Só não entendi um negócio: no vídeo passado (eu acho) Emanuel disse que o público se divide em uma galera que curte os vídeos dele sozinho, e uma galera que curte os vídeos dele com a Flor. Só esqueceu a galera que curte os dois tipo de vídeo. Tipo eu, amo os vídeos dele com a Flor, pois são mais leves e descontraídos, e amo os vídeos dele sozinho nos momentos em que estou com tempo livre pra dar a devida atenção.
Eu venho comentar q sou do time *_fases_* eu tive epoca de ser quse depebdente do dose diaria.... e as vezes clici e deixo um video daqui rolar sem audio pq nao to afin d ouvir video sobre relacionamento (jovens chamarao de gatilho)...porem tem momentos q eu to mais a fim de ver a Flor...
Sem dúvidas, os vídeos dele sozinho são sempre baseados em teorias da psicologia, psicanálise.... Aprendo e reviso! Tu arrasa, Emanuel 👏🏻👏🏻 Identificação total contigo pq tb sou fã do Freud! 😬👍🏻
LÁ VEM TEXTÃOOOO Oi Flor, Oi Manu, amo o canal de vocês. Meu nome é Eva, sou travesti e produzo conteúdos para o instagram sobre filosofias que são úteis na nossa sociedade para sobrevivermos a essa utopia que vivemos. Enfim, quero dividir algo sobre coisas que ouvi nesse vídeo. Quando tratamos de corpos precisamos tratar de TODOS ELES. Levando em consideração corpos que nasceram com vagina e PODEM engravidar precisamos levar em consideração corpos que nasceram com vagina, mas simplesmente NÃO ENGRAVIDAM. Então "as moças podem gestar" é ilógico, pois existem moças CIS que não podem. Não é uma discussão complicada quando entendemos que NÓS somos corpos com capacidades e potências. Uma moça cis que não pode engravidar tem algo diferente da que pode? Quem define quem está errado? Um corpo com deficiência física então está errado perante um corpo sem? E corpos hermafroditas? Homens e Mulheres engravidam, pois a idealização de homem e de mulher foi uma CRIAÇÃO nossa, sendo uma criação não existe nada de biológico, e podermos escolher como iremos nos definir NÃO É nos prendermos ao conceito de gênero e SIM reconstruir nossos corpos da forma que nós desejarmos, com base em referencias do exterior ao nosso corpo. Existem tantos discursos ditos para “proteger” que são apenas para excluir, que eu nem saberia resumir como doem. Gestar é uma capacidade da nossa espécie e não única para um conjunto de pessoas que se encontraram com semelhanças físicas e foram impostas no seu nascimento a se denominar como mulheres. Corpos são capazes de engravidar, sejam corpos cis ou trans. Não sei se ficou claro :P basicamente sua genital não define se você pode engravidar ou não, então pq sua genital define se você é homem ou mulher? Masculinidade e Feminilidade acabam sendo conjuntos de situações em um corpo ocupado; ONDE VOCÊ FOI CRIADO? QUEM TE CRIOU? SEU CÉREBRO FUNCIONA COMO O DA MAIORIA OU TEM ALGUMA DEFICIÊNCIA? VOCÊ FOI CRIADO POR PESSOAS PERTENCENTES AO PATRIARCADO OU PESSOAS QUE LUTARAM HORRORES PARA ABDICAR DELE? Sua etnia? Sua condição financeira? Convive com pessoas diferentes de você? Quais ROUPAS você tem acesso? Todas essas perguntas levam a construção de uma identidade, e por vivermos em uma sociedade que INSISTE na binaridade como base social (como formas de podar e dar poder), é normal acreditarmos que existem coisas BIOLÓGICAS para homens e mulheres. Como diz Jup do Bairro: Não nascemos nada, nos tornamos homens, mulheres, cisgêneros, transgêneros... etc. Seu corpo é uma casa e você o ocupa, quais são suas limitações FÍSICAS? Do que !!!!VOCÊ!!!! é capaz? O que a sociedade te limita? Existem vertentes feministas entre etnias justamente por MULHERES NEGRAS E BRANCAS (CIS OU TRANS) não sofrerem o mesmo machismo. Entrando na minha realidade por exemplo, por ser travesti, não sou lida como mulher nem como homem, pois não sou suficiente para nenhum dos dois, ENTÃO O QUE EU RECEBO? Nada que eu REPRODUZA em meu corpo, nada que eu PERFORME em minha vida, define se sou um homem ou uma mulher. A única coisa que define sou eu, pois DEFINIR, DEFINIÇÃO, é algo que pessoal, e a sociedade se sente no direito de opinar e definir no que eu sou ou irei ser. Estamos em constante mutação, e tudo bem. Criamos lugares divididos, criamos benefícios para as pessoas seguirem essa utopia, e eu como pessoa trans (não irei dizer por todas) to aqui dizendo “oi pessoas cis, vocês não nasceram cis, NINGUÉM NASCEU NADA, vocês se tornaram isso, e tudo bem, o lance é ressignificar, reconstruir… Pois acredito que você homem cis que descobriu sua sexualidade assistindo vídeos pornograficos de mulheres sendo ESTUPRADAS, não tá muito bem da cabeça né, e ainda mais levando em consideração você mulher cis que foi censurada e imposta comportamentos de servidão como uma escrava durante toda a sua infância.” Muitos acreditam que uma pessoa trans está pulando para o outro gênero, se APROXIMANDO da cisgeneridade, mas na real, ela só ta se aproximando do que ela é de verdade. Igual vocês dois Flor e Manu, vocês vão contra o que a sociedade impõe de comportamento para vocês, vocês se incomodam de serem definidos como homens e mulheres? O que vocês entendem como significado de ser um homem ou uma mulher? Acrescentando uma situação rotineira em minha vida por vocês terem tocado depois dos 15m sobre RAIVA: Quando um homem me agride (por eu ser uma ameaça a sua existência e integridade), ele está afirmando a ele mesmo o quão “normal” ele é, e o quão “irreal” eu sou, pois ele está AINDA cumprindo a exigência imposta a ele no começo da vida, como se NÓS DOIS não fossemos resultados do mesmo inicio. É o ritual dele, ele ofende os amigos, ele fala do seu ego, ele impõe seu olhar em cima dos corpos que ele se atrai, um predador, e quando alguém que FOI IMPOSTO COMO ELE não está se comportando como um resultado o que ele faz? Se revolta, mata, agride, dá o dito GATILHO, ou simplesmente paga para essa pessoa fazer sexo com ele para que ele sinta minimamente algo real em sua vida. Fala sério, vivemos em uma realidade onde CRIANÇAS usam uniformes escolares diferentes respectivos a suas GENITAIS, por favor não me digam que isso é um mundo normal, não é!
Esse mês um homem trans bem conhecido gerou seu filho com sua esposa (que também é trans). Aliás um toque na Flor que sempre pronuncia pronomes neutros heuheuh “eliksx”, caso for usar em dígito, use o “E” ou “U”, Elu, Medique, Enfermeire. Pois existem pessoas com deficiência visual que precisam usar um dispositivo que os textos sejam lidos e o X dificulta essa comunicação. Como não tivemos uma resposta sobre a pergunta “toda masculinidade é tóxica” faço uma pergunta pro Manu. Você quer ter uma concepção de masculinidade em sua vida? Você necessita disso para seu crescimento e sobrevivência? Se sim, sua masculinidade está sendo construída em cima do que te passaram ou em cima do que você construiu? Enfim amo vocês espero poder ter ajudado de alguma forma, almoço as vezes com vocês, outros dias só tomo um café.
@@joycedantas2921 obrigada Joyce! Acompanhe meu trabalho no instagram @evaparedesss, mas se puder se inscrever nesse canal aqui, já ajuda bastante! Em breve estarei aqui.
Manu querido, vc poderia trazer um pouco de leitura de mulheres. Afinal nós mulheres passamos tanto tempo lendo quase que exclusivamente homens... As manas intelectuais colaboraram e estão colaborando de forma incrível neste debate... Abraço, adoro vcs!
@@unacontadoradehistoria já citou várias... Acrescentaria a Alexandra Kolontai, Silvia Federici, Suely Aldir messeder, Maria Elvira diaz Benítez, oyeronke oyewumi, Maria lugones...
Dois minutos pra acabar o vídeo e já queria dizer que o tema é muito bom e dá pra gerar muitas reflexões e debates. Sobre masculino/feminino, fatores biológicos/psicológicos/sociais. E a conclusão que não é bem uma conclusão é de que como diz o Manu “não é tão simples assim”. O vídeo até o minuto 20 tava caminhando muito bem e depois ficou um pouquinho confuso mas acho que é próprio do tema e do jeito de vocês fazerem vídeo (que eu amo!) e também me despertou uma vontade de pensar e pesquisar sobre isso! Obrigada!
Oi queridos! Que vídeo maravilhoso. Gratidão 😂😂 A questão do SAGRADO realmente está relacionada a um campo mais espiritual, de interconexão entre energia masculina e feminina, yin-yang, polaridades, etc. Nada tem a ver com gestar ou algo assim, não é sobre isso. De certa forma acho que há relação até com o que o Manu comenta por volta do minuto 18 que é justamente aqui, no campo civilizatório, onde nós não damos espaço pra vazão da raiva. Tanto o sagrado masculino quanto o feminino são espaços de conversa/diálogo entre pessoas que buscam entender que tudo bem sentir raiva, medo, angústia e buscam esse campo de conversa em grupo pra colocar pra fora. Nada mais é do que uma terapia em grupo pra resgate dessas energias, especialmente no campo masculino, onde muitas vezes os meninos já crescem com aquelas marcas sociais “homem não chora” ou “seja macho, moleque”. O sagrado masculino serve pra isso no sentido de ser uma (uma das) ferramenta de desconstrução e de vazão de sentimentos. Espero ter contribuído . Vocês são maravilhosos.
Incrível colocacao!! Acho que o problema se deu ao atribuirmos essas polaridades, como vc colocou, yin-yang, expansivo, restritivo, como necessariamente análogas ao gênero/sexo, pois em certa perspectiva anularia a presenca de ambas em todos os indivíduos
Gênero é diferente de sexo biológico. Diferentes culturas lidam de forma diferente com a maternidade e a paternidade, então acho que não podemos colocar feminilidade como a possibilidade de gerar bebês. Gênero é mais que corpo, apesar de ser impossível separar a subjetividade da objetividade. Isso casa bem com o que vcs tem falado sobre neurociência, fica uma questão "quem veio primeiro? O ovo ou a galinha?", é a química cerebral que determinou isso ou ela foi uma consequência da necessidade de sobrevivência no nosso modelo de sociedade? Se o único jeito de sobreviver na nossa "selva" é performando masculinidade e feminilidade tóxicas, a gente provavelmente só vai poder determinar se existe algo de biológico, que não foi construído socialmente, o dia que estivermos extremamente desconstruídos e livres (será que isso existe?). E aí estaremos em outro modelo de sociedade que vão provocar outros questionamentos kkkk.
A MASCULINIDADE TÓXICA salva vidas, e é por isso que devemos incentivar os jovens a vivenciá-la. facebook.com/novaresistenciabrasil/posts/1601499650027429
Há certas coisas biologicamente inatas, estudos (inúmeros deles inclusive) apontando e tornam nítido certas funções dentro do antro social através de conceitos inerentes, sejam eles envolvendo a paternidade ou maternidade. A teoria filosofica que vem se nutrindo desde a primeira onda feminista exclui inúmeras evidências científicas, é quase uma religião ser feminista hoje em dia e negar o papel de mãe obviamente não limitando a mulher a isso, mas evidenciando que a grande maioria possui essa tendência. Tanto o gênero como a "identificação" provêm de uma constante biológica que em dado momento da vida onde o indivíduo já com mais consciência racional pode sim optar por si próprio os caminhos da sua sexualidade tendo em vista o "molde cultural", mas continuará sofrendo a pressão do que é biologicamente inato a ele. Quem discorda disso é favorável ao cientificismo ideológico e anti ciência.
@@GutsdaNeoQuimica e como vc (ou a ciência) explica culturas que, diferentemente da europeia, não é o homem que sai pra caçar/pescar e a mulher que cuida dos grãos e dos filhos? Precisamos pensar que a ciência é e foi feita majoritariamente por homens brancos europeus. Esses experimentos foram feitos aonde? Com quem? Qual a amostragem? Acho muito fácil tirar a carta da ciência em assuntos humanos, mas não contextualizar isso tudo. Longe de mim defender a terra plana, mas os estudos científicos tbm estão sujeitos a viés ideológico, quem os patrocina? Não sou contra a ciência, mas acho que ela precisa sempre ser aprimorada e diversificada
Ah, que surpresa ser citada no vídeo de vocês! Adorei. Então, as reflexões desse vídeo são maravilhosas e super necessárias, porém é preciso distinguir dois conceitos fundamentais que estão presentes aí: sexo e gênero. Embora a maioria das pessoas confunda os dois, são dois conceitos distintos e para que o debate não fique confuso é preciso se atentar a isso. O que a Flor citou no início do vídeo não diz respeito ao gênero, mas ao sexo (biológico): gestar e amamentar (a imensa maioria das fêmeas do planeta podem fazer isso, nenhum macho pode). Já a questão do uso da cor rosa preferencialmente por mulheres, por exemplo, é uma questão de gênero (social). Não vemos na natureza uma preferência das fêmeas pela cor rosa. A Flor foi ao ponto quando disse que animais não têm masculinidade ou feminilidade (gêneros), exato, animais só têm sexo (macho/fêmea), não gênero, uma vez que gênero é construído socialmente. Como eu disse no meu comentário anterior, masculinidade e feminilidade são normas de comportamento e normas de comportamento determinadas por uma sociedade patriarcal. Oras, ninguém consultou as mulheres sobre a quais normas de comportamento elas gostariam de aderir, percebem?! Nesse sentido a feminilidade é ainda mais problemática que a masculinidade. A diferença é que a feminilidade faz mal muito mais às mulheres, representando zero ameaça aos homens, já a masculinidade a gente sabe as tragédias que provoca. Há questões comportamentais que são influenciadas por questões biológicas? Claro que sim, pois somos seres biopsicossociais, porém a maioria dos estereótipos de gênero foram construídos artificialmente, não são naturais, mas socioculturais. É verdade que machos tendem a ser mais agressivos, por exemplo, inclusive os machos humanos, mas só o macho humano comete feminicídio. Se mulheres e homens são iguais, exceto por suas diferenças biológicas, por que determinamos padrões distintos de comportamento? Por que meu sexo deveria determinar como devo ser, do que devo gostar, o que devo fazer? Isso é absolutamente castrador, para todos, mas especialmente para as mulheres. Os indivíduos são muitíssimo diversos. Como é possível que um único padrão para mulheres e um único padrão para homens contemple essa diversidade? Por acaso eu não sou uma mulher se odeio rosa, se não desejo ser mãe, se detesto maquiagem e salto alto, se prefiro calças a vestidos, se quero raspar a cabeça ou não me depilar, se falo alto e sou mais assertiva? É isso que é ser mulher? Um conjunto de estereótipos? Para ser mulher preciso me submeter a esse padrão? Senão o que, senão sou um homem? Por acaso alguém acredita que metade da humanidade anseia por essas coisas? Que 3,5 bilhões de pessoas possuem gostos tão semelhantes? É por isso que a masculinidade e a feminilidade são tão ruins, na minha opinião, porque são padrões impostos e pessoas que não se encaixam (quase todos em maior ou menor medida) sofrem por não se encaixar. E não apenas sofrem, como são penalizados se não se submetem, exemplos não faltam. As pessoas todas deveriam ser livres para serem, simplesmente serem, com normas sociais, claro, definidas por todos para que a convivência em sociedade seja possível, mas não normas baseadas na distinção e hierarquia entre os sexos, não normas preconceituosas, não normas opressivas. Normas comuns a todos os indivíduos, independente do sexo, cor da pele ou qualquer característica física. O resto é apenas traço de personalidade e expressão de gosto pessoal e gosto pessoal é o que é, pessoal, varia de pessoa pra pessoa, não de acordo com o sexo. Quem foi que determinou que colorir os lábios é coisa de mulher? Nossos genes? 🤔 Não, né?! Alguns defendem, portanto, que outros padrões sejam criados como alternativa para que todos consigam se encaixar, mas isso só reforça a existência do padrão principal, quando o problema é justamente existirem padrões. A existência humana é diversa e maravilhosa, não é possível encaixar toda essa diversidade em padrão algum sem prejuízo da liberdade de vários indivíduos. É o que eu penso. Se alguém chegou até aqui, desculpe-me pelo textão, sou um tanto prolixa 🤦🏻♀️😂. E, ao casal, parabéns por abordarem tema tão complexo, mas tão importante. Adoro o canal.
@@lanamarx5254, eu estou falando biologicamente, ou seja, de forma natural, sem hormônios sintéticos. Porque se começarmos a falar de intervenções humanas aí teremos que considerar a vaginoplastia, a faloplastia, entre outras coisas. Meu interesse ali era separar natureza de sociedade. Essas intervenções são o que são: intervenções, coisas que inventamos artificialmente enquanto sociedade. Pode ser que haja também uma ou outra exceção na natureza, claro, mas a exceção só confirma a regra.
Ei gente, sugiro fortemente a leitura da introdução e cap. 1 de "problemas de gênero" ou/e (mais recente) "corpos que importam", da J Butler para discutir essa dimensão do biológico, que não poderia ser pensada anteriormente a linguagem. Logo, as diferenças materiais identificadas na diversidade dos corpos são, desde o início, culturalmente enquadradas. Desse modo, falar "sexo feminino" já é efeito cultural. Isto implica que o que a gente entende por biológico é também cultural. Enfim, acho que vocês vão curtir essa leitura. Bjn
"O caráter masculino pode ser definido como tendo as qualidades de penetração, orientação, atividade, disciplina e aventura; o caráter feminino, pelas qualidades de receptividade produtiva, proteção, realismo, paciência, maternidade. (Deve-se sempre ter em mente que, em cada indivíduo, ambas as características se mesclara, mas com a preponderância das que pertencem ao sexo “dele” ou “dela”.) Muitas vezes, se os traços do caráter masculino de um homem se enfraquecem porque ele permanece emocional- mente criança, tentará compensar essa falta pela acentuação exclusiva sobre seu papel masculino no sexo. O resultado é o Dom Juan, que necessita de provar sua potencialidade masculina no sexo, por estar inseguro de sua masculinidade no sentido caracterológico. Quando a paralisia da masculinidade é mais extrema, o sadismo (uso da força) torna-se o substituto principal - e pervertido - da masculinidade. Se a sexualidade feminina se enfraquece ou perverte, transforma-se em masoquismo, ou possessividade." Erich Fromm, A arte de amar. Não sei se concordo, só achei que poderia ajudar na conversa.
Oi gente! Recomendo a leitura de “A criação do patriarcado”, de Gerda Lener. Essa questão de papéis sociais masculino/feminino nem sempre esteve dada, muito menos teve um momento exato de sua criação, se trata de um processo que se desenvolveu ao longo do tempo, tendo como base o controle da capacidade reprodutiva das pessoas do sexo feminino - e o patriarcado ainda é MUITO sobre isso, em diversos lugares do mundo e aqui também - o conto da aia mesmo foi criado juntando coisas que já/ainda acontecem - casamento infantil, mutilação genital feminina, barriga de aluguel - que virou um MERCADO real hoje, e enfim etc infinito aqui. Nesse sentido, os papéis sociais, que hoje são tanto comportamentais quanto visuais, foram se consolidando de forma a naturalizar essa opressão, através das diferenças na socialização das pessoas baseadas em seu sexo, mulheres criadas para o cuidado com os outros e homens basicamente para todo o resto e etc. Então acho que o masculino e o feminino são campos hierárquicos, em que um submete o outro, o agressivo/passivo. Fora a questão visual da coisa, principalmente pensando no capitalismo né, o que representa a feminilidade visual se não procedimentos estéticos, insatisfação constante com o corpo, proibição do envelhecimento para mulheres, comparação, posição de objeto.... (lista infinita aqui). Por isso acho bem interessante entender que ambos não devem ser reivindicados - vejo muita gente falando de masculinidade tóxica, mas que faz pouquíssimas ou nenhuma crítica a feminilidade, inclusive que a reivindicam, sendo que tá completamente ligada ao capitalismo e ao nosso papel constante de passivo, de O outro, um lugar de não humanização e de um objeto para ser olhado. Ainda nesse sentido da feminilidade, acho interessante pensar em como as mulheres tem que tomar mil ações para serem consideradas mulheres, maquiagem, depilação, roupas, acessórios, cabelo, problemas constantes com o corpo em uma guerra eterna, etc, enquanto o masculino pode simplesmente ser em seus corpos naturais. Pensando em mulheres que quando não feminilizadas são consideradas “masculinas”, o que é um grande equívoco, mulheres que não reproduzem feminilidade estão indo contra as intervenções do patriarcado no corpo feminino, buscando um lugar humanizado e não objetificado, mas esse lugar do “poder ser, sem intervenção” constante no seu corpo segue sendo do masculino e etc. Sei lá, é um sistema que se retro-alimenta e um não existe sem o outro, mas de uma forma hierárquica. *Quanto a questão do sagrado feminino, acho que é uma armadilha, uma mistificação que não nos ajuda em nada no processo de humanização das mulheres.
Maravilha ler tudo que eu tava pensando! Esse livro é incrível, a autora abre muitas questões acerca da força de opressão do sistema do gênero. Queria sugerir uma leitura àqueles interessados em entender a misoginia da feminilidade em diversos âmbitos, desde comportamentos e escolhas que limitam os corpos, dando uma perspectiva do ocidente e do não ocidente, até as práticas estéticas sustentadas pelo "empoderamento" fantasioso, é o Beleza e Misoginia, da Sheila Jeffreys.
Oi, pessoal! :) Adoro os vídeos do canal e assisto sempre que posso. Gosto muito do tema desse vídeo e fiquei bem animado para ver, mas acho que alguns assuntos ficaram meio confusos e achei legal refletir junto com o pessoal aqui! Toda masculinidade é tóxica? Acho que essa é uma discussão de gênero, não de sexo, muito menos uma discussão biológica. Se existem fatores biológicos no gênero, eles não são "relevantes" pra estrutura do masculino e feminino. Existem diversos tipos de corpos, como muites falaram aqui, mas gênero existe pra enquadrar e oprimir, através de uma hierarquia bem arquitetada, que é variável (existem diferentes "masculinos" e "femininos" ao longo da história), mas com o masculino sempre como opressor. Falar sobre masculinidade tóxica é um equívoco porque quando se fala de uma masculinidade tóxica, automaticamente pressupõe uma masculinidade NÃO tóxica, que essa sim, não existe. Masculinidade tóxica é um pleonasmo. Tipo falar que todo homicídio é ruim, ou todo veneno é venenoso. A gente pode falar que toda característica masculina é sim ruim porque toda característica masculina foi formatada para ser opressora, do mesmo jeito que toda característica feminina foi formatada pra ser oprimida. É sempre legal lembrar dessa hierarquia que os gêneros impõe. Pensando nisso, fica mais fácil de linkar com os motivos do masculino ser opressor como um todo; Essa é a função do masculino e ele existe somente por isso. Espero que tenha contribuído de alguma forma. Grande abraço! :D
Interessante sua colocação. Mas pra ser coerente, se a feminilidade é sempre construída pra ser oprimida, não pode ser "sagrada", é isso? Porque sempe vejo uma quebra nesse ponto exato: a masculinidade é uma porcaria (concordo) e o feminino é sagrado. Acho que seria mais produtivo trabalhar no caminho da dissolução dessa distinção de gêneros.
