OURO DE TOLO com RAUL SEIXAS, edição MOACIR SILVEIRA

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  • เผยแพร่เมื่อ 5 ต.ค. 2024
  • O nome desta música vem de uma expressão muito comum no período da Idade Média, quando falsos alquimistas prometiam aos incautos transformar chumbo em ouro. Daí o nome “Ouro de Tolo”, na verdade uma expressão metafórica ou simbólica, referindo-se à transformação espiritual do homem de um estado “pesado”, no caso o chumbo, para outro de elevação, ou seja, o ouro. Foi esta a forma que o compositor encontrou para propor que o verdadeiro ouro estava no despertar da consciência individual, visando à construção da Sociedade Alternativa, em contraposição ao discurso ufanista e triunfalista da ditadura militar da época. Logo, o disco voador ao final da letra seria assim um a referência a essa nova sociedade a ser construída.
    Seu lançamento se deu em maio de 1973 e a partir de então se converteu em um grande sucesso de repercussão nacional e internacional. Tanto que a revista Rolling Stone a colocou em 16º. LUGAR entre AS 100 MELHORES CANÇÕES BRASILEIRAS DE TODOS OS TEMPOS.
    OURO DE TOLO
    De: Raul Seixas
    Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego
    Sou o dito cidadão respeitável e ganho 4.000 cruzeiros por mês
    Eu devia agradecer ao Senhor
    Por ter tido sucesso na vida como artista
    Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73
    Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema
    Depois de ter passado fome por dois anos
    Aqui na cidade maravilhosa
    Eu devia estar sorrindo e orgulhoso por ter finalmente vencido na vida
    Mas eu acho isso uma grande piada e um tanto quanto perigosa
    Eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis
    Mas confesso, abestalhado, que eu estou decepcionado
    Porque foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto: e daí?
    Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar
    E eu não posso ficar aí parado
    Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido o domingo
    Pra ir com a família no jardim zoológico dar pipocas aos macacos
    Ah, mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado
    Macaco, praia, carro, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco
    É você olhar no espelho, se sentir um grandessíssimo idiota
    Saber que é humano, ridículo, limitado
    E que só usa 10% de sua cabeça animal
    E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
    Que está contribuindo com sua parte
    Para nosso belo quadro social
    Eu é que não me sento no trono de um apartamento
    Com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar
    Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
    No cume calmo do meu olho que vê
    Assenta a sombra sonora de um disco voador

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