Bom dia, eu tenho uma dúvida sobre a possibilidade da execução de uma política monetária, mas eu não tenho a mínima ideia se de fato isso funcionaria 😅 E apesar de eu ter estudado e pesquisado sobre o assunto, não encontrei nada relacionado sobre Eu acabei me alongando muito na escrita e eu já peço desculpas por isso, mas eu agradeceria muito se você pudesse ceder alguns minutos do seu tempo 🙏🏻 ------------------------------------------------------------ Contexto Básico / Revisão: Base Monetária (BM) = PMPP + Reservas (compulsórias e voluntárias) + Caixas dos Bancos *O que muitos esquecem é que se deve somar a moeda corrente (caixa dos bancos) ------------------------------------------------------------ A Oferta Monetária, embora não seja encontrada nessa fórmula/descrição, conforme minha observação e entendimento, pode ser conceitualmente compreendida como: Oferta Monetária (OM) = Base Monetária (BM) + Empréstimos Bancários (EB) + Títulos Públicos e Privados (TPP) •OM = BM + EB + TPP A explicação para isso, é que a Base Monetária é o "Depósito Inicial" da economia e a partir dela a moeda será multiplicada pelos bancos via criação de moeda escritural através dos Empréstimos Bancários e da emissão dos títulos expandindo a Oferta Monetária. Para o M1, por exemplo: •M1= BM/[1-d.(1-r)] •d = % em depósitos a vista •r = % em reservas *Como se pode notar, o M1 será sempre igual ou maior que a Base Monetária, pois é a partir dela que a moeda se multiplica, esse raciocínio se aplica aos demais agregados monetários. *No cálculo dos Empréstimos Bancários (EB) não se deve considerar o juros, somente o principal, pois o juros não é criado ou destruído pelo sistema monetário. *Os títulos públicos e privados são considerados no M2, e principalmente no M3 e M4, e a maioria deles não são usados para financiar os Empréstimos Bancários, mas acabam por elevar a Oferta Monetária nos demais conceitos de agregados monetários por terem o potencial de serem convertidos em moeda e alguns são usados para controlar a Base Monetária via Open Market. E até aqui eu peço desculpas por explicar algo que você já sabe e ser até repetitivo 😅 ------------------------------------------------------------ Fazendo algumas generalizações e redundâncias só para simplificar e tornar fácil uma exemplificação, suponha uma economia, onde não existe dinheiro físico (PMPP) e nem títulos privados: #Tempo 1# •Base Monetária: 1 trilhão •Empréstimos Bancários: 6 trilhões •Títulos Públicos: 8 trilhões A Oferta Monetária, será de: •M2: 7 trilhões (sem os títulos) •M3/M4: 15 trilhões (com os títulos) Considerando uma alíquota de Depósito Compulsório de 5%: •A Base Monetária irá se expandir no máximo até 20 trilhões (1tri/5%) •As Reservas Compulsórias estão em 350 bilhões (5% de 7 trilhões pois não há aplicação de compulsório sobre os Títulos Públicos) - Agora, sobre minha ideia/solução, imagine o seguinte: que toda dívida pública é monetizada ("absorvida" pelo Banco Central) e por consequência "transformada" em Base Monetária: #Tempo 2# •Base Monetária: 9 trilhões (+8tri) [MONETIZAÇÃO] •Empréstimos Bancários: 6 trilhões •Títulos Públicos: zero (-8tri) [MONETIZAÇÃO] •Oferta Monetária: 15 trilhões •Reservas Compulsórias: 750 bilhões (+400bi) Oferta Monetária Máxima: 9tri/5% = 180 trilhões - Para evitar a expansão monetária o Banco Central eleva a alíquota do Depósito Compulsório para 45% para retirar a liquidez injetada pela monetização da dívida pública e estabelecendo a expansão máxima em 20 trilhões (igual ao #Tempo 1#) #Tempo 3# •Base Monetária: 9 trilhões •Empréstimos Bancários: 6 trilhões •Títulos Públicos: zero •Oferta Monetária: 15 trilhões •Reservas Compulsórias: 6,75 trilhões (+6tri) ---> reservas são remuneradas! Oferta Monetária Máxima: 9tri/45% = 20 trilhões (mesma situação do #Tempo 1#) - Como você pode observar, a Oferta Monetária vai permanecer a mesma com a monetização da dívida pública e a elevação do Depósito Compulsório, então por que fazer essa operação de elevar a Base Monetária (via monetização da dívida pública) e a elevação da alíquota do Depósito Compulsório? Ainda mais que as reservas são remuneradas? •Os bancos não terão prejuízo significativo com essa operação pois a conversão da dívida pública em Base Monetária e a retirada dessa liquidez via elevação da alíquota do Depósito Compulsório não afeta significativamente a rentabilidade dos bancos, já que a maior parte da dívida pública acabaria como Depósitos Compulsórios no Bacen sendo remunerada com juros pós-fixado. Além disso, os Empréstimos Bancários não são afetados diretamente e por consequência não afetando