@@giafran13 O "sagrado feminino" é um conceito fechado, ~filosófico, que algumas mulheres seguem e que está mais em evidência recentemente. Ele não tem nenhum link direito com estudos de gênero, que são pautados pela sociologia e antropologia. Concordo que seria mais produtivo trabalhar a dissolução da distinção de gêneros, mas esse é um caminho longo.
Flor e Manu, gosto muito da forma como vocês constroem o canal de vocês e admiro muito a abertura que vocês tem para aprender com as pessoas que comentam. É notável que vocês não se colocam como tutores, professores e aqui não é o lugar de vcs darem aula, mas é o lugar de pensar junto. Pensando junto sempre vamos pensar coisas que depois despensaremos (sic) e dispensaremos. Eu tô bem chateada com as críticas direcionadas à Flor e sobre as exigências de que o canal tenha mais domínio sobre algum assunto ou outro pra falar. Obviamente existe responsabilidade sobre o que se fala, mas ninguém deveria exigir da Flor e do Manu o conhecimento geral sobre todas as coisas do universo ou sobre todas as correntes filosóficas ou sociológicas, ou biológicas oi feministas porque - convenhamos - tem muita gente falando muita coisa diferente. Pode ser que a fala da Flor - ou a do Manu - não esteja correta sob uma determinada perspectiva, mas isso faz com que ela esteja de todo incorreta? Existe apenas uma verdade? As questões de gênero foram resolvidas? As biológicas foram ultrapassadas? Tá valendo o espiritual? Tá valendo o cultural? Tá valendo o psicológico? Tá valendo tudo ou nada? Tá valendo só uma coisa? Não existem questões ainda não resolvidas? Nenhuma teoria pode ser revista, contestada, reanalisada? Vamos ser mais ponderados, gente. Nenhuma verdade é absoluta, nem a que derrubou a anterior. E eu também tô muito cansada de só a Flor ser apontada, só a Flor ser contestada, só a Flor ser colocada na berlinda. Só a fala da Flor ser um problema. Por que será, hein, gente?!
Eu simplesmente AMO essa dinâmica de reflexão... abrem mais perguntas do que respondem perguntas. Adoro! Meu canal favorito S2 S2 S2 Beijos Flor e Manu
Oi, Flor e Manu. Queria compartilhar algumas reflexões e pontuar algumas questões... A primeira abordagem da Flor na definição do que seria uma ontologia feminina não só esbarrou, como foi uma voadora de transfobia. Compreendi a argumentação a respeito de homens trans, mas continua sendo uma lógica organizada dentro da estrutura da cisnormatividade que, por sua vez, é transfóbica. Uma pergunta pra vocês pensarem antes de continuarem: qual é o gênero do cotovelo de vocês? [SÉRIO, PENSEM ANTES DE CONTINUAR] Nós, pessoas trans, ao contrário do que trazem as produções sobre nós (estas tbm feitas dentro da lógica da cisnormatividade), não temos um corpo X e um gênero Y. Isto porque tanto o gênero quanto o sexo biológico são construídos socialmente. A história do corpo, do sexo e da sexualidade não é a mesma em toda história da humanidade, assim como as concepções do que é feminino e masculino também não são as mesmas. Existe sim, um consenso de que vagina-útero-ovários correspondem ao sistema reprodutor feminino, e pênis-testículos-próstata ao sistema reprodutor masculino. Mas, assim como uma vez o racismo foi sustentado pela medicina, essa ontologia dos corpos também vem sido sustentada por ela. Assim, portanto, dizer que a gestação é uma marca do feminino cai em dois grandes problemas: 1) feminino enquanto gênero, exclui homens trans e demais pessoas com vagina que não se enquadram nessas nomenclaturas; 2) feminino enquanto sexo biológico, reduz todo campo cultural a um órgão, invisibiliza identidades, exclui pessoas intersexuais que têm vagina mas não podem engravidar. Isso sem contar as mulheres cis que também não podem engravidar. Essas não carregam a essência do feminino? Essa reflexão não cabe em nem numa tese, mas tenho tentado dar conta (e falhando, obviamente), minimamente, na minha monografia. Se vocês tiverem interesse, posso compartilhar alguns estudos com vocês pra irmos trocando essas figurinhas. Respondendo a pergunta do cotovelo, o meu é masculino porque tá no corpo de um homem, assim como minha vagina.
Como sempre vídeo maravilhoso que trás questões e reflexões. Flor e Manu, quando acabar a pandemia vocês poderiam organizar um evento estilo mesa redonda e algum tema, que inclusive poderia ser esse! Forte abraço pra vcs!
A Raiva quando descontrolada não serve pra nada mesmo se ela gera violência. Porem a raiva tem uma função muito importante segundo Vedanta filosofia Indiana que vai dizer que a raiva e para não nos tornarmos passivos, ela vem como pulsão de força e de desejo . Mesmo no mundo contemporâneo ela ‘e muito importante para não nos tornarmos passivos e perceber a raiva e tomar uma atitude com aquilo que não esta bom em nossas vidas. Ela ‘e um sinal de que algo não vai bem. Em moderação e se percebida pelo sujeito a raiva ‘e muito útil para esse impulso de vida! 😉
Acredito que ela tenha falado em lado espiritual, não de forma religiosa, mas sim de uma forma energética. Independente de gênero e orientação sexual, todos nós somos cheios de energia masculina e feminina, o Taoísmo prega a dualidade da vida e energia, cada uma atua em nossa vida nos fazendo lidar com cada situação da nossa vida. O problema inicia quando homem nega a existência da energia feminina em si e reprime tal energia, e o contrário tmb. E essa repressão não anula esse energia, só faz com que gere um caos violento e uma repulsa de tudo aquilo que tenha traços daquilo q ele reprime. O problema não está no masculino ou feminino, problema está sim no sistema de repressão.
@@mozartl819 desculpe amigo, mas taoísmo não é uma religião, é uma filosofia. É uma forma de pensar e questionar o mundo. Muitos cientistas já foram chamados de loucos por fazerem questionamentos, que na época, não foram considerados como ciência pela maioria. Foram justamente esse loucos, que mais tarde, mudaram o curso da evolução humana. Esses loucos que propunham ideias consideradas erras e impossíveis acabaram por estar, de alguma forma, certos, e contribuíram imensamente com a ciência. Será que uma área tão importante como a ciência não pode expandir seus horizontes para possibilidades que antes foram consideradas como erradas e impossíveis, e assim aprender com elas ?
Como eu amo vcs vou falar bem no estereotipo ta?) mas incapaces de sustentar, de proteger, de levar adiante, em fim, de habitar essa "agressividade saudavel" como uma energia de acao, "pra fora" (aclaro que acho a agressividade super saudável: o quebrar, o rasgar, e indispensável pra nascer)... E encontro tal vez uma raíz (nao sei se A raíz) disso na mitade do seculo passado, a cena sendo: por um lado, o feminismo da Simone, o voto, a pilula e uma emancipacao tao esperada; por outro lado, homens enxergando os modelos masculinos dominadores e violentos dos seus pais e avos e sintindo essa dor "genealógica" (e por tanto negando todo o que tenha a ver com a energia masculina de acao, sustento e estrutura), todo isso no meio da revolucao hippie, a permissao pra "sentir" como uma possivel elaboracao das repressoes do desejo, o LSD, o oriente chegando no occidente, cartazes rezando pra a guerra do Vietnam parar, o John e a Yoko... Perdao pela mistureba, to indo so no estereotipo pra simplificar... Dizer que "os homens nao consiguem se entregar ao sentir, a sua propria vulnerabilidade, e dai a raiva, a violencia e tal" é um pouco parcial também... Aqui é bem ao contrario. E as mulheres pelo geral descubrimos que "tudo bem com o homen sensivel, mas queriamos encontrar nos nossos companheiros tambem ao homen que sustenta, que estrutura..." E nao porque nós nao podemos nos sustentar, senao porque queremos no vinculo ter o espaco de habitar um lugar de contemplacao, de protecao, de criatividade... Um amigo daqui falou isso bem claro pra mim, entre risadas: "Aquí as mulheres sao as que sustentam a parada, e nois é pra ficar na boa"... E eu penso "Poxa, acho que as mulheres nao estamos conseguindo nos fazer entender..." Tem um autor (acho que o género nao tem muito a ver com os citados aqui no canal rsrs) chamado Robert Bly, que faz uma diferencia entre "o homem sensivel" e "o homem natural" (achei interessante ai a Flor falando da "natureza", o Bly aponta bem nisso acho...). Fala muito dos ritos de passagem masculinos, e pensa até qué ponto o homem sensivel (aquele que fica muito "na boa", na gratiluz tambem, por que nao?, mas nem fale pra ele de estrutura, acao e sustento) nao é mais do que uma crianca presa no seu proprio narcisismo, e presa dos modelos masculinos que nao quer repetir... O livro em que fala bem disso é "Homens de Ferro", ou "Iron Jonh". Acho interessante, num tempo em que tanto homens como mulheres nos encontramos as veces meio perdidos enquanto a referentes, sem saber muito bem como ser homens, e como ser mulheres... Imagino um movimento pendular, todxs indo na direcao contraria daquela marcada pelas geracoes anteriores, como se a comprensao e a experiencia do genero que habitamos fosse dual... Terei sido clara? Nao faco ideia... Emfim, GRATIDAO (KKKK)
Biologicamente falando, sexo feminino, sexo masculino, diferenças anatômicas funcionais que recebem nome de sexo. Diferentemente do que a sociedade denomina como gênero, classificando binariamente, feminino e masculino. "Eu não tenho nem nada pra dizer pro Freud nesse momento", amei Flor!!! Estamos num tempo de desconstrução de estigmas criados por uma sociedade retrógrada. Precisamos tentar viver sem estigmatizar os gêneros, difícil né? Mas acredito que estamos aprendendo a "engantinhar" nesse campo. Adoro esse canal.
Olá, Flor e Manu! Ótimo vídeo para refletir. Deixo aqui algumas considerações sobre biologia/ecologia humana que acho interessante para o caso. Dentro da biologia os indivíduos de uma espécie podem ser diferenciados em machos ou fêmeas segundo a sua estrutura genética, machos são os que apresentam os genes sexuais diferentes (XY), enquanto fêmeas apresentam os genes iguais (XX). Biologicamente a função de gestar não é sempre atribuída a fêmea (como o caso dos cavalos marinhos), apesar desse ser o padrão mais comum na natureza. Assim também é a questão do cuidado parental, que a princípio para a ecologia humana, o macho protege externamente, enquanto a fêmea acolhe a cria. Já pensando na questão das pessoas trans, é importante ressaltar que independente do tipo de intervenção, geneticamente elas permanecerão machos (XY) ou fêmeas (XX). O que muda são os seus fenótipos, ou seja, como se apresentam no ambiente, então estruturalmente passam a se manifestar como o "oposto". Acredito que o termo masculino e feminino foram definidos com base num padrão de normalidade biológica inicialmente "machos protegem, caçam e são agressivos" para o ser masculino, e "fêmeas gestam, criam e cuidam" para o ser feminino. Então assim como a Flor, vejo que sempre estará atrelado a esse viés "tóxico". Com o aumento da população humana, aumenta o número de pessoas que nascem e crescem fora desse padrão, e com os avanços da medicina podemos manifestar fenótipos diferentes do esperado. Com isso, a possibilidade de inserir "feminino" e "masculino" dentro dessas caixas relacionadas a macho e fêmea se perdem. O campo de discussão se torna muito mais subjetivo, e talvez agora vivamos aquele momento de atualizar os conceitos, redefinindo masculino e feminino em caixas que extrapolam os esteriótipos de gênero. Enfim, sobre sagrado feminino, pelo que tenho visto por ai, as essa abordagem costuma ser para trabalhar a "autoaceitação" e "autoconhecimento" da mulher, dar suporte para sair de situações de abuso e coisas do tipo, não necessariamente a maternidade. Porém, costumam reafirmar esse lugar do feminino como a mulher que cuida é sensível e etc. Vejo como útil, porém questionável em vários sentidos...
Um tanto problemático determinar o indivíduo mulher limitando-a à capacidade de gestar... . Acho importante absorver que a questão biológica não necessariamente está ligada ao gênero. Porque identidade de gênero é NÃO só performance. É construção, nao só social mas tbm identificação. Acho que só precisamos tomar cuidado com essas colocações. AGORA, A QUESTÃO DO SAGRADO E DO FREUD QUERENDO CAGAR REGRA DO QUE É FEMINILIDADE E TODA A PROBLEMÁTICA. MEEEEEU É MTO BOM KKKKKI Rachei mto. EM RESUMO : Nao importa a ERA , sempre vai ter HOMEM querendo cagar regra e querer nos inferiozar.
Concordo com vc.. Já não estamos mais em um tempo social e histórico pra ficar falando que argumentos biológicos definem masculino e feminino. Gênero, sexualidade e tudo o que decorre disso não é passível de simplificações, né? Simplificado por simplificado já é e já oprime...
Flor, gênero é para corpo sim, para alma não. Temos corpos com gênero, mesmo que um Ser queira tirar sua genial, por dentro ainda continuará tendo gênero e precisará tomar hormônios para equilibrar sua questão biológica. O que estamos vivendo aqui em tempos atuais é a finalização de um conceito de que é necessário agir assim ou assado por causa do gênero em que possui.
Há certas coisas biologicamente inatas, estudos (inúmeros deles inclusive) apontando e tornam nítido certas funções dentro do antro social através de conceitos inerentes, sejam eles envolvendo a paternidade ou maternidade. A teoria filosofica que vem se nutrindo desde a primeira onda feminista exclui inúmeras evidências científicas, é quase uma religião ser feminista hoje em dia e negar o papel de mãe obviamente não limitando a mulher a isso, mas evidenciando que a grande maioria tem essa tendência. Tanto o gênero como a "identificação" provêm de uma constante biológica que em dado momento da vida onde o indivíduo já com mais consciência racional pode sim optar por si próprio os caminhos da sua sexualidade tendo em vista o "molde cultural", mas continuará sofrendo a pressão do que é biologicamente. Quem discorda disso é prol ao cientificismo ideológico e anti ciência.
Posso dar uma sugestão de vídeo? Seria muito interessante fazer um vídeo sobre o formato de diálogo das pessoas quando querem se expressar. Situação: duas pessoas conversando e uma delas quer falar mais sobre si do que sobre as duas pessoas naquele diálogo ou sobre o assunto em si. Quando alguém só fala de si mesmo e responde tudo como se fosse sobre si mesmo. Sobre a ideia de que isso é puramente para "chamar a atenção" e qual o problema disso, se há problemas em querer chamar atenção ou se existem outras motivações para esse "eu-centrismo" e como existe um movimento contrário à isso ultimamente. Como saber quando falar de si quando o momento é do "aprenda a ouvir o outro"?. Etc... Achei interessante falar disso porque diversas vezes a Flor interrompe ou o Manu interrompe a conversa para falar de si e nem sempre o assunto é sobre si e isso acontece em nossas vidas diariamente. O que acham? Beijos queridos!!!
Eu costumava participar de 'círculos de mulheres'/'círculos de sagrado feminino' e por um lado era bem legal poder discutir entre manas as situações pelas quais a gente passa... mas ao mesmo tempo era estranho: era uma perpetuação desse "feminino", que deve honrar as emoções, o corpo-mulher, o útero, a sensibilidade, etc.. coisas que, hoje, a meu ver, não cabem mais. sabe? talvez fosse muito mais interessante fazer algo como uma "roda de emoções" envolvendo >todos< os gêneros, pra que >todo mundo< saiba conversar sobre/lidar com suas emoções. (ou a famosa terapia em grupo hehe) Ou também círculos de >pessoas< que menstruam, e por aí vai... Uma vez questionei o porquê de os círculos receberem apenas mulheres cis e a facilitadora me olhou como se dissesse "mas é óbvio" (vai ver foi só minha interpretação), mas de fato ela não soube me dar uma resposta concreta - apenas que "nunca nenhuma mulher trans a procurou" - o que até pode ser verdade, mas aí (outro ponto) pode ser que o evento não fosse tão acessível assim, já que os cartazes/convites para esses círculos eram sempre recheados de símbolos como úteros, sangue menstrual, etc. Quanto ao sagrado masculino, todas as vezes que ouvi falar, eram círculos para "curar o sagrado masculino". Ué? Algo tão sagrado precisaria ser curado? Me parece que - e aí concordo com o que a Flor propôs no outro vídeo - toda masculinidade é "tóxica", tão tóxica que precisa ser curada(?). Bom.. essa discussão vai longe.. e têm, sim, me incomodado certas nomenclaturas. Amei o vídeo e as provocações. ♥
Tem horas que eu acho Freud muito .... Sem adjetivos para qualificar ele nesses colocações. Gostei das abordagens adoro esses assuntos que faz pensar e reavaliar contextos. Obrigada
Acredito que a classificação do masculino e feminino atendeu algumas demandas do passado. É como os mitos que existiam sobre os fenômenos da natureza e que hoje são substituídos pela ciência. Talvez nós vivemos esses conflitos de gênero atualmente pq nossas (ocidental patriarcal) estruturas sociais e psicológicas foram pensadas num mundo binário e dicotômico, no entanto, conseguimos perceber hoje que vivemos num mundo plural. Numa rápida pesquisa na internet é possível perceber que em outros povos e culturas ancestrais, existem mais de dois gêneros, algo além do masculino e feminino. Como nomear e descrever todas as cores num mundo onde só existe o preto e o branco? E que muitas vezes, o que não é preto ou branco é uma anomalia ou não é cor? Sobre o peso biológico da gestação... E o caso dos animais gasterosteiformes? (Que tem o cavalo-marinho como exemplar mais popular) A gestação nessa espécie é uma característica masculina. A sociedade binária não dá mais conta de responder a nossa complexidade. Será que a psicologia baseada num mundo binário dá? Um "erro" conceitual de Freud sobre a mulher, que é balizador pra muitos outros conceitos e ensaios, não interfere numa visão geral da psiquê humana? O quanto de um cálculo de base eu posso "errar" sem prejudicar toda uma estrutura? Sem interferir todo um pensamento?
Amo muito o canal de vocês, mas recomendo a leitura dos textos sobre Sagrado feminino, que está muuuito além dessa história de reprodução, do biológico. Tem mais haver com conexões e relações com a ancestralidade e consideração sobre a sua trajetória e sua conexão com o seu sagrado, que foge totalmente desse lugar do intocável, pelo contrário, como o seu corpo, do jeito que é e como a sua libido e sua trajetória de vida é sagrada, pq vc reconhece como algo que precisa ser cultivada e cuidada, diferente das mulheres que estão sujeitas as vontades de um sagrado externo, endeusado.
Queridíssimos da provocação!!! Os comentários estão uma fritação, vocês não exageram quando sugerem que apreciemos essa interação. É muito interessante essa relação vídeo - comentários - vídeo - outros comentários. Parece uma roda conversa em que a gente lança uma ideia - sai pra buscar uma bebida - volta e tem outras ideias incríveis. Não vou negar que estou sob o efeito da alegria de que o crush FlorManu me notou
Anne, Na hora que ouvi o relato de uma "Anne Fonseca" no comecinho do vídeo, fiquei super curiosa pensando se seria você ou não. À medida que fui ouvindo tive quase certeza que era, porque conseguia te imaginar falando isso, com esse seu jeito leve e alegre de ser, ai vim aqui nos comentários pra confirmar. E que bom que era você de fato! FlorManu também são meu crush e amei que eles te notaram ps: você é maravilhosa!
Poderia fazer um vídeo sobre a feminilidade tóxica também... nasci numa família machista e nesse sentido, hoje me encontro com dificuldade em realmente enxergar o que eu quero ou não quero, pois o “desejar” sempre foi algo que não me pertencia, (submissão) aceitar, agradar, ser aceita, me enquadrar... São coisas que hoje venho lidando na terapia, pois é tão insconsciente que hoje quando faço algo eu mesma me reprimo de alguma forma e fico mal em seguida, sem ter que pensar nisso. Mas uma vez, obrigada pelos vídeos e assunto, vocês são muito importante e necessários pra desenrolar questões aqui. ♥️
Gostei do vídeo, acho que só faltou alguém pra dar um norte e pontuar algumas questões, essa pessoa poderia ser nossa querida professora Rita Von Hunty, ela iria esclarecer inclusive algumas dúvidas que manu e flor se indagaram durante o vídeo, se fizessem um segundo vídeo com a participação da Rita iria ser lindo. Mas enfim, gostei do vídeo e dos questionamentos, e acho que eles deviam ser mais aprofundados. Beijos pra vcs.! ❤
acho que teve um ponto que passou batido na discussão... tanto masculinidade quanto feminilidade foram construídos historicamente, na nossa cultura, de forma a se encaixar dentro do arcabouço do machismo e do patriarcado, PORÉÉÉÉM masculinidade, feminilidade, e tudo que liga uma coisa à outra, são elementos fundamentais para cada indivíduo possa entender e principalmente CONSTRUIR sua identidade. Um primo meu, que conseguiu afirmar apenas recentemente sua identidade de homem trans, veio falar comigo - aconselhado na terapia a fazer isso - que precisava buscar referências masculinas que o ajudassem a encontrar um modelo de masculino que fosse saudável a fim de dar forma a sua identidade. O exemplo com pessoas trans ajuda a entender esse ponto que estou tentando passar, mas na verdade todos nós estamos permanentemente construindo nossas identidades e para que a masculinidade genérica deixe de ser tóxica, vai sim ter que haver um modelo de masculinidade não tóxica que possa dar sentido às identidades masculinas. Acho que o mesmo serve para a feminilidade. Claro que os homens precisam entrar em contato com sua própria feminilidade também, e as mulheres com sua masculinidade, uma coisa não impossibilita a outra, a questão é que assim como precisamos saber o que sentimos para saber que tipo de identidade criar - se sou homossexual ou heterossexual, se de esquerda ou de direita, se ateu ou crente, se biólogo ou jornalista, se só um pouco de uma coisa e muito de outra, se um meio termo de tudo - também é necessário fazer esse exercício com a questão do gênero, e acho que não há conceitos que sejam mais precisos (e suficientemente profundos) para tratar dessa questão do que masculinidade e feminilidade.
acho importantíssimo abrir esse tema e pensar para além de do que já consideramos verdades concretas e inquestionáveis. minha questão: o quer é ser o tal feminino e masculino, ou fêmea e macho, se mesmo que a ciência diga que é assim, a ciência também usou de linguagem para classificar as coias, teríamos como mudar superar classificações e fazer outras formas de nos entendermos em um gênero? ou até superá-lo? como Flor disse, temos funções, e isso precisa então, para nós humanos, dizer o que é homem, mulher? Por que não criar novas formas de nos entendermos subjetivamente como homem ou mulher, ou até superar isso?
