bom dia. é um assunto muito delicado. quantas vezes, num momento de desespero, a pessoa resolve tirar a própria vida, embora tenha dado sinais pedindo ajuda e as pessoas ao redor não tem a sensibilidade para ajudá-la. muitas vezes, criticam, zombam, fazem pouco caso e quando a tragédia acontece, se lamentam, esquecendo ou querendo esquecer a culpa que tiveram no processo. precisamos nos humanizar, novamente. precisamos ter empatia. precisamos cuidar uns dos outros.
Por outro lado, pode ser que a pessoa não tenha dado sinais, porque talvez nem todos dêem e nós ampliamos a culpa dos familiares e/ou amigos. Acho importante também pensarmos no cuidado devido a quem sofre a perda de alguém pro suicídio.
"Nada faz sentido, todos vamos morrer." Ta, mas o contrário de morte é nascer, o de viver eu ainda não sei qual é, sinceramente. Mas porque morrer se eu posso continuar tentando a cada dia, esses dias foram difíceis pra mim porém hoje acordei melhor, não sei porque, nada mudou. Cogitei suicídio? Sempre. Mas é melhor deixar pra depois de amanhã, pra amanhã não porque a gente planeja, pra depois de amanhã é uma ideia meio vaga. Vi esse pensamento num vídeo da Júlia Joutjout com uma médica de cuidados paliativos e muitas vezes me recorro a ele. Ainda há muito o que pretendo fazer nessa vida, mas sempre procuro terminar meu dia no positivo, caso eu não acorde amanhã não terei deixado de fazer nada que eu quis, não que eu tenha feito tudo o que quero mas pelo menos não deixei de fazer nada "importante" como conversar com meus pais pelo menos uma vez. Como você diz, meio confuso mas é isso aí, espero que tenham entendido.. ps: obrigado pelo vídeo, como sempre ajudando muito ;D
Bom dia Manu! é bom reforçar o trabalho do CVV, qualquer pessoa pode ligar no 188 anonimamente pra conversar, são voluntarios treinados pra ouvir e prestar apoio emacional. São pessoas incríveis.
@@luizalimadematos8292 é verdade, são muitas pessoas que ligam e ainda poucos voluntários, o que expõe ainda mais como estamos precisando ser ouvidos. Se não me engano os últimos números eram de cerca de 3mil voluntários e milhões de chamadas. Vale a pena procurar se na sua cidade tem o centro do CVV, pra quem necessita é possível ter o atendimento pessoalmente, e pra quem gostaria de ajudar é possível conhecer as formas de ser voluntário. São pessoas incríveis!
São tantas questões em cima de um mesmo tema, né? Nem sei por onde começar. Mas acho que posso dizer que apesar de ter dado o click antes das 8 da manhã em um vídeo sobre suicídio, eu não venho pensando nisso. Aliás, não venho pensando como hipótese pra minha vida, porém acabei de ler o Mito de Sisifo, por indicação sua, inclusive, então sim, eu venho pensando sobre isso. Quando você disse que no livro o Camus falava que essa era a única questão filosófica realmente relevante, eu não esperava que este fosse o primeiro parágrafo do livro. Tomei um susto hahaha Mas o livro é maravilhoso. Também recomendo. Então, eu sempre fui muito melancólica desde criancinha (apesar de ser extrovertida e engraçada, dizem) e passei por um processo de depressão que variou entre moderada s severa por 8 anos (estou bem ha dois, mas não se pode dizer curada, né, digamos que aprendi a lidar com muita coisa, com a ansiedade, principalmente). Uma pergunta que os psiquiatras sempre fazem de primeira "você já pensou em suicidio" eu sempre respondi que não. Mas hoje eu sei esse não é bem.relstivo. Quando eu dizia que não, era que na verdade eu nunca havia planejado o ato. Mas já havia pensado muitas vezes "se eu morrer tanto faz" e principalmente meu comportamento extremamevte autodestrutivo mostrava isso: beber muito sem me preocupar com nada, dirigir em alta velocidade, dirigir bêbada e em.alta velocidade. Muitas coisas. Enfim, pensando sobre isso, eu me dei conta que apesar disso eu sempre tinha a esperança de que as coisas iam melhorar, como de fato aconteceram. E não há como voltar atrás de um suicidio. Então, eu sigo apostando mesmo que qualquer experiência de viver é melhor do que não viver. Tudo pode melhorar! Beijo, Manu.
