irracional), apesar de que isso é reflexo mais da coerção (ameaças) do governo que propriamente da ditadura em si (a da Argentina aparentemente foi mais violenta, matou mais em tempo menor, mais de 30 mil) a menos que faça um levantamento mais apurado (pralém daquela "Comissão da verdade"), só que a repressão policial nas periferias não é retratada (até hoje) como fruto da ditadura e é.
@@robertolucena9253 pra vc ver como a ditadura deixou resquícios até hj na nossa sociedade, a minha tia vó até hj nn gosta de falar de política, se tu for na cs dela hj e for bater um papo cm ela, se por algum motivo a conversa for parar em política, ela vai mudar de assunto ou vai desconversar kkkkkkkkkkkkkkk
@@gustavofernandodejesusmira1701 é resquício da ditadura militar sim, e sua tia não é caso isolado (antes fosse), eu tenho parente (tia tb) que repete esse comportamento sem nem ter tido rebuliço político algum em família (parte paterna é mais refratária, sensível a isso, ao discurso de medo) tentando me calar (essa tia é "lulista" até o talo, da ala das beatas do Lula, é o apelido que levam) por sequer tolerar divergência ou um medo profundo da realidade, resquício da educação que tiveram e pegaram o período da ditadura e não superam isso até hoje, mesmo não sendo gente politizada à época. É duro, mas o país até hoje não superou esses danos e legados da ditadura (ingerência dos EUA no país, a de primeiro grande vulto). Veio gente dessa turma "lulista" naquele showmício de Bolsonaro, num dos 7 de setembro que ele ameaçou golpe em Brasília, tava surtando no Messanger com medo de golpe (de verdade), uma senhora (depois que passa o medo esse povo começa a te destratar, como se vc não existisse), eu disse pra ela ficar calma que tem muita bravata naquilo, pq até pra dar golpe de estado o sujeito tem que ter uma vontade fora do comum pra coisa, e Bolsonaro tem uma "preguiça"... (embora no entorno dele tenha gente mais afoita pra coisa).
@@gustavofernandodejesusmira1701é resquício da ditadura sim, e sua tia não é caso isolado (antes fosse), tenho parente (tia tb) que repete esse comportamento sem nem ter tido rebuliço político algum em família (parte paterna é mais refratária, sensível ao discurso de medo) tentando me calar (essa tia é "lulista" até o talo, da ala das beatas do Lula, é o apelido que levam) por sequer tolerar divergência ou um medo profundo da realidade, resquício da educação que tiveram, pegaram o período da ditadura e não superam isso até hoje, mesmo que não discutissem política à época.
Gostei da crítica, mas ainda vou ver o filme rs Cabra marcado para morrer, O homem que virou suco e Pixote, todos feitos já na fase final da ditadura, é um bom ponto de partido para uma visão mais do pobres da época.
Muito importante a sua fala Jones Manuel que começa nos minutos 9:57 . Hoje falando com meu irmão sobre o PCBR ele disse a famosa frase "Partido é tudo a mesma coisa, só querem chegar no poder/governo e se vender pra passar a roubar também porque se não vai acontecer o mesmo que aconteceu com Mariele Franco"! E para alem de ver seus atos, essa sua fala mostra totalmente o contrario!💪🏿✊🏿
Existe muita coisa envolvida em nosso gosto pessoal pela cultura. Memória emotiva, o meio em que vivemos, hábito em determinadas estéticas etc. Para uma pessoa extremamente habilitada com a estética rápida, às vezes é difícil estar satisfeito com um filme com mais detalhes. Comentário apenas para complementar. Não é crítica. Vou ver na próxima semana e já sei que vou me emocionar pois vivi nas duas últimas décadas da ditadura, sou filha de assistentes sociais e lembro do peso de certos silêncios. Marcelo Paiva foi um dos autores que marcaram a minha adolescência.
Gostei muito da tua reflexão desencadeada pelo filme e para além dele. Não considerar os esquadrões da morte como assassinos políticos e nem o genocídio do povo indígena é uma forma de reduzir o alcance do mal causado pela ditadura e da violência da sua atuação. No fim fica parecendo que era tudo normal exceto por conta desses artistas bicho grilos da época e alguns jornalistas e políticos assassinados. Eles, os pró ditadura, faziam e fazem valer aquela máxima estúpida da ditadura: Brasil, ame-o ou deixe-o para aquele pessoal exilado ou autoexilado.
Eu estudo cinema e sou Produtor Audiovisual. E quando terminei de assistir esse filme lembrei logo do debate que o Jones sempre mencionava sobre passar a limpo o legado da ditadura empresarial militar e o filme termina com essa mensagem enquanto o governo atual elogia pessoas como o Delfim Netto (Patriotismo Sem O Povo). E por esse ponto o filme é brilhante. Descordo de um ponto apenas em relação ao filme, pois uma das cenas iniciais mostra um certo nível de represália que essas pessoas de classe média sofriam em blitz policiais em um túnel no Rio, óbvio que não deveria ser tão forte quanto as represálias nas favelas e na classe trabalhadora, mas o clima de tensão da época é meio que instaurada. Mas a estética cinematográfica do filme e a mise-en-scène são perfeitas, as cenas se desenrolam de uma maneira tão orgânica e natural que dá uma angústia sinistra até o momento aonde o Rubens Paiva é levado pela policia e a resolução sem uma "conclusão" por parte dos órgãos públicos sobre o que aconteceu com ele e a passagem do tempo mostrar que décadas passam e mais esquecido fica esse passado sinistro. Nisso, o filme é uma obra-prima e o cinema brasileiro necessita muito de filmes assim. Fui militar por 4 anos, de 2009 à 2013 e dentro do exército, e nesse período em nenhuma vez tivemos uma aula de história sobre o nosso passado. Sem consciência de classe, jovens brasileiros entram no exército e podem sair tão alienado, como eu, sobre a Ditadura. Excelente análise Jones rs assisti todos os seus vídeos. Note o cinema nacional rs.
Jones, muito boa análise, inclusive por conta da sempre invisibilidade da classe trabalhadora na história. Apesar de algumas conquistas e tentativas de tratamento do abismo da desigualdade social, a questão é que a vida dos pobres não teve mudanças significativas antes e depois da ditadura. Talvez por isso a dificuldade em retratar este cotidiano. Nasci em 1971, filho de um pernambucano motorista de ônibus em São Paulo que, como muitos, temia pelo perigo que os militares, representados pela polícia provocavam na população (como até hoje se teme), mas isso na época não tinha muita ligação com os aspectos gerais da política na ditadura. Concordo que esse é um desafio a ser tratado para demonstrar as consequências da ditadura com o aprofundamento da desigualdade social.
Jones, concordo mais uma vez c você e é difícil eu concordar sobre filmes . Parabéns pela comunidade que criaste aqui no canal, ótimos comentários e pessoas interessadas e curiosas nas discussões que tu aborda 👏
Lembro que na cidade que cresci tinha toque de recolher as 23:00. Quem fosse pego na rua e não tivesse justificativa tipo trabalho ou doença, era levado para delegacia. Tinha patrulha da PE - Polícia do Exército. Mas o detalhe é que só acontecia nos bairros pobres.
Concordo com você! Eu gostei muito do filme. Nada que aquela família viveu foi justificado e deve nos indignar a todos. Mas a perspectiva classe média alta, com suas facilidades e benesses saltam aos olhos, pois os pobres, passam como figuras que apenas constam nessas narrativas, como decorrências dessa elite que sofreu. E, de modo geral, quando temos retratações dos favelados, periféricos e afins, não nessa obra, mas em muitas outras, tenho a sensação de um essencialismo esteriotipado, como caricaturas. Creio que precisemos sim relembrar a ditadura, as violências, mas de pontos de vista diferentes. Inclusive, pois criar empatia e identificação precisa ter esse horizonte de classe.
Muito bom! Gosto demais quando você traz a disputa pelo desencarceramento em massa, e as violências que não são consideradas violências. Acolhimento e Revolução ✊🏽⚧☭
Fui assistir hoje, o filme me deixou com um nó na garganta enorme, extremamente forte e o melhor filme que vi esse ano. Aproveitei pra comprar uns livros que vc sempre fala sobre aqui no canal pra começar minha empreitada na literatura revolucionária 😌
Palmas pra Fernanda Torres, mas tbm foi bravo demais a atuação de Fernanda Montenegro: sim, ela não falou no filme e sua atuação foi rápida ... Mas, Pqp ! Essa mulher deveria levar Oscar só pela expressão ! Ela consegue "dizer tudo" sem dizer uma palavra ! Extremamente impactante o que ela transmite mesmo em silêncio !