a receita dos bancos com as concessões de crédito. •O Governo Federal não precisa mais fazer a rolagem da dívida emitindo novos títulos para pagar os antigos!!! A primeira implicação disso é uma taxa SELIC mais baixa, pois como o governo não tem mais a extrema necessidade de emitir títulos para rolar sua dívida anterior, ele se livra dessa "barganha" e consegue negociar juros mais baixos no mercado devido a eliminação da necessidade de tantas novas emissões de títulos, já que a dívida se "transformou" em Base Monetária (devido a monetização) e depois em Depósitos Compulsórios (devido a elevação da alíquota) não existindo mais a obrigação de liquidar a dívida anterior, algo que já era feito persistentemente através da rolagem/refinanciamento da dívida, assim solucionando o problema de curto prazo da dívida e reduzindo o custo da dívida que agora será indiretamente remunerada pelo Banco Central na forma de Depósito Compulsório. Aliás, a Base Monetária (PMPP + Reservas + Caixa dos Bancos) é o passivo/dívida do Bacen e o governo deve repassar esses custos ao Banco Central, principalmente relacionado a remuneração dos Depósitos Compulsórios. •A postura do Bacen deve se alterar, controlando a Oferta Monetária usando principalmente o Depósito Compulsório ao invés do Open Market, restringido ou estimulando indiretamente o crédito bancário via Depósito Compulsório (mas também usando a taxa SELIC em menor intensidade!). •Outro ponto é deixar de se referenciar tão fortemente pelo Regime de Metas de Inflação, isso porque além de ser uma política questionável, o Bacen dificilmente cumpriu suas metas. Alternativamente o Bacen deveria ter como meta a Expansão Monetária, pois com isso indiretamente acaba controlando a inflação (de demanda) no longo prazo, enquanto que para os choques de oferta que não podem ser controlados tão facilmente pela taxa SELIC, não acabariam tendo uma reação tão exacerbada pelo Banco Central, subindo ou reduzindo a taxa SELIC tão fortemente, de forma até "instável", como tem sido feito nas últimas décadas, impactando menos o investimento e a expansão da oferta agregada ao optar o uso mais intenso do Depósito Compulsório. •Porém significa que a taxa SELIC irá zerar ou cair drasticamente? Não, pois o Bacen precisa evitar que o M2/M3/M4 se transforme em moeda (M1), ou seja, a taxa SELIC ainda deve ser usada para evitar um aumento abrupto ou significativo de liquidez (M1) e/ou investimento (curva IS) na economia, porém juros menores podem ser praticados, além de uma SELIC mais estável, criando um menor custo para o setor privado e público, além de um ambiente de maior previsibilidade. •Com o tempo, a dívida pública acabaria se estabilizando ou se reduzindo em proporção ao PIB, e também daria margem para o Governo Federal aumentar os investimentos devido ao menor custo de financiamento e pela inexistência de prazo de pagamento da dívida anterior. --------------------------------------------------- Eu não sei o que você achou dessa ideia, se de fato daria certa ou se realmente é boa, mas sou grato pela sua atenção e tempo 🙏🏻 Estou à disposição para receber críticas e talvez responder alguma eventual dúvida (se eu souber responder)
Algo me diz que o anúncio da taxa básica de juros pelo BC tem menos a ver com controle da inflação e mais com impedir que a inflação corroa demasiadamente as rendas financeiras
Bom dia, eu tenho uma dúvida sobre a possibilidade da execução de uma política monetária, mas eu não tenho a mínima ideia se de fato isso funcionaria 😅
E apesar de eu ter estudado e pesquisado sobre o assunto, não encontrei nada relacionado sobre
Eu acabei me alongando muito na escrita e eu já peço desculpas por isso, mas eu agradeceria muito se você pudesse ceder alguns minutos do seu tempo 🙏🏻
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Contexto Básico / Revisão:
Base Monetária (BM) = PMPP + Reservas (compulsórias e voluntárias) + Caixas dos Bancos
*O que muitos esquecem é que se deve somar a moeda corrente (caixa dos bancos)
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A Oferta Monetária, embora não seja encontrada nessa fórmula/descrição, conforme minha observação e entendimento, pode ser conceitualmente compreendida como:
Oferta Monetária (OM) = Base Monetária (BM) + Empréstimos Bancários (EB) + Títulos Públicos e Privados (TPP)
•OM = BM + EB + TPP
A explicação para isso, é que a Base Monetária é o "Depósito Inicial" da economia e a partir dela a moeda será multiplicada pelos bancos via criação de moeda escritural através dos Empréstimos Bancários e da emissão dos títulos expandindo a Oferta Monetária.
