A expansão da América portuguesa em direcção ao interior do continente tem várias componentes. Não sei o que é “brasil colónia”: como o Brasil só existe desde 1822, não sei quando terá sido uma colónia. Portugal nunca teve colónias e só partir de 1822, a historiografia brasileira passa a utilizar esses termos. Os bandeirantes foram importantes no conhecimento do interior mas (ao contrário do que se afirma) não se deve a eles a expansão territorial, pois nos tratados internacionais (tratado de Madrid e Santo Idelfonso) o princípio utilizado para definição de fronteiras era a posse efectiva (jesuítas do padroado português estabelecidos no interior foram bem importantes). Com a união ibérica, deixou de fazer sentido a linha de Tordesilhas pois apensar de não ter havido qualquer mistura de poderes entre as coroas, o rei era o mesmo. A Amazónia foi quase toda internalizada na América portuguesa devido à subida do rio Amazonas (contra corrente) por Pedro Teixeira e registo cartorial (escritura) desses territórios debaixo da coroa portuguesa. No Sul, a gestão da colónia do sacramento que permitiu avançar até a bacia do prata e, via tratados, trazer para a coroa portuguesa toda a parte sul , incluindo os 7 povos das missões . Ao centro, as próprias missões jesuíticas foram centrais, pois os jesuítas estabeleciam-se no território. O tratado de Tordesilhas garantiu que ficasse pra Portugal as duas margens do Atlântico Sul (necessário para aproveitar as correntes e chegar ao Índico) e, do outro lado do mundo, manter aos ilhas das especiarias (especialmente as molucas ) do lado português. A união ibérica, devido a decisões discutíveis do rei Filipe I (Filipe II de Castela), que estando em guerra com os Países Baixos , estabeleceu o bloqueio ao comércio com aquele país. Tal vai levar as invasões holandesas na América portuguesa (para evitar a falência do sector açucareiro holandês que importava açúcar da América portuguesa). Ao mesmo tempo, vão aproveitar para ficar com o riquíssimo monopólio do mercado das especiarias do Oriente (quando acaba a união ibérica, os territórios da actual Indonésia, Malaca, formosa, África do Sul, já tinham sido perdidas para a Holanda) que fizera de Portugal o reino mais rico da Europa… Tal representa um movimento contrário ao que se verificou na América onde se ganhou território. Importante referir que na época Portugal tinha apenas 1,5 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, pelo que não havia população que justificasse a penetração mais rápida no território, como política da coroa. Quanto a escravidão dos indígenas, ela estava proibida pelos reis mas, não há dúvida que a sua aplicação não foi sempre cumprida (basta ver as queixas do Padre António Vieira ao rei dizendo que existia mas escondido). Quanto à escravidão dos negros, (a escravidão não tem ligação nenhuma à raça e existiu desde sempre, Portugal fez parte do grupo de países que, pela primeira vez na história, considerou a prática inaceitável, abolindo a escravidão. Mas infelizmente ainda há hoje escravidão em vários países da Ásia e África.) Concluindo, sobre esse “brasil colónia” nada posso dizer pois desconheço tal invenção marxista. Até sei mais sobre Ratanabá ;) Sobre a expansão territorial da América portuguesa ela deve-se essencialmente ao Pedro Teixeira, assentamentos de jesuítas que trabalhavam para o padroado português ou de outros grupos de portugueses. A questão da colónia do sacramento, e depois a cisplatina, no alargamento a sul também são fundamentais.. A atribuição aos bandeirantes da expansão territorial derivou de uma narrativa histórica brasileira que procurava demonizar tudo o que tinha a ver com a Portugal. E que também serve aos políticos pra se desculparem com o passado disfarçando a sua corrupção.. Uma pena a perda da cisplatina pelo Brasil independente pois a “ilha do Brasil” era uma poderosa estratégia de projeção de poder, que podia ter sido aproveitada pelo Brasil.
parabéns pela aula top felipe carmello, estamos todos dentro d você
Aula muito boa!❤👏
aula top dms Felipe, estamos todos dentro de você 🔥🔥
O profe é da minha filha, mas ensina tão bem que até o véi veio assistir.