No livro há alguns detalhes que talvez alcance um pouco dessa visão que você colocou, Jones, não no sentido de que se fala da vida do trabalhador mais simples, mas no sentido do Marcelo refletir a respeito: há momentos em que ele faz reflexões sobre isso, e um bom exemplo é de muitos militantes que estavam em uma situação diferente da do pai dele. Achei um bom livro de história do Brasil (com elementos de História mesmo, como documentos oficiais da Comissão da Verdade e do Ministério Público), mas também literário, dado que o Marcelo é um dos nossos excelentes escritores (e creio que essas reflexões que tocam as vidas mais encobertas pelo protagonismo de grandes figuras e instituições que dão o valor das letras). O filme mostrou menos a violência cometida pelos militares também, e no livro essas atrocidades aparecem; narrar as cenas de tortura do próprio pai, também segundo documentos históricos, mas recorrendo à memórias da infância e adolescência, transmuta tudo em arte, e a gente lembro que é de fato um escritor que está ali "atrás da máquina". Enfim, apenas contribuindo com sua percepção, símil a minha, mas da perspectiva do livro. Acho que isso que você colocou, alguns autores na nossa literatura exploraram, como Luiz Ruffato, cujo trabalho sou apaixonado, e junto dele, nomes como Roniwalter Jatobá e Oswaldo França Júnior também, focaram bastante no trabalhador, operário e precário. Abraços!
Acabei de assistir e gostei, mas como aconteceu com uma família rica, que morava de frente para o mar do Leblon, fica difícil se identificar, qto mais o povo. Tinha só dois personagens negros e até colocaram um menino negro brincando com Marcelo, mas parecia mais um menino de Projac, ficou artificial. A participação da Fernanda Montenegro é esplêndida e é super importante resgatar essa história para as novas gerações. Dito isso, acompanho Marcelo desde "Feliz Ano Velho", nos anos 80, e também assisti ao filme sobre o acidente dele com a Malu Mader e o Marcos Breda. Na época não fazia ideia da tragédia que ele tinha vivido criança com o sequestro e assassinato do pai. Só quando saiu na Veja a capa sobre o desaparecimento do Rubens Paiva que liguei as pontas soltas. Mas em relação ao filme, a história da Zuzu Angel achei bem mais impactante, apesar de também ser elitista. Mariguela não gostei não. Ficou bem superficial a construção do personagem.
Eu fiquei pá com a personagem Zezé, que cuida da casa e das crianças. Ela cuida de todo mundo e usa o próprio salário pra manter tudo em ordem, e depois a Eunice só acerta com ela depois de vender aquele terreno, e a Zezé some :(
Eu senti que a Zezé era um personagem meio deslocado, pq o filme tem uma produção e roteiro tão bons, mas ela é retratada e tratada como uma empregada de novela ou de alguma globo chanchada qqr. Ela é quase que um objeto no filme
Me incomodou também. Fiquei perguntando: para onde ela foi? Ela tem família? Como ela foi parar ali? Eles mantinham o contato depois? Ela arrumou um emprego? Ela arrumou um emprego sem estar morando na casa do patrão?
Jones, nesse livro responde essas perguntas. Vi o filme e essa questão também me fez pensar. Seria tão interessante um filme do livro Quarto de Despejo...
Esse livro eu li tanto que sei passagens de cor. Outro que eu já li inúmeras vezes. O cortiço. Primeiro li por obrigação. Hoje eu releio para compreender como o processo de favelização aconteceu no Rio de Janeiro.
@@plantascia2845, Carolina de Jesus comprova uma máxima de Ernest Hemingway sobre a arte da escrita: "Escrever ou é fácil ou impossível." Grandes escritores como ela nascem prontos.
O filme O Menino e O Mundo é único pra mim que consegui contar o dilema da classe trabalhara, um filme tão magico tão lindo que consegui contar a história de um trabalhador desde do campo até o meio urbano com único personagem. E como esse trabalhador analfabeto viu a ditadura militar e como ele passou por ela.
Jones, que análise fodaaaa ein camarada!! Como é bom te ouvir, sua voz é mais que necessária pra levantar os debates que ninguém mais aborda. Admiração total!!!
Durante a ditadura meu pai era um metalúrgico. Um dia , ao sair da empresa, um colega de trabalho foi caminhando com ele. O colega estava revoltado com as condições de trabalho, o salario entre outras coisas mais... e falava, falava sobre suas revoltas. Meu pai percebeu que um cara os acompanhou do momento em que eles sairam da fábrica até um determinado ponto, ouvindo suas conversas. Ficou atento e receoso enquanto o companheiro falava. Até que, na interpretação do meu pai, o cara que os acompanhava à uma leve distância, com seu sobretudo e mãos nos bolsos, deve ter chegado à conclusão de que naquelas falas não havia "perigo à ordem" e que estava apenas diante de um "pobre diabo reclamão" e foi embora, deixando os dois seguirem seus caminhos... Foi isso que ele me disse quando um dia perguntei sobre a ditadura!!!
Excelente análise, Jones, tive percepções semelhantes ao assistir o filme e concordo plenamente quanto a ditadura ter acabado apenas para a classe média brasileira.
Jones. Na luta pelo fim da escala 6 por 1, tem que ficar claro que é SEM REDUÇÃO DE SALÁRIO!!!!! A direita tá tocando o terror, dizendo que com a redução da.jornada de trabalho, o salário vai diminuir. Tem trabalhador desesperado com isso.
@@elizabarbs tem no YT, só colocar pelo nome do documentário. "O dia que durou 21 anos" é sobre a ditadura brasileira, a ascensão, a desestabilização do país promovida pelos EUA.
Fui assistir semanas atrás e fiquei surpreso com a qualidade da obra. Os cenários de época, os figurinos, os automóveis antigos, a trilha sonora... tudo perfeito. Um filme nacional que vale a pena (:
assisti o filme na terça a sensação do vazio instaurado após a sessão foi assustador, não sabia como categorizar o filme. A memória tem que ser relembrada para não ser esquecida, a arte por sua vez faz isso com maestria deixando o sentimento da indagação e permitindo que quem assista reflita sobre o acontecimento e busque lembrar o que foi o AI-5.
Na verdade eles não usam black tie foi feito antes da ditadura militar, em 1958 durante o governo de JK, mas se não me engano eles mudaram o ano no filme.
@@Luizatonete A Ditadura Militar se aprofunda em 69-70 no governo Médici. Porém, a Ditadura existe desde a Era Vargas. Na década de 50 é um cenário pós-Gaspar Dutra, este que também era ditador, então é coerente falar de Ditadura em "Eles não usam black-tie", aliás, filme estupendo, maravilhoso.
Rapaz, muito bom! Zeze é uma personagem que encontra-se histórias muito parecidas com moradoras de rua. Em Juiz de Fora tem um grupo que reune entrevistas e histórias de moradores de rua. E tem história de pessoa que ao sair da família não tinha outra família para onde ir, já que sua morada, convivência e etc era dentro da casa que trabalhava. Esse incomodo é uma pérola que precisamos entender.
Sua fala pode ser polêmica, mas fez muito sentido pra mim. A ditadura não foi percebida pelas classes populares porque ela nunca deixou de existir nas periferias.
Jones, tem o documentário "Camponeses do Araguaia - a guerrilha vista por dentro", que retrata a visão dos camponeses sobre a guerrilha no Araguaia. É bem interessante!
Esse incômodo que o Jones sentiu sobre a Zezé, eu também senti Na hora eu só me questionei isso, a família dela, o que ela deixou e para onde ela foi depois... O Josué de Castro fala, e fala muito bem, sobre a fome nessa época.
Meus avós e tios moravam em Sapé-PB na década de 70. Sapé foi a cidade que sediou o Ligas Camponesas. Minha avó trabalhava nos Correios e meu avô trabalhava em uma empresa de fora do estado. Meus tios vieram "saber" da ditadura quando ela estava chegando ao fim. Mas acredito que meus avós tiveram contato direto com colegas presos, reprimidos principalmente por terem suas famílias ligada ao trabalho rural. Já tentei levantar as lembranças dos meus tios por essa época, mas não se lembram. Meus avós morreram bem cedo 🤨😥
Jones, gostaria muito de vc e o público assistissem o documentário "Tear" que foi base para o Livro "Memórias da Moscouzinho: os tecelões de Santo Aleixo e a liderança de Astério dos Santos" do Felipe Ribeiro professor da Uespi. Tem no TH-cam. Ele fala sobre o período da ditadura, com relatos de trabalhadores que passaram maus bocados nesse período.
