Verdade, não podemos esquecer que o animal humano deve ser analisado do ponto de vista "pessoal" e "impessoal"; o mito é o impessoal aceitado, pacificado, não questionado.
O conceito ocidental de religião é católico e é visto como dogmático pelo catolicismo ser uma religião que tem teologia, por causa da influência da filosofia grega desde sua origem. Quem tem dogmas e doutrinas explicitamente elaboradas são as filosofias. Discordo de Campbell, o significado mitológico, ou simbólico, das narrativas bíblicas é assumido e discutido por judeus e cristãos desde os primeiros séculos. E não há necessariamente nada de verdadeiro ou sagrado nos mitos. A abordagem romântica e irracionalista dos mitos só leva a equívocos e incompreensão do fenômeno.
Acredito que ela se refira ao compêndio de mitos presentes nas várias expressões cristãs. Jesus histórico, por exemplo, é bem entendido como tendo existido, existem pelo menos 3 historiadores contemporâneos dele, tem a questão do impacto de geração de movimento de grupo, o próprio impacto do cristianismo primitivo etc...mas o Jesus como ente divino, realizador de milagres, tendo ressuscitado e tal, esse já seria mais dessa parte das narrativas cristãs que permeiam a mitologia.
A obra de Josefo (ou, Yosef ben Mattityahu) foi EXTRAPOLADA pela ICAR. Em seu livro História dos Hebreus (vale a leitura!) ele cita Jesus em OITO LINHAS num livro de mais de 1200 páginas!! E quando você pega a última linha antes de iniciar o parágrafo que vai falar de Jesus e conecta ao parágrafo após a citação vc percebe CLARAMENTE que foi introduzido essa parte em sua obra. Outras figuras que teriam falado de um Jesus histórico são Tácito, Suetônio e Plínio (e TODAS as obras verificaram-se extrapolações - um deles fala de 'Crestos'). Mas ainda assim eu não bateria o martelo de que não existiu um Jesus HISTÓRICO. Já divino...Por favor, né! As obras de Justino Mártir e seu debate com o judeu Trifão mais que JOGA NA CARA que as características divinas de Jesus foram MONTADAS pela ICAR! Era NORMAL mesclar elementos e poderes de deuses já conhecidos na época para ter maior aceitação popular. Jesus divino é uma INVENÇÃO, senhores!
Como os colegas já citaram, existe uma enorme diferença entre o Jesus histórico e o Jesus divino. Existem provas irrefutáveis é do Cristianismo primitivo (vindo dos escritos de Saulo de Tarso), não de Jesus, seja ele histórico ou divino.
Quais mitologias nós estamos construindo para essa Era? Foi aqui que ela se entregou total. Ela não tinha uma resposta e começou a divagar aleatoriamente e muito genérico como discurso: "... algumas me parecem apocalípticas, doentias, brutais e violentas; e outras libertadoras e belas, interessantes e integrativas de várias formas, então... para dar um exemplo, mas é um exemplo que talvez seja um pouco (riso forçado), um poucoooo hmmm... não sei, problemático, não sei. Mas a gente tem por exemplo um deus contemporâneo, muito poderoso, talvez o mais poderoso deles que é o deus "Mercado", né? O deus Mercado ele dita a nossa vida, mas se o deus Mercado, se o mercado tá brabo com a gente, a gente precisa de uma política austeridade. Então, o que se faz num momento de austeridade? A gente sacrifica os fiéis. Esse povo, né, que tem fome, tantos fiéis com fome, no governo do deus Mercado, a gente oferece um sacrifício em nome desse mercado que tem vida própria. Quem é o mercado? Quem sabe quem é esse mercado? É uma entidade metafísica, praticamente. Então, a gente produz muitas mitologias, cada sistema econômico, cada sistema político vai produzir a sua mitologia, a sua divindade e ainda que a gente não tenha plena consciência, a gente tá vivendo sobre a instituição desses deuses e sobre a influência desses deuses. Ao mesmo tempo, a gente pode produzir novas