Olha, eu discordo que não haja lugares para a agressividade na civilização, na medida em que o palco onde a agressividade se dá geralmente é o conflito, não necessariamente a agressão pura e simples. E não há como pensar que os conflitos e os choques de interesses em geral foram abolidos com a civilização. Homens lotam as cadeias porque se encrencaram por estarem na ponta da lança (muitas vezes sem terem escolha) de conflitos de outros homens, geralmente privilegiados. Ou para trazerem o pão a mesa. Muito dificilmente é diferente. Claro, há outros mecanismos de negociação na sociedade que substituem o emprego direto da violência, como as leis, as instituições, o mercado e o Estado. Mas as próprias instituições precisam ser 'enforced' e geralmente lá na ponta, para que sejam aplicadas a rigor, a agressividade é acionada "legalmente" nas mãos da polícia, que geralmente é um homem. E os homens é que gostam de brincar de polícia/ladrão ou é que esses papéis (no palco do conflito, digo) é que demandam por seres que via de regra são biologicamente masculinos? Uma coisa são os papeis, outra os atores. Existe o papel mais ligado à violência e outro mais ligado à criação/maternagem. A civilização evoluiu e agora permite que atores diferentes as vezes assumam outros papéis ou misturem, há uma mobilidade. Mas eu não diria que vamos chegar algum momento em que a mobilidade seja 100%. É meio utópico na minha opinião. As dinâmicas podem até mudar, mas para mim sempre haverá um 'casamento' maior entre certos atores (biológicos) e certos papéis sociais (gênero).
Tem uma fala do Silvio Almeida numa entrevista no Roda Viva que ele diz o seguinte: “A ideia da luta antirracista não é simplesmente para reforçar as raças, mas para superá-las como uma forma de classificação dos indivíduos.” A ideia de raça é uma criação. Esse pensamento pode ser usado para qualquer forma de classificação entre indivíduos, de raça, de gênero, etc... precisamos superar todas elas e não pela negação de que elas existem, elas existem porque criamos e reforçamos todos os dias. A superação talvez se dê pela observação disso em nossos pensamentos e decisões cotidianos.
Flor e Manu, adoro o canal de vocês e acho legal essa espontaneidade de ligar a câmera e começar a falar, só que acredito que as vezes isso não funciona muito bem, principalmente com assuntos complexos como esse. Vocês pegaram como tema dois comentários e um deles falava de algo que desconheciam, no caso o sagrado feminino e masculino, e no entanto, não houve um estudo prévio disso para abordar no vídeo. Estudar uma pauta é uma forma de enriquecer o conteúdo a ser apresentado. Enfim, foi apenas uma dica. Um abraço para vocês!
Entendo todo o aparato acadêmico que Manu leva para discussão sobre qualquer tema, mas isso infelizmente ingessa a conversa sempre a Freud ou qualquer outro intelectual branco europeu. Isso realmente me incomoda muito, como se a benzedeira do bairro não tivesse o mesmo valor do que Frida Kalo por exemplo. Eu e minha companheira sempre discutimos sobre seus vídeos, alguns nos levam a concordar e outros a descordar drasticamente. Eu desisti do curso superior no quinto ano de filosofia, pois não me representava em nada em meu cotidiano, hoje sou formado em cinema, e me abriu o leque muito além dos supostos grandes nomes do "pensar" ocidental. Mas enfim, gostamos muito de vcs, venham para Paraty para gente tomar uma cerveja e discutir sobre tudo isso. Pensem mais sobre o que está ao redor de vcs e como isso influência na vida em si. E pelo menos em um vídeo façam o possível para serem menos palestrinha. Talvez role algo novo no pensar do casal. Abraços e cuidem-se
Oie Flor e Manu, tudo bem? Esses dias eu estava lendo sobre masculinidade e nosso dizia que ela é uma virtude humana. Manu, direciono esse questionamento para você, pois como você é graduado em Filosofia, saberia dizer sobre à “virtude da masculinidade”
Sexo biológico é diferente de gênero... acho que esse é o ponto. Gênero, ao meu ver, é construção cultural. Tanto que o que é considerado esteriótipo masculino/feminino aqui, pode não ser em outra cultura.
Trabalho doméstico, cuidado e educação com os filhos, cuidado com os mais velhos, é todo feminino em todas as culturas. E gratuito. O Le Monde postou um vídeo recentemente dizendo que se na França o trabalho doméstico fosse monetizado, significaria 30% do PIB do país.
magicalkind sim... em sua maioria é mesmo! Já ouvi falar sobre um povo africano onde as mulheres caçam e os homens cuidam das crianças e afazeres domésticos, mas foi a única vez.
@@magicalkind assim como a Natalia Luchesi, tbm tive um contato com o conhecimento dessas tríbus, uma vez em uma aula de sociologia fizemos um estudo sobre 3 tríbus diferentes presentes na África (Não me recordo os nomes) em que cada uma delas tinha um papel social diferente quando se tratava de "masculino" e "feminino". Na primeira os papéis semelhantes ao que vivemos na nossa sociedade (O homem como protetor, chefe, etc e a mulher ligada aos cuidados domésticos, maternidade e por aí vai). Na segunda não havia distinção entre gêneros quanto aos papéis. É, na terceira, aquilo que entendemos como masculino ela delegado às mulheres, como a caça, ser chefe de família e o que entendemos como feminino era ligado aos homens, tal como o cuidado com preparo e planejamento de cerimônias de casamento.
@@magicalkind chego até a me perguntar se isso que nós entendemos de papel feminino e masculino não seria mais diversificado se não tivessem acontecido todos os processos de colonização que conhecemos
Masculino x feminino são categorias impostas pela colonialidade aos povos que hoje chamamos de indígenas, por exemplo. Há uma intelectual argentina (que faleceu há poucos dias, infelizmente) que fala sobre isso. Maria Lugones. Rumo ao feminismo descolonial. Se encontra facilmente na internet.
a gente podia até dizer que existe ai uma masculinidade possível que vem sendo retomada por homens negros hoje ,por exemplo.Mas ai que tá gênero é coisa de branco então talvez caiba realmente dizer que toda masculinidade é tóxica mas tendo consciência que temos outras possibilidades de existir
A função da raiva, é demonstrar para o outro o quanto ele te fere - seja por atitudes ou palavras. E assim colocar culpa no outro pelo que ele fez, gerando culpa o ego ganha poder, logo essa é a função da raiva. UCEM.
Não consigo lembrar de um homem sequer que eu tenha conhecido que estivesse livre de um "estar no mundo" cotidianamente destrutivo. Duro, mas real. E enquanto não aprendi a ler os rastros e uma certa interioridade disso que se convencionou chamar de machismo ou estrutura patriarcal, atribuí muito disso a razões bem diversas. A leitura, a compreensão das formas que a estrutura patriarcal se apresenta é como aquela fórmula matemática precisa que faltava para que tudo ficasse claro. O que não consigo imaginar, após esta queda de uma venda, de um muro que cega, é o que se pode construir em sociedade e quem vai se interessar pela reconstrução.
Penso que sempre é necessário localizar essa masculinidade/feminilidade em contextos culturais. A busca pelo sagrado no masculino e no feminino sempre recorre a uma estrutura mítico-religiosa que de algum modo não é ocidental e cristã, mas que ainda assim trabalha de modo dual. Freud é o nome mais citado, mas talvez Jung ajude na compreensão desta dualidade quando fala, por exemplo, de anima e animus.
Há uma revisão muito interessante da teoria junguiana sobre gênero feita pela Susan McKenzie, "Queering gender: anima/animus and the paradigm of emergence"
@@thugamerbrks, só o título já me interessou. Não sou um grande conhecedor dos pormenores junguianos, mas passo muito mais pano a ele do que para Freud. rs. Estou procurando esse texto, valeu pela indicação.
Talvez a conversa ficaria interessante se pensarmos no simbolismo do feminino e do masculino. Que não importa se está em um homem e mulher. São instâncias psíquicas. O feminino, o yin, lua, o que contém e conserva, interior, não-linear, emoção, cuidar, cooperar. Masculino, yang, sol, exterior, movimento de expansão, acertividade, linear, razão, ter metas, delimitar, regras. Não é uma questão que um é bom e outro é ruim. Os dois se complementam e nós precisamos desenvolver em nós todos esses aspectos sendo homem, mulher, bi, homo, etc . Acho que Jung tem muito mais sucesso pra falar disso do que do Freud. Talvez o Freud acertou em dizer que somos bissexuais (não literal). A civilização e cristianização quis separar a natureza (feminino) da civilização e coloca como o que é do feminino como menor, dual e separa. Os homens estão perdidos e as veZes é bom a gente se perder - pra ter possibilidade de reencontrar em noções diferentes como por exemplo essa junção desses opostos em si, ao invés de projetar isso no outro (mulher) e menosprezar. Uma noção de gerar (feminino) em alguém sem útero é o criar, uma obra, uma ideia... Etc.
Mano esse vídeo é tão complexo que eu sinto que se eu divagasse por esses temas e fizesse um aprofundamento sobre minha perspectiva sobre tais campos e elaborações, iria sair um textão quilométrico... então por livre e espontânea preguiça, eu deixo só os meus parabéns a aqueles que tiverem coragem para tal; aliás ótima abordagem ♥ amo essa disposição em debater temas tão interessante (◕દ◕) ✨
É muito que vocês sempre falam sobre temas que estou pensando ou falando sobre, hoje assisti uma aula sobre feminismo emancipacionista e comentei sobre masculinidade tóxica com minha mãe, agora vim olhar o tema do vídeo de vocês na notificação e olha só! Vocês estão com câmeras na minha casa ou estão dentro da minha cabeça? Se for a segunda opção estou feliz porque penso muitas coisas ao mesmo tempo e não chego a muitas conclusões kk
Sou mulher e sempre tive um visual e uma experiência de vida andrógina. Basicamente eu não entendo o gênero. Não tenho o filtro para o gênero. Entendo que existe um sexo biológico, existe uma forma pré concebida no corpo que a pessoa aceita ou não (não sei se aceitar seria o termo correto), o que vem depois vai da construção da vida. Acabo não entendendo a masculinidade e feminilidade imposta ou em excesso (se é que posso usar esse termo).
observando outras espécies na natureza, geralmente não existe distinção clara aparente entre machos e fêmeas de uma mesma espécie, se você for observar ratos, macacos, cachorros, gatos, etc, não há diferenças muito grandes em sua aparência (com exceção do óbvio, genitais, mamas, etc). Acho que isso é um ponto bastante interessante e que pode gerar muita reflexão.
@@izaura5839 Ponto interessante! Mas por exemplo, gatos de 3 cores só podem ser fêmeas. Então talvez exista outras características que um biólogo conseguiria dizer que são diferentes na aparência de machos e fêmeas.
@@HommerGT certamente existem características em muitas espécies que diferenciam se entre macho e femea, mas na nossa espécie é mais algo social, a aparência é vista como "masculina" ou "feminina", até o jeito de sentar ou cruzar as pernas, o jeito de gesticular, o jeito de se expressar tem esse tipo de distinção
@@izaura5839 Ah sim. Meu ponto era que talvez tentar levar essa discussão pro reino animal seja algo contraproducente. Afinal, muitas espécies tem diferenças, inclusive comportamentais, entre os machos e as fêmeas. Mas entendo e concordo com o que você falou!
@@floremanu Flor, eu entendo ele. Ainda bem que a pauta do cancelamento passou a estar na discussão, senão esse "não dá pra falar sobre isso, é complexo demais" só se perpetua. (A única coisa que me deixa preocupada é ter, p.e., a capa da Veja cooptando a discussão e colocando em pé de igualdade cretinice com questionamento - só reparar nas pessoas que estão na capa).
Acredito que quando falamos sobre esteriótipo de gênero, é justamente sobre masculinidade e feminilidade que nos referimos, não ao gênero por si só. Se analisarmos as diferenças culturais que envolvem o gênero, é possível perceber que é o conceito de masculinidade e feminilidade que se modifica de acordo com as diferenças socioculturais. O que é ser homem e mulher acaba por se definir pelo o que se considera masculino e feminino, porque se atribui uma ligação direta entre eles ( o homem deve ser masculino e a mulher, feminina ), porem não existe uma ligação direta e obrigatória, mas sim uma pressão social para que esse padrão estabelecido ao longo dos séculos, se cumpra, o que acaba por causar uma influencia "tóxica" que vocês falam no vídeo - na própria pessoa e nas pessoas a sua volta. Outra questão a se considerar é que o próprio conceito de gênero ainda é relativamente recente. Por milênios sexo biológico e gênero foram considerados a mesma coisa, e foi desde esse momento que começou a se estabelecer o conceito de masculino e feminino, a partir de um fator biológico penas. Então a sociedade se dividiu em dois, genitália XX e genitália XY. Uma percepção que desenvolveu uma sociedade patriarcal, e assim, todos os esteriótipos seguintes - inclusive o de masculinidade e feminilidade. Hoje já se entende que o gênero, como o vemos atualmente, é uma construção sociocultural (que infelizmente provem dessas raízes), e que independe do sexo biológico. Até porque, se dependesse, primeiro - só existiriam dois gêneros, já que só existem dois sexos biológicos, o que não verdade. A Comissão dos Direitos Humanos hoje reconhece como oficiais 32 gêneros diferentes; segundo - não existiriam pessoas trans e não-binárias, porque só existiria a atribuição de que genitália XX = mulher e genitália XY = homem sem exceções, o que também não verdade. Há relatos históricos de pessoas trans e não-binárias de séculos atrás. O que leva a concluir que a gestação também não é diretamente ligada a mulher ou a feminilidade, mas um fator biológico humano. Assim também como a masculinidade e feminilidade não se ligam necessariamente a gênero e sexo biológico, não características restritas ( o homem deve ser masculino e a mulher, feminina ), mas sim características humanas. Devemos lembrar que o ser humano não é simplesmente preto e branco, é um ser extremamente complexo, e para compreende-lo - nos compreender - devemos nos desfazer das barreiras e caixas das quais foram enraizadas na nossa sociedade. Espero que meu texto contribua para o debate.
Na minha opinião gênero não pode ser considerado uma construção cultural/social, não existe nenhuma comprovação disso, pelo contrário, tudo aponta para que o fator genético seja mais forte
Há certas coisas biologicamente inatas, estudos (inúmeros deles inclusive) apontando e tornam nítido certas funções dentro do antro social através de conceitos inerentes, sejam eles envolvendo a paternidade ou maternidade. A teoria filosofica que vem se nutrindo desde a primeira onda feminista exclui inúmeras evidências científicas, é quase uma religião ser feminista hoje em dia e negar o papel de mãe obviamente não limitando a mulher a isso, mas evidenciando que a grande maioria possui essa tendência. Tanto o gênero como a "identificação" provêm de uma constante biológica que em dado momento da vida onde o indivíduo já com mais consciência racional pode sim optar por si próprio os caminhos da sua sexualidade tendo em vista o "molde cultural", mas continuará sofrendo a pressão do que é biologicamente inato a ele. Quem discorda disso é favorável ao cientificismo ideológico e anti ciência.
Acho tb que a discussão fica mais fácil quando a gente entende o que é sexo, pra não se perder nos termos. Dando de exemplo: Parte do que te faz femea (ou do sexo feminino) é ter uma vagina. Sexo reprodutivo é definido por: orgãoes sexuais internos e externos, cromossomos, e os hormômnios produzidos naturalmente. Se a gente partir daí já fica mais simples de separar sobre a discussão relacionada a gênero e masculinidade e feminilidade, que daí está relacionado aos estereótipos como: ser mãe, ser másculo, ser sensível, não chorar, e por aí vai.
Um filme que acredito que acrescentaria à discussão seria o documentário The Mask You Live In, da Netflix, sobre masculinidade e a educação dos homens. Uma cena que se relaciona com o que o Emanuel falou sobre a raiva e o medo (Spoiler alert) mostra homens (meninos) em uma roda de conversa escrevendo a primeira coisa que lhes vem à cabeça em relação às suas dificuldades (abandono, término, bullying) e a grande maioria escreve: raiva. Não escreveram tristeza ou dor pois seria medo da fragilidade?
Num vídeo assim é fundamental entender que há 3 conceitos distintos: sexo biológico, gênero e orientação sexual. São coisas distintas, e gênero é construção social. Sobre a masculinidade, não consigo enxergar nada positivo. Se não houvesse a construção do que é masculino e feminino, bases do patriarcado pra oprimir e dominar, teríamos um mundo cheio de gente "autorizada" a ser quem é. Veríamos mais a essência das pessoas, que seriam mais felizes. Minha visão... Quanto ao Sagrado Feminino, isso nada tem a ver com gestar. É uma filosofia de vida incrível. Recomendo que leiam sobre. :)
Algo que eu penso sobre a agressividade pra esse objetivo da proteção nos machos é que ela não existe na nossa experiência humana atual,nenhum dos machos estão protegendo fêmeas e filhotes de possíveis perigos da humanidade moderna (assaltos, assédios,abusos etc), coisas que normalmente esses machos ou se isentam ou tem tanto medo de revidar quanto as fêmeas. Essa agressividade serve pra exercer poder e opressão, através do medo nos que estão socialmente vulneráveis.
Concordo, vejo em ciclos sociais pertos de mim que mtos caras exercem essa questão da "proteção" buscando o armamentismo, arte marcial e afins mas acaba sendo um meio para um fim fantasioso demais, q como cê disse não tá protegendo é nada... As vezes reforça mais ainda o b.o. Agr o que fazer com isso é o que eu mais busco entender e num tenho achado resposta kkk Não sei se é possível extinguir essa agressividade objetivada em proteção herdado de uma natureza distante e todo o pacote de comportamentos tipo a ideia do provedor da casa, o que toma atitude sempre, o que se aventura e bla bla bla . Há vazão pra agressividade existente de modo saudável que não se reforce e não seja oprimindo e exercendo poder? A existência da agressividade é totalmente construída ou inerente portanto sem escapatória? Num sei mto o que pensar ainda sobre essas coisas kkkk
Foi herdado da natureza e reproduzida massivamente na nossa cultura,nós somos capazes de lidar com nossa natureza de várias formas,a raiva realmente existe em todo mundo,mas acho que homens tem um jeito de expressar isso bem ruim.Talvez culturalmente seja possível inserir atividades ou buscar as atividades que mais agradam(escrita,música, esporte) pra que esse sentimento não se recalque,e que agressividade como maneira de impor poder seja superada. Pq muitas vezes quando a gente consegue canalizar essas paradas a gente pode elaborar melhor e não jogar esse tipo de energia reforçando coisas que são péssimas pra um tanto de gente.
só acrescentando mais um ponto, enquanto homens usam a agressividade pra reforçar sua masculinidade, mulheres precisam fingir que essa raiva não existe, afinal isso reforça a nossa invenção de feminilidade. acho que tb terapia ajuda e gastar essa energia mental tb,tipo cachorrinho mesmo sabe? que precisa passear farejar e brincar pra aliviar estresse,raiva e ser mais equilíbrado.
@@evelynfreitas5491 Entendi, realmente acho que resolve mto isso da cultura de canalizar a agressividade de outras formas, assim a gente meio q desassocia a agressividade com a violência e dá pra enxergar ela como um "potencial" pra investir em atividades ao invés de só recalcar, curti seu pensamento! me elucidou bastante. Eu sou da área da psi e sempre me voltei pra comportamental e neuro então a tendência é pensar tudo sempre focado nos indivíduos, então tenho tentado entender melhor as demandas sociais e o que significa essas coisas todas. Acho que talvez haja uma fusão ensinada do masculino com o viril, que é onde há virilidade é que nós homens exercemos agressividades de modo disfuncional. Pq entendo que assim como o feminino tem lados saudáveis pra mulheres (cis ou não) que adotam o termo, masculino deve ter tbm, acho que seria interessante pensar num masculino sem a virilidade que é tudo baseado com um fim sexual ou de força física, enfim, é tudo pensamento sem fundamento, preciso buscar entender melhor a história de cada palavra kkk
vc fez observações ótimas tb reflexões que abrem inúmeras resoluções de jeitos diferentes ,não sou de psi ainda ano que vem após talvez passar no vestibular eu seja kkkkkkk
Flor, vc não vai, definitivamente, entender o que é o sagrado dando uma pesquisa no google! E não, se a mulher decide não ter filhos, ela não deixa a sua dimensão sagrada-espiritual de lado. Seria legal vc se aprofundar nisso para ampliar um pouco mais e, claro, suscitar reflexões e dúvidas melhor direcionadas. A gente gosta!
Flor, sua fala sobre masculino e feminino foi transfóbica. Recomendo o documentário "Bixa Travesty". A Linn da Quebrada debate BEM essa questão de gênero lá.
Concordo demais que faltou eles se prepararem mais. Acho legal a espontaneidade de ligar a câmera e falar só que eles precisam encarar a responsabilidade das falas deles. É preciso estudar o assunto antes de falar para não ofender e nem dizer besteira. Um canal com mais de 100 mil inscritos tem uma audiência grande e precisa ter uma maior noção disso.
Oie, indico o canal do Jonas Maria pra entender melhor essas questões de gênero. Esse vídeo aqui fala sobre estereótipos de gênero e transexualidade, vale a pena: th-cam.com/video/kSQMqHhuslg/w-d-xo.html Um chêro, adoro ocês! 💚🌿
Se masculinidade tóxica significa ser competitivo de maneira destrutiva, ser agressivo com mulheres e com homossexuais ou pessoas transgênero, praticar bullying em diferentes ambientes, ser nocivo às pessoas ao seu redor, tentar ser dominante de maneira violente, física ou verbalmente, acossar mulheres de diferentes formas, abusar do poder conquistado, ser violento com a esposa e filhos, eu não o aprovo, não me enquadro no conceito e acredito que todos deveríamos agir contra esse tipo de postura. Mas se masculinidade tóxica significa ter a coragem e a bravura de tentar e de lutar pelo que se quer, dizer a uma mulher de maneira respeitosa mas confiante que ela me interessa, esforçar-me por mudar para melhor como ser humano, ser ligeiramente egoísta porque me preocupo em conquistar coisas que desejo sem pisar nos outros, não permitir que outros me manipulem, intimidem, façam o que quiserem comigo em ambiente familiar ou de trabalho, ser honesto e dizer as coisas diretamente e sem voltas, de maneira clara e objetiva, expressando o que eu quero, então sou um "macho tóxico". Se para ser homem em nosso tempo preciso ser extremamente frágil, covarde, ter medo de atuar, ser muito instável emocionalmente quase sempre, extremamente inseguro, passivo na maioria das situações, com medo de enfrentar o mundo, conformista, extremamente carente, dependente, incapaz de me levantar quando caio, bom...talvez então eu não seja homem. Precisarei encontrar um novo termo para fazer referência ao que sou.