หลายเดือนก่อน
Compartilho totalmente de sua visão, Jones! Filme fantástico!
Uma outra coisa que me incomodou além da Zezé, foi o uso um tanto estranho do militar que ajuda ela. Adicionar um personagem nesse contexto, que basicamente diz "eu não penso assim, só sigo ordens", parece desnecessário e cria um efeito de "viu? nem todos os militares eram malvados". Isso acaba enfraquecendo um discurso mais radical que o filme poderia adotar, em prol de um tom mais documental e de certo modo evitando comentar criticamente sobre aquilo que mostra. Mas sim, o filme é muito bom.
Essa reflexão do Jones elevou minha auto estima ... Eu que sou uma simples mortal tive a mesma impressão sobre essa análise desse grande jovem intelectual ... Confesso que tive medo do cancelamento, por não ser compreendida, mas escrevi um artigo sobre essa perspectiva .. Mas sim, vale muito a pena assistir e deveriam passar nas escolas ..
O filme Eles Não Usam Black-Tie (1981) do Leon Hirzman, não seria um exemplo do tipo proposto por Jones na medida em que analisa a questão da greve operária e se ocupa do conflito que é gerado com o furo da greve por Tião, filho do líder grevista, e mesmo suas razões por fazê-lo? Há mais elementos no filme que merecem uma análise nesse sentido, mas seria preciso revê-lo para uma discussão mais objetiva.
O filme está centrado no drama familiar do pai e político desaparecido na ditadura militar mas deixou um pouco de lado a crítica ao sistema militar que propiciou o crime do assassinato do Deputado Rubens Paiva.
Compreendo sua análise. Eu era criança que morava em Brasília e minha familia tinha convivência com universitários. Lembro de perguntar para minha mãe: Por que os estudantes estão desaparecendo!! ??
Jones, fui pedir ao chat GPT uma contextualização histórica para uma compreensão mais didática sobre o filme (para enviar a um amigo) e na dica final ele indicou seu vídeo como uma análise a respeito. Achei sensacional.
Logo no inicio do vídeo, ouvindo os comentários de Jones, pensei em ROTA 66. Está coberto de razão. Todos temos que ler esse livro! Jones fez uma análise muito pertinente. No meu caso, assisti o filme ha uma semana, senti falta de ênfase no ativismo pelos direitos humanos da personagem principal, e mais ainda na luta dela pelos indígenas. Esse tema importantíssimo e muito significativo hoje e sempre, é perpassando levemente na parte final do filme. O que mais gostei foram os detalhes sobre a ditadura nas entrelinhas das conversas, e de momentos esporádicos, principalmente a reportagem que a Fernandona já com alzheimer está vendo na tv, é em 2014... Reflitam.
Passei por isso também após assistir o filme, falo do patriota querendo explodir a estátua da justiça e tal. Deu a certeza que o filme retrata uma realidade que determinada parcela da sociedade busca continuamente restabelecer.
na literatura e dramaturgia há bastantes relatos dessa perspectiva que você sente falta. quem sabe os próximos cineastas precisem se debruçar sobre esses relatos também...
Na minha família, tenho histórias interessantes em relação à ditadura militar. Em 1964, um bisavô, ferroviário, foi preso por alguns dias por ter organizado um Grupo de Onze. Foi processado e julgado pelo STM, mas eventualmente foi absolvido. Outro bisavô era militar de baixa patente no RJ durante o período. Ele teve de marchar para dar o golpe no 1º de abril, mesmo não concordando com nada daquilo. Logo depois, pediu a aposentadoria e voltou para sua cidade natal. Ele não falava muito sobre o que viu no curto período em que ficou no RJ após o golpe.
Assisti ao filme e me comoveu bastante...e acho q sobre o roteiro o Marcelo rubens paiva participou e por isso acredito q deva twr sido bem retratado as personalidades
Posso estar sendo condescendente com o filme, mas acredito que o sumiço abrupto de Zezé foi tão acintoso que, talvez, ele tenha sido propositalmente roteirizado como uma crítica tácita ou subliminar daquela relação trabalhista, social e racial específica, dentro da família Paiva. A protagonista dessa história é a Eunice.
No golpe, meu pai era do Sindicato do Bancários de Recife e frequentava as reuniões que tinham, em paralelo, do PCB. Meu pai foi levado ao DOPS e enquanto isso meu avô, que morava na periferia de Olinda, passou na minha casa e recolheu todos os livros do meu pai (Marx, Engels...etc). Ele não teve esse dilema dos livros do ISEB... Queimou tudo. Dias depois, os agentes passaram na minha casa e fizeram a revista geral. Meu pai não foi expulso do BB porque meu tio era Deputado Federal pelo Amazonas. Mas Nestor Jost, presidente do BB, mandou meu pai para o interior da Paraíba para trabalhar fechado e isolado dos demais funcionários. Eu tinha um ano de idade, quando ele abandonou o banco e foi reiniciar a vida estudando para passar em medicina e virou médico sanitarista, sempre trabalhando com saúde pública. Foi um transtorno nas nossas vidas, mas acabou bem...
Que história de vida em família . Escreva a história do seu pai
Escreva sim
Caramba, esse relato me pegou. Obrigado por compartilhar.
Baita história
Obrigado por compartilhar 😢 é muito importante para nossa construção histórica.
Jones: Pra você criticar os filmes da Marvel, você tem que ser candidato ao Oscar e conseguir pelo menos 10 pontos. (Contém Ironia)
Tem q ganhar ao menos efeitos especiais ahha
Valendo um corola...😝
😂😂😂
Alguns diriam até que raspariam tudo e dariam pro Jones além do Corolla.
Kkkkkkk Aí meu Deus!
O grande merito do filme: 1. Adaptar muito bem uma obra literária para o cinema. Uma obra sensivel de quem fala sobre sua familia! 2. E mais importante, mostrar uma familia "de bem", branca, levando um golpe gigantesco de um "desgoverno paranóico". Eu nem consigo passar perto de imaginar a dor pelo que passaram.
3. Tratar com muita delicadeza da dor de uma mulher pra enfrentar tudo e ainda transformar em mais amor e cuidado nao so com os filhos mas com o país.
Também senti falta de saber o que aconteceu com Zezé... chorei porque Zezé era uma irmã querida, vários momentos elas trocam olhares de cumplicidade, e ela teve que ficar para trás, no vácuo, no momento de tanta dor! 😢😢😢
Exato
Esqueceu de falar sobre a ambientação e fotografia do filme
É sensacional, a montagem e filtro usados no filme são muito bem feitos, ele é bonito e remete a "uma viagem no tempo" para o anos 70
Esse tipo de qualidade técnica contribui muito para os prêmios que o filme tá concorrendo
O filme é muito bem feito e emocionante, não tem jeito. Muitas performances boas também. Dois problemas que eu queria destacar, um mais superficial e outro mais sério, são: 1, tiveram performances ruins que estragavam o clima (os agentes que ficaram na casa deles, o guarda que tava meio preocupado com a Fernanda Torres e alguns outros); 2, o cinismo de ter a rede globo produzindo e lucrando com esse filme sabendo o papel deles naquela época.
O ponto 2 é próprio do capitalismo, tudo vira mercadoria.
1) Sério que tu achou ruim? Eu achei essas performances muito boas e angustiantes. Os agentes na casa dela com aquelas caras de capangas de um violão do batman. Até mesmo o soldado que acompanhava ele, genuinamente me vendeu a ideia de um MLK sendo só um cachorro dos milicos. 2) Acho meio incontornável esse movimento. Igual a wolkswagen fazendo comercial com a Elis. Toda corporação hoje em dia vai tentar apagar o passado com teatrinhos pífeos: "olha como nós estamos criticando o passado" sem nem sequer dar dignidade outras vítimas que ela acaba sendo responsável direta ou indiretamente.
