Lugar-memória
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- เผยแพร่เมื่อ 9 ก.พ. 2025
- O material fotográfico e audiovisual foi produzido pelo autor no cemitério Campo da Saudade, localizado no bairro Cinturão Verde. Este espaço de memórias tem importância histórica e artística para a cidade, enquanto documento histórico e patrimonial da vida social, uma vez que é percebido como elo do tempo presente com o passado, criando um sentido de continuidade da história de um povo e de instituições.
O documento é um produto na dimensão das espacialidades urbanas, tendo como projeção positiva a memória de pessoas vítimas da pandemia do SARS-COV-2, o COVID-19, que abalou o planeta nos últimos dois anos e que tem nos cemitérios das cidades, a imagem da eterna saudade, na condição de produção de sentidos nostálgicos para familiares e amigos. O cemitério Campo da Saudade, em especial, tem uma quadra denominada “17”, onde o “bambuzal” compõe a paisagem que identifica o espaço no qual centenas de vítimas do COVID-19 foram e ainda são sepultadas.
O autor do projeto entende que as pessoas vítimas da COVID-19 não podem ser consideradas apenas números oficiais, mas entes queridos importantes na construção das relações sociais e emocionais interpessoais que devem ser lembrados com respeito e amor por suas trajetórias na vida das pessoas. O lugar-memória é central nesta perspectiva monumental histórica e urbana, que são os cemitérios, paisagens que podem gerar incômodo para uns, mas são extremamente sensíveis para outros.
A produção das imagens leva em conta o registro narrativo poético em forma de homenagem, considerando o anonimato das vítimas, com ênfase nas datas de falecimento impressas nas construções físicas que comunicam motivações topofílicas, ou seja, provocam um apego ao lugar em que estão sepultadas as pessoas. Ali as memórias são projetadas na lembrança coletiva e individual e retornam com mais força toda vez que são realizadas as visitas neste lugar-memória-monumento.
Assim como ocorreu em todo o mundo, o autor experimentou momentos dramáticos com o contágio da doença e com a perda de familiares, de pessoas próximas, amigos e amigas de trabalho, notadamente, servidores da Universidade Federal de Roraima que, pela memória, permanecem vivas e vibrantes, provocando emoções constantes e motivação em seguir na valorização de suas memórias.