narrativas ou releituras de narrativas mitológicas, também libertadoras. Talvez a gente esteja aí recuperando um, ehhh, um tema que eu gosto muito, mas a força de uma deusa, uma mitologia, uma dinvindade que vai pensar gênero não de maneira submetida, não de maneira amarrada dentro de um sistema de dominação. A gente pode pensar uma mitologia que liberta, né, as pessoas desses sistemas opressivos. Então, a gente tem o deus Mercado por um lado, mas a gente tem uma enorme preocupação com a natureza, com o meio ambiente, com as florestas, com a terra. Que de alguma forma volta a ter uma dimensão que tá na dimensão do sagrado. Então, uma mitologia pode aprisionar, né, nos aprisionar em papéis de gênero, classe e raça, mas outra mitologia também pode nos libertar de papéis de gênero, classe e raça." Quem lê isso (ouve isso) com atenção, percebe que aqui ela parece que confundiu o tema "mitologia" com política de agenda de gênero anti-patriarcado e capitalismo. No fim, é só uma menina abitolada com essas ideias de gênero e cheia de feminismo no coração. O que chamamos de mitologia são os mistérios que para nós, até hoje, não possuem uma resposta lógica e, ao escutar uma história super fantástica, a damos como um MITO (um grande conto de algo magnífico, mas que não entendemos). Quando ela dá o exemplo "deus Mercado", claramente ela não sabe o que é ou como uma história se torna um mito. O mercado, nunca será um mito, nem hoje, nem daqui a 100 ou 1000 gerações, pois sabemos o que é e como funciona o mercado, sabemos que não é obra de uma divindade. Sabemos que o sistema não é um deus, sabemos que a corrupção é feito por obras humanas e não inumanas. Mas não sabemos como Hércules consegue ser tão forte, nem como a Medusa transformava aqueles que olhava para ela em pedra. Acho que está claro a diferença sobre o que é uma mitologia e o que é uma tentativa de enfiar ideias, gêneros, feminismos e agendas e tentar vender como "ohh isso é a nova mitologia daqui a 100 gerações". Fala sério. Essa moça viajou demais na maionese.
Essa parte de "viajar na maionese" é, de certa forma, normal da filosofia... apontar o óbvio é um tanto redundante de sua parte. Acusá-la de ser somente uma menina doutrinada, aponta seu próprio (pré)conceito para com idéias divergentes das suas. A forma como ela coloca o "deus mercado" é realmente uma forma abstrata, mas que rege a forma de ação das pessoas num mundo físico, não diferenciando de qualquer outro deus ou ser mitológico de uma outra "dimensão". Assista e leia as fontes citadas por ela, ou pegue as referências dos trabalhos publicados por ela, caso tenha interesse em questioná-la de uma forma mais acurada, pois ao menos ela profere referências muito boas para fundamentar a "viagem na maionese" dela...
Achei bacana o video. Só achei que ela deu uma viajada quando chegou nessas questões ideológicas, de mercado, gênero e sexualidade. Em uma comparação mitológica, essas questões estariam muito mais co-relacionadas aos monstros do que as proprias Divindades em si. Deuses (Logus) nos libertam, ideologias (Monstros) nos aprisionam a materia, pois nos impedem de alcançar a verdade!
Que tema fantástico. Que maravilha de explicação. Puxa!! Estou sem palavras. Obrigada!
A Casa do Saber é um dos Melhores canais sobre Filosofia, sempre trazem bons conteúdos explicados pelos mais capacitados professores!
Essa mulher arrasaaa!! Pensar em novas mitologias...
UAU, NOSSA...INCRÍVEL!!!! Por favor apareça mais na internet, você é fantástica! Aprendi muito, obrigado!
Amei todos os cursos da Júlia na plataforma! Sempre acompanho 😊
Maravilhosa👏👏 parabéns pelas explicações!!!
Grande Julia Myara!
Mitologias nos contam muitas verdades. Simbologias de tudo que é essencial.
Que vídeo! Muito obrigado. Até vou salvar o link.
