Fado falado - joão villaret
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- เผยแพร่เมื่อ 15 ต.ค. 2024
- Gravado no vinil
Fado Triste
Fado negro das vielas
Onde a noite quando passa
Leva mais tempo a passar
Ouve-se a voz
Voz inspirada de uma raça
Que mundo em fora nos levou
Pelo azul do mar
Se o fado se canta e chora
Também se pode falar
Mãos doloridas na guitarra
que desgarra dor bizarra
Mãos insofridas, mãos plangentes
Mãos frementes e impacientes
Mãos desoladas e sombrias
Desgraçadas, doentias
Quando à traição, ciume e morte
E um coração a bater forte
Uma história bem singela
Bairro antigo, uma viela
Um marinheiro gingão
E a Emília cigarreira
Que ainda tinha mais virtude
Que a própria Rosa Maria
Em dia de procissão
Da Senhora da Saúde
Os beijos que ele lhe dava
Trazia-os ele de longe
Trazia-os ele do mar
Eram bravios e salgados
E ao regressar à tardinha
O mulherio tagarela
De todo o bairro de Alfama
Cochichava em segredinho
Que os sapatos dele e dela
Dormiam muito juntinhos
Debaixo da mesma cama
Pela janela da Emília
Entrava a lua
E a guitarra
À esquina de uma rua gemia,
Dolente a soluçar.
E lá em casa:
Mãos amorosas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar
Mas um dia,
Mas um dia santo Deus, ele não veio
Ela espera olhando a lua, meu Deus
Que sofrer aquele
O luar bate nas casas
O luar bate na rua
Mas não marca a sombra dele
Procurou como doida
E ao voltar da esquina
Viu ele acompanhado
Com outra ao lado, de braço dado
Gingão, feliz, levião
Um ar fadista e bizarro
Um cravo atrás da orelha
E preso à boca vermelha
O que resta de um cigarro
Lume e cinza na viela,
Ela vê, que homem aquele
O lume no peito dela
A cinza no olhar dele
E o ciume chegou como lume
Queimou, o seu peito a sangrar
Foi como vento que veio
Labareda atear, a fogueira aumentar
Foi a visão infernal
A imagem do mal que no bairro surgiu
Foi o amor que jurou
Que jurou e mentiu
Correm vertigens num grito
Direito ou maldito que há-de perder
Puxa a navalha, canalha
Não há quem te valha
Tu tens de morrer
Há alarido na viela
Que mulher aquela
Que paixão a sua
E cai um corpo sangrando
Nas pedras da rua
Mãos carinhosas, generosas
Que não conhecem o rancor
Mãos que o fado compreendem
e entendem sua dor
Mãos que não mentem
Quando sentem
Outras mãos para acarinhar
Mãos que brigam, que castigam
Mas que sabem perdoar
E pouco a pouco o amor regressou
Como lume queimou
Essas bocas febris
Foi um amor que voltou
E a desgraça trocou
Para ser mais feliz
Foi uma luz renascida
Um sonho, uma vida
De novo a surgir
Foi um amor que voltou
Que voltou a sorrir
Há gargalhadas no ar
E o sol a vibrar
Tem gritos de cor
Há alegria na viela
E em cada janela
Renasce uma flor
Veio o perdão e depois
Felizes os dois
Lá vão lado a lado
E digam lá se pode ou não
Falar-se o fado.
E viva o grande Villaret
O João Villaret é simplesmente eterno.
Absolutamente genial. O incomparável Villaret, um texto lindíssimo e uma pintura que não o é menos.
Recordo com nostalgia os tempos em que a família parava um pouco para ouvir João Villaret.
Grande Verdade
Abraço
Quadro,é o famoso Malhoa
O poema é do Nuno Nazaré Fernandes/e Nelson de Barros.
Nao posso jamais esquecer a imagem da pintura ( uma pintura de Malhoa creio...) do Fado.
Se a memoria nao me falha existia uma copia na velha Adega Machado.
A voz do nosso grande Joao Villaret empresta ainda mais valor a cena...
Correcto, a cópia ainda lá está :)
Ja vi o original no Museu Malhoa, Caldasda Rainha
Magnífico! ❤️
Maravilhoso... Deslumbrante.. Um sonho!!!!
Uma Obra de Arte....
Que maravilha. Bem haja quem postou
Fado Falado - João Villaret
LETRA COMPLETA
Fado Triste
Fado negro das vielas
Onde a noite quando passa
Leva mais tempo a passar
Ouve-se a voz
Voz inspirada de uma raça
Que mundo em fora nos levou
Pelo azul do mar
Se o fado se canta e chora
Também se pode falar
Mãos doloridas na guitarra
que desgarra dor bizarra
Mãos insofridas, mãos plangentes
Mãos frementes e impacientes
Mãos desoladas e sombrias
Desgraçadas, doentias
Quando à traição, ciume e morte
E um coração a bater forte
Uma história bem singela
Bairro antigo, uma viela
Um marinheiro gingão
E a Emília cigarreira
Que ainda tinha mais virtude
Que a própria Rosa Maria
Em dia de procissão
Da Senhora da Saúde
Os beijos que ele lhe dava
Trazia-os ele de longe
Trazia-os ele do mar
Eram bravios e salgados
E ao regressar à tardinha
O mulherio tagarela
De todo o bairro de Alfama
Cochichava em segredinho
Que os sapatos dele e dela
Dormiam muito juntinhos
Debaixo da mesma cama
Pela janela da Emília
Entrava a lua
E a guitarra
À esquina de uma rua gemia,
Dolente a soluçar.