Pareceu uma crítica vazia. Sei que a intenção era "se colocar no lugar", mas pra isso funcionar, uma continuação onde as mulheres desse universo tentassem ser ouvidas e fossem negligenciadas, dizendo que elas já têm esse "privilégio" e que a figura feminina já é o "centro" da sociedade.
Flor, sério que você acha que hoje mulheres e homens são iguais? E que a nossa única diferença é que um gesta e o outro não? E o que o seu corpo faz para gestar mesmo que você escolha não gestar? E todos os altos e baixos hormonais que deixam a gente de várias maneiras diferentes durante um ciclo? Eu fico confusa sobre tudo ser construção social... e mesmo sendo, o que é o que não é, não fica extremamente confuso?
nossa, estou muito reflexiva e bem confusa. mas como enfrentar o medo de forma saudável? como abraçar essa fragilidade? e isso tudo ao mesmo tempo sozinho? kkkkkkk até sobre a questão maternal ou paterna, esses pais que sempre estiveram ali presente... a angústia insuportável de se estar em perigo, penso sobre o quão somos intrínsecos "abandonados".. é tudo muito doloroso rasga a gente quebra kkkk não deve ter feito o menor sentido mas anyway
Flor você é tão incrível. Tenho algo para te falar que acho de grande importância para sintonizar no sagrado. Plantar sua lua. Todo seu sangue, gotinha por gotinha, em vez de poluir o planeta com seu sangue . Você devolve ele a terra. Cada gota. E deixe o ritual que você sentir nesse mimento surgir. Lunar. Menstruar, sintoniza de volta nosso feminino com a mãe Terra. E ao fazer isso recebemos nosso sangue como honra e compreensão do ciclo lunar que a lua faz dentro de nós. E não precisa chamar de sagrado. Apesar de que essa palavra vem quando você faz isso. Eu nunca participei de nenhum movimento específico do sagrado feminino. Mas ao praticar o ritual de plantar a lua, me conectei com o poder se criação, que é cíclico e que recebemos todo mês, trazendo dentro do útero a comunicação da lua, e você como ser feminino, faz a comunicação da lua de dentro com a terra lá fora. E vai receber essa ligação nesse corpo natureza que você mesma já tá falando nesse vídeo. O sagrado masculino, zela por isso. Porque sabe que eh a partir desse feminino encontrado que se constrói nesse mundo. Sendo o masculino representado por essa energia solar que ilumina a lua e é constante. Divino e lindo. Como amamos que seja. A diferença homem mulher não é só a capacidade de gerar vida. É reconhecer na mulher esse portal mensal ou lunar a cada ciclo da lua, natural com a terra. Eh muito bom A diferença do feminino e do masculino, quando ambos não negam essa comunicação viva que o feminino tem com a terra. Somos a ponte para o masculino sintonizar com o tempo natural das coisas. Porque temos o ciclo do tempo lunar vivo denteo de nós. Como a galinha que marca o tempo de choco do ovo. E todo feminino. Marcamos o tempo na terra em nossos ciclos. O homem também tem o tempo vivo dentro dele. Mais inconsciente. E mais ligado com a constância do caminho solar. Nos mulheres por recebermos o ciclo da lua ativo em nós, temos um princípio mais ativo,chamando para o despertar desse sagrado. E viver no mundo das sincronicidades. Que não eh o feminino querendo agradar. Mas que honra sua ponte no todo cósmico da criação. Somos portal de criação da vida nesse planeta. Representamos a porta de chegada de toda a humanidade vivente. Não a toa todo mês podemos receber esse poder de criação no nosso útero e converter a energia dos ciclos hormonais na limpeza, compreensão e na ação para criar e colaborar com a criação de tudo. Tá tudo no nosso útero. E tudo bem que não se registre nada sobre o feminino ao longo da história. Carregamos nossa memória ancestral no nosso útero. Assim como no centro da terra. A mulher de 10.000 de anos que vive nessa terra. É só acessar.
Quando ouvi que toda masculinidade é tóxica não concordei, estou refletindo sobre isso ainda... logo de pronto me veio que o biológico influencia um pouco algumas questões de gênero, mas gênero seria o mesmo que sexo? Para mim masculinidade tóxica é aquela que aprisiona o indivíduo e explora o o outro sexo/gênero diferente do seu, mas qualquer gesto de masculinidade é maléfico? Acho estranho isso, mas ainda estou em construção sobre isso.
Oi Manu e Flor. Legal o debate! Fiquei aqui entretida na diferença humano × animal. No momento estou influenciada pela minha nova descoberta: Bataille. Então fico pensando no erotismo.... eu acho que isso é uma diferença importante quanto aos animais (bem mais que a cultura). E é nessa esfera que eu penso o feminino, masculino, y, z ou w... não importa. A pergunta é: qual a diferença minima para rolar erotismo? Está só no corpo?
O duro é qualquer generalização a respeito do tema, existimos enquanto sujeitos por conta da entrada na cultura e frente a isso tudo é performance, pra além da problemática do gênero inclusive.
Muito interessante o vídeo! Me deu vontade de falar sobre várias coisas kkkkk vou tentar fazer um comentário o mínimo confuso possível. Bem, começando que, ao que me parece, a raiva tem sempre a função de dar limite, tanto pro externo quanto pro interno e isso tem td a ver com a masculinidade tóxica e a questão do medo, citada pelo manu, meio que um medo constante dos homens da vulnerabilidade mesmo. Outra coisa é que realmente essa construção do masculino ligado ao patriarcado é péssima e tem chegado até em mulheres que, quando chegam a posições de poder, como CEO de empresas, se veêm obrigadas a atuar de forma violenta, por exemplo. E, por fim heheh, acho que tem sim coisas positivas na construção de gênero (sim, sou meio contra o feminismo radical) pq, caso contrário nem existiriam pessoas trans, isso não seria muito uma questão. O que eu acho é que, com o avanço da humanidade, o gênero tem ocupado cada vez um espaço apenas de estética, o que ocupa sim, uma grande parte das nossas vidas e afetos tanto positivos quanto negativos. Por exemplo, para um homem trans, me parece relevante ser lido estéticamente como homem, e, acima de tudo como bonito... Pelo menos pra si mesmo, eu acho. Todos nós queremos ser bonitos, e essas construções de beleza aparentemente passam muito pela questão do gênero, mesmo que a divisão entre masculino e feminino não seja tão claro, como em pessoas andrógenas.
Ah e também acho que na psicologia analítica existe um conceito de masculinidade e feminilidade, como espécies de princípios; o masculino como mais rígido, direto, assertivo e o feminino como fluído, leve... Algo do tipo.... E o ideal seria que homens e mulheres tivessem esses dois princípios bem equilibrados em si.
A raiva é um indicador de ausência. Naquilo que falta aparece a raiva. Se o que falta, se o que está ausente é a fonte real da carência ou se é uma construção sobre a fonte real da carência não importa: a ausência, a carência será percebida como raiva; e não como aquilo que falta. Sem saber o que nos falta, vivemos em raiva portanto. Conhecer e entender pra mim pode ser definido pelos objetos que cada pessoa têm como foco de raiva. Ė muito comum, por exemplo, confundir-se a presença de Oxigênio com a presença de ar, ou ainda: confundir-se um local com venilador ligado com um local ventilado; em ambas as situaçōoes o que nos falta é o Oxigênio. E, ainda assim, a raiva que surge é só e apenasmente para termos acesso à janela e colocarmos Oxigênio para dentro do local: vocês se surpreenderiam com quantas brigas e discussões cessam naturalmente, em poucas dezenas de segundos, após abrir a janela da sala, do quarto ou do carro. No carro, há consideraçōes também relevantes a implicações da raiva no trânsito. Alimento 9saber preparar a própria refeićão) também é, portanto, outro exemplo de como a raiva é não mais que um sinalizador de alarme. Agora, se o alarme do carro fica tocando e ninguém desliga, pode incomidar muito. O prazer de não ter raiva só é vivido quando sabemos que Oxigênio e alimento desligam o alarme que é a raiva. Obviamente, admitindo-se que a pessoa tem a opção de abrir a janela e de ter acesso a fazer o alimento. Acho que escrito assim dá pra entender, isto que pra mim é uma experiência de vida.
quase não vi ess vídeo, pq achei boba a discussão. pra mim, óbvio que nem toda masculinidade é tóxica e nem toda feminilidade é frágil. Mas que bom que eu assisti pq tenho algumas coisas pra acrescentar a discussão. Como vocês passaram o vídeo todo chamando por biológues, vou me apresentar como bióloga evolutiva, fiz mestrado estudando comportamento social de primatas, inclusive com algumas referências parecidas com as do emanual, tipo o panksep que ele citou nesse vídeo. mas isso foi a uma vida atrás, hoje moro no mato e levo uma vida permacultural e de serviço espiritual para a humanidade. Então vamo lá, queria indicar um vídeo sobre DIMORFISMO SEXUAL EM HUMANOS do canal METEORO. nesse vídeo, eles falam sobre como nos humanos a diferença física entre homens e mulheres não é tão grande. Mas que na nossa espécies as diferenças entre sexo acabam se engradecendo graças a nossa cultura. Eles falam tb que para alguns pesquisadores, e eu sou defensora dessa visão, CULTURA É UM FENÔMENO BIOLÓGICO, já que por mais que a gente goste de esquecer (e senti muito forte isso na fala da flor) nós somos animais, nós viemos da natureza e todo produto humano tem que ser natural também. Outra coisa que NÓS PESSOAS BRANCAS COLONIZADAS tentemos a esquecer é que existem DIVERSAS OUTRAS CULTURAS que tratam de feminilidade e masculinidade de forma completamente diferente que essa da cultura judaico-cristã em que estamos inseridos. Esquecer disso é achar que o masculino está sempre ligado ao patriarcado e o feminino estará sempre sub-julgado, a não ser que as mulheres se masculinizem-se e tomem conta do que é dos homens hoje em dia - o que eu acho que é uma grande cilada! Para mim, por conta de nosso histórico evolutivo, existe dentro de cada ser humano (nos mecanismos genéticos, epigenéticos entre tantas outras formas de herança - indico leitura Eva Jablonka) todas as possibilidades de masculinidade e feminilidade que observamos nos comportamentos de outros animais, independente se estamos falando de homem ou mulher. Nós somos seres duais, como já li em alguns outros comentários, masculino e feminino coexistem em todos nós. Achar que masculinidade é sempre tóxica é se prender demais ao próprio patriarcado. Se a luta é para demoli-lo, precisamos olhar além dele, para outras culturas humanas e não-humanas também.
Ah, continuei pensando nessas questões e quero adcionar um biologuês: ao descobrir uma nova espécie sexuada, para definir os gêneros não vamos encontrar pênis e vaginas ou até mesmo cromossomos xx e xy. Isso varia muuuito, cromossomos sexuais podem varias em tipos e números. Porém macho é aquele que produz vaaaarios gametas e os coloca no mundo de forma meio que ilimitada. Fêmea é quem produz gametas mas custosos energeticamente e, muitas vezes, recebe e cuida, mesmo que em espécies que não tem gestação interna. Assim, podemos observar que gametas macho são um recurso abuntande, enquanto os de fêmea são mais raros e custosos. Por isso" o papel do macho é o de proteção do grupo ou da família. Não por eles serem mais fortes, mas por eles não serem um recurso limitante. Um macho pode inseminar várias fêmeas, já una fêmea só pode receber de fato o gameta de um macho por vez (há variações, mas sempre nesse sentido). Então os macho desenvolvem a força física, como no caso dos gorilas que são muito maiores que as fêmeas, ou desenvolvem atrativos sexuais enorme, como no caso de pássaros, que acabam deixando eles mais vulneráveis aos predadores porque eles são um recurso mais descartável mesmo. Tanto que a fêmea da aranha come a cabeça do macho depois da copula para dar energia para desenvolver os ovos. A função do macho é então a de tomar os riscos. E isso não é coisa pouca não. A partir da propriedade privada que tudo começou a degringolar, aí a bióloga aquinpassa a palavra.
Freud fala muita bosta a respeito da feminilidade. Acho que nem cabe usá-lo pra falar sobre nada relativo a mulher. Então, concordo com a flor no sentido de que a construção da masculinidade está muito atrelada ao patriarcado, um dos exemplos é esse, de usarem Freud até hoje para questões em que ele não serve mais, questões como nesse sentido, em que ele já é obsoleto (podem me julgar), mas acho que ele só tem esse espaço e reconhecimento até hoje por que ele reforça muitos dos preconceitos que ainda perduram.
O Freud falou merda em alguns momentos, mas ele simplesmente fundamentou toda a Psicanálise. Ele inventou a bagaça DO NADA. Não é como se ele nunca fosse contestado e como se só houvesse ele para a psicanálise, mas ele foi o primeiro e estabeleceu paradigmas para o Campo. Mesmo para contestar, é necessário conhecer. O cara foi foda.
Há certas coisas biologicamente inatas, estudos (inúmeros deles inclusive) apontando e tornam nítido certas funções dentro do antro social através de conceitos inerentes, sejam eles envolvendo a paternidade ou maternidade. A teoria filosofica que vem se nutrindo desde a primeira onda feminista exclui inúmeras evidências científicas, é quase uma religião ser feminista hoje em dia e negar o papel de mãe obviamente não limitando a mulher a isso, mas evidenciando que a grande maioria possui essa tendência. Tanto o gênero como a "identificação" provêm de uma constante biológica que em dado momento da vida onde o indivíduo já com mais consciência racional pode sim optar por si próprio os caminhos da sua sexualidade tendo em vista o "molde cultural", mas continuará sofrendo a pressão do que é biologicamente inato a ele. Quem discorda disso é favorável ao cientificismo ideológico e anti ciência.
@@appaola Sim, concordo com você Ana. Não estou aqui para tirar o mérito de tooodo o trabalho de Freud. Muitos de seus estudos são sim usados até os dias de hoje na psicanálise. Porém parte do trabalho dele já não é mais aplicável no que se refere a questão de gênero e papéis da mulher na sociedade, e sabemos disso há anos. Da mesma forma que pra mim é abominável usar o termo "darwinismo social" para justificarem o racismo e eugenia (mesmo sabendo que este termo é de extrema distorção dos estudos e da própria teoria da evolução), acredito não ser razoável usar Freud para justificar ou mesmo tentar explicar a redução dos papéis femininos na sociedade (vulgo machistada).
O lance de lançar o conceito de sagrado no masculino e no feminino é justamente elevar o conceito para um âmbito inacessível, pertence aos deuses e devido a isso não cabe na dialética do nosso discurso. O Rudolf Otto vai conceituar muito bem sobre essa "apreensão" do que seria o Sagrado e quais as consequências sobre as nossas experiências.
Gente! Sagrado feminino não quer dizer o que a Flor colocou com relação à maternidade. O sagrado feminino, pelo pouco que já pude estudar, fala da questão energética, do Yin e do Yang, que um representa a energia feminina (então sim, a questão do acolher, do cuidar..) e o outro representa a energia masculina (que está associada a força, a questão da agressividade mesmo) e que TODXS nós temos as duas energias e que inclusive adoecemos quando temos um desequilíbrio entre essas energias. Eu já li inclusive, e que para mim fez todo sentido, que o machismo e o sistema patriarcal é a energia masculina adoecida. Mas enfim, é isso, essa seria uma das vezes que eu preferiria mandar um áudio de 10 min do que escrever digitando no celular, principalmente rsrsrs. Mas olha, eu queria dizer que amo vcs e que vcs leram minha mente, só pode! Passei o dia todo pensando sobre essa temática e eu juro que não lembro ter ouvido que essa seria uma provável temática para um vídeo subsequente. E gratidão (hehehe) pelo momento juntxs. Juro que eu fico querendo dar minha opinião na hora, acho q vou começar a pausar o vídeo para me colocar e depois continuar, mas ñ sei se daria certo tb... kkkk. Enfim, beijoss.
Venho novamente trazer a questão do sagrado feminino... Embora tenha colocado um ponto que achei interessante quando estudava sobre a temática, não falei primordialmente sobre o que o sagrado feminino aborda. Ele trás primordialmente o útero, tanto em sua forma material como energética, como o órgão sagrado do feminino. Fala da relação que a mulher tem com ele e como ele se expressa especialmente no momento menstrual. O sagrado feminino fala sobre as memórias emocionais e ancestrais que ficam registradas no útero. Ele ressignifica o útero para nós, mulheres, pois na sociedade patriarcal o útero e tudo o que ele gera acaba sendo pecado. Trás portanto, a discussão do machismo também.
Amo esse casal, amo esse canal, e é incrível como pode existir esse afeto (a distância, sem conhecer) pessoas que em alguns pontos pensam tão diferentemente! No meu entendimento, o sagrado masculino e o sagrado feminino derivam da Imago Dei: a imagem e semelhança de Deus (que não tem gênero, mas é espelhado diferentemente nos dois, e que encarnou em um, nascendo do outro) presente em cada ser humano. Daí tem algo que une e iguala a todos, que é essa dignidade inata, de ser sagrado, independente do que você faz ou deixa de fazer (assim, não teria essa que a Flor sugeriu de perder seu sagrado feminino se você não gestacionar, enfim). Por outro lado, "Deus criou macho e fêmea" traz uma diferenciação inata, refletida (por ex., de maneira bem simplista) nesse conjunto onde a mulher carrega o bêbe por 9 meses e fica, de certa maneira, incapacitada, enquanto o homem "apenas" fecunda e daí haveria de suprir para essa mãe e bb ao longo (e para além) desse momento. Daí extrapolaria muita coisa disso... diferenças, divisão de trabalho e atribuições, mas sem opressão ou destruição da individualidade de cada um.
O que me incomoda pensar em "há algo de bom no feminino ou no masculino" é que mesmo que se encontre algo bom, esse algo deixa de ser bom ou necessário para o outro gênero. Exemplo, há um concesso que mães precisam ser cuidadosas, a partir disso, qualquer coisa que o pai faça vira o ápice, enquanto para as mães se torna a obrigação.
Bom dia Flor e Manu!! Na verdade, o gênero é algo construído, enquanto o que é biológico é o sexo. A Judith Butler diz que gênero é algo que -fazemos- e não que somos, pois é um processo que não tem origem nem fim. Esse “fazer” do gênero vem da performatividade reiterada dos atos, que aborda a ideia de que não há um corpo generificado natural anterior ao já existente, mas um corpo que preexiste à sua inscrição natural.
Oi Flor e Manu, td bem? Eu sou uma daquelas que faz parte de grupos de estudos sobre feminino e masculino, mas sob uma perspectiva simbólica de arquétipos mitológicos. É importante para nós do grupo, lembrar que feminino e masculino não diz respeito à homens e mulheres, mas a determinadas forças ou impulsos que se assemelham mais ou menos com determinadas figuras mitológicas, como marte e vênus, por exemplo. características que existem em qualquer gênero. Entendemos também que o feminino e masculino não são sagrados pelo suas capacidades reprodutivas, mas por existirem por si. Nesse sentido, não posso acreditar que toda a masculinidade é tóxica, se conceber que há masculinidades em mim também, uma mulher cis.
Peço pra falar sobre essa relação mãe bebê e crianças que não são criadas pela pessoa que deu a luz porque acho que dá muito pano pra manga além de ser de meu interesse pois sou adotada e já ouvi psicólogo dizer que a adoção é um processo que tem tudo pra dar errado e eu obviamente não concordo.
Olha, confesso que achei tudo muito confuso. Para mim gêneros, masculinidade, feminino, e todas nomenclaturas, taxonomias, existem para tentar classificar e satisfazer essa necessidade de colocarmos tudo em uma grande caixa. E no final, o que estamos tentando desfazer nesse nó que foi e ainda é o patriarcado é justamente parar de classificar. Ou seja, tentando fazer isso novamente olhando os animais e os humanos, comparando-os. Para mim é novamente colocar tudo numa caixinha. Nao sei se funciona. Será que a função da discussão deveria ser não construir nada? Deixar tudo aberto... n sei. Realmente acho que os papeis e tudo q trouxeram parecem ser só essas caixinhas.
Aeeee, esse eu quero ver. Já vou dar um pré-like e comentar pra agradecê-los desde já (por trazer a discussão)
Só não entendi um negócio: no vídeo passado (eu acho) Emanuel disse que o público se divide em uma galera que curte os vídeos dele sozinho, e uma galera que curte os vídeos dele com a Flor. Só esqueceu a galera que curte os dois tipo de vídeo. Tipo eu, amo os vídeos dele com a Flor, pois são mais leves e descontraídos, e amo os vídeos dele sozinho nos momentos em que estou com tempo livre pra dar a devida atenção.
Eu tb!!! Heheh
Eu venho comentar q sou do time *_fases_* eu tive epoca de ser quse depebdente do dose diaria.... e as vezes clici e deixo um video daqui rolar sem audio pq nao to afin d ouvir video sobre relacionamento (jovens chamarao de gatilho)...porem tem momentos q eu to mais a fim de ver a Flor...
Sem dúvidas, os vídeos dele sozinho são sempre baseados em teorias da psicologia, psicanálise.... Aprendo e reviso! Tu arrasa, Emanuel 👏🏻👏🏻 Identificação total contigo pq tb sou fã do Freud! 😬👍🏻
Verdade gosto dos dos tipos aprendo muito com o Emanuel e me divirto muito com Flor e Manu 👏👏👏
Kkkk sim!!! Eu amo os doisss também kkkk
Jung é muito bom para falar sobre o feminino e o masculino, pensando no modo como ele fala faz sentindo muitas questões.
LÁ VEM TEXTÃOOOO
Oi Flor, Oi Manu, amo o canal de vocês. Meu nome é Eva, sou travesti e produzo conteúdos para o instagram sobre filosofias que são úteis na nossa sociedade para sobrevivermos a essa utopia que vivemos. Enfim, quero dividir algo sobre coisas que ouvi nesse vídeo.
Quando tratamos de corpos precisamos tratar de TODOS ELES. Levando em consideração corpos que nasceram com vagina e PODEM engravidar precisamos levar em consideração corpos que nasceram com vagina, mas simplesmente NÃO ENGRAVIDAM. Então "as moças podem gestar" é ilógico, pois existem moças CIS que não podem. Não é uma discussão complicada quando entendemos que NÓS somos corpos com capacidades e potências.
Uma moça cis que não pode engravidar tem algo diferente da que pode? Quem define quem está errado? Um corpo com deficiência física então está errado perante um corpo sem? E corpos hermafroditas?
Homens e Mulheres engravidam, pois a idealização de homem e de mulher foi uma CRIAÇÃO nossa, sendo uma criação não existe nada de biológico, e podermos escolher como iremos nos definir NÃO É nos prendermos ao conceito de gênero e SIM reconstruir nossos corpos da forma que nós desejarmos, com base em referencias do exterior ao nosso corpo. Existem tantos discursos ditos para “proteger” que são apenas para excluir, que eu nem saberia resumir como doem.
Gestar é uma capacidade da nossa espécie e não única para um conjunto de pessoas que se encontraram com semelhanças físicas e foram impostas no seu nascimento a se denominar como mulheres. Corpos são capazes de engravidar, sejam corpos cis ou trans. Não sei se ficou claro :P basicamente sua genital não define se você pode engravidar ou não, então pq sua genital define se você é homem ou mulher?