Obrigado
Verdade, não podemos esquecer que o animal humano deve ser analisado do ponto de vista "pessoal" e "impessoal"; o mito é o impessoal aceitado, pacificado, não questionado.
Você, que não passa de uma construção mitológica, pode até não acreditar em mitologia, mesmo usando-a o tempo todo a partir dos fatos.
Todas as Mitologia são a base pra religião ou religiosidade. Tudo na vida parte de uma ideia. O universo é pensamento.
Mt legal
Deus Google já nasceu e Deuses IA estão surgindo 😅
O conceito ocidental de religião é católico e é visto como dogmático pelo catolicismo ser uma religião que tem teologia, por causa da influência da filosofia grega desde sua origem. Quem tem dogmas e doutrinas explicitamente elaboradas são as filosofias. Discordo de Campbell, o significado mitológico, ou simbólico, das narrativas bíblicas é assumido e discutido por judeus e cristãos desde os primeiros séculos. E não há necessariamente nada de verdadeiro ou sagrado nos mitos. A abordagem romântica e irracionalista dos mitos só leva a equívocos e incompreensão do fenômeno.
Mitologia= crença ✌️
Cristo não foi mito já o Historiador Josefo registrou a sua existência, sem falar no judiciário Romano que também registrou sua condenação, pela povo.
Acredito que ela se refira ao compêndio de mitos presentes nas várias expressões cristãs. Jesus histórico, por exemplo, é bem entendido como tendo existido, existem pelo menos 3 historiadores contemporâneos dele, tem a questão do impacto de geração de movimento de grupo, o próprio impacto do cristianismo primitivo etc...mas o Jesus como ente divino, realizador de milagres, tendo ressuscitado e tal, esse já seria mais dessa parte das narrativas cristãs que permeiam a mitologia.
A obra de Josefo (ou, Yosef ben Mattityahu) foi EXTRAPOLADA pela ICAR. Em seu livro História dos Hebreus (vale a leitura!) ele cita Jesus em OITO LINHAS num livro de mais de 1200 páginas!! E quando você pega a última linha antes de iniciar o parágrafo que vai falar de Jesus e conecta ao parágrafo após a citação vc percebe CLARAMENTE que foi introduzido essa parte em sua obra. Outras figuras que teriam falado de um Jesus histórico são Tácito, Suetônio e Plínio (e TODAS as obras verificaram-se extrapolações - um deles fala de 'Crestos'). Mas ainda assim eu não bateria o martelo de que não existiu um Jesus HISTÓRICO. Já divino...Por favor, né! As obras de Justino Mártir e seu debate com o judeu Trifão mais que JOGA NA CARA que as características divinas de Jesus foram MONTADAS pela ICAR!
Era NORMAL mesclar elementos e poderes de deuses já conhecidos na época para ter maior aceitação popular.
Jesus divino é uma INVENÇÃO, senhores!
@@luciusmagnusii3360 Bem por aí mesmo.
Como os colegas já citaram, existe uma enorme diferença entre o Jesus histórico e o Jesus divino. Existem provas irrefutáveis é do Cristianismo primitivo (vindo dos escritos de Saulo de Tarso), não de Jesus, seja ele histórico ou divino.
Só passando pra falar que Jesus histórico é só mais uma farsa cristã com o todas as outras
Quais mitologias nós estamos construindo para essa Era?
Foi aqui que ela se entregou total. Ela não tinha uma resposta e começou a divagar aleatoriamente e muito genérico como discurso:
"... algumas me parecem apocalípticas, doentias, brutais e violentas; e outras libertadoras e belas, interessantes e integrativas de várias formas, então... para dar um exemplo, mas é um exemplo que talvez seja um pouco (riso forçado), um poucoooo hmmm... não sei, problemático, não sei. Mas a gente tem por exemplo um deus contemporâneo, muito poderoso, talvez o mais poderoso deles que é o deus "Mercado", né?
O deus Mercado ele dita a nossa vida, mas se o deus Mercado, se o mercado tá brabo com a gente, a gente precisa de uma política austeridade. Então, o que se faz num momento de austeridade? A gente sacrifica os fiéis. Esse povo, né, que tem fome, tantos fiéis com fome, no governo do deus Mercado, a gente oferece um sacrifício em nome desse mercado que tem vida própria.