@@floremanu Você poderia indicar livros de peças? É que meu irmão de 12 anos adora isso, no sentido de escrever e tal, e estar a frente das apresentações.. E quero incentivar ele com livros...poderia me indicar um não tão difícil de entender assim ?
Obrigada por compartilhar seu relato, Isabelle! Que você continue bem! Assisti ao vídeo por curiosidade sobre o tema e por ter um filho adolescente, e mesmo sem ter pensado em tirar minha própria vida, seu comentário me fez pensar sobre comportamentos autodestrutivos que já tive. Abraço.
@@ericafranco815 sim, Érica, isso nunca tinha me passado pela cabeça, que este comportamento era um processo. Até que um dia uma terapeuta perguntou se eu não tinha medo de morrer. Se eu não pensava que isso podia acontecer. Aí virou uma chave pra eu entender muita coisa. Não sei nem te dizer se eu acho que foi uma abordagem correta, mas funcionou. Eu não acho que o assunto tenha que ser tabu, mas é difícil. A questão dos gatilhos. Enfim, que bom que podemos pensar juntos e quem sabe dar uma luz a alguém, não é?
Tô impressionada, já tive exatamente isso que você descreveu sobre temer a possibilidade do suicídio e de gerar situações do “quase suicídio”, e me achava um bicho de sete cabeças. Obrigada por desmistificar a vida! :)
Tema dificil. Quem está lendo e está passando por um momento dificil, saiba que vale a pena viver. Já cheguei em tristezas profundas que tive medo de fazer merda. Fico feliz por não ter feito porque o futuro sempre nos presenteia com coisas incriveis depois de momentos de tristeza. Uma vez a solução foi ir para um templo budista fazer um retiro. Alguns anos depois procurei ajuda com psiquiatra e hoje faço analise (oq recomendo muito). Mas é isso... estamos juntos e tenho certeza que VC PODE SAIR DO BURACO!
Suicídio é uma questão sempre muito delicada de falar. Quando você diz que é "normal" pensar sobre, penso que tem essa dimensão de sair do tabu do sucidídio, como se fosse algo que não acontece, não se pensa, não se fala. E a gente precisa falar!muito! Dizer, expor e escutar acima de tudo. Penso também que não se pode esquecer a dimensão sociopolítica do sofrimento, já que o suicídio tem crescido entre jovens negros, por exemplo. Acho que abrir esse campo de diálogo aqui no canal é muito importante. Tenho uma ressalva em relação a quando você diz sobre a atuação dos psicólogos que atuam na perspectiva comportamental e psiquiatras... sou da área da psicologia, me apoio muito mais na psicanálise, mas entendo que toda abordagem pode fazer a pessoa olhar para si, sua história, seu padrão. Imagino que você concorde com isso e entendo o porquê você diz, imagino que seu conhecimento é amplo sobre, mas me deu um pouco a sensação de que sua fala pode reforçar esse esteriótipo profissional para quem é mais distante da área, desconhece esse assunto e etc. Enfim! Adoro os vídeos do canal! Obrigada por compartilhar.
Dizem que todo escritor tem um tema que o persegue durante toda a vida. O meu é a morte. Comecei aos 15 anos depois de ganhar, de minha mãe, as obras completas do F. Pessoa (seu desafeto). E, depois disso, não ha um dia sequer que, de uma forma ou de outra, essa sombra não me ronde. Pode ser da morte como estado, como sujeito, como destino. Não importa. Tudo que vejo, vejo Ela, a morte. As vezes dói, as vezes me acalma. Mas a estranheza que ela provoca perdura. O fim. O fim é estranho. O nunca mais. A vazio que é deixado por aquele que parte. A saudade que não será nunca curada. O que poderia ter sido mas não será jamais. É mesmo muito estranho... e o suicídio, esta escolha, o alívio desejado, é difícil para quem fica. Pelo vazio, sim, mas, principalmente, pela constatação que a dor pode ser grande, tao grande, que não seria possível, para quem parte, uma dor maior... "eu quero viver. Mas não quero viver a vida que eu tenho. E nao consigo ter outra vida". Eu escutei isso uma vez. E me senti impotente diante da lucidez do louco. Muito triste.
