Carta de Despedida do Planeta Terra - Alice Nou
ฝัง
- เผยแพร่เมื่อ 30 ก.ย. 2024
- Essa letra personifica o Planeta Terra. Durante a canção, o planeta tende a expressar um sentimento profundo de sofrimento e mágoa, como se fosse uma despedida melancólica e dolorosa e também um desabafo, "dando explicações" e "desculpando-se" pelas catástrofes, tragédias e destruições ambientais que a mesma tem causado, consequências dos maus tratos recebidos pela humanidade.
Desde o início, o eu-lírico (provavelmente a Terra ou a natureza, dado o contexto de degradação ambiental) expressa a sua dor e o pedido de socorro: "Eu clamei, pedi / Quantas vezes eu roguei, sofri". Há uma sensação de apelo repetido, como se o eu-lírico tivesse tentado muitas vezes ser ouvido, mas sem sucesso. Esse trecho representa a exaustão de uma entidade que já não consegue mais suportar o fardo imposto sobre ela.
O verso "Sinto muito, eu não sou mais capaz / Estou morrendo e dei voltas demais" sugere uma rendição. A entidade, que pode ser interpretada como a natureza, ou mesmo uma pessoa, está cansada de lutar e chega ao seu limite, já incapaz de continuar. A metáfora de "dar voltas demais" pode remeter a ciclos repetidos de destruição e tentativa de recuperação que nunca têm fim.
No refrão, a entidade deixa claro que, embora peça desculpas, o verdadeiro erro não é seu: "Me perdoa / Mas quem deve desculpas é você". Isso pode ser lido como uma crítica à humanidade, que, através de seus atos, causou a destruição ambiental e agora deve enfrentar as consequências de suas ações. Essa inversão de culpa reflete uma chamada à responsabilidade.
Nos versos "Desde o nascer do sol eu implorei / Rosas no teu jardim eu brotei", há uma clara metáfora do renascimento e do esforço contínuo da Terra para florescer e sustentar a vida, mesmo diante de adversidades. O eu-lírico oferece beleza (rosas) e sustento, mas, em troca, recebe descuido e maltrato, como revelado no verso "Você me maltratou e ainda se queixa".
A imagem de "Cinzas no ar / Fogo que gela / Dor que não vai passar" é poderosa e evoca destruição total, provavelmente causada pela ação humana. As "cinzas" remetem à devastação, e o "fogo que gela" é uma contradição que sublinha a intensidade da dor, que é tão devastadora que até um elemento destrutivo como o fogo perde seu calor natural.
O verso "O que dirão teus filhos de ti / Nada a falar se nada disso existir" traz uma reflexão sobre o legado que será deixado para as gerações futuras. Se a destruição for total, os filhos (as futuras gerações) não terão sequer o que dizer, pois nada mais restará.
A letra expressa uma despedida dolorosa de alguém que se sente ignorado e maltratado, como se fosse uma carta final de uma entidade que tentou de tudo para ser valorizada e preservada, mas acabou sendo destruída. Seja interpretada como uma metáfora ambiental ou uma relação interpessoal, a música é um poderoso lamento sobre negligência, dor e responsabilidade.
Confira a letra da música:
Caia em si
Eu clamei, pedi
Quantas vezes eu roguei, sofri
Sinto muito, eu não sou mais capaz
Estou morrendo e dei voltas demais
Refrão
Mas agora, agora
Eu preciso chorar
Esta estrada afora rio e morte
vou causar
Me perdoa
Mas quem deve desculpas é você
Eu entendo, foi o tempo
e você nem parou pra perceber
Desde o nascer do sol eu implorei
Rosas no teu jardim eu brotei
Meu coração é folha seca
Você me maltratou e ainda se queixa
Cinzas no ar
Fogo que gela
Dor que não vai passar
O que dirão teus filhos de ti
Nada a falar se nada disso existir
Mas agora, agora
Eu preciso chorar
Esta estrada afora rio e morte
vou causar
Me perdoa
Mas quem deve desculpas é você
Eu entendo, foi o tempo
e você nem parou pra perceber