Adoro falar de tropos! Sinto que os comentários aqui ficam de alto nível em videos como esse hehehehe Joguem suas opiniões aqui pra gente levar pro #respondonalive no Domingo ;)
Muito bem colocado! Eu já tinha reparado nisso. O péssimo poder de interpretação de uns e a má caratice do outros que forçam uma leitura errônea e distorcem o que foi dito.
Um exemplo muito bom disto é o Bojack Horseman. Se passaram 4 temporadas mostrando o quanto ele era era tóxico e cheio de problemas (como obsessividade, depressão, uso excessivo de drogas e coisas assim), mas uma galera sempre cultuou ele, achava que ele era demais e que se devia seguir ele como um exemplo. Até que chega a 5 temporada, que é basicamente o diretor, fazendo uma espécie de metalinguagem, colocando parte da essência do personagem (Bojack) em um papel que ele mesmo irá interpretar na série e ainda mesclando com os problemas que ele passa na vida cotidiana dele (chegando ao ponto de ambas se misturarem), para ver se a galera se tocava o quão ruim era ser o Bojack e que ele era doente e precisava de ajuda, que ele não era um simbolo positivo, ou algo do tipo. Contudo, você tem em muitos grupos, páginas e discussões na internet, sobre o quão Bojack (o personagem) é legal, que ele era só uma vitima e que estava tudo justificado, só por ele ser uma pessoa doente.
Um exemplo dessa distorção é o capitão Nascimento do filme tropa de Elite, a idéia é que ele é o cara mau da história tanto quanto os outros, mas no fim das contas virou herói nacional.
Me lembrou uma entrevista com o Chuck Palaniuk, em que ele dizia que muita gente veio falar com ele que se inspirou no Tyler do Clube da Luta e saiu batendo nos outros, e principalmente cozinheiros e garçons de restaurantes famosos que "faziam coisas" pra zoar a comida das pessoas
@@RaphaCPinheiro com certeza faz. É difícil entender na prática. Por isso é importante existirem debates como este. Para falar, expor o problema e aprender.
Também acho importante apontar que muitas vezes o próprio trabalho de paródia não se ajuda. Eu gosto de pensar no primeiro Tropa de Elite, que todo mundo sabe (ou deveria saber) que é uma representação supostamente realista e crítica da Polícia Militar... mas aí tem aquela cena da operação no morro com a música tema pelo Tihuana que é a pura representação do "cool" de filme de ação tradicional. Além daquele monte de frases de efeito que não são faladas com ironia alguma do texto (que eu sei que são ditas por um policial com zero autoconsciência, mas se o ponto fosse satirizar um clichê de filme, não é feito o devido esforço para tal). Tanto é isso que o roteiro tenta se retratar de forma mais explícita na sequência, mas aí o estrago já tava feito e os reaças tinham um ídolo novo. Outro exemplo que eu gosto (ou melhor, não gosto) é aquele 500 Dias Com Ela, que supostamente (de acordo com o próprio diretor/roteirista) estaria criticando os relacionamentos projetados e comportamento obsessivo... mas o filme abre com um texto literalmente chamando a mulher que inspirou o interesse amoroso do filme de vadia. Tipo... cara??? Nossa, por que será que entenderam seu filme errado, né? Puta merda. Obs: desculpa o desabafo no final, precisava falar disso pra alguém (ou pra alguma seção de comentários, no caso).
Tropa de Elite não se enquadra como paródia. Paraodia é velozes e Furiosos missão Rio em a policia militar é tão corrupta que o dinheiro do vilão é protegido na sede da policia militar do Rio de Janeiro. Na cena em que o The Rock tenta enquadrar o Vin Diesel e o The Tock e cercado pelos bandidos e Vin Diesel diz: "Isso é Brasil!!"