O Corpo no Tempo sim. Imagino que você tenha lido a trilogia do beckett... e o meu problema não é com o Pessoa. Muito pelo contrário. Tenho dificuldade com poemas em geral. E também tenho uma ideia constante que ronda a morte. Ou algo assim. A abertura da morte do pai também é muito bonita.
@@floremanu . Tive contato com Beckett no meu tempo de faculdade. Da trilogia, li os dois primeiros, mas ha muitos anos atrás. O último está há quase 5 anos na estante dos imperdíveis-que-não-posso-morrer-sem-ler. Vou aproveitar a sugestão, sua, e resgata-lo. Este ano, em março, estive num debate com o psicanalista Júlio Conte onde ele falava sobre a relação do Bion e do Beckett. Imagina.. eles se conheceram no início da década de 30.. estavam longe de ser o que se tornaram. O Beckett numa crise depressiva, em surto psicótico; o Bion iniciando sua prática psicanalítica. Eu desconhecia a relação dos dois e é realmente muito impressionante identificar a influência de um nas obras do outro... Nesta área sou apenas curiosa, não conheço quase nada. Mas achei muito curioso relacionar as reflexões que o Beckett traz em seus textos, às sessões experimentais de psicanálise que ele tinha com o Bion... Enfim, não sei como vim parar aqui. Uma coisa foi puxando a outra... Mas obrigada pelas sugestões. Me interessam.
Olá Manu! Excelente vídeo, amo seu canal. É preciso falar sobre temas como esse, gerar um espaço de diálogo. Estive há alguns anos numa relação com esse tema muito fortemente, mas no meu caso havia sim uma patologia e foi olhada e cuidada.. Estou bem. Não acredito que pensar sobre o tema seja necessariamente patológico, vejo que há questão cultural em reprimir mais um pensamento, "criminalizando". Mas por outro lado, acredito que deva existir uma sensibilidade para perceber como isso afeta sua vida, para então buscar ajuda em prol da própria melhora. Sempre bom, como você mencionou, estar em conversa.. buscar ajuda. Bjo grande!
sempre no fim do video é como se fosse um, até amanha, e sempre espero de manhã novo video, parece q de alguma forma somos amigos mas no caso eu só ouço vc, parabens pelo trabalho
Bom dia, Manu. Um dia conversando com umas amigas sobre um meme percebemos que todos já havíamos pensado em como seria "se eu me atirasse por aquela janela" ou "se eu me jogasse na frente daquele carro" e morresse.. e chega a ser "estranho" pq nunca pensei em me matar de fato, mas esses pensamentos de como seria a vida sem a minha presença por aqui.. e isso é complexo, ne? Pq a partir do momento que eu não existo, a minha vida também não existe, enfim... Eu já tive uma vírgula da minha vida de depressão, pq uma vírgula? Pq considero que o que tive não chega a 0,0001% do que quem sofre de depressão tem... mas posso garantir que foram as piores horas da minha vida ao acordar e não ter a mínima vontade de fazer nada, não ver ninguém e ao mesmo tempo saber que eu estava precisando de quem fosse pra me dar um colo e dizer que estava tudo bem... (ah, esse foi meu gatilho pra começar a, enfim, fazer terapia)... por sorte minha eu tenho um filho de 4 anos e responsabilidades com ele e que nesse dia me deram forças para que eu pudesse levantar e ir buscá-lo. Quando passei por isso eu já "entendia" melhor o quadro de quem sofre de depressão, mas não tinha a mínima ideia de como era na "vida real".. .e essas horas de desespero ou sei lá o que me fizeram respeitar e tentar ajudar ainda mais quem precisa.. Voltando ao assunto do vídeo, espero, de verdade, que esse assunto, apesar de muito delicado e complexo, não seja um tabu e possamos falar "tranquilamente" que pensamos em suicídio com nossos amigos e assim, quem sabe, abrir mais espaços para que quem está num estágio avançado enxergue que pode e consiga falar sobre. Beijos, Manu!