É um investimento deles, ajuda ditadura pra anos depois fazer filmes sobre como a ditadura era ruim
@@bizarre7806é tipo os EUA causando guerra pelo mundo e dps mostrando como os soldados sofreram
Concordo com o comentário do Jones. Amei o filme, grandes interpretações mas cheguei às lágrimas quando a Fernanda mãe apareceu. Majestosa interpretação. Filme imperdível 👏🏽👏🏽👏🏽❤
Assisti esse filme ontem, moro no estado mais conservador do Brasil, a maioria aqui em Vitória votou em candidatos de direita. Quando entrei na sala de cinema, fiquei chocada pois estava lotada, tive uma alegria no meu peito. Ao decorrer do filme, tive um misto de emoções. E no final, quando as fotos foram passando e a música final passou a ser tocada, as pessoas desceram em silencio, vi que em alguns lugares as pessoas bateram palmas no final, aqui eu senti que o silencio foi um silencio de reflexão e admito que ao final, fiquei com um gosto agridoce na boca. Inclusive, fomos eu e meu marido, levei meus dois pais que eram crianças na época da ditadura. E fiquei pensando na família da minha mãe, até refletimos na volta como teria sido pra familia dela, ja que ela é carioca, tinha varios irmaos e viviam na zona leste do rio, ela se perguntou o que teria acontecido se meus avós, pessoas pretas, tivessem passado por isso, de fato seria de uma forma bem diferente.
Obrigada por suas considerações e pontuamentos Jones! Certamente são questões para refletirmos.
Apesar de tudo isso, foi um ótimo filme. Recomendo a todos, um grande abraço ❤
Vitória e mais conservadora q Floripa ou Curitiba? Oxe!
Regime militar: 400 mortos e desaparecidos em 20 anos. Democracia linda: 60 mil homicídios por ano e 70 mil desaparecimentos.
sou carioca mas assisti em vitória, e realmente ninguém bateu palmas ao final.
Também não tava sabendo @@Grilofeliz2
Na mesma época da morte de Herzog, morreram executados Manuel Fiel Filho, sindicalista do PCB e Santo Dias da Silva do Movimento Custo de Vida.
Poderiam fazer filmes sobre eles e sobre Irma Passoni líder do MCV.
Eu nasci em plena ditadura civil-militar. Meu pai também foi preso pelo DOPS de Belo Horizonte. Os policiais civis ameaçaram torturar meu pai no pau de arara, para que ele informasse o paradeiro de um conterrâneo nosso, envolvido em esquema de fraude de seguros. Gente, meu pai era um simples trabalhador semi alfabetizado, íntegro, com seis filhos pequenos pra criar, sem tempo de se envolver em política e não tinha ideia do que o conterrâneo nosso andava fazendo da vida. Meu pai passou quase 24 horas sendo interrogado e ameaçado, sem direito a um advogado. Eu fico imaginando se as coisas tivessem dado errado naquele interrogatório. O que seria da nossa pobre familia se meu pai tivesse "desaparecido".
Acho q é a primeira vez q vejo o Jones Manoel falando q não leu um livro 😂
E olha que era um livro bem comum nas recomendações de literatura do ensino médio!
@@rayssapop, qual o livro?
@@Jamor678 Feliz ano velho (tem tbm o "ainda estou aqui", que veio depois e deu origem ao filme)
Eu morava no subúrbio do Lobato, em Salvador e minha irmã foi presa e torturada. Meu cunhado foi assassinado. Mas, ali no subúrbio, ninguém imaginava o que acontecia. Muito alheanento.
Que tristeza😢
Tua história merece ser contada. Já pensou nisso?
Segundo saiu em sites sobre o filme, a Eunice teria entendido que a violência estatal que a família dela sofreu era a mesma aplicada diariamente nas periferias e contra os indígenas. Por isso, ela teria de engajado na defesa de direitos humanos. Pena que o filme não aprofundou muito esse aspecto.
Ela se tornou uma autoridade mundial em direito indígena
@@s.rabbit7592 Exatamente e esse é uma das minhas maiores críticas sobre o filme. O segundo ato escolhe não trabalhar esse aspecto da vida de Eunice e esse é o momento mais despolitizante da obra.
@@danieleloydesouza2575exatamente! E claro, a cena do militar que "não concorda" não é por acaso...
sim, ela, branca salvadora, se deu para a luta dos indígenas. é um gesto nobre, mas vai a construção do filme partir da mão de um salles, ela vira a branca salvadora...
bah, mas “ainda estou aqui” é voltada mais pro eixo da família e nisso ele cumpriu muito bem com o próprio papel
Porra! Saí com o o mesmo incômodo do Jones. Inclusive, como não tenho o mesmo nível de conhecimento, fiquei pensando se o combate à ditadura teria sido um movimento só da classe média, visto que majoritariamente é retratado apenas dessa perspectiva. Obrigado pelo vídeo, Jones!
Acredito que era pq a classe média tinha mais conhecimento . Eu tenho 62 anos e nao percebia esse movimento pois morava e moro em uma C idade pequena e em bairro pobre.
Não era só da classe média, mas ela tinha certo protagonismo por ter acesso à mídia, meios de informação e cia, mas veja o filme "Linha de montagem" (da greve do ABC dos metalúrgicos, o Lula daquele tempo era outro), era movimento de "peãozada", apesar de que os metalúrgicos eram a "elite" do "operariado" no país (ganhavam melhor que a média, eram mais organizados). A memória da ditadura militar é majoritariamente contada pela classe média, esse é o problema (vi vários relatos acima de gente do povo citando perseguições mas não colocaram isso em papel, pra memória). A aglomeração das Diretas Já! (1984) era um movimento popular, apesar de puxado por setores da classe média (era mais "festiva" na época, é melhor uma classe média festiva que essa porcaria atual).
De forma alguma, foi uma grande batalha social de décadas e em todas as frentes possíveis de atuação dos trabalhadores.
Não existe resistência popular sem apoio de setores do exército.
Se a Rússia dependesse de estudantes, jornalistas e artistas pra fazer a revolução e lutar contra os fascistas, até hj os Romanov estariam no Kremilim.
Exatamente! Parece que as classes populares, as pessoas negras, indígenas, não fizeram nada nessa época. E, sinceramente, parece que só a classe media "vivenciou esse momento horrível" de nossa história..
Tudo no corte final de um filme é intencional. O cineasta fez questão de marcar esse contraste de classe entre a família protagonista e sua empregada. Incluindo um artifício estético bem sagaz: a família rica intelectualizada ouve seus discos de artistas 'cult', nacionais e estrangeiros, a empregada aparece no seu quartinho passando roupa e ouvido Roberto Carlos no rádio.
Roberto Carlos que fazia música popular de fato, era bem quisto pelo regime, e seu trabalho era tachado pejorativamente pelas classes altas como "música de empregada".
(Toca Roberto Carlos de novo quando ela liga o rádio do carro, indo embora do Rio de Janeiro, quando ela muda de estação para abafar as notícias da ditadura)
@@dsimao pensando desse jeito qualquer novela da globo que a única personagem preta trabalha como domestica/porteiro/feirante a gente pode dizer que tudo bem pq quem produziu tá fazendo uma criticia intencional através de um contraste, e vc há de concordar que nunca é esse o caso
@pedroaleb não, porque a cena está num contexto. E mencionei algo concreto (e até óbvio): no espaço limitado de um filme, o autor fez uma escolha que provocou a reflexão sobre luta classes do jones.
Podemos passar o resto da vida especulando as intenções do autor. Não falei em crítica, mas sobre essa parte, a minha interpretação é que ele quis provocar essa linha de pensamento, pois tem tanta coisa na história dos Paiva, que seria até mais facil abstrair essa relação.
E teria infinitas opções para representar o ambiente doméstico com ou sem a personagem da empregada, incluindo a forma caricata típica de novela que você mencionou. E eu entendo que ele escolheu outro caminho.
Sim, o filme mostra como eram, e ainda é, as relações de patrões e empregadas, mesmo em uma família com consciência social, como deveria ser aquela. Mas, assim como o Jones, enquanto via o filme eu também pensei em como seria a vida da Zezé naqueles tempos. Também fico pensando se o livro que deu base ao filme, que não li, aborda essa relação.
@monicagiannini5754 eu também acho que falta contar mais histórias de quem não era classe média/alta branca zona sul carioca, como o Jones exemplificou com o Eduardo Coutinho. Isso é uma questão para além desse filme, não faz sentido ele expiar todos os pecados do audio visual brasileiro. Tem umas criticas que soam, tipo: "porra, fui ver o filme do Rubens Paiva o diretor passou 2 horas contando a história do Rubens Paiva"
(E por falar nisso, a rádio novelo pegou esse gancho do Jones no novo podcast, uma pena que é exclusivo do Audible)
não acho que isso ficou bem destacado no filme, embora esteja lá.