Para o M1, por exemplo:
•M1= BM/[1-d.(1-r)]
•d = % em depósitos a vista
•r = % em reservas
*Como se pode notar, o M1 será sempre igual ou maior que a Base Monetária, pois é a partir dela que a moeda se multiplica, esse raciocínio se aplica aos demais agregados monetários.
*No cálculo dos Empréstimos Bancários (EB) não se deve considerar o juros, somente o principal, pois o juros não é criado ou destruído pelo sistema monetário.
*Os títulos públicos e privados são considerados no M2, e principalmente no M3 e M4, e a maioria deles não são usados para financiar os Empréstimos Bancários, mas acabam por elevar a Oferta Monetária nos demais conceitos de agregados monetários por terem o potencial de serem convertidos em moeda e alguns são usados para controlar a Base Monetária via Open Market.
E até aqui eu peço desculpas por explicar algo que você já sabe e ser até repetitivo 😅
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Fazendo algumas generalizações e redundâncias só para simplificar e tornar fácil uma exemplificação, suponha uma economia, onde não existe dinheiro físico (PMPP) e nem títulos privados:
#Tempo 1#
•Base Monetária: 1 trilhão
•Empréstimos Bancários: 6 trilhões
•Títulos Públicos: 8 trilhões
A Oferta Monetária, será de:
•M2: 7 trilhões (sem os títulos)
•M3/M4: 15 trilhões (com os títulos)
Considerando uma alíquota de Depósito Compulsório de 5%:
•A Base Monetária irá se expandir no máximo até 20 trilhões (1tri/5%)
•As Reservas Compulsórias estão em 350 bilhões (5% de 7 trilhões pois não há aplicação de compulsório sobre os Títulos Públicos)
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Agora, sobre minha ideia/solução, imagine o seguinte: que toda dívida pública é monetizada ("absorvida" pelo Banco Central) e por consequência "transformada" em Base Monetária:
#Tempo 2#
•Base Monetária: 9 trilhões (+8tri) [MONETIZAÇÃO]
•Empréstimos Bancários: 6 trilhões
•Títulos Públicos: zero (-8tri) [MONETIZAÇÃO]
•Oferta Monetária: 15 trilhões
•Reservas Compulsórias: 750 bilhões (+400bi)
Oferta Monetária Máxima: 9tri/5% = 180 trilhões
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Para evitar a expansão monetária o Banco Central eleva a alíquota do Depósito Compulsório para 45% para retirar a liquidez injetada pela monetização da dívida pública e estabelecendo a expansão máxima em 20 trilhões (igual ao #Tempo 1#)
#Tempo 3#
•Base Monetária: 9 trilhões
•Empréstimos Bancários: 6 trilhões
•Títulos Públicos: zero
•Oferta Monetária: 15 trilhões
•Reservas Compulsórias: 6,75 trilhões (+6tri) ---> reservas são remuneradas!