Caramba, eu tenho exatamente o mesmo medo do "controle da minha vida" e por isso, sempre evito ficar em sacadas, por exemplo. Não é algo relacionado ao suicídio em si, mas sim a possibilidade de, mesmo que sem querer (isso é possível? rs). Sempre achei isso muito doido, literalmente, e agora vejo que não sou o único a sentir isso...que legal hahaha
Bom dia, to impressionada em como to conectada com esse canal! Outro dia fiquei falando sobre imaginacao, no outro dia tinha vídeo sobre, ontem estava lendo sobre suicídio infantil hoje chegou esse vídeo.. O tema de suicídio infantil ainda é mais difícil porque a gente nega a intencionalidade e a noção de morte das crianças. O que li de mais interessante nesse artigo (no caso do sofrimento infantil) é que se a criança toma 2 comprimidos de melhoral infantil, mas tinha a intenção de se matar configura tentativa de suicidio, e em contrapartida, outra criança que toma soda cáustica sem querer (porque estava junto de outros alimentos) configura acidente. Nossa "arrogância" em achar que por sermos adultos o fator perigo determina a intencionalidade está errado (no caso infantil), subjulgamos o fato de ontologicamente já termos noção de vida e morte desde cedo. No caso do adulto sim o fator perigo está mais latente porque um adulto sabe a potencialidade de morte em cada ato. É sempre um ato de desespero: quer se dar fim a um sofrimento. Se o sujeito se conta de que só ele proprio pode resolver e não se sente com recurso pra lidar com tanta frustração pode fazer com que ele passe a ter atos de descuido, negligência consigo e autodestruição (álcool, drogas, bebida, riscos) e/ou decida pela sua morte Enfim, achei importante colocar isso aqui porque o suicídio infantil não é mencionado em quase nenhuma situacso, não se conversa sobre.. Pra quem tiver interesse o texto que eu li foi do Valdemar Augusto Angerami do livro o atendimento infantil na lógica fenomenológico existencial. Gostei muito do video, principalmente quando falas sobre o suicídio ser um pensamento como qualquer outro, tirar da lógica de que não se pode nem pensar sobre porque é errado. Muito obrigada pelas tuas colocacoes Manu, bom dia!
Bom dia. Acabei de me formar psicóloga e no início da faculdade fiz um grande amigo que não seguiu com o curso. E infelizmente no último fds ele se suicidou, na semana anterior eu havia falado com ele e ele estava muito triste me pediu pra ligar pra ele. Mas eu acabei esquecendo e me culpo por isso. Os amigos em comuns estão perdidos pois a família excluiu o perfil dele no Facebook e até agora ninguém sabe de fato o que aconteceu.
Manú, fale sobre senso de humor por favor!! Sinto que sou uma pessoa com pouco senso de humor, ou com um senso de humor diferente da maioria. Tenho percebido isso mais frequentemente com o wpp e a circulação dessas mensagens/vídeos que teoricamente são engraçadas e todos compartilham. Eu por outro lado não gosto, não acho graça e tenho super preguiça. Comente por favor!! Grata!! Abraços.
Massa esse vídeo :) Manu, esse livro do Camus tem relação com a estética do absurdo utilizada no teatro? Da pra relacionar essa estética do absurdo, de alguma forma, com o dia a dia?
Aviso de gatilho é usado pra alertar que o vídeo pode disparar algumas reflexões, sofrimento e/ou pode ser perigoso para alguém que está vivendo a situação explorada no vídeo! É um jeito de cuidar, alertar...
Manu, precisamos discutir mais sobre a MORTE! Vivências, perdas, ganhos, como viver esperando a morte?....
Adorei o vídeo!
bom dia. é um assunto muito delicado. quantas vezes, num momento de desespero, a pessoa resolve tirar a própria vida, embora tenha dado sinais pedindo ajuda e as pessoas ao redor não tem a sensibilidade para ajudá-la. muitas vezes, criticam, zombam, fazem pouco caso e quando a tragédia acontece, se lamentam, esquecendo ou querendo esquecer a culpa que tiveram no processo. precisamos nos humanizar, novamente. precisamos ter empatia. precisamos cuidar uns dos outros.
Por outro lado, pode ser que a pessoa não tenha dado sinais, porque talvez nem todos dêem e nós ampliamos a culpa dos familiares e/ou amigos. Acho importante também pensarmos no cuidado devido a quem sofre a perda de alguém pro suicídio.