@@irinaiturriO nome disso seria ironia, o Juiz Dredd é "f0d40", mas por trás dessa "f0dice" existe um personagem que não é exemplar, o mesmo ocorre com Robocop e o Capitão Nascimento. As pessoas que entenderam errado
O fato é Só temos poder sobre o que criamos não sobre a interpretação dos outros a respeito (a exemplo do Watchmen mesmo, o Alan Moore fez como crítica, mas há quem o acuse de concordar com o Rocharch, já que é criação dele) Pode na capa e na contra capa estar escrito com cores gritantes e letras garrafais ocupando todo espaço que seria da imagem os dizeres "isso é uma ficção" e ainda ter mais umas duas a quatro páginas dentro da revista explicando cada personagem, e o valor crítico de cada um, que ainda assim, o autor será julgado. E nem colocar observações explicativas em cada página ou mesmo quadro iria mudar isso. A Lei de Poe meio que declara a morte do sarcasmo Porém é inútil, a única forma de não sermos julgados pela má interpretação de nossas obras, é simplesmente não produzir nada.
Esse vídeo eu vou ter que caprichar no comentário XD Primeiramente, fiquei imensamente feliz de você ter mencionado o meu trabalho "Bronze Skin Inc" ( tapas.io/series/Bronze-Skin-Inc-PT-BR ) no seu vídeo, é uma honra para mim! E claro que não pegou mal, eu não tenho vergonha , nem discordo o que disse sobre a minha HQ! Eu concordo com tudo que disse sobre a Lei de Põe, mas eu acho que é algo ainda mais complexo, que não se aplica apenas em paródias, uma historia séria pode apresentar um vilão, e o discurso dele, que o autor pode querer demonstrar como errado, ser visto como benevolente, ou ate mesmo uma interpretação ambígua do herói e do que o autor quis dizer. A questão que eu vejo é que as pessoas procuram o que querem nas mídias que consomem, e mesmo uma informação que pareça ser objetiva, pode ser subjetivada. Então alem do autor ter que tomar cuidado ao aplicar suas mensagens na historia, também importante ele ter muita certeza da mensagem que esta querendo passar, e ser responsável ao aplicá-la, pensando ao máximo como isso vai influenciar o publico! Quanto a minha HQ, eu é o caminho que encontrei. Vendo uma HQ mensal 18+ que me sustenta, e ainda sem querer perder esse publico inicial, faço a Bronze-Skin com um fan-service leve. Eu segui o exemplo dos japoneses ao tentar estruturar uma carreira nos quadrinhos, mas diferente do padrão de sexualização, eu tento mostrar para o publico que mulheres podem ser atraentes por serem poderosas e donas de si. Claro que enxergo tudo pelo Male Gaze, então posso estar fazendo tudo errado, mas estou sempre atento aos feedbacks, principalmente femininos, para me lapidar! Mas entendo ser uma escolha ousada, que apresenta diversos riscos, como os que você apresentou muito bem no vídeo. Ate agora estou conseguindo ir bem, mas preciso muito bem conhecer , e SEMPRE relembrar , refletir e aprender sobre os limites de ate onde eu posso ir. Me desculpe pelo textão massante, eu sei que sou bem chato, mas não estou criticando,só me empolguei um pouco pq não tenho com quem conversar essas coisas, e fiquei muito feliz ao ser lembrado, de verdade! Muito obrigado, principalmente pela paciência ao ler o comentário! =D
Foi-se o tempo em que eu lia "essa é uma obra de ficção" e dizia "tá aí um trabalho que é a prova de idiota!" - hoje em dia tem que escrever, desenhar, apontar, ainda assim bode vai entender errado!