Masculinidade e Feminilidade acabam sendo conjuntos de situações em um corpo ocupado; ONDE VOCÊ FOI CRIADO? QUEM TE CRIOU? SEU CÉREBRO FUNCIONA COMO O DA MAIORIA OU TEM ALGUMA DEFICIÊNCIA? VOCÊ FOI CRIADO POR PESSOAS PERTENCENTES AO PATRIARCADO OU PESSOAS QUE LUTARAM HORRORES PARA ABDICAR DELE? Sua etnia? Sua condição financeira? Convive com pessoas diferentes de você? Quais ROUPAS você tem acesso?
Todas essas perguntas levam a construção de uma identidade, e por vivermos em uma sociedade que INSISTE na binaridade como base social (como formas de podar e dar poder), é normal acreditarmos que existem coisas BIOLÓGICAS para homens e mulheres.
Como diz Jup do Bairro: Não nascemos nada, nos tornamos homens, mulheres, cisgêneros, transgêneros... etc. Seu corpo é uma casa e você o ocupa, quais são suas limitações FÍSICAS? Do que !!!!VOCÊ!!!! é capaz? O que a sociedade te limita? Existem vertentes feministas entre etnias justamente por MULHERES NEGRAS E BRANCAS (CIS OU TRANS) não sofrerem o mesmo machismo.
Entrando na minha realidade por exemplo, por ser travesti, não sou lida como mulher nem como homem, pois não sou suficiente para nenhum dos dois, ENTÃO O QUE EU RECEBO? Nada que eu REPRODUZA em meu corpo, nada que eu PERFORME em minha vida, define se sou um homem ou uma mulher. A única coisa que define sou eu, pois DEFINIR, DEFINIÇÃO, é algo que pessoal, e a sociedade se sente no direito de opinar e definir no que eu sou ou irei ser. Estamos em constante mutação, e tudo bem.
Criamos lugares divididos, criamos benefícios para as pessoas seguirem essa utopia, e eu como pessoa trans (não irei dizer por todas) to aqui dizendo “oi pessoas cis, vocês não nasceram cis, NINGUÉM NASCEU NADA, vocês se tornaram isso, e tudo bem, o lance é ressignificar, reconstruir… Pois acredito que você homem cis que descobriu sua sexualidade assistindo vídeos pornograficos de mulheres sendo ESTUPRADAS, não tá muito bem da cabeça né, e ainda mais levando em consideração você mulher cis que foi censurada e imposta comportamentos de servidão como uma escrava durante toda a sua infância.” Muitos acreditam que uma pessoa trans está pulando para o outro gênero, se APROXIMANDO da cisgeneridade, mas na real, ela só ta se aproximando do que ela é de verdade. Igual vocês dois Flor e Manu, vocês vão contra o que a sociedade impõe de comportamento para vocês, vocês se incomodam de serem definidos como homens e mulheres? O que vocês entendem como significado de ser um homem ou uma mulher?
Acrescentando uma situação rotineira em minha vida por vocês terem tocado depois dos 15m sobre RAIVA: Quando um homem me agride (por eu ser uma ameaça a sua existência e integridade), ele está afirmando a ele mesmo o quão “normal” ele é, e o quão “irreal” eu sou, pois ele está AINDA cumprindo a exigência imposta a ele no começo da vida, como se NÓS DOIS não fossemos resultados do mesmo inicio. É o ritual dele, ele ofende os amigos, ele fala do seu ego, ele impõe seu olhar em cima dos corpos que ele se atrai, um predador, e quando alguém que FOI IMPOSTO COMO ELE não está se comportando como um resultado o que ele faz? Se revolta, mata, agride, dá o dito GATILHO, ou simplesmente paga para essa pessoa fazer sexo com ele para que ele sinta minimamente algo real em sua vida.
Fala sério, vivemos em uma realidade onde CRIANÇAS usam uniformes escolares diferentes respectivos a suas GENITAIS, por favor não me digam que isso é um mundo normal, não é!
Esse mês um homem trans bem conhecido gerou seu filho com sua esposa (que também é trans).
Aliás um toque na Flor que sempre pronuncia pronomes neutros heuheuh “eliksx”, caso for usar em dígito, use o “E” ou “U”, Elu, Medique, Enfermeire. Pois existem pessoas com deficiência visual que precisam usar um dispositivo que os textos sejam lidos e o X dificulta essa comunicação.
Como não tivemos uma resposta sobre a pergunta “toda masculinidade é tóxica” faço uma pergunta pro Manu. Você quer ter uma concepção de masculinidade em sua vida? Você necessita disso para seu crescimento e sobrevivência? Se sim, sua masculinidade está sendo construída em cima do que te passaram ou em cima do que você construiu?
Enfim amo vocês espero poder ter ajudado de alguma forma, almoço as vezes com vocês, outros dias só tomo um café.
Adorei seu textão. Poderia ler o dia todo as suas colocações
@@joycedantas2921 obrigada Joyce! Acompanhe meu trabalho no instagram @evaparedesss, mas se puder se inscrever nesse canal aqui, já ajuda bastante! Em breve estarei aqui.
absolutamente maravilhosa!
@@julianalirasampaio8020 obrigada ju
Arrasou
demais. Seguirei. :)
Manu querido, vc poderia trazer um pouco de leitura de mulheres. Afinal nós mulheres passamos tanto tempo lendo quase que exclusivamente homens... As manas intelectuais colaboraram e estão colaborando de forma incrível neste debate... Abraço, adoro vcs!
Manda as referências!!!
Lélia Gonzalez, Djamila Ribeiro, Sueli Carneiro, Maria Beatriz Nascimento, Joice Berth, Audre Lorde, bell hooks, Ana Maria Gonçalvez.
Posso citar várias outras, mas se começar por essas já será de grande valia.
@@unacontadoradehistoria já citou várias... Acrescentaria a Alexandra Kolontai, Silvia Federici, Suely Aldir messeder, Maria Elvira diaz Benítez, oyeronke oyewumi, Maria lugones...
Muito mais e melhor que os homens, inclusive.
Dois minutos pra acabar o vídeo e já queria dizer que o tema é muito bom e dá pra gerar muitas reflexões e debates. Sobre masculino/feminino, fatores biológicos/psicológicos/sociais. E a conclusão que não é bem uma conclusão é de que como diz o Manu “não é tão simples assim”. O vídeo até o minuto 20 tava caminhando muito bem e depois ficou um pouquinho confuso mas acho que é próprio do tema e do jeito de vocês fazerem vídeo (que eu amo!) e também me despertou uma vontade de pensar e pesquisar sobre isso! Obrigada!
Oi queridos! Que vídeo maravilhoso.
Gratidão 😂😂
A questão do SAGRADO realmente está relacionada a um campo mais espiritual, de interconexão entre energia masculina e feminina, yin-yang, polaridades, etc. Nada tem a ver com gestar ou algo assim, não é sobre isso. De certa forma acho que há relação até com o que o Manu comenta por volta do minuto 18 que é justamente aqui, no campo civilizatório, onde nós não damos espaço pra vazão da raiva. Tanto o sagrado masculino quanto o feminino são espaços de conversa/diálogo entre pessoas que buscam entender que tudo bem sentir raiva, medo, angústia e buscam esse campo de conversa em grupo pra colocar pra fora. Nada mais é do que uma terapia em grupo pra resgate dessas energias, especialmente no campo masculino, onde muitas vezes os meninos já crescem com aquelas marcas sociais “homem não chora” ou “seja macho, moleque”. O sagrado masculino serve pra isso no sentido de ser uma (uma das) ferramenta de desconstrução e de vazão de sentimentos.
Espero ter contribuído .
Vocês são maravilhosos.
Incrível colocacao!! Acho que o problema se deu ao atribuirmos essas polaridades, como vc colocou, yin-yang, expansivo, restritivo, como necessariamente análogas ao gênero/sexo, pois em certa perspectiva anularia a presenca de ambas em todos os indivíduos
Eu sou mais cético, não curto esse termo sagrado
Gênero é diferente de sexo biológico. Diferentes culturas lidam de forma diferente com a maternidade e a paternidade, então acho que não podemos colocar feminilidade como a possibilidade de gerar bebês. Gênero é mais que corpo, apesar de ser impossível separar a subjetividade da objetividade. Isso casa bem com o que vcs tem falado sobre neurociência, fica uma questão "quem veio primeiro? O ovo ou a galinha?", é a química cerebral que determinou isso ou ela foi uma consequência da necessidade de sobrevivência no nosso modelo de sociedade? Se o único jeito de sobreviver na nossa "selva" é performando masculinidade e feminilidade tóxicas, a gente provavelmente só vai poder determinar se existe algo de biológico, que não foi construído socialmente, o dia que estivermos extremamente desconstruídos e livres (será que isso existe?). E aí estaremos em outro modelo de sociedade que vão provocar outros questionamentos kkkk.
A MASCULINIDADE TÓXICA salva vidas, e é por isso que devemos incentivar os jovens a vivenciá-la.
facebook.com/novaresistenciabrasil/posts/1601499650027429
Há certas coisas biologicamente inatas, estudos (inúmeros deles inclusive) apontando e tornam nítido certas funções dentro do antro social através de conceitos inerentes, sejam eles envolvendo a paternidade ou maternidade. A teoria filosofica que vem se nutrindo desde a primeira onda feminista exclui inúmeras evidências científicas, é quase uma religião ser feminista hoje em dia e negar o papel de mãe obviamente não limitando a mulher a isso, mas evidenciando que a grande maioria possui essa tendência. Tanto o gênero como a "identificação" provêm de uma constante biológica que em dado momento da vida onde o indivíduo já com mais consciência racional pode sim optar por si próprio os caminhos da sua sexualidade tendo em vista o "molde cultural", mas continuará sofrendo a pressão do que é biologicamente inato a ele. Quem discorda disso é favorável ao cientificismo ideológico e anti ciência.
@@GutsdaNeoQuimica e como vc (ou a ciência) explica culturas que, diferentemente da europeia, não é o homem que sai pra caçar/pescar e a mulher que cuida dos grãos e dos filhos? Precisamos pensar que a ciência é e foi feita majoritariamente por homens brancos europeus. Esses experimentos foram feitos aonde? Com quem? Qual a amostragem? Acho muito fácil tirar a carta da ciência em assuntos humanos, mas não contextualizar isso tudo. Longe de mim defender a terra plana, mas os estudos científicos tbm estão sujeitos a viés ideológico, quem os patrocina? Não sou contra a ciência, mas acho que ela precisa sempre ser aprimorada e diversificada
@@mariaeduardafrancodesa5607 quais seriam os exemplos dessas sociedades q se distinguem desse "modelo" ?
@@miguelzinho03ify joga sociedades matriarcais no Google
Ah, que surpresa ser citada no vídeo de vocês! Adorei. Então, as reflexões desse vídeo são maravilhosas e super necessárias, porém é preciso distinguir dois conceitos fundamentais que estão presentes aí: sexo e gênero. Embora a maioria das pessoas confunda os dois, são dois conceitos distintos e para que o debate não fique confuso é preciso se atentar a isso. O que a Flor citou no início do vídeo não diz respeito ao gênero, mas ao sexo (biológico): gestar e amamentar (a imensa maioria das fêmeas do planeta podem fazer isso, nenhum macho pode). Já a questão do uso da cor rosa preferencialmente por mulheres, por exemplo, é uma questão de gênero (social). Não vemos na natureza uma preferência das fêmeas pela cor rosa. A Flor foi ao ponto quando disse que animais não têm masculinidade ou feminilidade (gêneros), exato, animais só têm sexo (macho/fêmea), não gênero, uma vez que gênero é construído socialmente. Como eu disse no meu comentário anterior, masculinidade e feminilidade são normas de comportamento e normas de comportamento determinadas por uma sociedade patriarcal. Oras, ninguém consultou as mulheres sobre a quais normas de comportamento elas gostariam de aderir, percebem?! Nesse sentido a feminilidade é ainda mais problemática que a masculinidade. A diferença é que a feminilidade faz mal muito mais às mulheres, representando zero ameaça aos homens, já a masculinidade a gente sabe as tragédias que provoca. Há questões comportamentais que são influenciadas por questões biológicas? Claro que sim, pois somos seres biopsicossociais, porém a maioria dos estereótipos de gênero foram construídos artificialmente, não são naturais, mas socioculturais. É verdade que machos tendem a ser mais agressivos, por exemplo, inclusive os machos humanos, mas só o macho humano comete feminicídio. Se mulheres e homens são iguais, exceto por suas diferenças biológicas, por que determinamos padrões distintos de comportamento? Por que meu sexo deveria determinar como devo ser, do que devo gostar, o que devo fazer? Isso é absolutamente castrador, para todos, mas especialmente para as mulheres. Os indivíduos são muitíssimo diversos. Como é possível que um único padrão para mulheres e um único padrão para homens contemple essa diversidade? Por acaso eu não sou uma mulher se odeio rosa, se não desejo ser mãe, se detesto maquiagem e salto alto, se prefiro calças a vestidos, se quero raspar a cabeça ou não me depilar, se falo alto e sou mais assertiva? É isso que é ser mulher? Um conjunto de estereótipos? Para ser mulher preciso me submeter a esse padrão? Senão o que, senão sou um homem? Por acaso alguém acredita que metade da humanidade anseia por essas coisas? Que 3,5 bilhões de pessoas possuem gostos tão semelhantes? É por isso que a masculinidade e a feminilidade são tão ruins, na minha opinião, porque são padrões impostos e pessoas que não se encaixam (quase todos em maior ou menor medida) sofrem por não se encaixar. E não apenas sofrem, como são penalizados se não se submetem, exemplos não faltam. As pessoas todas deveriam ser livres para serem, simplesmente serem, com normas sociais, claro, definidas por todos para que a convivência em sociedade seja possível, mas não normas baseadas na distinção e hierarquia entre os sexos, não normas preconceituosas, não normas opressivas. Normas comuns a todos os indivíduos, independente do sexo, cor da pele ou qualquer característica física. O resto é apenas traço de personalidade e expressão de gosto pessoal e gosto pessoal é o que é, pessoal, varia de pessoa pra pessoa, não de acordo com o sexo. Quem foi que determinou que colorir os lábios é coisa de mulher? Nossos genes? 🤔 Não, né?! Alguns defendem, portanto, que outros padrões sejam criados como alternativa para que todos consigam se encaixar, mas isso só reforça a existência do padrão principal, quando o problema é justamente existirem padrões. A existência humana é diversa e maravilhosa, não é possível encaixar toda essa diversidade em padrão algum sem prejuízo da liberdade de vários indivíduos. É o que eu penso. Se alguém chegou até aqui, desculpe-me pelo textão, sou um tanto prolixa 🤦🏻♀️😂. E, ao casal, parabéns por abordarem tema tão complexo, mas tão importante. Adoro o canal.
Olha, não sei se você sabe, um a pessoa trans (nascida com pênis) fazendo tratamento hormonal PODE SIM amamentar.
@@lanamarx5254, eu estou falando biologicamente, ou seja, de forma natural, sem hormônios sintéticos. Porque se começarmos a falar de intervenções humanas aí teremos que considerar a vaginoplastia, a faloplastia, entre outras coisas. Meu interesse ali era separar natureza de sociedade. Essas intervenções são o que são: intervenções, coisas que inventamos artificialmente enquanto sociedade. Pode ser que haja também uma ou outra exceção na natureza, claro, mas a exceção só confirma a regra.
@biazapico amiga, falou tuuuuuuuudooo!!
arrasou!
Ei gente, sugiro fortemente a leitura da introdução e cap. 1 de "problemas de gênero" ou/e (mais recente) "corpos que importam", da J Butler para discutir essa dimensão do biológico, que não poderia ser pensada anteriormente a linguagem. Logo, as diferenças materiais identificadas na diversidade dos corpos são, desde o início, culturalmente enquadradas. Desse modo, falar "sexo feminino" já é efeito cultural. Isto implica que o que a gente entende por biológico é também cultural. Enfim, acho que vocês vão curtir essa leitura. Bjn
"O caráter masculino pode ser definido como tendo
as qualidades de penetração, orientação, atividade, disciplina e aventura; o
caráter feminino, pelas qualidades de receptividade produtiva, proteção,
realismo, paciência, maternidade. (Deve-se sempre ter em mente que, em cada
indivíduo, ambas as características se mesclara, mas com a preponderância das
que pertencem ao sexo “dele” ou “dela”.) Muitas vezes, se os traços do caráter
masculino de um homem se enfraquecem porque ele permanece emocional-
mente criança, tentará compensar essa falta pela acentuação exclusiva sobre
seu papel masculino no sexo. O resultado é o Dom Juan, que necessita de
provar sua potencialidade masculina no sexo, por estar inseguro de sua
masculinidade no sentido caracterológico. Quando a paralisia da
masculinidade é mais extrema, o sadismo (uso da força) torna-se o substituto
principal - e pervertido - da masculinidade. Se a sexualidade feminina se
enfraquece ou perverte, transforma-se em masoquismo, ou possessividade." Erich Fromm, A arte de amar. Não sei se concordo, só achei que poderia ajudar na conversa.
Oi gente! Recomendo a leitura de “A criação do patriarcado”, de Gerda Lener. Essa questão de papéis sociais masculino/feminino nem sempre esteve dada, muito menos teve um momento exato de sua criação, se trata de um processo que se desenvolveu ao longo do tempo, tendo como base o controle da capacidade reprodutiva das pessoas do sexo feminino - e o patriarcado ainda é MUITO sobre isso, em diversos lugares do mundo e aqui também - o conto da aia mesmo foi criado juntando coisas que já/ainda acontecem - casamento infantil, mutilação genital feminina, barriga de aluguel - que virou um MERCADO real hoje, e enfim etc infinito aqui. Nesse sentido, os papéis sociais, que hoje são tanto comportamentais quanto visuais, foram se consolidando de forma a naturalizar essa opressão, através das diferenças na socialização das pessoas baseadas em seu sexo, mulheres criadas para o cuidado com os outros e homens basicamente para todo o resto e etc. Então acho que o masculino e o feminino são campos hierárquicos, em que um submete o outro, o agressivo/passivo. Fora a questão visual da coisa, principalmente pensando no capitalismo né, o que representa a feminilidade visual se não procedimentos estéticos, insatisfação constante com o corpo, proibição do envelhecimento para mulheres, comparação, posição de objeto.... (lista infinita aqui). Por isso acho bem interessante entender que ambos não devem ser reivindicados - vejo muita gente falando de masculinidade tóxica, mas que faz pouquíssimas ou nenhuma crítica a feminilidade, inclusive que a reivindicam, sendo que tá completamente ligada ao capitalismo e ao nosso papel constante de passivo, de O outro, um lugar de não humanização e de um objeto para ser olhado.
Ainda nesse sentido da feminilidade, acho interessante pensar em como as mulheres tem que tomar mil ações para serem consideradas mulheres, maquiagem, depilação, roupas, acessórios, cabelo, problemas constantes com o corpo em uma guerra eterna, etc, enquanto o masculino pode simplesmente ser em seus corpos naturais. Pensando em mulheres que quando não feminilizadas são consideradas “masculinas”, o que é um grande equívoco, mulheres que não reproduzem feminilidade estão indo contra as intervenções do patriarcado no corpo feminino, buscando um lugar humanizado e não objetificado, mas esse lugar do “poder ser, sem intervenção” constante no seu corpo segue sendo do masculino e etc. Sei lá, é um sistema que se retro-alimenta e um não existe sem o outro, mas de uma forma hierárquica. *Quanto a questão do sagrado feminino, acho que é uma armadilha, uma mistificação que não nos ajuda em nada no processo de humanização das mulheres.
Maravilhosa tu, mulher! Gerda Lerner também (historiadora como eu 🥰), esse livro é maravilhoso! ❤️
Maravilha ler tudo que eu tava pensando! Esse livro é incrível, a autora abre muitas questões acerca da força de opressão do sistema do gênero. Queria sugerir uma leitura àqueles interessados em entender a misoginia da feminilidade em diversos âmbitos, desde comportamentos e escolhas que limitam os corpos, dando uma perspectiva do ocidente e do não ocidente, até as práticas estéticas sustentadas pelo "empoderamento" fantasioso, é o Beleza e Misoginia, da Sheila Jeffreys.
"Beleza e Misoginia" também é maravilhoso! "O Mito da Beleza" também é uma boa leitura.
QUE HINO de comentário. Sério ♥️ didática demais trouxe pontos importantíssimos cheia de fundamento
Brabo d+ esse comentário
Oi, pessoal! :)
Adoro os vídeos do canal e assisto sempre que posso.
Gosto muito do tema desse vídeo e fiquei bem animado para ver, mas acho que alguns assuntos ficaram meio confusos e achei legal refletir junto com o pessoal aqui!
Toda masculinidade é tóxica?
Acho que essa é uma discussão de gênero, não de sexo, muito menos uma discussão biológica. Se existem fatores biológicos no gênero, eles não são "relevantes" pra estrutura do masculino e feminino. Existem diversos tipos de corpos, como muites falaram aqui, mas gênero existe pra enquadrar e oprimir, através de uma hierarquia bem arquitetada, que é variável (existem diferentes "masculinos" e "femininos" ao longo da história), mas com o masculino sempre como opressor.
Falar sobre masculinidade tóxica é um equívoco porque quando se fala de uma masculinidade tóxica, automaticamente pressupõe uma masculinidade NÃO tóxica, que essa sim, não existe. Masculinidade tóxica é um pleonasmo. Tipo falar que todo homicídio é ruim, ou todo veneno é venenoso.
A gente pode falar que toda característica masculina é sim ruim porque toda característica masculina foi formatada para ser opressora, do mesmo jeito que toda característica feminina foi formatada pra ser oprimida.
É sempre legal lembrar dessa hierarquia que os gêneros impõe. Pensando nisso, fica mais fácil de linkar com os motivos do masculino ser opressor como um todo; Essa é a função do masculino e ele existe somente por isso.
Espero que tenha contribuído de alguma forma.
Grande abraço! :D
Interessante sua colocação. Mas pra ser coerente, se a feminilidade é sempre construída pra ser oprimida, não pode ser "sagrada", é isso?
Porque sempe vejo uma quebra nesse ponto exato: a masculinidade é uma porcaria (concordo) e o feminino é sagrado. Acho que seria mais produtivo trabalhar no caminho da dissolução dessa distinção de gêneros.
@@giafran13 O "sagrado feminino" é um conceito fechado, ~filosófico, que algumas mulheres seguem e que está mais em evidência recentemente. Ele não tem nenhum link direito com estudos de gênero, que são pautados pela sociologia e antropologia.
Concordo que seria mais produtivo trabalhar a dissolução da distinção de gêneros, mas esse é um caminho longo.
Gostaria muito de ouvir vocês filosofarem sobre direitos dos animais, abolicionismo, veganismo e a relação que isso tem com as opressões humanas.
Flor e Manu, gosto muito da forma como vocês constroem o canal de vocês e admiro muito a abertura que vocês tem para aprender com as pessoas que comentam. É notável que vocês não se colocam como tutores, professores e aqui não é o lugar de vcs darem aula, mas é o lugar de pensar junto. Pensando junto sempre vamos pensar coisas que depois despensaremos (sic) e dispensaremos.
