Eu entendi um amor por si só. Um amor sem motivo. O amor sem motivo é uma contemplação a natureza de tudo. É um êxtase da própria existência. É a contemplação da vida por si mesma. É a contemplação por esta oportunidade de vivê-la. É a simples alegria de viver.
Para muitos, inclusive para mim, o maior de todos os gênios da história da humanidade, Marx, escreveu seus Manuscritos econômico-filosóficos sob a influência das leituras que fez de Espinosa. E isto não é pouca coisa. Para se ter uma ideia da dimensão disto, os Manuscritos são as bases filosóficas,ontológicas de todo o edifício teórico de Marx. E é gigante, sabemos.
Gente, essa aula ficou muito boa. E devo dizer que não achei nada contraditória essa noção de amor em Espinosa. Na minha cabeça fez todo sentido, até a parte da destruição. 😅
No exemplo da maçã no min 38 em diante fica parecendo q Spinoza compartilha de uma tese empirista no qual a ideia é uma produção segunda das impressões do corpo. Mas sei q está errado, pois Spinoza tem uma visão monista. Corpo e mente são isonômicos. Assim a noção de ideia não ficou claro pra mim. Obs:aula incrível, sou um iniciante em Spinoza!
Olá, Edilvan Não está errado não. Espinosa é um racionalista bastante sui generis. Leia a segunda parte da Ética para saber mais sobre a maneira como a mente produz ideias. São três tipos de ideias. No caso do exemplo das maçãs, tratamos do primeiro tipo, imagens ou noções universais. A relação mente/corpo em Espinosa é monista, sim, mas de um jeito bastante interessante, onde mente e corpo se diferenciam ainda que estejam relacionadas, pois participam de atributos diferentes da substância. Obrigado!
@@razaoinadequada seguindo o vídeo, outra dificuldade no momento é sobre a liberdade: vejo um determinismo (a razão adequada como orientação da razão para a cadeia complexa de relações causais). Porém em alguns momentos parece que as paixões ativas dependem de mim, do adequar minha razão e portanto parece que há escolha em orientar minha razão para encontros felizes, que aumentem meu conatus. Enfim, as coisas são como são, não há livre-arbítrio, ou posso escolher ter encontros alegres ou tristes? poderia me ajudar com essa questão? vendo na página do razão inadequada os cursos, muitos bons. quais os que estão para acontecer ainda?
"Uma vezes que a Razão não nega à natureza(Deus), ela pede, por conseguinte, que o indivíduo ame a si mesmo e busque aquilo que lhe é efetivamente útil." Ora, justamente pelo fato do indivíduo amar a si mesmo é que ele buscará se unir ao outro por compreender a utilidade dessa união. Ele não tem como objeto de amor o outro, mas a compreensão de que a união com o outro é útil.
@@razaoinadequada Compreendo. Mas acho que Spinoza sugere que o amor ao outro é menos valioso para o indivíduo do que o amor a si mesmo. Inclusive, é somente por amor a si mesmo que se chega ao outro.
Curiosamente vocês ignoram completamente o facto de que Leão Hebreu escreveu os “Diálogos do Amor” 100 anos antes do Espinosa nascer, que Espinosa tinha o livro em sua casa (comprovadamente pelos registos do seu espólio) e que há um consenso muito grande de que a noção de amor e afetos de Espinosa é profundamente influenciada por Leão Hebreu. Entendo que por venderem cursos vocês tentam maximizar a importância de quem vocês tratam, mas Espinosa não precisa disso, acho até que ele ficaria profundamente desapontado em saber que alguém ignora a história da filosofia e ignora a influência de Leão Hebreu. Não esqueça que “ler” um autor sem ler os trabalhos que lhe influenciaram é o mesmo que nunca ter profundidade do que se fala sobre ele.
Olá, L. Não dá pra abordar tudo em hora e meia de aula. Além do mais, a ideia da aula era apresentar resumidamente o conceito de Amor para depois pensar a partir de seus limites. Uma aula sobre Leão Hebreu seria interessante também, mas seria outra proposta. O conteúdo não foi decidido em relação à necessidade de vender o curso, embora a gente viva de dar aulas, o que não é fácil e, sabendo disso, você poderia mostrar um pouco mais de consideração. De qualquer maneira, agradecemos.