Eis minha visão no Rorschach, muito baseada em ensaios do canal Tralhas Do Jon. Alerta de SPOILERS e Alerta de TEXTÃO: Perceber o Rorschach como herói é a mais pura forma de extrair os elementos mais superficiais possíveis de uma obra. É quase como se as pessoas ignorassem os apêndices finais, o que não me surpreenderia visto que eu com 13 anos pulei. Como o Rapha disse, os personagens são paródias/desconstruções de personagens de cueca e colante. Os melhores exemplos são o Coruja e o Rorschach, que são facetas diferentes de anti-heróis ou até heróis como Batman, um sendo a fantasia, masculina e infantil, de poder no espectro super-heróico e o outro sendo o quão problemático é esse tipo de personagem sisudo. Não precisa mergulhar muito pra chegar na conclusão que todos os personagens tem alguma virtude, mas igualmente tem falhas. Em alguns casos, suas virtudes são suas maiores falhas e vice-versa. O Rorschach pode ser o personagem mais obstinado e mais focado em seu objetivo. Poxa, ele descobriu toda a conspiração Veidt. Já usaram isso como argumento a favor de ele ser objetivamente "bom", o qual eu respondo: É fácil descobrir uma conspiração quando você tem 7000 delas se desenvolvendo na sua mente. E quanto a sua obstinação, é isso que ele tem como vida, a perseguição perpétua de validação das suas perspectivas morais. O Rorschach não liga pras implicações e nuances que suas ações podem gerar. Não à toa ele prefere morrer à torcer o braço pro Veidt. E no fim, essa jornada dele é inútil e totalmente egocêntrica. E até agora eu nem entrei em aspectos que algumas pessoas chamariam de "lacradadores", como o seu repúdio contra a figura feminina madura, pois essa, diferente da menininha de vestidinho e cachinhos, não preservou sua pureza e agora é nada mais que um poço de promiscuidade. Tem a homofobia dele, provavelmente gerada por reprimir sua sexualidade (percebam seu sorriso com o Coruja e o quanto ele fica desconsertado), e a coisa mais gritante que essas pessoas não percebem: O maniqueísmo extremista, representado pelas cores da máscara dele não se misturarem. Eu me sinto até meio idiota em ter que falar essas paradas que deveriam ser óbvias. E o cúmulo é se a HQ escrita pelo Tom King existir apenas para explicar pq o Rorschach não é "bom", como se supremacistas brancos na série da HBO não fosse o suficiente.
O texto publicado sai do controle do autor. Aberto ao público, ele tb fica aberto a todos os tipos de interpretações e/ou deturbações possíveis. Cultura e sociedade tb influenciam muito isso esse processo. O retrato de dorian gray, por exemplo, foi considerado um atentado violento ao pudor qdo publicado, hj é considerado uma obra-prima. O argumento inverso tb pode ser feito, dizer que a terra era redonda e não plana durante um tempo era visto como uma visão extremista. A única forma de mitigar deturbações ou visões extremistas é com educação e bom senso, coisas que faltam muito nos dias de hoje.
O fato da obra ser aberta não isenta o autor da responsabilidade pelas intenções e retratos que ele coloca por lá. É perigoso escrever qualquer coisa sem edução porque corremos o risco de influenciar muito mais gente do que daria pra fazer só na vida privada. Bora buscar o conhecimento!
@@RaphaCPinheiro Sem dúvida nenhuma. Liberdade de expressão não deve ser um cheque em branco. Agora é difícil achar no caso concreto essas fronteiras entre responsabilidade autoral; apologia a determinado ilícito e censura.
Uma outra coisa que falaram e é sempre bom frisar é que as pessoas enxergam o que querem da obra, independentemente do autor ou da obra em si. Se o cara assistir Velozes e Furiosos e quiser ver uma história sobre amizade, ele pode, bem como o contrário. O texto per se é intrínsecamente polisêmico porque o conceito de arte pressupõe um interlocutor que dialoga com sua experiência pessoal para desfrutá-la. Existe obra sem autor (dança folclórica, trabalhos anônimos, etc.), mas não existe obra sem interlocutor.
Mas isso poder ser uma falácia da ladeira escorregadia onde você pressupõe que não cabe ao autor trazer significado. Com isso, dá pra validar qualquer coisa, até o argumento thermiano. Não é porque o interlocutor vai interpretar que o autor não pode imprimir conotação e recomendar certas interpretações ;)
@@RaphaCPinheiro Ah, sim, mas o que eu quis dizer é que o autor imprime significado com muito limite. Correndo o risco de ser óbvio e panfletário se não souber usar da sutileza, mas descambando pra Lei de Poe usando a ironia. No final das contas é uma pita sinuca de bico.
Uma sugestão para um grande vilão do universo guará: poderiam colocar um homem todo de preto com os ideas todos deturpados e com grandes frases de efeito estilo o Rorschach, so q a diferença q ele n seria bem escrito e usaria uma máscara de gás com lentes vermelhas. . . . . Na vdd acho q seria um péssimo vilão esquece isso.