Como é bom saber que nenhuma experiência é única
"Nada faz sentido, todos vamos morrer." Ta, mas o contrário de morte é nascer, o de viver eu ainda não sei qual é, sinceramente. Mas porque morrer se eu posso continuar tentando a cada dia, esses dias foram difíceis pra mim porém hoje acordei melhor, não sei porque, nada mudou. Cogitei suicídio? Sempre. Mas é melhor deixar pra depois de amanhã, pra amanhã não porque a gente planeja, pra depois de amanhã é uma ideia meio vaga. Vi esse pensamento num vídeo da Júlia Joutjout com uma médica de cuidados paliativos e muitas vezes me recorro a ele. Ainda há muito o que pretendo fazer nessa vida, mas sempre procuro terminar meu dia no positivo, caso eu não acorde amanhã não terei deixado de fazer nada que eu quis, não que eu tenha feito tudo o que quero mas pelo menos não deixei de fazer nada "importante" como conversar com meus pais pelo menos uma vez. Como você diz, meio confuso mas é isso aí, espero que tenham entendido..
ps: obrigado pelo vídeo, como sempre ajudando muito ;D
Gabriel Pimenta de Souza eu que agradeço
Bom dia Manu!
é bom reforçar o trabalho do CVV, qualquer pessoa pode ligar no 188 anonimamente pra conversar, são voluntarios treinados pra ouvir e prestar apoio emacional. São pessoas incríveis.
é tão, tão difícil ser atendido :(
@@luizalimadematos8292 é verdade, são muitas pessoas que ligam e ainda poucos voluntários, o que expõe ainda mais como estamos precisando ser ouvidos. Se não me engano os últimos números eram de cerca de 3mil voluntários e milhões de chamadas. Vale a pena procurar se na sua cidade tem o centro do CVV, pra quem necessita é possível ter o atendimento pessoalmente, e pra quem gostaria de ajudar é possível conhecer as formas de ser voluntário. São pessoas incríveis!
O CVV não funciona pq a fila de espera é sempre enorme e quem está prestes a cometer suicídio não pode esperar.
São tantas questões em cima de um mesmo tema, né? Nem sei por onde começar. Mas acho que posso dizer que apesar de ter dado o click antes das 8 da manhã em um vídeo sobre suicídio, eu não venho pensando nisso. Aliás, não venho pensando como hipótese pra minha vida, porém acabei de ler o Mito de Sisifo, por indicação sua, inclusive, então sim, eu venho pensando sobre isso. Quando você disse que no livro o Camus falava que essa era a única questão filosófica realmente relevante, eu não esperava que este fosse o primeiro parágrafo do livro. Tomei um susto hahaha Mas o livro é maravilhoso. Também recomendo. Então, eu sempre fui muito melancólica desde criancinha (apesar de ser extrovertida e engraçada, dizem) e passei por um processo de depressão que variou entre moderada s severa por 8 anos (estou bem ha dois, mas não se pode dizer curada, né, digamos que aprendi a lidar com muita coisa, com a ansiedade, principalmente). Uma pergunta que os psiquiatras sempre fazem de primeira "você já pensou em suicidio" eu sempre respondi que não. Mas hoje eu sei esse não é bem.relstivo. Quando eu dizia que não, era que na verdade eu nunca havia planejado o ato. Mas já havia pensado muitas vezes "se eu morrer tanto faz" e principalmente meu comportamento extremamevte autodestrutivo mostrava isso: beber muito sem me preocupar com nada, dirigir em alta velocidade, dirigir bêbada e em.alta velocidade. Muitas coisas. Enfim, pensando sobre isso, eu me dei conta que apesar disso eu sempre tinha a esperança de que as coisas iam melhorar, como de fato aconteceram. E não há como voltar atrás de um suicidio. Então, eu sigo apostando mesmo que qualquer experiência de viver é melhor do que não viver. Tudo pode melhorar! Beijo, Manu.
Isabelle Arthaud sim. Obrigado pela resposta.
@@floremanu Você poderia indicar livros de peças? É que meu irmão de 12 anos adora isso, no sentido de escrever e tal, e estar a frente das apresentações.. E quero incentivar ele com livros...poderia me indicar um não tão difícil de entender assim ?