O Homem que Virou Suco (1980). Eu acho que esse filme sim que trata sobre questões como favelização, repressão policial no sentido geral, repressão policial no sentido específico, se tratando de retirantes nordestinos que vieram para o sudeste, isso tudo dentro do contexto da ditadura. Tem no YT e sempre passo pros meus alunos do 7°ano
Hum... Vou assistir. Nunca ouvi falar desse filme. Parece muito interessante pela temática.
Valeu pela sugestão.
Filmaço
Eu tive o prazer de assisti-lo no Cinema São Luiz algo em torno de 2010. Fiquei uma semana com esse filme na cabeça.
Obrigada pela indicação
Perfeito . Bem lembrado . Existe na cinematografia nacional filmes que falam dos pobres nessa época sim como esse que você citou. Também cito Eles não usam Black tie. A cena final é belíssima e na morte de um personagem a polícia fala ao atirador : acerta aquele negro ,isso em meio ao movimento grevista sendo reprimido pela fábrica
Assisti uns dois vídeos da Vera Lucia Paiva, a veroca, e ela pontua que a história do pai dela é fácil de ter alguma memória, pois é de um engenheiro, bem ambientado, ex deputado e que existem histórias que não são contadas (faz até uma reflexão e compara ao do caso Amarildo). Gostei dessa lucidez dela em relação a isso.
De resto, a parte da Zezé me incomodou também
Tbm assisti e achei foda. Mas não chegou me incomodar a Zezé pelo fato de ser um filme biográfico e aquilo ser o retrato habitual de uma família de classe média alta.
Qual o link Isa?
O filme é comovente com atuações e direção incrível. Mas é mais um filme construído a partir da memória liberal conservadora que triunfou no espaço público. Memória que legitima a ideia de resistência da imprensa liberal, da OAB e condena a luta armada, sem nomear os responsáveis pela ditadura.
Excelente colocação Angela. É que essa é a memória que a Globo está disposta a financiar, ao mesmo tempo que apaga a sua participação nesse episódio de nossa história.
Digo mais tbm me incomodou o fato de parecer que o exterior, Estados Unidos e Inglaterra, condenavam o regime sendo que muito do dinheiro que financiou a ditadura militar veio justamente desses dois países.
@@danieleloydesouza2575 Exata e precisamente.
Ótima observação!
Até mesmo o Marcelo Rubens Paiva, vira e mexe, critica a luta armada e, até mesmo, acaba a culpando pela morte do pai.
Não. O filme mostra a perspectiva da família e como pessoas que não estavam em lutas também foram atingidas! Não entrem em extremismos que parecem conspirações. Saiam dessas bolhas de extremismos.
Também fiquei com essa mesma sensação de invisibilidade das classes mais baixas, mas compreendo que não era o foco do filme. Precisamos de contar a história por esse lado também. De qualquer maneira é um filme potente e comovente sobre esse período sombrio. Me deixou refletindo bastante.
Camarada Jones Manoel é Política, Cultura , Esporte, Ciência, Economia Política.
Tudo é economia e o pt está perdendo a ultima oportunidade da vida, será que vai continuar afundando a economia do Brasil?
Jones, o filme-documentário "Cabra marcado pra morrer" traz a perspectiva dos camponeses na época da Ditadura. É um filme que realmente traz a perspectiva dos pobres do campo.
Sim, camarada. Conheço. Ótimo doc. Mas quantos como esse temos?
Valeu a citação. Vou assisti-lo.
Filmaço!
Esse monumento nacional precisa ser visto por todo camarada e pela classe trabalhadora em geral.
Grande filme!
O filme é emocionante! E no final gritamos " sem anistia".
Olá, camaradas. Gostaria de compartilhar com vocês a experiência da minha família, porque essa temática me toca muito.
Como era e segue sendo comum em muitas famílias paraguaias, os meu avôs imigraram para Buenos Aires nos anos 50 para trabalhar em fábricas e/ou em trabalhos domésticos. Passaram por muitos perrengues até que o meu avô conseguiu um trabalho numa fábrica de perfumes, onde se sindicalizou pela CGT e se tornou peronista. Pouco tempo depois, em 1955, ocorreu o golpe militar que culminou no bombardeio da Praça de Maio e na instauração de uma ditadura militar que governava em coalizão com setores liberais da oligarquia argentina. Com o Perón e os quadros do Partido Justicialista no exílio, a perseguição aos sindicatos e o fuzilamento de companheiros peronistas, comunistas e anarquistas, não restou outra alternativa ao meu avô que voltar ao Paraguai.
Voltando ao Paraguai, conseguiram se assentar num lote de 10 hectares e começar uma vida como agricultores. Alguns anos depois, com a volta do Perón a Argentina, a minha tia mais velha voltou a Argentina e passou a militar no Partido Comunista. Paralelamente, no Paraguai de Stroessner, o meu avô e seus irmãos passaram a ter vínculos com grupos da Teologia da Libertação e do Movimento Colorado Progressista.
Em 1970, o meu avô é preso por ter participado da fuga do inimigo número 1 do Stronato, o médico e militante Augustín Goiburu. O lote da minha família é reduzido a 3 hectares devido ao envolvimento da família com "atividades subversivas" e os meus avôs passam a ser acompanhados por agentes da polícia secreta.
Poucos anos depois, minha tia é presa na Argentina por sua militância no PCA e suposto envolvimento com os Montoneros. Em sua prisão, os milicos deixaram claro que tinham todos os detalhes sobre a minha família e que se comunicavam com a polícia paraguaia. Valente, não entregou ninguém e resistiu as barbáries dos porões. Passou um tempo presa e foi solta numa troca de presos.
Poderia continuar a história, mas o meu ponto ao narrar esse relato era dizer que tenho profunda tristeza em ver o apagamento das histórias das lutas operário-camponesas da América Latina contra a Reação e o Imperialismo. Infelizmente as narrativas e relatos sobre desaparecidos e presos políticos no Brasil tendem a estar muito focadas em histórias das camadas médias urbanas intelectualizadas.
Para que a nossa luta por memória e justiça seja de fato popular e transformadora, é preciso denunciar as atrocidades do terrorismo de Estado praticado pela Ditadura Empresarial-Militar contra o campesinato, as populações indígenas e o povo negro das periferias!
O Estado terrorista de 1964-1985 ceifou vidas de operários/as, camponeses/as, artistas, intelectuais, jornalistas, estudantes, além de ter genocídios contra povos indígenas e quilombolas. Temos de ter isso em conta, se não caímos na perspectiva liberal sobre a resistência a Ditadura.
Um abraço, camaradas !
Excelentes colocações.
Ótimo comentário! A história da sua família deve ser lembrada ❤❤!
👏👏👏👏👏👏👏
Eu era criança nos anos da ditadura. Minha mãe era empregada doméstica. Minha mãe não era politizada, não sabiamos dos desaparecimentos dos politicos. Ouviamos muito samba, tinhamos festas em casa todos os finais de semana. A primeira vez que ouvi a palavra "corrupção" foi na infância quando adultos se referiam a Delfim Neto. O governo estava contratando funcionários para trabalhar em Brasilia e distribuiria apartamentos para quem fosse contratado. Essa é toda a minha lembrança sobre política durante a minha infância. .
Em falar nele, esse cara ja foi de base, o Delfim Neto ... Agora isso q vc falou me fez lembrar um coisa, minha mãe passou boa parte da adolescência dela e o início da vida adulta morando cm a tia dela (minha tia vó) e minha mãe fala q a tia dela nunca gostou de falar de política em cs, ela diz q sempre q alguém começava a falar de política ela já cortava pq se incomodava cm isso ... Ou seja, a tia dela e muitas outras pessoas comuns até poderiam ser despolitizadas, mas elas sabiam q nn podiam falar de política pq se nn podia acontecer alguma coisa ruim cm elas ... Medo generalizado né
@@gustavofernandodejesusmira1701 era um comportamento padrão na ditadura, o silêncio, "não fale de política pq pode dar problema", vem desse período (e perdura até hoje pelo visto, é só ver o medo de uma turma remanescente da ditadura no governo Bolsonaro, medo irracional), apesar de que isso é reflexo mais da coerção (ameaças) do governo que propriamente da ditadura em si (a da Argentina aparentemente foi mais violenta, matou mais em tempo menor, mais de 30 mil) a menos que faça um levantamento mais apurado (pralém daquela "Comissão da verdade"), só que a repressão policial nas periferias não é retratada (até hoje) como fruto da ditadura e é.