E lá em casa:
Mãos amorosas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar
Mas um dia,
Mas um dia santo Deus, ele não veio
Ela espera olhando a lua, meu Deus
Que sofrer aquele
O luar bate nas casas
O luar bate na rua
Mas não marca a sombra dele
Procurou como doida
E ao voltar da esquina
Viu ele acompanhado
Com outra ao lado, de braço dado
Gingão, feliz, levião
Um ar fadista e bizarro
Um cravo atrás da orelha
E preso à boca vermelha
O que resta de um cigarro
Lume e cinza na viela,
Ela vê, que homem aquele
O lume no peito dela
A cinza no olhar dele
E o ciume chegou como lume
Queimou, o seu peito a sangrar
Foi como vento que veio
Labareda atear, a fogueira aumentar
Foi a visão infernal
A imagem do mal que no bairro surgiu
Foi o amor que jurou
Que jurou e mentiu
Correm vertigens num grito
Direito ou maldito que há-de perder
Puxa a navalha, canalha
Não há quem te valha
Tu tens de morrer
Há alarido na viela
Que mulher aquela
Que paixão a sua
E cai um corpo sangrando
Nas pedras da rua
Mãos carinhosas, generosas
Que não conhecem o rancor
Mãos que o fado compreendem
e entendem sua dor
Mãos que não mentem
Quando sentem
Outras mãos para acarinhar
Mãos que brigam, que castigam
Mas que sabem perdoar
E pouco a pouco o amor regressou
Como lume queimou
Essas bocas febris
Foi um amor que voltou
E a desgraça trocou
Para ser mais feliz
Foi uma luz renascida
Um sonho, uma vida
De novo a surgir
Foi um amor que voltou
Que voltou a sorrir
Há gargalhadas no ar
E o sol a vibrar
Tem gritos de cor
Há alegria na viela
E em cada janela
Renasce uma flor
Veio o perdão e depois
Felizes os dois
Lá vão lado a lado
E digam lá se pode ou não
Falar-se o fado.
Lindo lindo lindo lindo lindo lindo lindo lindo lindo... agradeço
Mas os autores são Nuno Nazaré Fernandes/Nelson de Barros, celebrizado por Vilaret... Tal como a chuva não é da Mariza, mas do Jorge Fernando. O seu a seu dono
Em janeiro de 2023 ouvindo. ❤️
sempre gostei de ouvir este senhor declamar villaret!!tou arecordar aquela que ele falava do amor entre deus eo diabo
Cântico Negro, poema de José Régio
"E digam lá se pode ou não falar-se o fado."
LINDO, LINDO, LINDO.
Muito BONITO
isto é Portugal no seu melhor
@2pinoquio Cuidado, que o comer e o coçar, o mal é começar hehehe.
Para começar a gostar de fado, aconselho que oiça Vicente da Câmara (Moda das tranças pretas, ou o Marialva, por exemplo), Amália Rodrigues (tem tantos e tão bons), Marceneiro (outro que tal), Carlos do Carmo (mas os fados da década de 60 e 70, que são tipo fado/canção), e depois de lhe tomar o gosto, não vai parar mais de gostar do Fado.
Um fadista, João Ferreira Rosa, com o Fado do Embuçado, e outros, também é bom de ouvir.
Orlando Reis e que tal António dos Santos???
fantástico! :)
obrigada por partilhar
Que maravilha!
Adorável !
Amo de paixão!
Lindooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!
EU AMO ESTE FADO (O UNICO FADO QUE GOSTO)
Se calhar nunca ouviu com atenção muitos fados que existem que falam da vida, amor, ciúme. Grandes poetas como Linhares Barbosa, David Mourao Ferreira, Ary dos Santos e muitos mais em vozes como Amalia, Lucilia do Carmo ,Teresa de Noronha, enfim...
Obrigada cara Mila por me indicar este vídeo. Este senhor era um Mestre em tudo o que fazia
Reparei que, pela janela da Emília entrava a lua, é verdade? :-) Abraço
Muito bom.....!
o fado mora alma
mas quem raio são aqueles 25?
Genial!
❤❤❤❤
Obrigado.
:) gostei
O nacional é bom, e chega.
Bravo!
Martascote
Lindo
alguem tem de te ensinar a desligar o caps lock...
Intemporal
qualquer coisa de extraordinario, infelizmente conhecia o nome, mas não ele a brilhar na sua arte, realmente portugal é pequeno mas muito bom em varias artes, umas mais apoiadas que outras, infelizmente.
acordai de Lopes Graça
A música de hip hop mais antiga escrita em português ?
Pedro Pinto ,q vergonha !!
Eduque se , cultive se !! Comparar estes talentos a hip Hop eh das maiores OFENSAS ao POVO PORTUGUÊS ,E SEUS GRANDES DECLAMADORES !??
duka...