Obrigada por compartilhar seu relato, Isabelle! Que você continue bem! Assisti ao vídeo por curiosidade sobre o tema e por ter um filho adolescente, e mesmo sem ter pensado em tirar minha própria vida, seu comentário me fez pensar sobre comportamentos autodestrutivos que já tive. Abraço.
@@ericafranco815 sim, Érica, isso nunca tinha me passado pela cabeça, que este comportamento era um processo. Até que um dia uma terapeuta perguntou se eu não tinha medo de morrer. Se eu não pensava que isso podia acontecer. Aí virou uma chave pra eu entender muita coisa. Não sei nem te dizer se eu acho que foi uma abordagem correta, mas funcionou. Eu não acho que o assunto tenha que ser tabu, mas é difícil. A questão dos gatilhos. Enfim, que bom que podemos pensar juntos e quem sabe dar uma luz a alguém, não é?
@@ericafranco815 eu que agradeço!
Transforme os videos em livro, Emanuel! Publique! São preciosos...
Tô impressionada, já tive exatamente isso que você descreveu sobre temer a possibilidade do suicídio e de gerar situações do “quase suicídio”, e me achava um bicho de sete cabeças. Obrigada por desmistificar a vida! :)
Tema dificil. Quem está lendo e está passando por um momento dificil, saiba que vale a pena viver. Já cheguei em tristezas profundas que tive medo de fazer merda. Fico feliz por não ter feito porque o futuro sempre nos presenteia com coisas incriveis depois de momentos de tristeza. Uma vez a solução foi ir para um templo budista fazer um retiro. Alguns anos depois procurei ajuda com psiquiatra e hoje faço analise (oq recomendo muito). Mas é isso... estamos juntos e tenho certeza que VC PODE SAIR DO BURACO!
Suicídio é uma questão sempre muito delicada de falar. Quando você diz que é "normal" pensar sobre, penso que tem essa dimensão de sair do tabu do sucidídio, como se fosse algo que não acontece, não se pensa, não se fala. E a gente precisa falar!muito! Dizer, expor e escutar acima de tudo. Penso também que não se pode esquecer a dimensão sociopolítica do sofrimento, já que o suicídio tem crescido entre jovens negros, por exemplo. Acho que abrir esse campo de diálogo aqui no canal é muito importante. Tenho uma ressalva em relação a quando você diz sobre a atuação dos psicólogos que atuam na perspectiva comportamental e psiquiatras... sou da área da psicologia, me apoio muito mais na psicanálise, mas entendo que toda abordagem pode fazer a pessoa olhar para si, sua história, seu padrão. Imagino que você concorde com isso e entendo o porquê você diz, imagino que seu conhecimento é amplo sobre, mas me deu um pouco a sensação de que sua fala pode reforçar esse esteriótipo profissional para quem é mais distante da área, desconhece esse assunto e etc. Enfim! Adoro os vídeos do canal! Obrigada por compartilhar.
Juliana L faço a mesma crítica em relação aos psicanalistas que não percebem questões físicas/químicas
Juliana L como o exemplo da tireóide. Não?
Que vídeo necessário!!muito importante mesmo.Obrigada.
Dizem que todo escritor tem um tema que o persegue durante toda a vida. O meu é a morte. Comecei aos 15 anos depois de ganhar, de minha mãe, as obras completas do F. Pessoa (seu desafeto). E, depois disso, não ha um dia sequer que, de uma forma ou de outra, essa sombra não me ronde. Pode ser da morte como estado, como sujeito, como destino. Não importa. Tudo que vejo, vejo Ela, a morte. As vezes dói, as vezes me acalma. Mas a estranheza que ela provoca perdura. O fim. O fim é estranho. O nunca mais. A vazio que é deixado por aquele que parte. A saudade que não será nunca curada. O que poderia ter sido mas não será jamais. É mesmo muito estranho... e o suicídio, esta escolha, o alívio desejado, é difícil para quem fica. Pelo vazio, sim, mas, principalmente, pela constatação que a dor pode ser grande, tao grande, que não seria possível, para quem parte, uma dor maior... "eu quero viver. Mas não quero viver a vida que eu tenho. E nao consigo ter outra vida". Eu escutei isso uma vez. E me senti impotente diante da lucidez do louco. Muito triste.