@@robertolucena9253 pra vc ver como a ditadura deixou resquícios até hj na nossa sociedade, a minha tia vó até hj nn gosta de falar de política, se tu for na cs dela hj e for bater um papo cm ela, se por algum motivo a conversa for parar em política, ela vai mudar de assunto ou vai desconversar kkkkkkkkkkkkkkk
@@gustavofernandodejesusmira1701 é resquício da ditadura militar sim, e sua tia não é caso isolado (antes fosse), eu tenho parente (tia tb) que repete esse comportamento sem nem ter tido rebuliço político algum em família (parte paterna é mais refratária, sensível a isso, ao discurso de medo) tentando me calar (essa tia é "lulista" até o talo, da ala das beatas do Lula, é o apelido que levam) por sequer tolerar divergência ou um medo profundo da realidade, resquício da educação que tiveram e pegaram o período da ditadura e não superam isso até hoje, mesmo não sendo gente politizada à época.
É duro, mas o país até hoje não superou esses danos e legados da ditadura (ingerência dos EUA no país, a de primeiro grande vulto).
Veio gente dessa turma "lulista" naquele showmício de Bolsonaro, num dos 7 de setembro que ele ameaçou golpe em Brasília, tava surtando no Messanger com medo de golpe (de verdade), uma senhora (depois que passa o medo esse povo começa a te destratar, como se vc não existisse), eu disse pra ela ficar calma que tem muita bravata naquilo, pq até pra dar golpe de estado o sujeito tem que ter uma vontade fora do comum pra coisa, e Bolsonaro tem uma "preguiça"... (embora no entorno dele tenha gente mais afoita pra coisa).
@@gustavofernandodejesusmira1701é resquício da ditadura sim, e sua tia não é caso isolado (antes fosse), tenho parente (tia tb) que repete esse comportamento sem nem ter tido rebuliço político algum em família (parte paterna é mais refratária, sensível ao discurso de medo) tentando me calar (essa tia é "lulista" até o talo, da ala das beatas do Lula, é o apelido que levam) por sequer tolerar divergência ou um medo profundo da realidade, resquício da educação que tiveram, pegaram o período da ditadura e não superam isso até hoje, mesmo que não discutissem política à época.
Está inaugurado o quadro Cine Jones! Forte abraço, camarada!
Gostei da crítica, mas ainda vou ver o filme rs
Cabra marcado para morrer, O homem que virou suco e Pixote, todos feitos já na fase final da ditadura, é um bom ponto de partido para uma visão mais do pobres da época.
Muito importante a sua fala Jones Manuel que começa nos minutos 9:57 .
Hoje falando com meu irmão sobre o PCBR ele disse a famosa frase "Partido é tudo a mesma coisa, só querem chegar no poder/governo e se vender pra passar a roubar também porque se não vai acontecer o mesmo que aconteceu com Mariele Franco"!
E para alem de ver seus atos, essa sua fala mostra totalmente o contrario!💪🏿✊🏿
Existe muita coisa envolvida em nosso gosto pessoal pela cultura. Memória emotiva, o meio em que vivemos, hábito em determinadas estéticas etc. Para uma pessoa extremamente habilitada com a estética rápida, às vezes é difícil estar satisfeito com um filme com mais detalhes.
Comentário apenas para complementar. Não é crítica.
Vou ver na próxima semana e já sei que vou me emocionar pois vivi nas duas últimas décadas da ditadura, sou filha de assistentes sociais e lembro do peso de certos silêncios. Marcelo Paiva foi um dos autores que marcaram a minha adolescência.
Também me agrada "As crônicas do cotidiano", nos filmes, particularmente achei bom demais, merece Oscar de melhor filme estrangeiro com certeza.
Foi difícil demais segurar a emoção no filme, papo reto entra como uma das grandes produções já feitas do cinema nacional
Gosto muito de ouvir o Jones, pois ele sempre nos convida a pensar "fora da caixinha". Boa reflexão, camarada!
Gostei muito da tua reflexão desencadeada pelo filme e para além dele. Não considerar os esquadrões da morte como assassinos políticos e nem o genocídio do povo indígena é uma forma de reduzir o alcance do mal causado pela ditadura e da violência da sua atuação. No fim fica parecendo que era tudo normal exceto por conta desses artistas bicho grilos da época e alguns jornalistas e políticos assassinados.
Eles, os pró ditadura, faziam e fazem valer aquela máxima estúpida da ditadura: Brasil, ame-o ou deixe-o para aquele pessoal exilado ou autoexilado.
Eu estudo cinema e sou Produtor Audiovisual. E quando terminei de assistir esse filme lembrei logo do debate que o Jones sempre mencionava sobre passar a limpo o legado da ditadura empresarial militar e o filme termina com essa mensagem enquanto o governo atual elogia pessoas como o Delfim Netto (Patriotismo Sem O Povo). E por esse ponto o filme é brilhante. Descordo de um ponto apenas em relação ao filme, pois uma das cenas iniciais mostra um certo nível de represália que essas pessoas de classe média sofriam em blitz policiais em um túnel no Rio, óbvio que não deveria ser tão forte quanto as represálias nas favelas e na classe trabalhadora, mas o clima de tensão da época é meio que instaurada. Mas a estética cinematográfica do filme e a mise-en-scène são perfeitas, as cenas se desenrolam de uma maneira tão orgânica e natural que dá uma angústia sinistra até o momento aonde o Rubens Paiva é levado pela policia e a resolução sem uma "conclusão" por parte dos órgãos públicos sobre o que aconteceu com ele e a passagem do tempo mostrar que décadas passam e mais esquecido fica esse passado sinistro. Nisso, o filme é uma obra-prima e o cinema brasileiro necessita muito de filmes assim.
Fui militar por 4 anos, de 2009 à 2013 e dentro do exército, e nesse período em nenhuma vez tivemos uma aula de história sobre o nosso passado. Sem consciência de classe, jovens brasileiros entram no exército e podem sair tão alienado, como eu, sobre a Ditadura. Excelente análise Jones rs assisti todos os seus vídeos. Note o cinema nacional rs.
Jones, muito boa análise, inclusive por conta da sempre invisibilidade da classe trabalhadora na história.
Apesar de algumas conquistas e tentativas de tratamento do abismo da desigualdade social, a questão é que a vida dos pobres não teve mudanças significativas antes e depois da ditadura. Talvez por isso a dificuldade em retratar este cotidiano.
Nasci em 1971, filho de um pernambucano motorista de ônibus em São Paulo que, como muitos, temia pelo perigo que os militares, representados pela polícia provocavam na população (como até hoje se teme), mas isso na época não tinha muita ligação com os aspectos gerais da política na ditadura.
Concordo que esse é um desafio a ser tratado para demonstrar as consequências da ditadura com o aprofundamento da desigualdade social.
Jones, concordo mais uma vez c você e é difícil eu concordar sobre filmes . Parabéns pela comunidade que criaste aqui no canal, ótimos comentários e pessoas interessadas e curiosas nas discussões que tu aborda 👏
Vamos assistir ao filme Ainda estou aqui, camaradas!
É muito bom.
Essa blusinha "lembrança de Belém" me pegou muito
17:35 eu consegui SENTIR o quanto o Jones se segurou pra não falar "fodase"
Foi nítido...😅
Lembro que na cidade que cresci tinha toque de recolher as 23:00. Quem fosse pego na rua e não tivesse justificativa tipo trabalho ou doença, era levado para delegacia. Tinha patrulha da PE - Polícia do Exército. Mas o detalhe é que só acontecia nos bairros pobres.
Em 1980 51% da população da cidade de São Paulo não tinham nascido na cidade de São Paulo.
então a mediana da cidade é mais ou menos 44 anos
Atualmente deve ser parecido kkkkk
Boa Jones. Sua perspectiva é sempre revolucionária...
A minha mãe nessa época era uma das muitas Zezés que existiam no Brasil, direitos trabalhistas eram quase zero 😢
Não só com a personagem Zezé, a própria história da Eunice poderia puxar de forma natural pra perspectiva dos povos indígenas no período...
Estava esperando demais a sua análise do filme, fui assistir ontem e gostei demais. Ótimo filme e espero que ganhe algum oscar.
Concordo com você! Eu gostei muito do filme. Nada que aquela família viveu foi justificado e deve nos indignar a todos. Mas a perspectiva classe média alta, com suas facilidades e benesses saltam aos olhos, pois os pobres, passam como figuras que apenas constam nessas narrativas, como decorrências dessa elite que sofreu. E, de modo geral, quando temos retratações dos favelados, periféricos e afins, não nessa obra, mas em muitas outras, tenho a sensação de um essencialismo esteriotipado, como caricaturas. Creio que precisemos sim relembrar a ditadura, as violências, mas de pontos de vista diferentes. Inclusive, pois criar empatia e identificação precisa ter esse horizonte de classe.