Eu tô bem chateada com as críticas direcionadas à Flor e sobre as exigências de que o canal tenha mais domínio sobre algum assunto ou outro pra falar. Obviamente existe responsabilidade sobre o que se fala, mas ninguém deveria exigir da Flor e do Manu o conhecimento geral sobre todas as coisas do universo ou sobre todas as correntes filosóficas ou sociológicas, ou biológicas oi feministas porque - convenhamos - tem muita gente falando muita coisa diferente. Pode ser que a fala da Flor - ou a do Manu - não esteja correta sob uma determinada perspectiva, mas isso faz com que ela esteja de todo incorreta? Existe apenas uma verdade? As questões de gênero foram resolvidas? As biológicas foram ultrapassadas? Tá valendo o espiritual? Tá valendo o cultural? Tá valendo o psicológico? Tá valendo tudo ou nada? Tá valendo só uma coisa? Não existem questões ainda não resolvidas? Nenhuma teoria pode ser revista, contestada, reanalisada? Vamos ser mais ponderados, gente. Nenhuma verdade é absoluta, nem a que derrubou a anterior.
E eu também tô muito cansada de só a Flor ser apontada, só a Flor ser contestada, só a Flor ser colocada na berlinda. Só a fala da Flor ser um problema. Por que será, hein, gente?!
Eu simplesmente AMO essa dinâmica de reflexão... abrem mais perguntas do que respondem perguntas. Adoro! Meu canal favorito S2 S2 S2 Beijos Flor e Manu
Oi, Flor e Manu.
Queria compartilhar algumas reflexões e pontuar algumas questões... A primeira abordagem da Flor na definição do que seria uma ontologia feminina não só esbarrou, como foi uma voadora de transfobia. Compreendi a argumentação a respeito de homens trans, mas continua sendo uma lógica organizada dentro da estrutura da cisnormatividade que, por sua vez, é transfóbica. Uma pergunta pra vocês pensarem antes de continuarem: qual é o gênero do cotovelo de vocês? [SÉRIO, PENSEM ANTES DE CONTINUAR]
Nós, pessoas trans, ao contrário do que trazem as produções sobre nós (estas tbm feitas dentro da lógica da cisnormatividade), não temos um corpo X e um gênero Y. Isto porque tanto o gênero quanto o sexo biológico são construídos socialmente. A história do corpo, do sexo e da sexualidade não é a mesma em toda história da humanidade, assim como as concepções do que é feminino e masculino também não são as mesmas. Existe sim, um consenso de que vagina-útero-ovários correspondem ao sistema reprodutor feminino, e pênis-testículos-próstata ao sistema reprodutor masculino. Mas, assim como uma vez o racismo foi sustentado pela medicina, essa ontologia dos corpos também vem sido sustentada por ela. Assim, portanto, dizer que a gestação é uma marca do feminino cai em dois grandes problemas: 1) feminino enquanto gênero, exclui homens trans e demais pessoas com vagina que não se enquadram nessas nomenclaturas; 2) feminino enquanto sexo biológico, reduz todo campo cultural a um órgão, invisibiliza identidades, exclui pessoas intersexuais que têm vagina mas não podem engravidar. Isso sem contar as mulheres cis que também não podem engravidar. Essas não carregam a essência do feminino?
Essa reflexão não cabe em nem numa tese, mas tenho tentado dar conta (e falhando, obviamente), minimamente, na minha monografia. Se vocês tiverem interesse, posso compartilhar alguns estudos com vocês pra irmos trocando essas figurinhas.
Respondendo a pergunta do cotovelo, o meu é masculino porque tá no corpo de um homem, assim como minha vagina.
Felipe Costa manda as dicas dos textos! Vamos adorar!
Ah, e obrigada por escrever. É conversando que se aprende.
PUTZ QUE SENSATO, vamos ser amigos! ahahha (uma travesti aqui).
@@lanamarx5254 vamos!!!! Como te acho? Meu Instagram é @ofelipegali
@@floremanu enviei uma pasta pro email vinculado ao canal!
Melhores pessoas! Vocês nos ajudam a deixar as coisas mais leves e esclarecidas, seguimos elaborando e elaborando!
Como sempre vídeo maravilhoso que trás questões e reflexões. Flor e Manu, quando acabar a pandemia vocês poderiam organizar um evento estilo mesa redonda e algum tema, que inclusive poderia ser esse! Forte abraço pra vcs!
A Raiva quando descontrolada não serve pra nada mesmo se ela gera violência. Porem a raiva tem uma função muito importante segundo Vedanta filosofia Indiana que vai dizer que a raiva e para não nos tornarmos passivos, ela vem como pulsão de força e de desejo . Mesmo no mundo contemporâneo ela ‘e muito importante para não nos tornarmos passivos e perceber a raiva e tomar uma atitude com aquilo que não esta bom em nossas vidas. Ela ‘e um sinal de que algo não vai bem. Em moderação e se percebida pelo sujeito a raiva ‘e muito útil para esse impulso de vida! 😉
Acredito que ela tenha falado em lado espiritual, não de forma religiosa, mas sim de uma forma energética. Independente de gênero e orientação sexual, todos nós somos cheios de energia masculina e feminina, o Taoísmo prega a dualidade da vida e energia, cada uma atua em nossa vida nos fazendo lidar com cada situação da nossa vida. O problema inicia quando homem nega a existência da energia feminina em si e reprime tal energia, e o contrário tmb. E essa repressão não anula esse energia, só faz com que gere um caos violento e uma repulsa de tudo aquilo que tenha traços daquilo q ele reprime. O problema não está no masculino ou feminino, problema está sim no sistema de repressão.
Cara, era isso mesmo!!
Taoísmo é uma religião também. Não existe esse negócio de "energia" no campo da ciência.
@@mozartl819 desculpe amigo, mas taoísmo não é uma religião, é uma filosofia. É uma forma de pensar e questionar o mundo. Muitos cientistas já foram chamados de loucos por fazerem questionamentos, que na época, não foram considerados como ciência pela maioria. Foram justamente esse loucos, que mais tarde, mudaram o curso da evolução humana. Esses loucos que propunham ideias consideradas erras e impossíveis acabaram por estar, de alguma forma, certos, e contribuíram imensamente com a ciência. Será que uma área tão importante como a ciência não pode expandir seus horizontes para possibilidades que antes foram consideradas como erradas e impossíveis, e assim aprender com elas ?
Aliás, tudo faz sentido! CONTINUEM, falem mais sobre, aprofundem!
Vou até ler de novo Freudinho e voltar aqui pra ver de novo!
OBRIGADAAAA
Como eu amo vcs vou falar bem no estereotipo ta?) mas incapaces de sustentar, de proteger, de levar adiante, em fim, de habitar essa "agressividade saudavel" como uma energia de acao, "pra fora" (aclaro que acho a agressividade super saudável: o quebrar, o rasgar, e indispensável pra nascer)... E encontro tal vez uma raíz (nao sei se A raíz) disso na mitade do seculo passado, a cena sendo: por um lado, o feminismo da Simone, o voto, a pilula e uma emancipacao tao esperada; por outro lado, homens enxergando os modelos masculinos dominadores e violentos dos seus pais e avos e sintindo essa dor "genealógica" (e por tanto negando todo o que tenha a ver com a energia masculina de acao, sustento e estrutura), todo isso no meio da revolucao hippie, a permissao pra "sentir" como uma possivel elaboracao das repressoes do desejo, o LSD, o oriente chegando no occidente, cartazes rezando pra a guerra do Vietnam parar, o John e a Yoko... Perdao pela mistureba, to indo so no estereotipo pra simplificar... Dizer que "os homens nao consiguem se entregar ao sentir, a sua propria vulnerabilidade, e dai a raiva, a violencia e tal" é um pouco parcial também... Aqui é bem ao contrario. E as mulheres pelo geral descubrimos que "tudo bem com o homen sensivel, mas queriamos encontrar nos nossos companheiros tambem ao homen que sustenta, que estrutura..." E nao porque nós nao podemos nos sustentar, senao porque queremos no vinculo ter o espaco de habitar um lugar de contemplacao, de protecao, de criatividade... Um amigo daqui falou isso bem claro pra mim, entre risadas: "Aquí as mulheres sao as que sustentam a parada, e nois é pra ficar na boa"... E eu penso "Poxa, acho que as mulheres nao estamos conseguindo nos fazer entender..." Tem um autor (acho que o género nao tem muito a ver com os citados aqui no canal rsrs) chamado Robert Bly, que faz uma diferencia entre "o homem sensivel" e "o homem natural" (achei interessante ai a Flor falando da "natureza", o Bly aponta bem nisso acho...). Fala muito dos ritos de passagem masculinos, e pensa até qué ponto o homem sensivel (aquele que fica muito "na boa", na gratiluz tambem, por que nao?, mas nem fale pra ele de estrutura, acao e sustento) nao é mais do que uma crianca presa no seu proprio narcisismo, e presa dos modelos masculinos que nao quer repetir... O livro em que fala bem disso é "Homens de Ferro", ou "Iron Jonh". Acho interessante, num tempo em que tanto homens como mulheres nos encontramos as veces meio perdidos enquanto a referentes, sem saber muito bem como ser homens, e como ser mulheres... Imagino um movimento pendular, todxs indo na direcao contraria daquela marcada pelas geracoes anteriores, como se a comprensao e a experiencia do genero que habitamos fosse dual... Terei sido clara? Nao faco ideia... Emfim, GRATIDAO (KKKK)
Biologicamente falando, sexo feminino, sexo masculino, diferenças anatômicas funcionais que recebem nome de sexo. Diferentemente do que a sociedade denomina como gênero, classificando binariamente, feminino e masculino.
"Eu não tenho nem nada pra dizer pro Freud nesse momento", amei Flor!!!
Estamos num tempo de desconstrução de estigmas criados por uma sociedade retrógrada. Precisamos tentar viver sem estigmatizar os gêneros, difícil né? Mas acredito que estamos aprendendo a "engantinhar" nesse campo. Adoro esse canal.
Esse olhar apaixonado da Flor pro Manu e dele pra ela .... 😊♥️
Olá, Flor e Manu! Ótimo vídeo para refletir. Deixo aqui algumas considerações sobre biologia/ecologia humana que acho interessante para o caso.
Dentro da biologia os indivíduos de uma espécie podem ser diferenciados em machos ou fêmeas segundo a sua estrutura genética, machos são os que apresentam os genes sexuais diferentes (XY), enquanto fêmeas apresentam os genes iguais (XX). Biologicamente a função de gestar não é sempre atribuída a fêmea (como o caso dos cavalos marinhos), apesar desse ser o padrão mais comum na natureza. Assim também é a questão do cuidado parental, que a princípio para a ecologia humana, o macho protege externamente, enquanto a fêmea acolhe a cria.
Já pensando na questão das pessoas trans, é importante ressaltar que independente do tipo de intervenção, geneticamente elas permanecerão machos (XY) ou fêmeas (XX). O que muda são os seus fenótipos, ou seja, como se apresentam no ambiente, então estruturalmente passam a se manifestar como o "oposto".
Acredito que o termo masculino e feminino foram definidos com base num padrão de normalidade biológica inicialmente "machos protegem, caçam e são agressivos" para o ser masculino, e "fêmeas gestam, criam e cuidam" para o ser feminino. Então assim como a Flor, vejo que sempre estará atrelado a esse viés "tóxico".
Com o aumento da população humana, aumenta o número de pessoas que nascem e crescem fora desse padrão, e com os avanços da medicina podemos manifestar fenótipos diferentes do esperado. Com isso, a possibilidade de inserir "feminino" e "masculino" dentro dessas caixas relacionadas a macho e fêmea se perdem. O campo de discussão se torna muito mais subjetivo, e talvez agora vivamos aquele momento de atualizar os conceitos, redefinindo masculino e feminino em caixas que extrapolam os esteriótipos de gênero.
Enfim, sobre sagrado feminino, pelo que tenho visto por ai, as essa abordagem costuma ser para trabalhar a "autoaceitação" e "autoconhecimento" da mulher, dar suporte para sair de situações de abuso e coisas do tipo, não necessariamente a maternidade. Porém, costumam reafirmar esse lugar do feminino como a mulher que cuida é sensível e etc. Vejo como útil, porém questionável em vários sentidos...
Um tanto problemático determinar o indivíduo mulher limitando-a à capacidade de gestar... . Acho importante absorver que a questão biológica não necessariamente está ligada ao gênero. Porque identidade de gênero é NÃO só performance. É construção, nao só social mas tbm identificação. Acho que só precisamos tomar cuidado com essas colocações.
AGORA, A QUESTÃO DO SAGRADO E DO FREUD QUERENDO CAGAR REGRA DO QUE É FEMINILIDADE E TODA A PROBLEMÁTICA. MEEEEEU
É MTO BOM KKKKKI
Rachei mto.
EM RESUMO : Nao importa a ERA , sempre vai ter HOMEM querendo cagar regra e querer nos inferiozar.
Concordo com vc.. Já não estamos mais em um tempo social e histórico pra ficar falando que argumentos biológicos definem masculino e feminino. Gênero, sexualidade e tudo o que decorre disso não é passível de simplificações, né? Simplificado por simplificado já é e já oprime...
@@monicamondaini perfeita colocação querida! Tbm acho!
Mas isso não é um aspecto fundamental e comum do feminino biológico? Acho que esse é o ponto dela
Flor, gênero é para corpo sim, para alma não. Temos corpos com gênero, mesmo que um Ser queira tirar sua genial, por dentro ainda continuará tendo gênero e precisará tomar hormônios para equilibrar sua questão biológica. O que estamos vivendo aqui em tempos atuais é a finalização de um conceito de que é necessário agir assim ou assado por causa do gênero em que possui.
Há certas coisas biologicamente inatas, estudos (inúmeros deles inclusive) apontando e tornam nítido certas funções dentro do antro social através de conceitos inerentes, sejam eles envolvendo a paternidade ou maternidade. A teoria filosofica que vem se nutrindo desde a primeira onda feminista exclui inúmeras evidências científicas, é quase uma religião ser feminista hoje em dia e negar o papel de mãe obviamente não limitando a mulher a isso, mas evidenciando que a grande maioria tem essa tendência. Tanto o gênero como a "identificação" provêm de uma constante biológica que em dado momento da vida onde o indivíduo já com mais consciência racional pode sim optar por si próprio os caminhos da sua sexualidade tendo em vista o "molde cultural", mas continuará sofrendo a pressão do que é biologicamente. Quem discorda disso é prol ao cientificismo ideológico e anti ciência.
Posso dar uma sugestão de vídeo? Seria muito interessante fazer um vídeo sobre o formato de diálogo das pessoas quando querem se expressar. Situação: duas pessoas conversando e uma delas quer falar mais sobre si do que sobre as duas pessoas naquele diálogo ou sobre o assunto em si. Quando alguém só fala de si mesmo e responde tudo como se fosse sobre si mesmo. Sobre a ideia de que isso é puramente para "chamar a atenção" e qual o problema disso, se há problemas em querer chamar atenção ou se existem outras motivações para esse "eu-centrismo" e como existe um movimento contrário à isso ultimamente. Como saber quando falar de si quando o momento é do "aprenda a ouvir o outro"?. Etc... Achei interessante falar disso porque diversas vezes a Flor interrompe ou o Manu interrompe a conversa para falar de si e nem sempre o assunto é sobre si e isso acontece em nossas vidas diariamente. O que acham? Beijos queridos!!!
Eu costumava participar de 'círculos de mulheres'/'círculos de sagrado feminino' e por um lado era bem legal poder discutir entre manas as situações pelas quais a gente passa... mas ao mesmo tempo era estranho: era uma perpetuação desse "feminino", que deve honrar as emoções, o corpo-mulher, o útero, a sensibilidade, etc.. coisas que, hoje, a meu ver, não cabem mais. sabe? talvez fosse muito mais interessante fazer algo como uma "roda de emoções" envolvendo >todos< os gêneros, pra que >todo mundo< saiba conversar sobre/lidar com suas emoções. (ou a famosa terapia em grupo hehe) Ou também círculos de >pessoas< que menstruam, e por aí vai...
Uma vez questionei o porquê de os círculos receberem apenas mulheres cis e a facilitadora me olhou como se dissesse "mas é óbvio" (vai ver foi só minha interpretação), mas de fato ela não soube me dar uma resposta concreta - apenas que "nunca nenhuma mulher trans a procurou" - o que até pode ser verdade, mas aí (outro ponto) pode ser que o evento não fosse tão acessível assim, já que os cartazes/convites para esses círculos eram sempre recheados de símbolos como úteros, sangue menstrual, etc.
Quanto ao sagrado masculino, todas as vezes que ouvi falar, eram círculos para "curar o sagrado masculino". Ué? Algo tão sagrado precisaria ser curado? Me parece que - e aí concordo com o que a Flor propôs no outro vídeo - toda masculinidade é "tóxica", tão tóxica que precisa ser curada(?).
Bom.. essa discussão vai longe.. e têm, sim, me incomodado certas nomenclaturas.
Amei o vídeo e as provocações. ♥
Tem horas que eu acho Freud muito .... Sem adjetivos para qualificar ele nesses colocações. Gostei das abordagens adoro esses assuntos que faz pensar e reavaliar contextos. Obrigada
Acredito que a classificação do masculino e feminino atendeu algumas demandas do passado. É como os mitos que existiam sobre os fenômenos da natureza e que hoje são substituídos pela ciência. Talvez nós vivemos esses conflitos de gênero atualmente pq nossas (ocidental patriarcal) estruturas sociais e psicológicas foram pensadas num mundo binário e dicotômico, no entanto, conseguimos perceber hoje que vivemos num mundo plural. Numa rápida pesquisa na internet é possível perceber que em outros povos e culturas ancestrais, existem mais de dois gêneros, algo além do masculino e feminino.
Como nomear e descrever todas as cores num mundo onde só existe o preto e o branco? E que muitas vezes, o que não é preto ou branco é uma anomalia ou não é cor?
Sobre o peso biológico da gestação... E o caso dos animais gasterosteiformes? (Que tem o cavalo-marinho como exemplar mais popular) A gestação nessa espécie é uma característica masculina.
A sociedade binária não dá mais conta de responder a nossa complexidade. Será que a psicologia baseada num mundo binário dá?
Um "erro" conceitual de Freud sobre a mulher, que é balizador pra muitos outros conceitos e ensaios, não interfere numa visão geral da psiquê humana? O quanto de um cálculo de base eu posso "errar" sem prejudicar toda uma estrutura? Sem interferir todo um pensamento?
Amo muito o canal de vocês, mas recomendo a leitura dos textos sobre Sagrado feminino, que está muuuito além dessa história de reprodução, do biológico. Tem mais haver com conexões e relações com a ancestralidade e consideração sobre a sua trajetória e sua conexão com o seu sagrado, que foge totalmente desse lugar do intocável, pelo contrário, como o seu corpo, do jeito que é e como a sua libido e sua trajetória de vida é sagrada, pq vc reconhece como algo que precisa ser cultivada e cuidada, diferente das mulheres que estão sujeitas as vontades de um sagrado externo, endeusado.
Queridíssimos da provocação!!! Os comentários estão uma fritação, vocês não exageram quando sugerem que apreciemos essa interação. É muito interessante essa relação vídeo - comentários - vídeo - outros comentários. Parece uma roda conversa em que a gente lança uma ideia - sai pra buscar uma bebida - volta e tem outras ideias incríveis. Não vou negar que estou sob o efeito da alegria de que o crush FlorManu me notou
Anne,
Na hora que ouvi o relato de uma "Anne Fonseca" no comecinho do vídeo, fiquei super curiosa pensando se seria você ou não. À medida que fui ouvindo tive quase certeza que era, porque conseguia te imaginar falando isso, com esse seu jeito leve e alegre de ser, ai vim aqui nos comentários pra confirmar. E que bom que era você de fato! FlorManu também são meu crush e amei que eles te notaram
ps: você é maravilhosa!
@@brancapeixoto9607 AH NEM
@@Anne83me
Poderia fazer um vídeo sobre a feminilidade tóxica também... nasci numa família machista e nesse sentido, hoje me encontro com dificuldade em realmente enxergar o que eu quero ou não quero, pois o “desejar” sempre foi algo que não me pertencia, (submissão) aceitar, agradar, ser aceita, me enquadrar... São coisas que hoje venho lidando na terapia, pois é tão insconsciente que hoje quando faço algo eu mesma me reprimo de alguma forma e fico mal em seguida, sem ter que pensar nisso. Mas uma vez, obrigada pelos vídeos e assunto, vocês são muito importante e necessários pra desenrolar questões aqui. ♥️
Gostei do vídeo, acho que só faltou alguém pra dar um norte e pontuar algumas questões, essa pessoa poderia ser nossa querida professora Rita Von Hunty, ela iria esclarecer inclusive algumas dúvidas que manu e flor se indagaram durante o vídeo, se fizessem um segundo vídeo com a participação da Rita iria ser lindo. Mas enfim, gostei do vídeo e dos questionamentos, e acho que eles deviam ser mais aprofundados. Beijos pra vcs.! ❤
Atuação perfeita do improviso já vale o like 💃♥️
Obrigado pela simplicidade! ❤
acho que teve um ponto que passou batido na discussão...
tanto masculinidade quanto feminilidade foram construídos historicamente, na nossa cultura, de forma a se encaixar dentro do arcabouço do machismo e do patriarcado, PORÉÉÉÉM masculinidade, feminilidade, e tudo que liga uma coisa à outra, são elementos fundamentais para cada indivíduo possa entender e principalmente CONSTRUIR sua identidade. Um primo meu, que conseguiu afirmar apenas recentemente sua identidade de homem trans, veio falar comigo - aconselhado na terapia a fazer isso - que precisava buscar referências masculinas que o ajudassem a encontrar um modelo de masculino que fosse saudável a fim de dar forma a sua identidade. O exemplo com pessoas trans ajuda a entender esse ponto que estou tentando passar, mas na verdade todos nós estamos permanentemente construindo nossas identidades e para que a masculinidade genérica deixe de ser tóxica, vai sim ter que haver um modelo de masculinidade não tóxica que possa dar sentido às identidades masculinas. Acho que o mesmo serve para a feminilidade. Claro que os homens precisam entrar em contato com sua própria feminilidade também, e as mulheres com sua masculinidade, uma coisa não impossibilita a outra, a questão é que assim como precisamos saber o que sentimos para saber que tipo de identidade criar - se sou homossexual ou heterossexual, se de esquerda ou de direita, se ateu ou crente, se biólogo ou jornalista, se só um pouco de uma coisa e muito de outra, se um meio termo de tudo - também é necessário fazer esse exercício com a questão do gênero, e acho que não há conceitos que sejam mais precisos (e suficientemente profundos) para tratar dessa questão do que masculinidade e feminilidade.