O Corpo no Tempo sim. Imagino que você tenha lido a trilogia do beckett... e o meu problema não é com o Pessoa. Muito pelo contrário. Tenho dificuldade com poemas em geral. E também tenho uma ideia constante que ronda a morte. Ou algo assim. A abertura da morte do pai também é muito bonita.
@@floremanu . Tive contato com Beckett no meu tempo de faculdade. Da trilogia, li os dois primeiros, mas ha muitos anos atrás. O último está há quase 5 anos na estante dos imperdíveis-que-não-posso-morrer-sem-ler. Vou aproveitar a sugestão, sua, e resgata-lo. Este ano, em março, estive num debate com o psicanalista Júlio Conte onde ele falava sobre a relação do Bion e do Beckett. Imagina.. eles se conheceram no início da década de 30.. estavam longe de ser o que se tornaram. O Beckett numa crise depressiva, em surto psicótico; o Bion iniciando sua prática psicanalítica. Eu desconhecia a relação dos dois e é realmente muito impressionante identificar a influência de um nas obras do outro... Nesta área sou apenas curiosa, não conheço quase nada. Mas achei muito curioso relacionar as reflexões que o Beckett traz em seus textos, às sessões experimentais de psicanálise que ele tinha com o Bion... Enfim, não sei como vim parar aqui. Uma coisa foi puxando a outra... Mas obrigada pelas sugestões. Me interessam.
Olá Manu! Excelente vídeo, amo seu canal. É preciso falar sobre temas como esse, gerar um espaço de diálogo. Estive há alguns anos numa relação com esse tema muito fortemente, mas no meu caso havia sim uma patologia e foi olhada e cuidada.. Estou bem.
Não acredito que pensar sobre o tema seja necessariamente patológico, vejo que há questão cultural em reprimir mais um pensamento, "criminalizando". Mas por outro lado, acredito que deva existir uma sensibilidade para perceber como isso afeta sua vida, para então buscar ajuda em prol da própria melhora. Sempre bom, como você mencionou, estar em conversa.. buscar ajuda.
Bjo grande!
sempre no fim do video é como se fosse um, até amanha, e sempre espero de manhã novo video, parece q de alguma forma somos amigos mas no caso eu só ouço vc, parabens pelo trabalho
Bom dia, Manu. Um dia conversando com umas amigas sobre um meme percebemos que todos já havíamos pensado em como seria "se eu me atirasse por aquela janela" ou "se eu me jogasse na frente daquele carro" e morresse.. e chega a ser "estranho" pq nunca pensei em me matar de fato, mas esses pensamentos de como seria a vida sem a minha presença por aqui.. e isso é complexo, ne? Pq a partir do momento que eu não existo, a minha vida também não existe, enfim... Eu já tive uma vírgula da minha vida de depressão, pq uma vírgula? Pq considero que o que tive não chega a 0,0001% do que quem sofre de depressão tem... mas posso garantir que foram as piores horas da minha vida ao acordar e não ter a mínima vontade de fazer nada, não ver ninguém e ao mesmo tempo saber que eu estava precisando de quem fosse pra me dar um colo e dizer que estava tudo bem... (ah, esse foi meu gatilho pra começar a, enfim, fazer terapia)... por sorte minha eu tenho um filho de 4 anos e responsabilidades com ele e que nesse dia me deram forças para que eu pudesse levantar e ir buscá-lo. Quando passei por isso eu já "entendia" melhor o quadro de quem sofre de depressão, mas não tinha a mínima ideia de como era na "vida real".. .e essas horas de desespero ou sei lá o que me fizeram respeitar e tentar ajudar ainda mais quem precisa..
Voltando ao assunto do vídeo, espero, de verdade, que esse assunto, apesar de muito delicado e complexo, não seja um tabu e possamos falar "tranquilamente" que pensamos em suicídio com nossos amigos e assim, quem sabe, abrir mais espaços para que quem está num estágio avançado enxergue que pode e consiga falar sobre.
Beijos, Manu!
Rogério Barros exatamente. Podemos falar sobre isso. Né?
@@floremanu Sim, podemos!!
Caramba, eu tenho exatamente o mesmo medo do "controle da minha vida" e por isso, sempre evito ficar em sacadas, por exemplo. Não é algo relacionado ao suicídio em si, mas sim a possibilidade de, mesmo que sem querer (isso é possível? rs). Sempre achei isso muito doido, literalmente, e agora vejo que não sou o único a sentir isso...que legal hahaha
Bom dia, to impressionada em como to conectada com esse canal! Outro dia fiquei falando sobre imaginacao, no outro dia tinha vídeo sobre, ontem estava lendo sobre suicídio infantil hoje chegou esse vídeo..