Muito bom! Gosto demais quando você traz a disputa pelo desencarceramento em massa, e as violências que não são consideradas violências. Acolhimento e Revolução ✊🏽⚧☭
Fui assistir hoje, o filme me deixou com um nó na garganta enorme, extremamente forte e o melhor filme que vi esse ano. Aproveitei pra comprar uns livros que vc sempre fala sobre aqui no canal pra começar minha empreitada na literatura revolucionária 😌
Palmas pra Fernanda Torres, mas tbm foi bravo demais a atuação de Fernanda Montenegro: sim, ela não falou no filme e sua atuação foi rápida ... Mas, Pqp ! Essa mulher deveria levar Oscar só pela expressão ! Ela consegue "dizer tudo" sem dizer uma palavra ! Extremamente impactante o que ela transmite mesmo em silêncio !
A trilha sonora do filme é incrível também.
No livro há alguns detalhes que talvez alcance um pouco dessa visão que você colocou, Jones, não no sentido de que se fala da vida do trabalhador mais simples, mas no sentido do Marcelo refletir a respeito: há momentos em que ele faz reflexões sobre isso, e um bom exemplo é de muitos militantes que estavam em uma situação diferente da do pai dele. Achei um bom livro de história do Brasil (com elementos de História mesmo, como documentos oficiais da Comissão da Verdade e do Ministério Público), mas também literário, dado que o Marcelo é um dos nossos excelentes escritores (e creio que essas reflexões que tocam as vidas mais encobertas pelo protagonismo de grandes figuras e instituições que dão o valor das letras). O filme mostrou menos a violência cometida pelos militares também, e no livro essas atrocidades aparecem; narrar as cenas de tortura do próprio pai, também segundo documentos históricos, mas recorrendo à memórias da infância e adolescência, transmuta tudo em arte, e a gente lembro que é de fato um escritor que está ali "atrás da máquina". Enfim, apenas contribuindo com sua percepção, símil a minha, mas da perspectiva do livro. Acho que isso que você colocou, alguns autores na nossa literatura exploraram, como Luiz Ruffato, cujo trabalho sou apaixonado, e junto dele, nomes como Roniwalter Jatobá e Oswaldo França Júnior também, focaram bastante no trabalhador, operário e precário. Abraços!
Acabei de assistir e gostei, mas como aconteceu com uma família rica, que morava de frente para o mar do Leblon, fica difícil se identificar, qto mais o povo. Tinha só dois personagens negros e até colocaram um menino negro brincando com Marcelo, mas parecia mais um menino de Projac, ficou artificial. A participação da Fernanda Montenegro é esplêndida e é super importante resgatar essa história para as novas gerações. Dito isso, acompanho Marcelo desde "Feliz Ano Velho", nos anos 80, e também assisti ao filme sobre o acidente dele com a Malu Mader e o Marcos Breda. Na época não fazia ideia da tragédia que ele tinha vivido criança com o sequestro e assassinato do pai. Só quando saiu na Veja a capa sobre o desaparecimento do Rubens Paiva que liguei as pontas soltas. Mas em relação ao filme, a história da Zuzu Angel achei bem mais impactante, apesar de também ser elitista. Mariguela não gostei não. Ficou bem superficial a construção do personagem.
Eu fiquei pá com a personagem Zezé, que cuida da casa e das crianças. Ela cuida de todo mundo e usa o próprio salário pra manter tudo em ordem, e depois a Eunice só acerta com ela depois de vender aquele terreno, e a Zezé some :(
É muito parecido com "Que horas ela volta" em relação a isso.
A Eunice pagou a Zezé e a demitiu porque não teria mais como pagar o salário dela! Foi isso
Eu senti que a Zezé era um personagem meio deslocado, pq o filme tem uma produção e roteiro tão bons, mas ela é retratada e tratada como uma empregada de novela ou de alguma globo chanchada qqr. Ela é quase que um objeto no filme
ps.: tinha escrito antes de ver o vídeo inteiro rs
Me incomodou também. Fiquei perguntando: para onde ela foi? Ela tem família? Como ela foi parar ali? Eles mantinham o contato depois? Ela arrumou um emprego? Ela arrumou um emprego sem estar morando na casa do patrão?
O livro "Quarto de Despejo" retrada a pobreza na epoca da ditadura. Mostra o sofrimento da autora Carolina de Jesus.
Jones, nesse livro responde essas perguntas. Vi o filme e essa questão também me fez pensar. Seria tão interessante um filme do livro Quarto de Despejo...
Esse livro eu li tanto que sei passagens de cor. Outro que eu já li inúmeras vezes. O cortiço. Primeiro li por obrigação. Hoje eu releio para compreender como o processo de favelização aconteceu no Rio de Janeiro.
@@plantascia2845, Carolina de Jesus comprova uma máxima de Ernest Hemingway sobre a arte da escrita: "Escrever ou é fácil ou impossível."
Grandes escritores como ela nascem prontos.
Ainda não era a ditadura militar, era nos anos 50
O filme O Menino e O Mundo é único pra mim que consegui contar o dilema da classe trabalhara, um filme tão magico tão lindo que consegui contar a história de um trabalhador desde do campo até o meio urbano com único personagem. E como esse trabalhador analfabeto viu a ditadura militar e como ele passou por ela.
Jones, que análise fodaaaa ein camarada!!
Como é bom te ouvir, sua voz é mais que necessária pra levantar os debates que ninguém mais aborda. Admiração total!!!
Durante a ditadura meu pai era um metalúrgico. Um dia , ao sair da empresa, um colega de trabalho foi caminhando com ele. O colega estava revoltado com as condições de trabalho, o salario entre outras coisas mais... e falava, falava sobre suas revoltas. Meu pai percebeu que um cara os acompanhou do momento em que eles sairam da fábrica até um determinado ponto, ouvindo suas conversas. Ficou atento e receoso enquanto o companheiro falava. Até que, na interpretação do meu pai, o cara que os acompanhava à uma leve distância, com seu sobretudo e mãos nos bolsos, deve ter chegado à conclusão de que naquelas falas não havia "perigo à ordem" e que estava apenas diante de um "pobre diabo reclamão" e foi embora, deixando os dois seguirem seus caminhos... Foi isso que ele me disse quando um dia perguntei sobre a ditadura!!!
Excelente análise, Jones, tive percepções semelhantes ao assistir o filme e concordo plenamente quanto a ditadura ter acabado apenas para a classe média brasileira.
Jones. Na luta pelo fim da escala 6 por 1, tem que ficar claro que é SEM REDUÇÃO DE SALÁRIO!!!!! A direita tá tocando o terror, dizendo que com a redução da.jornada de trabalho, o salário vai diminuir. Tem trabalhador desesperado com isso.
O dia que durou 21 anos.. o melhor documentário sobre a ditadura, muito bom
Não seria a Noite de 12 anos passado no Uruguai e q retrata a prisão de Pepe Mujica?
Mas de resto se for um doc sabe dizer onde encontrar?
@@elizabarbs th-cam.com/video/ltawI64zBEo/w-d-xo.htmlsi=GgTOm0aj8EQDUXLR
@@elizabarbs tem no YT, só colocar pelo nome do documentário. "O dia que durou 21 anos" é sobre a ditadura brasileira, a ascensão, a desestabilização do país promovida pelos EUA.
Excelente! Na época, comprei o DVD. Baseia-se em documentos desclassificados pelo governo norte-americano.
Acabei de assistir;comovente!!
A análise que a gente tava esperando ❤
Excelente comentário.
Ainda não vi o filme.
Com certeza agora tenho um olhar mais crítico para "sentir" essa preciosidade cinematográfica.
25:15 a melhor analise do filme que eu vi até agora.
Roteiro, elenco, ambientação e outros detalhes deixaram o filme sensacional.
Eu gostaria muito de ver um filme sobre o momento da Campanha da Legalidade de Lionel Brizola
Teve um filme em 2019. Se chama Legalidade.
Já teve, mas é muuuito ruim
Fui assistir semanas atrás e fiquei surpreso com a qualidade da obra. Os cenários de época, os figurinos, os automóveis antigos, a trilha sonora... tudo perfeito.