Vcs são tão calorosos, adoro vcs
acho importantíssimo abrir esse tema e pensar para além de do que já consideramos verdades concretas e inquestionáveis.
minha questão: o quer é ser o tal feminino e masculino, ou fêmea e macho, se mesmo que a ciência diga que é assim, a ciência também usou de linguagem para classificar as coias, teríamos como mudar superar classificações e fazer outras formas de nos entendermos em um gênero? ou até superá-lo?
como Flor disse, temos funções, e isso precisa então, para nós humanos, dizer o que é homem, mulher? Por que não criar novas formas de nos entendermos subjetivamente como homem ou mulher, ou até superar isso?
Olha, eu discordo que não haja lugares para a agressividade na civilização, na medida em que o palco onde a agressividade se dá geralmente é o conflito, não necessariamente a agressão pura e simples. E não há como pensar que os conflitos e os choques de interesses em geral foram abolidos com a civilização. Homens lotam as cadeias porque se encrencaram por estarem na ponta da lança (muitas vezes sem terem escolha) de conflitos de outros homens, geralmente privilegiados. Ou para trazerem o pão a mesa. Muito dificilmente é diferente.
Claro, há outros mecanismos de negociação na sociedade que substituem o emprego direto da violência, como as leis, as instituições, o mercado e o Estado. Mas as próprias instituições precisam ser 'enforced' e geralmente lá na ponta, para que sejam aplicadas a rigor, a agressividade é acionada "legalmente" nas mãos da polícia, que geralmente é um homem. E os homens é que gostam de brincar de polícia/ladrão ou é que esses papéis (no palco do conflito, digo) é que demandam por seres que via de regra são biologicamente masculinos?
Uma coisa são os papeis, outra os atores. Existe o papel mais ligado à violência e outro mais ligado à criação/maternagem. A civilização evoluiu e agora permite que atores diferentes as vezes assumam outros papéis ou misturem, há uma mobilidade. Mas eu não diria que vamos chegar algum momento em que a mobilidade seja 100%. É meio utópico na minha opinião. As dinâmicas podem até mudar, mas para mim sempre haverá um 'casamento' maior entre certos atores (biológicos) e certos papéis sociais (gênero).
E eu esperando quinta feira passada e não teve vídeo, vcs causam dependência! Rsrs!
amo a Flor e seu método socrático de argumentar, kkkk. ela nunca afirma, só deixa perguntas, parece eu!
Tem uma fala do Silvio Almeida numa entrevista no Roda Viva que ele diz o seguinte: “A ideia da luta antirracista não é simplesmente para reforçar as raças, mas para superá-las como uma forma de classificação dos indivíduos.” A ideia de raça é uma criação. Esse pensamento pode ser usado para qualquer forma de classificação entre indivíduos, de raça, de gênero, etc... precisamos superar todas elas e não pela negação de que elas existem, elas existem porque criamos e reforçamos todos os dias. A superação talvez se dê pela observação disso em nossos pensamentos e decisões cotidianos.
Colocação perfeita. Superar a classificação, que na verdade é sempre uma forma de hierarquizar. O objetivo deve ser a superação dessas categorias.
Flor e Manu, adoro o canal de vocês e acho legal essa espontaneidade de ligar a câmera e começar a falar, só que acredito que as vezes isso não funciona muito bem, principalmente com assuntos complexos como esse. Vocês pegaram como tema dois comentários e um deles falava de algo que desconheciam, no caso o sagrado feminino e masculino, e no entanto, não houve um estudo prévio disso para abordar no vídeo.
Estudar uma pauta é uma forma de enriquecer o conteúdo a ser apresentado.
Enfim, foi apenas uma dica.
Um abraço para vocês!
Entendo todo o aparato acadêmico que Manu leva para discussão sobre qualquer tema, mas isso infelizmente ingessa a conversa sempre a Freud ou qualquer outro intelectual branco europeu. Isso realmente me incomoda muito, como se a benzedeira do bairro não tivesse o mesmo valor do que Frida Kalo por exemplo. Eu e minha companheira sempre discutimos sobre seus vídeos, alguns nos levam a concordar e outros a descordar drasticamente. Eu desisti do curso superior no quinto ano de filosofia, pois não me representava em nada em meu cotidiano, hoje sou formado em cinema, e me abriu o leque muito além dos supostos grandes nomes do "pensar" ocidental.
Mas enfim, gostamos muito de vcs, venham para Paraty para gente tomar uma cerveja e discutir sobre tudo isso.
Pensem mais sobre o que está ao redor de vcs e como isso influência na vida em si. E pelo menos em um vídeo façam o possível para serem menos palestrinha. Talvez role algo novo no pensar do casal.
Abraços e cuidem-se
Oie Flor e Manu, tudo bem? Esses dias eu estava lendo sobre masculinidade e nosso dizia que ela é uma virtude humana. Manu, direciono esse questionamento para você, pois como você é graduado em Filosofia, saberia dizer sobre à “virtude da masculinidade”
Sexo biológico é diferente de gênero... acho que esse é o ponto. Gênero, ao meu ver, é construção cultural. Tanto que o que é considerado esteriótipo masculino/feminino aqui, pode não ser em outra cultura.
Trabalho doméstico, cuidado e educação com os filhos, cuidado com os mais velhos, é todo feminino em todas as culturas. E gratuito. O Le Monde postou um vídeo recentemente dizendo que se na França o trabalho doméstico fosse monetizado, significaria 30% do PIB do país.
magicalkind sim... em sua maioria é mesmo! Já ouvi falar sobre um povo africano onde as mulheres caçam e os homens cuidam das crianças e afazeres domésticos, mas foi a única vez.
@@magicalkind assim como a Natalia Luchesi, tbm tive um contato com o conhecimento dessas tríbus, uma vez em uma aula de sociologia fizemos um estudo sobre 3 tríbus diferentes presentes na África (Não me recordo os nomes) em que cada uma delas tinha um papel social diferente quando se tratava de "masculino" e "feminino". Na primeira os papéis semelhantes ao que vivemos na nossa sociedade (O homem como protetor, chefe, etc e a mulher ligada aos cuidados domésticos, maternidade e por aí vai). Na segunda não havia distinção entre gêneros quanto aos papéis. É, na terceira, aquilo que entendemos como masculino ela delegado às mulheres, como a caça, ser chefe de família e o que entendemos como feminino era ligado aos homens, tal como o cuidado com preparo e planejamento de cerimônias de casamento.
@@magicalkind chego até a me perguntar se isso que nós entendemos de papel feminino e masculino não seria mais diversificado se não tivessem acontecido todos os processos de colonização que conhecemos
Exatamente! Pra mim ficou tão claro que tem noção dessa diferença. Enfim, é muito complexo e precisamos sempre estudar mais.
Masculino x feminino são categorias impostas pela colonialidade aos povos que hoje chamamos de indígenas, por exemplo. Há uma intelectual argentina (que faleceu há poucos dias, infelizmente) que fala sobre isso. Maria Lugones. Rumo ao feminismo descolonial. Se encontra facilmente na internet.
a gente podia até dizer que existe ai uma masculinidade possível que vem sendo retomada por homens negros hoje ,por exemplo.Mas ai que tá gênero é coisa de branco então talvez caiba realmente dizer que toda masculinidade é tóxica mas tendo consciência que temos outras possibilidades de existir
Mesmo pensando nas noções de masculino e feminino no oriente?
Legal demais! Vou procurar! Valeu a indicação!
A função da raiva, é demonstrar para o outro o quanto ele te fere - seja por atitudes ou palavras. E assim colocar culpa no outro pelo que ele fez, gerando culpa o ego ganha poder, logo essa é a função da raiva.
UCEM.
Nossa, simmm!
Não consigo lembrar de um homem sequer que eu tenha conhecido que estivesse livre de um "estar no mundo" cotidianamente destrutivo. Duro, mas real. E enquanto não aprendi a ler os rastros e uma certa interioridade disso que se convencionou chamar de machismo ou estrutura patriarcal, atribuí muito disso a razões bem diversas. A leitura, a compreensão das formas que a estrutura patriarcal se apresenta é como aquela fórmula matemática precisa que faltava para que tudo ficasse claro. O que não consigo imaginar, após esta queda de uma venda, de um muro que cega, é o que se pode construir em sociedade e quem vai se interessar pela reconstrução.
Penso que sempre é necessário localizar essa masculinidade/feminilidade em contextos culturais. A busca pelo sagrado no masculino e no feminino sempre recorre a uma estrutura mítico-religiosa que de algum modo não é ocidental e cristã, mas que ainda assim trabalha de modo dual. Freud é o nome mais citado, mas talvez Jung ajude na compreensão desta dualidade quando fala, por exemplo, de anima e animus.
Há uma revisão muito interessante da teoria junguiana sobre gênero feita pela Susan McKenzie, "Queering gender: anima/animus and the
paradigm of emergence"
Sim, vide culturas orientais
@@thugamerbrks, só o título já me interessou. Não sou um grande conhecedor dos pormenores junguianos, mas passo muito mais pano a ele do que para Freud. rs. Estou procurando esse texto, valeu pela indicação.
Talvez a conversa ficaria interessante se pensarmos no simbolismo do feminino e do masculino. Que não importa se está em um homem e mulher. São instâncias psíquicas. O feminino, o yin, lua, o que contém e conserva, interior, não-linear, emoção, cuidar, cooperar. Masculino, yang, sol, exterior, movimento de expansão, acertividade, linear, razão, ter metas, delimitar, regras. Não é uma questão que um é bom e outro é ruim. Os dois se complementam e nós precisamos desenvolver em nós todos esses aspectos sendo homem, mulher, bi, homo, etc . Acho que Jung tem muito mais sucesso pra falar disso do que do Freud. Talvez o Freud acertou em dizer que somos bissexuais (não literal). A civilização e cristianização quis separar a natureza (feminino) da civilização e coloca como o que é do feminino como menor, dual e separa. Os homens estão perdidos e as veZes é bom a gente se perder - pra ter possibilidade de reencontrar em noções diferentes como por exemplo essa junção desses opostos em si, ao invés de projetar isso no outro (mulher) e menosprezar.
Uma noção de gerar (feminino) em alguém sem útero é o criar, uma obra, uma ideia... Etc.
@@diegoferracinif imagina!! Caso nao ache ele aberto, vá no sci-hub
Mano esse vídeo é tão complexo que eu sinto que se eu divagasse por esses temas e fizesse um aprofundamento sobre minha perspectiva sobre tais campos e elaborações, iria sair um textão quilométrico... então por livre e espontânea preguiça, eu deixo só os meus parabéns a aqueles que tiverem coragem para tal; aliás ótima abordagem ♥ amo essa disposição em debater temas tão interessante (◕દ◕) ✨
É muito que vocês sempre falam sobre temas que estou pensando ou falando sobre, hoje assisti uma aula sobre feminismo emancipacionista e comentei sobre masculinidade tóxica com minha mãe, agora vim olhar o tema do vídeo de vocês na notificação e olha só! Vocês estão com câmeras na minha casa ou estão dentro da minha cabeça? Se for a segunda opção estou feliz porque penso muitas coisas ao mesmo tempo e não chego a muitas conclusões kk
Sou mulher e sempre tive um visual e uma experiência de vida andrógina. Basicamente eu não entendo o gênero. Não tenho o filtro para o gênero. Entendo que existe um sexo biológico, existe uma forma pré concebida no corpo que a pessoa aceita ou não (não sei se aceitar seria o termo correto), o que vem depois vai da construção da vida. Acabo não entendendo a masculinidade e feminilidade imposta ou em excesso (se é que posso usar esse termo).
observando outras espécies na natureza, geralmente não existe distinção clara aparente entre machos e fêmeas de uma mesma espécie, se você for observar ratos, macacos, cachorros, gatos, etc, não há diferenças muito grandes em sua aparência (com exceção do óbvio, genitais, mamas, etc). Acho que isso é um ponto bastante interessante e que pode gerar muita reflexão.
@@izaura5839 Ponto interessante! Mas por exemplo, gatos de 3 cores só podem ser fêmeas. Então talvez exista outras características que um biólogo conseguiria dizer que são diferentes na aparência de machos e fêmeas.
@@HommerGT certamente existem características em muitas espécies que diferenciam se entre macho e femea, mas na nossa espécie é mais algo social, a aparência é vista como "masculina" ou "feminina", até o jeito de sentar ou cruzar as pernas, o jeito de gesticular, o jeito de se expressar tem esse tipo de distinção
@@izaura5839 Ah sim. Meu ponto era que talvez tentar levar essa discussão pro reino animal seja algo contraproducente. Afinal, muitas espécies tem diferenças, inclusive comportamentais, entre os machos e as fêmeas.
Mas entendo e concordo com o que você falou!
Melhor video do canal!
Eu to num nível de fidelidade a esse canal que consigo prever o próximo vídeo baseado nas falas polêmicas do anterior hahaha
júlia da luz bueno estamos pensando mesmo. Mas o Emanuel não quer
@@floremanu Flor, eu entendo ele. Ainda bem que a pauta do cancelamento passou a estar na discussão, senão esse "não dá pra falar sobre isso, é complexo demais" só se perpetua. (A única coisa que me deixa preocupada é ter, p.e., a capa da Veja cooptando a discussão e colocando em pé de igualdade cretinice com questionamento - só reparar nas pessoas que estão na capa).
Acredito que quando falamos sobre esteriótipo de gênero, é justamente sobre masculinidade e feminilidade que nos referimos, não ao gênero por si só. Se analisarmos as diferenças culturais que envolvem o gênero, é possível perceber que é o conceito de masculinidade e feminilidade que se modifica de acordo com as diferenças socioculturais. O que é ser homem e mulher acaba por se definir pelo o que se considera masculino e feminino, porque se atribui uma ligação direta entre eles ( o homem deve ser masculino e a mulher, feminina ), porem não existe uma ligação direta e obrigatória, mas sim uma pressão social para que esse padrão estabelecido ao longo dos séculos, se cumpra, o que acaba por causar uma influencia "tóxica" que vocês falam no vídeo - na própria pessoa e nas pessoas a sua volta. Outra questão a se considerar é que o próprio conceito de gênero ainda é relativamente recente. Por milênios sexo biológico e gênero foram considerados a mesma coisa, e foi desde esse momento que começou a se estabelecer o conceito de masculino e feminino, a partir de um fator biológico penas. Então a sociedade se dividiu em dois, genitália XX e genitália XY. Uma percepção que desenvolveu uma sociedade patriarcal, e assim, todos os esteriótipos seguintes - inclusive o de masculinidade e feminilidade. Hoje já se entende que o gênero, como o vemos atualmente, é uma construção sociocultural (que infelizmente provem dessas raízes), e que independe do sexo biológico. Até porque, se dependesse, primeiro - só existiriam dois gêneros, já que só existem dois sexos biológicos, o que não verdade. A Comissão dos Direitos Humanos hoje reconhece como oficiais 32 gêneros diferentes; segundo - não existiriam pessoas trans e não-binárias, porque só existiria a atribuição de que genitália XX = mulher e genitália XY = homem sem exceções, o que também não verdade. Há relatos históricos de pessoas trans e não-binárias de séculos atrás. O que leva a concluir que a gestação também não é diretamente ligada a mulher ou a feminilidade, mas um fator biológico humano. Assim também como a masculinidade e feminilidade não se ligam necessariamente a gênero e sexo biológico, não características restritas ( o homem deve ser masculino e a mulher, feminina ), mas sim características humanas.
Devemos lembrar que o ser humano não é simplesmente preto e branco, é um ser extremamente complexo, e para compreende-lo - nos compreender - devemos nos desfazer das barreiras e caixas das quais foram enraizadas na nossa sociedade. Espero que meu texto contribua para o debate.
Ja chegando dando like♡♡
O sexo (genitalia e aparelho reprodutor) é biologico. O gênero é construção social
E existem opressões e controle por parte do patriarcado específicas do sexo feminino e falar sobre isso não é transfobia.
@@fabilove190 sim
Na minha opinião gênero não pode ser considerado uma construção cultural/social, não existe nenhuma comprovação disso, pelo contrário, tudo aponta para que o fator genético seja mais forte
Há certas coisas biologicamente inatas, estudos (inúmeros deles inclusive) apontando e tornam nítido certas funções dentro do antro social através de conceitos inerentes, sejam eles envolvendo a paternidade ou maternidade. A teoria filosofica que vem se nutrindo desde a primeira onda feminista exclui inúmeras evidências científicas, é quase uma religião ser feminista hoje em dia e negar o papel de mãe obviamente não limitando a mulher a isso, mas evidenciando que a grande maioria possui essa tendência. Tanto o gênero como a "identificação" provêm de uma constante biológica que em dado momento da vida onde o indivíduo já com mais consciência racional pode sim optar por si próprio os caminhos da sua sexualidade tendo em vista o "molde cultural", mas continuará sofrendo a pressão do que é biologicamente inato a ele. Quem discorda disso é favorável ao cientificismo ideológico e anti ciência.
qualquer debata: a
manu : trazer o Freud para a roda
kkkkkk
Acho tb que a discussão fica mais fácil quando a gente entende o que é sexo, pra não se perder nos termos. Dando de exemplo: Parte do que te faz femea (ou do sexo feminino) é ter uma vagina. Sexo reprodutivo é definido por: orgãoes sexuais internos e externos, cromossomos, e os hormômnios produzidos naturalmente.
Se a gente partir daí já fica mais simples de separar sobre a discussão relacionada a gênero e masculinidade e feminilidade, que daí está relacionado aos estereótipos como: ser mãe, ser másculo, ser sensível, não chorar, e por aí vai.
Um filme que acredito que acrescentaria à discussão seria o documentário The Mask You Live In, da Netflix, sobre masculinidade e a educação dos homens. Uma cena que se relaciona com o que o Emanuel falou sobre a raiva e o medo (Spoiler alert) mostra homens (meninos) em uma roda de conversa escrevendo a primeira coisa que lhes vem à cabeça em relação às suas dificuldades (abandono, término, bullying) e a grande maioria escreve: raiva. Não escreveram tristeza ou dor pois seria medo da fragilidade?
Num vídeo assim é fundamental entender que há 3 conceitos distintos: sexo biológico, gênero e orientação sexual. São coisas distintas, e gênero é construção social. Sobre a masculinidade, não consigo enxergar nada positivo. Se não houvesse a construção do que é masculino e feminino, bases do patriarcado pra oprimir e dominar, teríamos um mundo cheio de gente "autorizada" a ser quem é. Veríamos mais a essência das pessoas, que seriam mais felizes. Minha visão... Quanto ao Sagrado Feminino, isso nada tem a ver com gestar. É uma filosofia de vida incrível. Recomendo que leiam sobre. :)
Algo que eu penso sobre a agressividade pra esse objetivo da proteção nos machos é que ela não existe na nossa experiência humana atual,nenhum dos machos estão protegendo fêmeas e filhotes de possíveis perigos da humanidade moderna (assaltos, assédios,abusos etc), coisas que normalmente esses machos ou se isentam ou tem tanto medo de revidar quanto as fêmeas.
Essa agressividade serve pra exercer poder e opressão, através do medo nos que estão socialmente vulneráveis.
Concordo, vejo em ciclos sociais pertos de mim que mtos caras exercem essa questão da "proteção" buscando o armamentismo, arte marcial e afins mas acaba sendo um meio para um fim fantasioso demais, q como cê disse não tá protegendo é nada... As vezes reforça mais ainda o b.o. Agr o que fazer com isso é o que eu mais busco entender e num tenho achado resposta kkk Não sei se é possível extinguir essa agressividade objetivada em proteção herdado de uma natureza distante e todo o pacote de comportamentos tipo a ideia do provedor da casa, o que toma atitude sempre, o que se aventura e bla bla bla . Há vazão pra agressividade existente de modo saudável que não se reforce e não seja oprimindo e exercendo poder? A existência da agressividade é totalmente construída ou inerente portanto sem escapatória? Num sei mto o que pensar ainda sobre essas coisas kkkk
Foi herdado da natureza e reproduzida massivamente na nossa cultura,nós somos capazes de lidar com nossa natureza de várias formas,a raiva realmente existe em todo mundo,mas acho que homens tem um jeito de expressar isso bem ruim.Talvez culturalmente seja possível inserir atividades ou buscar as atividades que mais agradam(escrita,música, esporte) pra que esse sentimento não se recalque,e que agressividade como maneira de impor poder seja superada.
Pq muitas vezes quando a gente consegue canalizar essas paradas a gente pode elaborar melhor e não jogar esse tipo de energia reforçando coisas que são péssimas pra um tanto de gente.
só acrescentando mais um ponto, enquanto homens usam a agressividade pra reforçar sua masculinidade, mulheres precisam fingir que essa raiva não existe, afinal isso reforça a nossa invenção de feminilidade.
acho que tb terapia ajuda e gastar essa energia mental tb,tipo cachorrinho mesmo sabe? que precisa passear farejar e brincar pra aliviar estresse,raiva e ser mais equilíbrado.
@@evelynfreitas5491 Entendi, realmente acho que resolve mto isso da cultura de canalizar a agressividade de outras formas, assim a gente meio q desassocia a agressividade com a violência e dá pra enxergar ela como um "potencial" pra investir em atividades ao invés de só recalcar, curti seu pensamento! me elucidou bastante.
Eu sou da área da psi e sempre me voltei pra comportamental e neuro então a tendência é pensar tudo sempre focado nos indivíduos, então tenho tentado entender melhor as demandas sociais e o que significa essas coisas todas. Acho que talvez haja uma fusão ensinada do masculino com o viril, que é onde há virilidade é que nós homens exercemos agressividades de modo disfuncional. Pq entendo que assim como o feminino tem lados saudáveis pra mulheres (cis ou não) que adotam o termo, masculino deve ter tbm, acho que seria interessante pensar num masculino sem a virilidade que é tudo baseado com um fim sexual ou de força física, enfim, é tudo pensamento sem fundamento, preciso buscar entender melhor a história de cada palavra kkk
vc fez observações ótimas tb reflexões que abrem inúmeras resoluções de jeitos diferentes ,não sou de psi ainda ano que vem após talvez passar no vestibular eu seja kkkkkkk
Flor, vc não vai, definitivamente, entender o que é o sagrado dando uma pesquisa no google! E não, se a mulher decide não ter filhos, ela não deixa a sua dimensão sagrada-espiritual de lado. Seria legal vc se aprofundar nisso para ampliar um pouco mais e, claro, suscitar reflexões e dúvidas melhor direcionadas. A gente gosta!
Exato. Pra falar sobre um tema complexo e sensível como este precisa de um estudo mínimo.
Flor, sua fala sobre masculino e feminino foi transfóbica. Recomendo o documentário "Bixa Travesty". A Linn da Quebrada debate BEM essa questão de gênero lá.
Acho que ela só está divagando sobre o tema
Concordo. Pra falar sobre um assunto complexo como este precisa ter embasamento. Faltou estudo pra fazer esse video.
Não dá pra fazer video com temas tão sensíveis com meras divagações.
Concordo demais que faltou eles se prepararem mais. Acho legal a espontaneidade de ligar a câmera e falar só que eles precisam encarar a responsabilidade das falas deles. É preciso estudar o assunto antes de falar para não ofender e nem dizer besteira.
Um canal com mais de 100 mil inscritos tem uma audiência grande e precisa ter uma maior noção disso.