@@razaoinadequada Hey vocês fazem um ótimo trabalho, não me entendam mal, apenas não gostei de lhes assistir a forçar a história da filosofia para dizer que Espinosa foi o primeiro a tratar dos afetos daquela maneira etc. a questão do amor intelectual é algo já muito bem tratado pelo Leão Hebreu. Espinosa é um filósofo apaixonante eu sei, então é comum que seus estudiosos vão com muita paixão. Outro dia vi um especialista inglês de Espinosa a dizer que ele é o primeiro a fazer uma crítica estrutural à Bíblia/Torá, ora depois da grande descoberta de 1990 hoje nós sabemos que isso não é verdade, sendo ele é um herdeiro das ideias de Uriel da Costa, aliás a influência de Uriel da Costa sobre a filosofia espinosana já foi tratada por desde grandes especialistas em Espinosa como seu biógrafo Nadler até pelo mundo da pintura com aquele célebre quadro de 1901 do Heisenberg. Por mais apaixonados que nós sejamos por Espinosa temos de ter sempre o cuidado de saber o seu contexto histórico, isso é fundamental em filosofia, vocês com certeza sabem disso, sei que pelo tempo que têm pode ser difícil mas tipo pelo menos uma menção de contexto histórico de 30 segundos seria mais informativo do que um “nunca antes na história….”, ou “Espinosa foi o primeiro a… etc”, isso não ajuda em coisa alguma e tende a quase sempre ser intelectualmente desonesto. Um abraço e continuem a espalhar conhecimento, o TH-cam precisa de mais canais assim ❤️
@@LHollan Respeito seu acréscimo, mas acho que não tem nada a ver com desonestidade intelectual, tem a ver com o escopo de uma aula e os interesses que ela move. Espinosa foi um dos primeiros a tratar geometricamente dos afetos, isso é amplamente reconhecido e se alguma expressão que dissemos foi algum exagero, é algo que faz parte da dinâmica de uma aula ao vivo. Obrigado.
![[Espinosa Subversivo] Apresentação](http://i.ytimg.com/vi/mfxLZQi1674/mqdefault.jpg)
![[Espinosa Subversivo] Apresentação](/img/tr.png)
Eu entendi um amor por si só. Um amor sem motivo. O amor sem motivo é uma contemplação a natureza de tudo. É um êxtase da própria existência. É a contemplação da vida por si mesma. É a contemplação por esta oportunidade de vivê-la. É a simples alegria de viver.
Para muitos, inclusive para mim, o maior de todos os gênios da história da humanidade, Marx, escreveu seus Manuscritos econômico-filosóficos sob a influência das leituras que fez de Espinosa. E isto não é pouca coisa. Para se ter uma ideia da dimensão disto, os Manuscritos são as bases filosóficas,ontológicas de todo o edifício teórico de Marx. E é gigante, sabemos.
Olá Rafael boa noite!
Amei sua abordagem no programa do MHM
36:00 45:00
Essa questão da relação finito/infinito em Nietzsche e Espinosa é muito rica!
23:47 início do assunto 😅
Que didática incrível. Que aula fantástica! Obrigado
Oi Felipe Claro
Que faça sentido a nós!
26:14 na aula de hoje… o início da aula!
muito bom 👏🏼👏🏼👏🏼 Espinoza 💖
eu pensei : ele vai chegar na não monogomia 😄👀
morte ao amor romântico ❤🔥
Eu fiz o curso Espinosa o que podem os afetos e adorei, só depois do curso consegui ter uma noção clara dos afetos em Espinosa.
Gente, essa aula ficou muito boa. E devo dizer que não achei nada contraditória essa noção de amor em Espinosa. Na minha cabeça fez todo sentido, até a parte da destruição. 😅
Hahahaha, o conceito espinosista é incrível.
O amor está entre aquilo que mente e aquilo que fede " cioran
No exemplo da maçã no min 38 em diante fica parecendo q Spinoza compartilha de uma tese empirista no qual a ideia é uma produção segunda das impressões do corpo. Mas sei q está errado, pois Spinoza tem uma visão monista. Corpo e mente são isonômicos. Assim a noção de ideia não ficou claro pra mim.
Obs:aula incrível, sou um iniciante em Spinoza!
Olá, Edilvan
Não está errado não. Espinosa é um racionalista bastante sui generis.
Leia a segunda parte da Ética para saber mais sobre a maneira como a mente produz ideias. São três tipos de ideias. No caso do exemplo das maçãs, tratamos do primeiro tipo, imagens ou noções universais.
A relação mente/corpo em Espinosa é monista, sim, mas de um jeito bastante interessante, onde mente e corpo se diferenciam ainda que estejam relacionadas, pois participam de atributos diferentes da substância.
Obrigado!
