“Sob o Viaduto” Gafieira com Priscilla Rangel e Alysson Andrade

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  • เผยแพร่เมื่อ 18 ม.ค. 2025
  • “Sob o Viaduto”
    O nome carrega a potência do espaço, da intervenção urbana e da conexão entre dança, música e cidade. Ele evoca a ideia de histórias vividas e ressignificadas no Viaduto Santa Tereza, um lugar onde culturas se encontram e se transformam.
    Sob o Viaduto: A Poética da Dança na Cidade
    Belo Horizonte pulsa em cada esquina, em cada curva de seus viadutos e praças. É nesse pulsar que nasceu o experimento de videodança que, sob o emblemático Viaduto Santa Tereza, conecta corpo, cidade e história. Priscilla Rangel ao lado do dançarino Alysson Andrade, nossa proposta de improvisação explora não apenas o espaço físico, mas as camadas poéticas de um lugar que há décadas serve como palco para as culturas urbanas e as resistências criativas da capital mineira.
    Filmado pelas lentes sensíveis da Girassol Filmes, o trabalho toma como base o conceito de intervenção urbana: dançar na cidade, com a cidade, para a cidade. O chão de concreto e as colunas do viaduto, que já foram testemunhas de batalhas de rima no Duelo de MCs e de inúmeras manifestações da cultura Hip-Hop, tornam-se parceiros de uma dança que ressignifica o espaço. A história, projetada pelo engenheiro Emílio Baumgart e inaugurada em 1929, agora encontra os corpos em movimento, improvisando histórias no presente.
    A improvisação, como técnica e linguagem, nos guia. Inspirados pela banda Senta a Pua, que celebra e resgata a potência da cultura de Belo Horizonte, deixamos o samba de gafieira abraçar o ambiente urbano, rompendo com o habitual e transpondo o par tradicional para um diálogo dinâmico e imprevisível com o entorno. O ritmo do samba conversa com as batidas das rodas de rima, os grafites que colorem as paredes e o eco das vozes que fazem do viaduto um espaço vivo.
    Esse diálogo entre dança e espaço urbano ganha ainda mais força com a música de Rodrigo Torino, violonista e compositor belo-horizontino, cuja obra enriquece o projeto ao entrelaçar os movimentos dos corpos com a profundidade de suas composições. Formado nos estudos de Maurício Carrilho no Rio de Janeiro, Torino apresenta em seu repertório polcas, valsas e choros que transitam entre o clássico e o contemporâneo. A riqueza harmônica de seus choros dolentes e de gafieira encontra ressonância na dança, enquanto os choros em compassos ímpares ecoam a inventividade da improvisação.
    Rodrigo, que já tocou ao lado de gigantes como Paulo Moura e Elza Soares, traz ao projeto não apenas a experiência de um vencedor do prêmio BDMG Instrumental, mas a sensibilidade de um músico que reinventa o gênero sem perder suas raízes. O viaduto, que vibra com a energia do samba, do Hip-Hop e da dança urbana, acolhe também a delicadeza e a potência da música instrumental mineira.
    Dançar na cidade é um ato político e poético. Sob o Viaduto Santa Tereza, onde tantas vozes e sons já ecoaram, nossa dança, embalada pelas composições de Rodrigo Torino, é um convite à presença e à atenção. É dizer que a cidade não é apenas um lugar de passagem, mas um lugar de encontro. Ela respira, vibra e, ao ser dançada e musicada, retribui com sua energia inconfundível.
    A videodança se torna, assim, um documento de nosso tempo. Não apenas registra os movimentos dos corpos e a música que os guia, mas também o diálogo entre o passado do viaduto, a vibração cultural do presente e as possibilidades futuras de ocupação artística e humana. E, acima de tudo, nos lembra que Belo Horizonte, com suas histórias, seus sons e seus espaços, é tanto cenário quanto protagonista de nossa dança.

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