Oie, indico o canal do Jonas Maria pra entender melhor essas questões de gênero. Esse vídeo aqui fala sobre estereótipos de gênero e transexualidade, vale a pena: th-cam.com/video/kSQMqHhuslg/w-d-xo.html
Um chêro, adoro ocês! 💚🌿
o jonas é f*da desfaz várias falácias sobre a transgeneridade
NOSSA, SIM! POR FAVOR ASSISTAM O JONAS
Jonaa maravigold!!!
Opa!! Obrigada, não conhecia! 🥰
EU AMO O JOOOONAS
Se masculinidade tóxica significa ser competitivo de maneira destrutiva, ser agressivo com mulheres e com homossexuais ou pessoas transgênero, praticar bullying em diferentes ambientes, ser nocivo às pessoas ao seu redor, tentar ser dominante de maneira violente, física ou verbalmente, acossar mulheres de diferentes formas, abusar do poder conquistado, ser violento com a esposa e filhos, eu não o aprovo, não me enquadro no conceito e acredito que todos deveríamos agir contra esse tipo de postura.
Mas se masculinidade tóxica significa ter a coragem e a bravura de tentar e de lutar pelo que se quer, dizer a uma mulher de maneira respeitosa mas confiante que ela me interessa, esforçar-me por mudar para melhor como ser humano, ser ligeiramente egoísta porque me preocupo em conquistar coisas que desejo sem pisar nos outros, não permitir que outros me manipulem, intimidem, façam o que quiserem comigo em ambiente familiar ou de trabalho, ser honesto e dizer as coisas diretamente e sem voltas, de maneira clara e objetiva, expressando o que eu quero, então sou um "macho tóxico".
Se para ser homem em nosso tempo preciso ser extremamente frágil, covarde, ter medo de atuar, ser muito instável emocionalmente quase sempre, extremamente inseguro, passivo na maioria das situações, com medo de enfrentar o mundo, conformista, extremamente carente, dependente, incapaz de me levantar quando caio, bom...talvez então eu não seja homem. Precisarei encontrar um novo termo para fazer referência ao que sou.
Indico assistir o filme francês “Je ne suis pas un homme facile”. Tem na Netflix
Pareceu uma crítica vazia. Sei que a intenção era "se colocar no lugar", mas pra isso funcionar, uma continuação onde as mulheres desse universo tentassem ser ouvidas e fossem negligenciadas, dizendo que elas já têm esse "privilégio" e que a figura feminina já é o "centro" da sociedade.
Flor, sério que você acha que hoje mulheres e homens são iguais? E que a nossa única diferença é que um gesta e o outro não? E o que o seu corpo faz para gestar mesmo que você escolha não gestar? E todos os altos e baixos hormonais que deixam a gente de várias maneiras diferentes durante um ciclo? Eu fico confusa sobre tudo ser construção social... e mesmo sendo, o que é o que não é, não fica extremamente confuso?
nossa, estou muito reflexiva e bem confusa. mas como enfrentar o medo de forma saudável? como abraçar essa fragilidade? e isso tudo ao mesmo tempo sozinho? kkkkkkk até sobre a questão maternal ou paterna, esses pais que sempre estiveram ali presente... a angústia insuportável de se estar em perigo, penso sobre o quão somos intrínsecos "abandonados".. é tudo muito doloroso rasga a gente quebra kkkk não deve ter feito o menor sentido mas anyway
Flor você é tão incrível. Tenho algo para te falar que acho de grande importância para sintonizar no sagrado.
Plantar sua lua.
Todo seu sangue, gotinha por gotinha, em vez de poluir o planeta com seu sangue . Você devolve ele a terra. Cada gota. E deixe o ritual que você sentir nesse mimento surgir. Lunar. Menstruar, sintoniza de volta nosso feminino com a mãe Terra. E ao fazer isso recebemos nosso sangue como honra e compreensão do ciclo lunar que a lua faz dentro de nós. E não precisa chamar de sagrado. Apesar de que essa palavra vem quando você faz isso. Eu nunca participei de nenhum movimento específico do sagrado feminino. Mas ao praticar o ritual de plantar a lua, me conectei com o poder se criação, que é cíclico e que recebemos todo mês, trazendo dentro do útero a comunicação da lua, e você como ser feminino, faz a comunicação da lua de dentro com a terra lá fora. E vai receber essa ligação nesse corpo natureza que você mesma já tá falando nesse vídeo.
O sagrado masculino, zela por isso.
Porque sabe que eh a partir desse feminino encontrado que se constrói nesse mundo. Sendo o masculino representado por essa energia solar que ilumina a lua e é constante. Divino e lindo. Como amamos que seja.
A diferença homem mulher não é só a capacidade de gerar vida. É reconhecer na mulher esse portal mensal ou lunar a cada ciclo da lua, natural com a terra.
Eh muito bom A diferença do feminino e do masculino, quando ambos não negam essa comunicação viva que o feminino tem com a terra.
Somos a ponte para o masculino sintonizar com o tempo natural das coisas.
Porque temos o ciclo do tempo lunar vivo denteo de nós.
Como a galinha que marca o tempo de choco do ovo.
E todo feminino.
Marcamos o tempo na terra em nossos ciclos.
O homem também tem o tempo vivo dentro dele.
Mais inconsciente.
E mais ligado com a constância do caminho solar.
Nos mulheres por recebermos o ciclo da lua ativo em nós, temos um princípio mais ativo,chamando para o despertar desse sagrado.
E viver no mundo das sincronicidades.
Que não eh o feminino querendo agradar.
Mas que honra sua ponte no todo cósmico da criação.
Somos portal de criação da vida nesse planeta.
Representamos a porta de chegada de toda a humanidade vivente.
Não a toa todo mês podemos receber esse poder de criação no nosso útero e converter a energia dos ciclos hormonais na limpeza, compreensão e na ação para criar e colaborar com a criação de tudo.
Tá tudo no nosso útero.
E tudo bem que não se registre nada sobre o feminino ao longo da história.
Carregamos nossa memória ancestral no nosso útero. Assim como no centro da terra. A mulher de 10.000 de anos que vive nessa terra.
É só acessar.
Vou iniciar a tarde ótima com o vídeo de vocês e a masculinidade é tóxica sim tanto pro homem ou mulher
Quando ouvi que toda masculinidade é tóxica não concordei, estou refletindo sobre isso ainda... logo de pronto me veio que o biológico influencia um pouco algumas questões de gênero, mas gênero seria o mesmo que sexo? Para mim masculinidade tóxica é aquela que aprisiona o indivíduo e explora o o outro sexo/gênero diferente do seu, mas qualquer gesto de masculinidade é maléfico? Acho estranho isso, mas ainda estou em construção sobre isso.
Oi Manu e Flor. Legal o debate! Fiquei aqui entretida na diferença humano × animal. No momento estou influenciada pela minha nova descoberta: Bataille. Então fico pensando no erotismo.... eu acho que isso é uma diferença importante quanto aos animais (bem mais que a cultura). E é nessa esfera que eu penso o feminino, masculino, y, z ou w... não importa. A pergunta é: qual a diferença minima para rolar erotismo? Está só no corpo?
Introdução mais fofa de todos os tempos!
O duro é qualquer generalização a respeito do tema, existimos enquanto sujeitos por conta da entrada na cultura e frente a isso tudo é performance, pra além da problemática do gênero inclusive.
Muito interessante o vídeo! Me deu vontade de falar sobre várias coisas kkkkk vou tentar fazer um comentário o mínimo confuso possível. Bem, começando que, ao que me parece, a raiva tem sempre a função de dar limite, tanto pro externo quanto pro interno e isso tem td a ver com a masculinidade tóxica e a questão do medo, citada pelo manu, meio que um medo constante dos homens da vulnerabilidade mesmo. Outra coisa é que realmente essa construção do masculino ligado ao patriarcado é péssima e tem chegado até em mulheres que, quando chegam a posições de poder, como CEO de empresas, se veêm obrigadas a atuar de forma violenta, por exemplo. E, por fim heheh, acho que tem sim coisas positivas na construção de gênero (sim, sou meio contra o feminismo radical) pq, caso contrário nem existiriam pessoas trans, isso não seria muito uma questão. O que eu acho é que, com o avanço da humanidade, o gênero tem ocupado cada vez um espaço apenas de estética, o que ocupa sim, uma grande parte das nossas vidas e afetos tanto positivos quanto negativos. Por exemplo, para um homem trans, me parece relevante ser lido estéticamente como homem, e, acima de tudo como bonito... Pelo menos pra si mesmo, eu acho. Todos nós queremos ser bonitos, e essas construções de beleza aparentemente passam muito pela questão do gênero, mesmo que a divisão entre masculino e feminino não seja tão claro, como em pessoas andrógenas.
Ah e também acho que na psicologia analítica existe um conceito de masculinidade e feminilidade, como espécies de princípios; o masculino como mais rígido, direto, assertivo e o feminino como fluído, leve... Algo do tipo.... E o ideal seria que homens e mulheres tivessem esses dois princípios bem equilibrados em si.
Manu fale mais sobre essa questão mãe bebê e crianças adotadas
A raiva é um indicador de ausência. Naquilo que falta aparece a raiva. Se o que falta, se o que está ausente é a fonte real da carência ou se é uma construção sobre a fonte real da carência não importa: a ausência, a carência será percebida como raiva; e não como aquilo que falta. Sem saber o que nos falta, vivemos em raiva portanto. Conhecer e entender pra mim pode ser definido pelos objetos que cada pessoa têm como foco de raiva. Ė muito comum, por exemplo, confundir-se a presença de Oxigênio com a presença de ar, ou ainda: confundir-se um local com venilador ligado com um local ventilado; em ambas as situaçōoes o que nos falta é o Oxigênio. E, ainda assim, a raiva que surge é só e apenasmente para termos acesso à janela e colocarmos Oxigênio para dentro do local: vocês se surpreenderiam com quantas brigas e discussões cessam naturalmente, em poucas dezenas de segundos, após abrir a janela da sala, do quarto ou do carro. No carro, há consideraçōes também relevantes a implicações da raiva no trânsito. Alimento 9saber preparar a própria refeićão) também é, portanto, outro exemplo de como a raiva é não mais que um sinalizador de alarme. Agora, se o alarme do carro fica tocando e ninguém desliga, pode incomidar muito. O prazer de não ter raiva só é vivido quando sabemos que Oxigênio e alimento desligam o alarme que é a raiva. Obviamente, admitindo-se que a pessoa tem a opção de abrir a janela e de ter acesso a fazer o alimento. Acho que escrito assim dá pra entender, isto que pra mim é uma experiência de vida.
quase não vi ess vídeo, pq achei boba a discussão. pra mim, óbvio que nem toda masculinidade é tóxica e nem toda feminilidade é frágil.
Mas que bom que eu assisti pq tenho algumas coisas pra acrescentar a discussão. Como vocês passaram o vídeo todo chamando por biológues, vou me apresentar como bióloga evolutiva, fiz mestrado estudando comportamento social de primatas, inclusive com algumas referências parecidas com as do emanual, tipo o panksep que ele citou nesse vídeo. mas isso foi a uma vida atrás, hoje moro no mato e levo uma vida permacultural e de serviço espiritual para a humanidade.
Então vamo lá, queria indicar um vídeo sobre DIMORFISMO SEXUAL EM HUMANOS do canal METEORO. nesse vídeo, eles falam sobre como nos humanos a diferença física entre homens e mulheres não é tão grande. Mas que na nossa espécies as diferenças entre sexo acabam se engradecendo graças a nossa cultura. Eles falam tb que para alguns pesquisadores, e eu sou defensora dessa visão, CULTURA É UM FENÔMENO BIOLÓGICO, já que por mais que a gente goste de esquecer (e senti muito forte isso na fala da flor) nós somos animais, nós viemos da natureza e todo produto humano tem que ser natural também.
Outra coisa que NÓS PESSOAS BRANCAS COLONIZADAS tentemos a esquecer é que existem DIVERSAS OUTRAS CULTURAS que tratam de feminilidade e masculinidade de forma completamente diferente que essa da cultura judaico-cristã em que estamos inseridos. Esquecer disso é achar que o masculino está sempre ligado ao patriarcado e o feminino estará sempre sub-julgado, a não ser que as mulheres se masculinizem-se e tomem conta do que é dos homens hoje em dia - o que eu acho que é uma grande cilada!
Para mim, por conta de nosso histórico evolutivo, existe dentro de cada ser humano (nos mecanismos genéticos, epigenéticos entre tantas outras formas de herança - indico leitura Eva Jablonka) todas as possibilidades de masculinidade e feminilidade que observamos nos comportamentos de outros animais, independente se estamos falando de homem ou mulher. Nós somos seres duais, como já li em alguns outros comentários, masculino e feminino coexistem em todos nós. Achar que masculinidade é sempre tóxica é se prender demais ao próprio patriarcado. Se a luta é para demoli-lo, precisamos olhar além dele, para outras culturas humanas e não-humanas também.
Ah, continuei pensando nessas questões e quero adcionar um biologuês: ao descobrir uma nova espécie sexuada, para definir os gêneros não vamos encontrar pênis e vaginas ou até mesmo cromossomos xx e xy. Isso varia muuuito, cromossomos sexuais podem varias em tipos e números.
Porém macho é aquele que produz vaaaarios gametas e os coloca no mundo de forma meio que ilimitada. Fêmea é quem produz gametas mas custosos energeticamente e, muitas vezes, recebe e cuida, mesmo que em espécies que não tem gestação interna.
Assim, podemos observar que gametas macho são um recurso abuntande, enquanto os de fêmea são mais raros e custosos. Por isso" o papel do macho é o de proteção do grupo ou da família. Não por eles serem mais fortes, mas por eles não serem um recurso limitante.
Um macho pode inseminar várias fêmeas, já una fêmea só pode receber de fato o gameta de um macho por vez (há variações, mas sempre nesse sentido).
Então os macho desenvolvem a força física, como no caso dos gorilas que são muito maiores que as fêmeas, ou desenvolvem atrativos sexuais enorme, como no caso de pássaros, que acabam deixando eles mais vulneráveis aos predadores porque eles são um recurso mais descartável mesmo. Tanto que a fêmea da aranha come a cabeça do macho depois da copula para dar energia para desenvolver os ovos.
A função do macho é então a de tomar os riscos. E isso não é coisa pouca não.
A partir da propriedade privada que tudo começou a degringolar, aí a bióloga aquinpassa a palavra.
Freud fala muita bosta a respeito da feminilidade. Acho que nem cabe usá-lo pra falar sobre nada relativo a mulher. Então, concordo com a flor no sentido de que a construção da masculinidade está muito atrelada ao patriarcado, um dos exemplos é esse, de usarem Freud até hoje para questões em que ele não serve mais, questões como nesse sentido, em que ele já é obsoleto (podem me julgar), mas acho que ele só tem esse espaço e reconhecimento até hoje por que ele reforça muitos dos preconceitos que ainda perduram.
O Freud falou merda em alguns momentos, mas ele simplesmente fundamentou toda a Psicanálise. Ele inventou a bagaça DO NADA. Não é como se ele nunca fosse contestado e como se só houvesse ele para a psicanálise, mas ele foi o primeiro e estabeleceu paradigmas para o Campo. Mesmo para contestar, é necessário conhecer. O cara foi foda.
Há certas coisas biologicamente inatas, estudos (inúmeros deles inclusive) apontando e tornam nítido certas funções dentro do antro social através de conceitos inerentes, sejam eles envolvendo a paternidade ou maternidade. A teoria filosofica que vem se nutrindo desde a primeira onda feminista exclui inúmeras evidências científicas, é quase uma religião ser feminista hoje em dia e negar o papel de mãe obviamente não limitando a mulher a isso, mas evidenciando que a grande maioria possui essa tendência. Tanto o gênero como a "identificação" provêm de uma constante biológica que em dado momento da vida onde o indivíduo já com mais consciência racional pode sim optar por si próprio os caminhos da sua sexualidade tendo em vista o "molde cultural", mas continuará sofrendo a pressão do que é biologicamente inato a ele. Quem discorda disso é favorável ao cientificismo ideológico e anti ciência.
@@appaola Sim, concordo com você Ana. Não estou aqui para tirar o mérito de tooodo o trabalho de Freud. Muitos de seus estudos são sim usados até os dias de hoje na psicanálise. Porém parte do trabalho dele já não é mais aplicável no que se refere a questão de gênero e papéis da mulher na sociedade, e sabemos disso há anos. Da mesma forma que pra mim é abominável usar o termo "darwinismo social" para justificarem o racismo e eugenia (mesmo sabendo que este termo é de extrema distorção dos estudos e da própria teoria da evolução), acredito não ser razoável usar Freud para justificar ou mesmo tentar explicar a redução dos papéis femininos na sociedade (vulgo machistada).
O lance de lançar o conceito de sagrado no masculino e no feminino é justamente elevar o conceito para um âmbito inacessível, pertence aos deuses e devido a isso não cabe na dialética do nosso discurso. O Rudolf Otto vai conceituar muito bem sobre essa "apreensão" do que seria o Sagrado e quais as consequências sobre as nossas experiências.
10:10 aaaaaaaaaaah eu amo ver esse contraste em vocês hahaha
Gente! Sagrado feminino não quer dizer o que a Flor colocou com relação à maternidade. O sagrado feminino, pelo pouco que já pude estudar, fala da questão energética, do Yin e do Yang, que um representa a energia feminina (então sim, a questão do acolher, do cuidar..) e o outro representa a energia masculina (que está associada a força, a questão da agressividade mesmo) e que TODXS nós temos as duas energias e que inclusive adoecemos quando temos um desequilíbrio entre essas energias. Eu já li inclusive, e que para mim fez todo sentido, que o machismo e o sistema patriarcal é a energia masculina adoecida.
Mas enfim, é isso, essa seria uma das vezes que eu preferiria mandar um áudio de 10 min do que escrever digitando no celular, principalmente rsrsrs. Mas olha, eu queria dizer que amo vcs e que vcs leram minha mente, só pode! Passei o dia todo pensando sobre essa temática e eu juro que não lembro ter ouvido que essa seria uma provável temática para um vídeo subsequente. E gratidão (hehehe) pelo momento juntxs. Juro que eu fico querendo dar minha opinião na hora, acho q vou começar a pausar o vídeo para me colocar e depois continuar, mas ñ sei se daria certo tb... kkkk. Enfim, beijoss.
Venho novamente trazer a questão do sagrado feminino... Embora tenha colocado um ponto que achei interessante quando estudava sobre a temática, não falei primordialmente sobre o que o sagrado feminino aborda. Ele trás primordialmente o útero, tanto em sua forma material como energética, como o órgão sagrado do feminino. Fala da relação que a mulher tem com ele e como ele se expressa especialmente no momento menstrual. O sagrado feminino fala sobre as memórias emocionais e ancestrais que ficam registradas no útero. Ele ressignifica o útero para nós, mulheres, pois na sociedade patriarcal o útero e tudo o que ele gera acaba sendo pecado. Trás portanto, a discussão do machismo também.
Amo esse casal, amo esse canal, e é incrível como pode existir esse afeto (a distância, sem conhecer) pessoas que em alguns pontos pensam tão diferentemente! No meu entendimento, o sagrado masculino e o sagrado feminino derivam da Imago Dei: a imagem e semelhança de Deus (que não tem gênero, mas é espelhado diferentemente nos dois, e que encarnou em um, nascendo do outro) presente em cada ser humano. Daí tem algo que une e iguala a todos, que é essa dignidade inata, de ser sagrado, independente do que você faz ou deixa de fazer (assim, não teria essa que a Flor sugeriu de perder seu sagrado feminino se você não gestacionar, enfim). Por outro lado, "Deus criou macho e fêmea" traz uma diferenciação inata, refletida (por ex., de maneira bem simplista) nesse conjunto onde a mulher carrega o bêbe por 9 meses e fica, de certa maneira, incapacitada, enquanto o homem "apenas" fecunda e daí haveria de suprir para essa mãe e bb ao longo (e para além) desse momento. Daí extrapolaria muita coisa disso... diferenças, divisão de trabalho e atribuições, mas sem opressão ou destruição da individualidade de cada um.
O que me incomoda pensar em "há algo de bom no feminino ou no masculino" é que mesmo que se encontre algo bom, esse algo deixa de ser bom ou necessário para o outro gênero. Exemplo, há um concesso que mães precisam ser cuidadosas, a partir disso, qualquer coisa que o pai faça vira o ápice, enquanto para as mães se torna a obrigação.
Essa questão do medo/agressividade faz todo sentido
Flor do céu que blusa marlindaaa
Bom dia Flor e Manu!!
Na verdade, o gênero é algo construído, enquanto o que é biológico é o sexo. A Judith Butler diz que gênero é algo que -fazemos- e não que somos, pois é um processo que não tem origem nem fim. Esse “fazer” do gênero vem da performatividade reiterada dos atos, que aborda a ideia de que não há um corpo generificado natural anterior ao já existente, mas um corpo que preexiste à sua inscrição natural.
Oi Flor e Manu, td bem? Eu sou uma daquelas que faz parte de grupos de estudos sobre feminino e masculino, mas sob uma perspectiva simbólica de arquétipos mitológicos. É importante para nós do grupo, lembrar que feminino e masculino não diz respeito à homens e mulheres, mas a determinadas forças ou impulsos que se assemelham mais ou menos com determinadas figuras mitológicas, como marte e vênus, por exemplo. características que existem em qualquer gênero. Entendemos também que o feminino e masculino não são sagrados pelo suas capacidades reprodutivas, mas por existirem por si. Nesse sentido, não posso acreditar que toda a masculinidade é tóxica, se conceber que há masculinidades em mim também, uma mulher cis.
Gostaria que vocês analisassem o livro Tábula Rasa, do Steven Pinker.
Peço pra falar sobre essa relação mãe bebê e crianças que não são criadas pela pessoa que deu a luz porque acho que dá muito pano pra manga além de ser de meu interesse pois sou adotada e já ouvi psicólogo dizer que a adoção é um processo que tem tudo pra dar errado e eu obviamente não concordo.
Amoooo vcs
Adoro vcs! 😘
Florzinha sempre no final do vídeo colocando a polêmica. Kkkkk
gnte, esse vídeo não deu hj, desculpa. Volto no próximo 🤷🏽♀️
Pourran... Rolou uma decepção aqui viu...
Foi péssimo
Olha, confesso que achei tudo muito confuso. Para mim gêneros, masculinidade, feminino, e todas nomenclaturas, taxonomias, existem para tentar classificar e satisfazer essa necessidade de colocarmos tudo em uma grande caixa. E no final, o que estamos tentando desfazer nesse nó que foi e ainda é o patriarcado é justamente parar de classificar. Ou seja, tentando fazer isso novamente olhando os animais e os humanos, comparando-os. Para mim é novamente colocar tudo numa caixinha. Nao sei se funciona. Será que a função da discussão deveria ser não construir nada? Deixar tudo aberto... n sei. Realmente acho que os papeis e tudo q trouxeram parecem ser só essas caixinhas.
Oi! Gosto muito do canal de vcs! Entretanto, gostaria de ouvir mais o que o Manu tem a falar.