Um filme nacional que vale a pena (:
assisti o filme na terça a sensação do vazio instaurado após a sessão foi assustador, não sabia como categorizar o filme. A memória tem que ser relembrada para não ser esquecida, a arte por sua vez faz isso com maestria deixando o sentimento da indagação e permitindo que quem assista reflita sobre o acontecimento e busque lembrar o que foi o AI-5.
Eles não usam black tie é uma filme interessante sobre a situação operária e sindical e tem Fernanda Montenegro no elenco.
Sim, sobre a classe trabalhadora daquela época!
Esse filme é sensacional!
Na verdade eles não usam black tie foi feito antes da ditadura militar, em 1958 durante o governo de JK, mas se não me engano eles mudaram o ano no filme.
@@Luizatonete A Ditadura Militar se aprofunda em 69-70 no governo Médici. Porém, a Ditadura existe desde a Era Vargas. Na década de 50 é um cenário pós-Gaspar Dutra, este que também era ditador, então é coerente falar de Ditadura em "Eles não usam black-tie", aliás, filme estupendo, maravilhoso.
Minha família vive até hoje no Morro do Alemão no Rio de janeiro, chegou lá nos anos setenta e falta tudo , era uma miséria.
Rapaz, muito bom! Zeze é uma personagem que encontra-se histórias muito parecidas com moradoras de rua. Em Juiz de Fora tem um grupo que reune entrevistas e histórias de moradores de rua. E tem história de pessoa que ao sair da família não tinha outra família para onde ir, já que sua morada, convivência e etc era dentro da casa que trabalhava.
Esse incomodo é uma pérola que precisamos entender.
eu fui e mimha namorada chorou tanto, eu segurei pra chorar quando a Eunice fosse chorar tbm, e ela não chorou...
"Tinga teu povo te ama"
Jones, um grande abraço aqui da Restinga, Porto Alegre.
Sua fala pode ser polêmica, mas fez muito sentido pra mim. A ditadura não foi percebida pelas classes populares porque ela nunca deixou de existir nas periferias.
Jones, tem o documentário "Camponeses do Araguaia - a guerrilha vista por dentro", que retrata a visão dos camponeses sobre a guerrilha no Araguaia. É bem interessante!
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6:30 , 9:09 ! , 10:01 - 10:30 - 11:33 !!! , 12:12 - 12:33 - 12:55 -
13:13 - 13:36 - 15:00 , 16:16 , ... 19:19 , 19:43 !!! , 21:38 ,
23:15 - 25:25 !!!
a visão reflete a produção ,
seus meios e de quem
tá na mão ...
Esse incômodo que o Jones sentiu sobre a Zezé, eu também senti
Na hora eu só me questionei isso, a família dela, o que ela deixou e para onde ela foi depois...
O Josué de Castro fala, e fala muito bem, sobre a fome nessa época.
Jones, suas análises são precisas!
O habitus desse rapaz fala por ele, sem mesmo ele saber! Obrigado Prof. Bourdieu
Excelentes apontamentos do professor!
Meus avós e tios moravam em Sapé-PB na década de 70. Sapé foi a cidade que sediou o Ligas Camponesas. Minha avó trabalhava nos Correios e meu avô trabalhava em uma empresa de fora do estado. Meus tios vieram "saber" da ditadura quando ela estava chegando ao fim. Mas acredito que meus avós tiveram contato direto com colegas presos, reprimidos principalmente por terem suas famílias ligada ao trabalho rural. Já tentei levantar as lembranças dos meus tios por essa época, mas não se lembram. Meus avós morreram bem cedo 🤨😥
Jones, gostaria muito de vc e o público assistissem o documentário "Tear" que foi base para o Livro "Memórias da Moscouzinho: os tecelões de Santo Aleixo e a liderança de Astério dos Santos" do Felipe Ribeiro professor da Uespi. Tem no TH-cam. Ele fala sobre o período da ditadura, com relatos de trabalhadores que passaram maus bocados nesse período.
Compartilho totalmente de sua visão, Jones! Filme fantástico!
❤🎉 boa reflexão...
Uma outra coisa que me incomodou além da Zezé, foi o uso um tanto estranho do militar que ajuda ela. Adicionar um personagem nesse contexto, que basicamente diz "eu não penso assim, só sigo ordens", parece desnecessário e cria um efeito de "viu? nem todos os militares eram malvados". Isso acaba enfraquecendo um discurso mais radical que o filme poderia adotar, em prol de um tom mais documental e de certo modo evitando comentar criticamente sobre aquilo que mostra. Mas sim, o filme é muito bom.
Essa reflexão do Jones elevou minha auto estima ... Eu que sou uma simples mortal tive a mesma impressão sobre essa análise desse grande jovem intelectual ... Confesso que tive medo do cancelamento, por não ser compreendida, mas escrevi um artigo sobre essa perspectiva .. Mas sim, vale muito a pena assistir e deveriam passar nas escolas ..
Excelente Jones, vc é um comunicador fora de série, camarada.
Obrigada Jones. ❤
O filme Eles Não Usam Black-Tie (1981) do Leon Hirzman, não seria um exemplo do tipo proposto por Jones na medida em que analisa a questão da greve operária e se ocupa do conflito que é gerado com o furo da greve por Tião, filho do líder grevista, e mesmo suas razões por fazê-lo? Há mais elementos no filme que merecem uma análise nesse sentido, mas seria preciso revê-lo para uma discussão mais objetiva.
O filme está centrado no drama familiar do pai e político desaparecido na ditadura militar mas deixou um pouco de lado a crítica ao sistema militar que propiciou o crime do assassinato do Deputado Rubens Paiva.
O interessante é que esquecemos de Rubens Paiva , mas não de Wladimir Erzogue.
Compreendo sua análise. Eu era criança que morava em Brasília e minha familia tinha convivência com universitários. Lembro de perguntar para minha mãe: Por que os estudantes estão desaparecendo!! ??
Jones, fui pedir ao chat GPT uma contextualização histórica para uma compreensão mais didática sobre o filme (para enviar a um amigo) e na dica final ele indicou seu vídeo como uma análise a respeito. Achei sensacional.
Logo no inicio do vídeo, ouvindo os comentários de Jones,
pensei em ROTA 66. Está coberto de razão.
Todos temos que ler esse livro!
Jones fez uma análise muito pertinente.
No meu caso, assisti o filme ha uma semana, senti falta de ênfase no ativismo pelos direitos humanos da personagem principal, e mais ainda na luta dela pelos indígenas.
Esse tema importantíssimo e muito significativo hoje e sempre, é perpassando levemente na parte final do filme.
O que mais gostei foram os detalhes sobre a ditadura nas entrelinhas das conversas, e de momentos esporádicos, principalmente a reportagem que a Fernandona já com alzheimer está vendo na tv, é em 2014...
Reflitam.
Essa é a potencia artística brasileira. Temos muito a oferecer!
Passei por isso também após assistir o filme, falo do patriota querendo explodir a estátua da justiça e tal. Deu a certeza que o filme retrata uma realidade que determinada parcela da sociedade busca continuamente restabelecer.
Mais otimo vídeo....show de bola
Que análise interessante ❤
na literatura e dramaturgia há bastantes relatos dessa perspectiva que você sente falta. quem sabe os próximos cineastas precisem se debruçar sobre esses relatos também...
Na minha família, tenho histórias interessantes em relação à ditadura militar. Em 1964, um bisavô, ferroviário, foi preso por alguns dias por ter organizado um Grupo de Onze. Foi processado e julgado pelo STM, mas eventualmente foi absolvido. Outro bisavô era militar de baixa patente no RJ durante o período. Ele teve de marchar para dar o golpe no 1º de abril, mesmo não concordando com nada daquilo. Logo depois, pediu a aposentadoria e voltou para sua cidade natal. Ele não falava muito sobre o que viu no curto período em que ficou no RJ após o golpe.
Queria ver o Jones fazer um vídeo sobre a família do diretor: Moreira Salles 😉
Assisti ao filme e me comoveu bastante...e acho q sobre o roteiro o Marcelo rubens paiva participou e por isso acredito q deva twr sido bem retratado as personalidades
Posso estar sendo condescendente com o filme, mas acredito que o sumiço abrupto de Zezé foi tão acintoso que, talvez, ele tenha sido propositalmente roteirizado como uma crítica tácita ou subliminar daquela relação trabalhista, social e racial específica, dentro da família Paiva. A protagonista dessa história é a Eunice.
A cena q me pegou foi qdo queriam q fizesse uma foto para a revista e não deveriam sorrir e todos sorriram. Um ato de resistência.
Valeu!