O tema de suicídio infantil ainda é mais difícil porque a gente nega a intencionalidade e a noção de morte das crianças.
O que li de mais interessante nesse artigo (no caso do sofrimento infantil) é que se a criança toma 2 comprimidos de melhoral infantil, mas tinha a intenção de se matar configura tentativa de suicidio, e em contrapartida, outra criança que toma soda cáustica sem querer (porque estava junto de outros alimentos) configura acidente.
Nossa "arrogância" em achar que por sermos adultos o fator perigo determina a intencionalidade está errado (no caso infantil), subjulgamos o fato de ontologicamente já termos noção de vida e morte desde cedo.
No caso do adulto sim o fator perigo está mais latente porque um adulto sabe a potencialidade de morte em cada ato.
É sempre um ato de desespero: quer se dar fim a um sofrimento. Se o sujeito se conta de que só ele proprio pode resolver e não se sente com recurso pra lidar com tanta frustração pode fazer com que ele passe a ter atos de descuido, negligência consigo e autodestruição (álcool, drogas, bebida, riscos) e/ou decida pela sua morte
Enfim, achei importante colocar isso aqui porque o suicídio infantil não é mencionado em quase nenhuma situacso, não se conversa sobre..
Pra quem tiver interesse o texto que eu li foi do Valdemar Augusto Angerami do livro o atendimento infantil na lógica fenomenológico existencial.
Gostei muito do video, principalmente quando falas sobre o suicídio ser um pensamento como qualquer outro, tirar da lógica de que não se pode nem pensar sobre porque é errado.
Muito obrigada pelas tuas colocacoes Manu, bom dia!
juwesendonk muito obrigado pela contribuição
Parabéns e MUITO OBRIGADA. Bjs de Luz pra você, pra filho e pra Maria🌺
Eu tenho 20 e assisto todos os vídeos, tmj ❤️
Que vídeo bem feito
eu só acho que tem que chegar no video dando like !!! bjo
Muito obrigada pelo vídeo. Me ajudou muito mesmo. 😍
Bom dia. Acabei de me formar psicóloga e no início da faculdade fiz um grande amigo que não seguiu com o curso. E infelizmente no último fds ele se suicidou, na semana anterior eu havia falado com ele e ele estava muito triste me pediu pra ligar pra ele. Mas eu acabei esquecendo e me culpo por isso. Os amigos em comuns estão perdidos pois a família excluiu o perfil dele no Facebook e até agora ninguém sabe de fato o que aconteceu.
Nayara Nascimento sim. Mas a culpa não foi sua.
Manú, fale sobre senso de humor por favor!! Sinto que sou uma pessoa com pouco senso de humor, ou com um senso de humor diferente da maioria. Tenho percebido isso mais frequentemente com o wpp e a circulação dessas mensagens/vídeos que teoricamente são engraçadas e todos compartilham. Eu por outro lado não gosto, não acho graça e tenho super preguiça. Comente por favor!! Grata!! Abraços.
Massa esse vídeo :) Manu, esse livro do Camus tem relação com a estética do absurdo utilizada no teatro? Da pra relacionar essa estética do absurdo, de alguma forma, com o dia a dia?
Jariza Rugiano talvez. Mas acho que não exatamente
Eu nem dormi, então não teve impacto ao acordar.
Juscy Oliveira rs
@@floremanu depressão, ansiedade, causas de eu não ter um sono saudável.
Juscy Oliveira sim...
Obrigado
Manu esse video tinha que ter aviso de gatilho. bjo
Sonho de Madeira Mari Neta como assim?
Aviso de gatilho é usado pra alertar que o vídeo pode disparar algumas reflexões, sofrimento e/ou pode ser perigoso para alguém que está vivendo a situação explorada no vídeo! É um jeito de cuidar, alertar...
Juliana L entendi. Mas isso já não está claro com o título?
@@julianal9883 obrigada é isso mesmo !
@@floremanu sim, mas acho que o excesso de aviso nesse caso nunca é demais!