Quem é o mercado? Quem sabe quem é esse mercado? É uma entidade metafísica, praticamente. Então, a gente produz muitas mitologias, cada sistema econômico, cada sistema político vai produzir a sua mitologia, a sua divindade e ainda que a gente não tenha plena consciência, a gente tá vivendo sobre a instituição desses deuses e sobre a influência desses deuses.
Ao mesmo tempo, a gente pode produzir novas narrativas ou releituras de narrativas mitológicas, também libertadoras. Talvez a gente esteja aí recuperando um, ehhh, um tema que eu gosto muito, mas a força de uma deusa, uma mitologia, uma dinvindade que vai pensar gênero não de maneira submetida, não de maneira amarrada dentro de um sistema de dominação. A gente pode pensar uma mitologia que liberta, né, as pessoas desses sistemas opressivos.
Então, a gente tem o deus Mercado por um lado, mas a gente tem uma enorme preocupação com a natureza, com o meio ambiente, com as florestas, com a terra. Que de alguma forma volta a ter uma dimensão que tá na dimensão do sagrado. Então, uma mitologia pode aprisionar, né, nos aprisionar em papéis de gênero, classe e raça, mas outra mitologia também pode nos libertar de papéis de gênero, classe e raça."
Quem lê isso (ouve isso) com atenção, percebe que aqui ela parece que confundiu o tema "mitologia" com política de agenda de gênero anti-patriarcado e capitalismo. No fim, é só uma menina abitolada com essas ideias de gênero e cheia de feminismo no coração.
O que chamamos de mitologia são os mistérios que para nós, até hoje, não possuem uma resposta lógica e, ao escutar uma história super fantástica, a damos como um MITO (um grande conto de algo magnífico, mas que não entendemos). Quando ela dá o exemplo "deus Mercado", claramente ela não sabe o que é ou como uma história se torna um mito. O mercado, nunca será um mito, nem hoje, nem daqui a 100 ou 1000 gerações, pois sabemos o que é e como funciona o mercado, sabemos que não é obra de uma divindade. Sabemos que o sistema não é um deus, sabemos que a corrupção é feito por obras humanas e não inumanas. Mas não sabemos como Hércules consegue ser tão forte, nem como a Medusa transformava aqueles que olhava para ela em pedra. Acho que está claro a diferença sobre o que é uma mitologia e o que é uma tentativa de enfiar ideias, gêneros, feminismos e agendas e tentar vender como "ohh isso é a nova mitologia daqui a 100 gerações". Fala sério.
Essa moça viajou demais na maionese.
Essa parte de "viajar na maionese" é, de certa forma, normal da filosofia... apontar o óbvio é um tanto redundante de sua parte.
Acusá-la de ser somente uma menina doutrinada, aponta seu próprio (pré)conceito para com idéias divergentes das suas.
A forma como ela coloca o "deus mercado" é realmente uma forma abstrata, mas que rege a forma de ação das pessoas num mundo físico, não diferenciando de qualquer outro deus ou ser mitológico de uma outra "dimensão".
Assista e leia as fontes citadas por ela, ou pegue as referências dos trabalhos publicados por ela, caso tenha interesse em questioná-la de uma forma mais acurada, pois ao menos ela profere referências muito boas para fundamentar a "viagem na maionese" dela...
Ótimo vídeo.
Todas as novas mitologias que ela propõe são de agenda woke, por coincidência...rs
Achei bacana o video. Só achei que ela deu uma viajada quando chegou nessas questões ideológicas, de mercado, gênero e sexualidade.
Em uma comparação mitológica, essas questões estariam muito mais co-relacionadas aos monstros do que as proprias Divindades em si. Deuses (Logus) nos libertam, ideologias (Monstros) nos aprisionam a materia, pois nos impedem de alcançar a verdade!
Mitogia e a baßé das Igrejas. Religião e outra coisa