Oferta Monetária Máxima: 9tri/45% = 20 trilhões (mesma situação do #Tempo 1#)
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Como você pode observar, a Oferta Monetária vai permanecer a mesma com a monetização da dívida pública e a elevação do Depósito Compulsório, então por que fazer essa operação de elevar a Base Monetária (via monetização da dívida pública) e a elevação da alíquota do Depósito Compulsório? Ainda mais que as reservas são remuneradas?
•Os bancos não terão prejuízo significativo com essa operação pois a conversão da dívida pública em Base Monetária e a retirada dessa liquidez via elevação da alíquota do Depósito Compulsório não afeta significativamente a rentabilidade dos bancos, já que a maior parte da dívida pública acabaria como Depósitos Compulsórios no Bacen sendo remunerada com juros pós-fixado.
Além disso, os Empréstimos Bancários não são afetados diretamente e por consequência não afetando a receita dos bancos com as concessões de crédito.
•O Governo Federal não precisa mais fazer a rolagem da dívida emitindo novos títulos para pagar os antigos!!! A primeira implicação disso é uma taxa SELIC mais baixa, pois como o governo não tem mais a extrema necessidade de emitir títulos para rolar sua dívida anterior, ele se livra dessa "barganha" e consegue negociar juros mais baixos no mercado devido a eliminação da necessidade de tantas novas emissões de títulos, já que a dívida se "transformou" em Base Monetária (devido a monetização) e depois em Depósitos Compulsórios (devido a elevação da alíquota) não existindo mais a obrigação de liquidar a dívida anterior, algo que já era feito persistentemente através da rolagem/refinanciamento da dívida, assim solucionando o problema de curto prazo da dívida e reduzindo o custo da dívida que agora será indiretamente remunerada pelo Banco Central na forma de Depósito Compulsório. Aliás, a Base Monetária (PMPP + Reservas + Caixa dos Bancos) é o passivo/dívida do Bacen e o governo deve repassar esses custos ao Banco Central, principalmente relacionado a remuneração dos Depósitos Compulsórios.
•A postura do Bacen deve se alterar, controlando a Oferta Monetária usando principalmente o Depósito Compulsório ao invés do Open Market, restringido ou estimulando indiretamente o crédito bancário via Depósito Compulsório (mas também usando a taxa SELIC em menor intensidade!).
•Outro ponto é deixar de se referenciar tão fortemente pelo Regime de Metas de Inflação, isso porque além de ser uma política questionável, o Bacen dificilmente cumpriu suas metas. Alternativamente o Bacen deveria ter como meta a Expansão Monetária, pois com isso indiretamente acaba controlando a inflação (de demanda) no longo prazo, enquanto que para os choques de oferta que não podem ser controlados tão facilmente pela taxa SELIC, não acabariam tendo uma reação tão exacerbada pelo Banco Central, subindo ou reduzindo a taxa SELIC tão fortemente, de forma até "instável", como tem sido feito nas últimas décadas, impactando menos o investimento e a expansão da oferta agregada ao optar o uso mais intenso do Depósito Compulsório.
•Porém significa que a taxa SELIC irá zerar ou cair drasticamente? Não, pois o Bacen precisa evitar que o M2/M3/M4 se transforme em moeda (M1), ou seja, a taxa SELIC ainda deve ser usada para evitar um aumento abrupto ou significativo de liquidez (M1) e/ou investimento (curva IS) na economia, porém juros menores podem ser praticados, além de uma SELIC mais estável, criando um menor custo para o setor privado e público, além de um ambiente de maior previsibilidade.
•Com o tempo, a dívida pública acabaria se estabilizando ou se reduzindo em proporção ao PIB, e também daria margem para o Governo Federal aumentar os investimentos devido ao menor custo de financiamento e pela inexistência de prazo de pagamento da dívida anterior.
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Eu não sei o que você achou dessa ideia, se de fato daria certa ou se realmente é boa, mas sou grato pela sua atenção e tempo 🙏🏻
Estou à disposição para receber críticas e talvez responder alguma eventual dúvida (se eu souber responder)
Educativa. Bj as fãs.
Algo me diz que o anúncio da taxa básica de juros pelo BC tem menos a ver com controle da inflação e mais com impedir que a inflação corroa demasiadamente as rendas financeiras
Grande aula!! Pretendo comprar o livro também!
Comprei o livro SELIC, excelente livro e vídeo!
Ótimo saber, Pedro! Obrigado.
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