@@razaoinadequada seguindo o vídeo, outra dificuldade no momento é sobre a liberdade: vejo um determinismo (a razão adequada como orientação da razão para a cadeia complexa de relações causais). Porém em alguns momentos parece que as paixões ativas dependem de mim, do adequar minha razão e portanto parece que há escolha em orientar minha razão para encontros felizes, que aumentem meu conatus. Enfim, as coisas são como são, não há livre-arbítrio, ou posso escolher ter encontros alegres ou tristes? poderia me ajudar com essa questão?
vendo na página do razão inadequada os cursos, muitos bons. quais os que estão para acontecer ainda?
"Uma vezes que a Razão não nega à natureza(Deus), ela pede, por conseguinte, que o indivíduo ame a si mesmo e busque aquilo que lhe é efetivamente útil." Ora, justamente pelo fato do indivíduo amar a si mesmo é que ele buscará se unir ao outro por compreender a utilidade dessa união. Ele não tem como objeto de amor o outro, mas a compreensão de que a união com o outro é útil.
Sim, mas ainda assim na Ética tem uma diferença grande entre o amor a si mesmo e o amor ao outro. É daí que partem as questões dessa aula.
@@razaoinadequada Compreendo. Mas acho que Spinoza sugere que o amor ao outro é menos valioso para o indivíduo do que o amor a si mesmo. Inclusive, é somente por amor a si mesmo que se chega ao outro.
Curiosamente vocês ignoram completamente o facto de que Leão Hebreu escreveu os “Diálogos do Amor” 100 anos antes do Espinosa nascer, que Espinosa tinha o livro em sua casa (comprovadamente pelos registos do seu espólio) e que há um consenso muito grande de que a noção de amor e afetos de Espinosa é profundamente influenciada por Leão Hebreu. Entendo que por venderem cursos vocês tentam maximizar a importância de quem vocês tratam, mas Espinosa não precisa disso, acho até que ele ficaria profundamente desapontado em saber que alguém ignora a história da filosofia e ignora a influência de Leão Hebreu. Não esqueça que “ler” um autor sem ler os trabalhos que lhe influenciaram é o mesmo que nunca ter profundidade do que se fala sobre ele.
Olá, L. Não dá pra abordar tudo em hora e meia de aula. Além do mais, a ideia da aula era apresentar resumidamente o conceito de Amor para depois pensar a partir de seus limites. Uma aula sobre Leão Hebreu seria interessante também, mas seria outra proposta. O conteúdo não foi decidido em relação à necessidade de vender o curso, embora a gente viva de dar aulas, o que não é fácil e, sabendo disso, você poderia mostrar um pouco mais de consideração. De qualquer maneira, agradecemos.
@@razaoinadequada Hey vocês fazem um ótimo trabalho, não me entendam mal, apenas não gostei de lhes assistir a forçar a história da filosofia para dizer que Espinosa foi o primeiro a tratar dos afetos daquela maneira etc. a questão do amor intelectual é algo já muito bem tratado pelo Leão Hebreu. Espinosa é um filósofo apaixonante eu sei, então é comum que seus estudiosos vão com muita paixão. Outro dia vi um especialista inglês de Espinosa a dizer que ele é o primeiro a fazer uma crítica estrutural à Bíblia/Torá, ora depois da grande descoberta de 1990 hoje nós sabemos que isso não é verdade, sendo ele é um herdeiro das ideias de Uriel da Costa, aliás a influência de Uriel da Costa sobre a filosofia espinosana já foi tratada por desde grandes especialistas em Espinosa como seu biógrafo Nadler até pelo mundo da pintura com aquele célebre quadro de 1901 do Heisenberg. Por mais apaixonados que nós sejamos por Espinosa temos de ter sempre o cuidado de saber o seu contexto histórico, isso é fundamental em filosofia, vocês com certeza sabem disso, sei que pelo tempo que têm pode ser difícil mas tipo pelo menos uma menção de contexto histórico de 30 segundos seria mais informativo do que um “nunca antes na história….”, ou “Espinosa foi o primeiro a… etc”, isso não ajuda em coisa alguma e tende a quase sempre ser intelectualmente desonesto. Um abraço e continuem a espalhar conhecimento, o TH-cam precisa de mais canais assim ❤️
@@LHollan Respeito seu acréscimo, mas acho que não tem nada a ver com desonestidade intelectual, tem a ver com o escopo de uma aula e os interesses que ela move. Espinosa foi um dos primeiros a tratar geometricamente dos afetos, isso é amplamente reconhecido e se alguma expressão que dissemos foi algum exagero, é algo que faz parte da dinâmica de uma aula ao vivo. Obrigado.
@@razaoinadequada Nao disse no caso do deste canal, falei duma forma geral, tipo é comum acontecer, até entre especialistas já vi acontecer
Eu acho quê:ser o proprio filósofo é mais fácil do que estudar filosofia de outro .