Terminei de ler o volume 3 - O lodo das ruas, e para mim foi o melhor volume até o momento dos que li. Estou começando a ler o o volume 4 - O anjo de Pedra e estou gostando bastante.Parabéns pelo trabalho!
Goatei bastante de sua resenha e análise. Principalmente sobre as principais personagens -- no caso Branco e Pedro Borges --, mas também do livro como um todo. Não sei se você concorda comigo, mas apesar de a Tragédia Burguesa ser uma série magnífica, ela não é para todos os públicos (e isso eu falo sem nenhum pretensiosismo ou soberba), mas levando em consideração o próprio ritmo da obra, os assuntos abordados, e digamos a complexidade psicológica das personagens, tudo isso dificulta uma leitura rápida e superficial -- o que não deve acontecer com nenhuma obra, seja ela curta ou longa. Porém isso é realçado sobremaneira com a Tragédia Burguesa, no meu entender. A história do Pedro Borges é a síntese de tudo isso que eu falo; tendo uma influência negativa de seu pai -- que no começo da história é dito que abusou de uma moça jovem que era sua babá --, a total descompostura, da sua mãe, atingida no seu amor com a indiferença e irrespossabilidade do esposo com o casamento e também com o filho (a mãe do Pedro chega até a níveis de desequilíbrio emocional/psicológico[ inclusive maltratando o garoto por conta disso, e por ela perceber uma semelhança de personalidade do Pedro com o pai]); mas eu também diria uma espécie de atração e desejo de ser como o pai é; mesmo depois do segundo abandono do pai, digamos assim, existe no Pedro uma admiração e desejo de ser como o pai (e inclusive nos primeiros capítulos, quando o Pedro recapitula na sua memória o acontecimento quando o pai abusou da menina, ele busca desculpas e subterfúgios para defender o pai desse ato). Mas enfim, e isso para ficar somente com o Pedro Borges, sem entrar na figura complexa e transformada que é o Branco, que muda muito de personalidade no decorrer da obra. Mas é isso, gostei de sua análise e resenha. Me fez admirar ainda mais o senhor Octávio de Faria, e suas obras. Grande abraço. Desculpe o longo texto.
Leia, amigo! É uma empreitada satisfatoríssima - na qual eu ainda estou envolvido, diga-se de passagem kkk. Eu pretendo resenhar todos, com certeza. Mas não é um trabalho fácil, até porque o nível de complexidade dos livros vai aumentando. Para a resenha do volume 3, por exemplo, eu pretendo relê-lo antes, porque nem tudo eu anotei durante a leitura e muito a minha memória ingrata descartou kkk.
O próprio Octávio de Faria preparou a edição definitiva de Mundos Mortos em 1962 e eliminou mais de oitenta páginas (em relaçãoao texto de 1937). Mesmo com esse espantoso corte, o autor considerou que o romance não tenha sofrido modificação essencial!
Terminei de ler o volume 3 - O lodo das ruas, e para mim foi o melhor volume até o momento dos que li. Estou começando a ler o o volume 4 - O anjo de Pedra e estou gostando bastante.Parabéns pelo trabalho!
O Lodo das Ruas é um livro perfeito. Sem mais.
Parabéns pela iniciativa. Na bibliotec daqui tem os 4 volumes azuis... acho q vou pegar la
Aproveite, amigo! É uma raridade.
Goatei bastante de sua resenha e análise. Principalmente sobre as principais personagens -- no caso Branco e Pedro Borges --, mas também do livro como um todo.
Não sei se você concorda comigo, mas apesar de a Tragédia Burguesa ser uma série magnífica, ela não é para todos os públicos (e isso eu falo sem nenhum pretensiosismo ou soberba), mas levando em consideração o próprio ritmo da obra, os assuntos abordados, e digamos a complexidade psicológica das personagens, tudo isso dificulta uma leitura rápida e superficial -- o que não deve acontecer com nenhuma obra, seja ela curta ou longa. Porém isso é realçado sobremaneira com a Tragédia Burguesa, no meu entender. A história do Pedro Borges é a síntese de tudo isso que eu falo; tendo uma influência negativa de seu pai -- que no começo da história é dito que abusou de uma moça jovem que era sua babá --, a total descompostura, da sua mãe, atingida no seu amor com a indiferença e irrespossabilidade do esposo com o casamento e também com o filho (a mãe do Pedro chega até a níveis de desequilíbrio emocional/psicológico[ inclusive maltratando o garoto por conta disso, e por ela perceber uma semelhança de personalidade do Pedro com o pai]); mas eu também diria uma espécie de atração e desejo de ser como o pai é; mesmo depois do segundo abandono do pai, digamos assim, existe no Pedro uma admiração e desejo de ser como o pai (e inclusive nos primeiros capítulos, quando o Pedro recapitula na sua memória o acontecimento quando o pai abusou da menina, ele busca desculpas e subterfúgios para defender o pai desse ato).
Mas enfim, e isso para ficar somente com o Pedro Borges, sem entrar na figura complexa e transformada que é o Branco, que muda muito de personalidade no decorrer da obra.
Mas é isso, gostei de sua análise e resenha. Me fez admirar ainda mais o senhor Octávio de Faria, e suas obras.
Grande abraço. Desculpe o longo texto.
Estou me preparando para ler a Tragédia Burguesa. Voce pretende fazer a resenha do volume 3? Ou mesmo de toda a obra? Parabéns!
Leia, amigo! É uma empreitada satisfatoríssima - na qual eu ainda estou envolvido, diga-se de passagem kkk.
Eu pretendo resenhar todos, com certeza. Mas não é um trabalho fácil, até porque o nível de complexidade dos livros vai aumentando. Para a resenha do volume 3, por exemplo, eu pretendo relê-lo antes, porque nem tudo eu anotei durante a leitura e muito a minha memória ingrata descartou kkk.
O próprio Octávio de Faria preparou a edição definitiva de Mundos Mortos em 1962 e eliminou mais de oitenta páginas (em relaçãoao texto de 1937). Mesmo com esse espantoso corte, o autor considerou que o romance não tenha sofrido modificação essencial!
Sim! Eu li apenas a versão acabada do livro. Tenho curiosidade em ver com os próprios olhos o quanto mudou da primeira edição.