Parabéns mestre 👏🏻👏🏻👏🏻👊🏻
Aula top demaissss🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝
Obrigado 😃
Aula top dms Felipe Carmello , estamos todos dentro de você . ❤👏🏼
aula top demais slk melhor professor q ja tive
A expansão da América portuguesa em direcção ao interior do continente tem várias componentes.
Não sei o que é “brasil colónia”: como o Brasil só existe desde 1822, não sei quando terá sido uma colónia. Portugal nunca teve colónias e só partir de 1822, a historiografia brasileira passa a utilizar esses termos.
Os bandeirantes foram importantes no conhecimento do interior mas (ao contrário do que se afirma) não se deve a eles a expansão territorial, pois nos tratados internacionais (tratado de Madrid e Santo Idelfonso) o princípio utilizado para definição de fronteiras era a posse efectiva (jesuítas do padroado português estabelecidos no interior foram bem importantes).
Com a união ibérica, deixou de fazer sentido a linha de Tordesilhas pois apensar de não ter havido qualquer mistura de poderes entre as coroas, o rei era o mesmo.
A Amazónia foi quase toda internalizada na América portuguesa devido à subida do rio Amazonas (contra corrente) por Pedro Teixeira e registo cartorial (escritura) desses territórios debaixo da coroa portuguesa.
No Sul, a gestão da colónia do sacramento que permitiu avançar até a bacia do prata e, via tratados, trazer para a coroa portuguesa toda a parte sul , incluindo os 7 povos das missões .
Ao centro, as próprias missões jesuíticas foram centrais, pois os jesuítas estabeleciam-se no território.
O tratado de Tordesilhas garantiu que ficasse pra Portugal as duas margens do Atlântico Sul (necessário para aproveitar as correntes e chegar ao Índico) e, do outro lado do mundo, manter aos ilhas das especiarias (especialmente as molucas ) do lado português.
A união ibérica, devido a decisões discutíveis do rei Filipe I (Filipe II de Castela), que estando em guerra com os Países Baixos , estabeleceu o bloqueio ao comércio com aquele país. Tal vai levar as invasões holandesas na América portuguesa (para evitar a falência do sector açucareiro holandês que importava açúcar da América portuguesa). Ao mesmo tempo, vão aproveitar para ficar com o riquíssimo monopólio do mercado das especiarias do Oriente (quando acaba a união ibérica, os territórios da actual Indonésia, Malaca, formosa, África do Sul, já tinham sido perdidas para a Holanda) que fizera de Portugal o reino mais rico da Europa… Tal representa um movimento contrário ao que se verificou na América onde se ganhou território.
Importante referir que na época Portugal tinha apenas 1,5 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, pelo que não havia população que justificasse a penetração mais rápida no território, como política da coroa.
Quanto a escravidão dos indígenas, ela estava proibida pelos reis mas, não há dúvida que a sua aplicação não foi sempre cumprida (basta ver as queixas do Padre António Vieira ao rei dizendo que existia mas escondido). Quanto à escravidão dos negros, (a escravidão não tem ligação nenhuma à raça e existiu desde sempre, Portugal fez parte do grupo de países que, pela primeira vez na história, considerou a prática inaceitável, abolindo a escravidão. Mas infelizmente ainda há hoje escravidão em vários países da Ásia e África.)
Concluindo, sobre esse “brasil colónia” nada posso dizer pois desconheço tal invenção marxista. Até sei mais sobre Ratanabá ;)
Sobre a expansão territorial da América portuguesa ela deve-se essencialmente ao Pedro Teixeira, assentamentos de jesuítas que trabalhavam para o padroado português ou de outros grupos de portugueses. A questão da colónia do sacramento, e depois a cisplatina, no alargamento a sul também são fundamentais..
A atribuição aos bandeirantes da expansão territorial derivou de uma narrativa histórica brasileira que procurava demonizar tudo o que tinha a ver com a Portugal. E que também serve aos políticos pra se desculparem com o passado disfarçando a sua corrupção..
Uma pena a perda da cisplatina pelo Brasil independente pois a “ilha do Brasil” era uma poderosa estratégia de projeção de poder, que podia ter sido aproveitada pelo Brasil.