Desde que o mundo é mundo, o ser humano acredita no que quer e melhor lhe convém para se sentir confortável (ou é oprimido, humilhado, torturado até aceitar seja qual questão for e que seu opressor achar conveniente pra si, mas isso é outra história). Acredito que o máximo que um autor deve fazer é ter um senso crítico pra não ter "dor de cabeça". Se vai contar uma história "polêmica" (o que é todo direito desde que não constitua crime), pode ser que cause algum "problema" que tal autor não queira enfrentar. A pessoa pode criar/contar o que quiser, senão vira censura e faz parecer necessário um novo código de ética (em se tratando de quadrinhos). A frase padrão de obra da ficção e que qualquer semelhança é mera coincidência, já existe há tempos, mas não adianta nada se os alienados não a lerem!
Ah, sim das pessoas em geral se espera o pior. Quanto mais pessoas envolvidas, pior é, na verdade. Tipo o pessoal que fez os próprios clubes da Luta ou o Zoológico GW da série Tiger King que começou a receber mais visitantes depois da série na Netflix.
Tanto que o Sensacionalista faz questão de informar que não é jornalismo sério. Pegam uma matéria real e fazem uma piada ou dão uma alfinatada. Lembro que no início deles eu cheguei a ler o headline e acreditar que uma notícia era real de tão escrachado que a nossa política é. Quando entrei no site que fui ver que não era. Muita gente compartilhou o Sensacionalista como se fosse verdade.
@@RaphaCPinheiro Obrigado pela resposta. Respeitosamente penso o contrário. Afinal um homem foi obrigado a tomar cicuta há mais de 2 mil anos por usar ironia em seus ensinamentos e não ser compreendido por seus pares. E ainda há a escola cínica para bagunçar tudo. Complementando: o que pondero como diferença é a questão do imediatismo das decisões de "cancelamento" e "julgamento virtual". Ou talvez nem isso pois o julgamento de Salem está aí também para provar o poder do julgamento popular precipitado.
Acontece e vai acontecer sempre , por mais esmero que você tenha colocado isso na historia, nem todo mundo vai entender o seu ponto de vista, ou pior vai entender errado. Minha resposta é faça a historia para quem você acha que vai entende-la(se tiver sorte, vão entender) e ponto. Caso contrário Rapha, de tanto o cara se preocupar em ser mal compreendido... ele não faz a historia.
Eu não vejo isso acontecer muito não, como em casos relacionados ao de Tomos de Tessa, eu vejo mais é o contrário. Quando eu vejo um filme com certas pessoas e acontece algo muito absurdo eles falam "que filme mentiroso!" ao invés de "é verdade esse filme!". Consegue ser melhor que a lei de Poe, mas é horrível quando a pessoa leva isso muito à sério, parece que não sabe por que tá assistindo um filme ou lendo um livro.
Com a internet e os extremistas, tá ficando cada vez mais comum. Claro que isso é muito mais natural em histórias próximas da realidade, onde temos pessoas "de verdade" fazendo coisas e tomando decisões "reais".
Tem gente maluca que quer encontrar convicção para o que acredita e que tenta validar seu argumento nas palavras de outros, meio que para se convencer e convencer o outro que não é maluca. E com pessoas assim nem adianta discutir, porque elas não procuram esclarecimentos. Elas querem apenas se cercarem de outros malucos que possam aumentar o círculo de indivíduos com a mesma opinião e excluem qualquer um que discorde. Mesmo se você tentar uma divergência amorosa não consegue. Porque os malucos querem mais malucos para reforçarem suas opiniões distorcidas e se essa cambada de malucos se juntarem vão começar a divergir dos que tem opinião contrária, mas dessa vez não será um divergência amorosa.Irá ter gritos, porrada,sangue e discórdia total. Rarara... me empolguei 😅
a questão do Roscharch e do Justiceiro é que eles são retratados como caras muito badasses e que como matam vários bandidos violentos (incluindo vários dos quais é bem dificil ter qualquer compaixão) despertam essa vontade em boa parte do público de querer ser assim (e virarem protetores fodões autonomos) ou de ter autoridades assim os guiando e os protegendo de forma paternalista. Outra coisa que atrapalhou essas interpretações em Watchmen foi o filme do Snyder, cuja leitura e interpretação dele da HQ acaba por glamourizar esse bando de antiherois ao invés de retratá-los como patéticos e decadentes Enfim, imagina tu ser adolescente e assistir o Roscharch no filme matando o estuprador de criança e os prisioneiros desgraçados de formas tão viscerais, gráficas e CATÁRTICAS?! Aí é claro que todos os defeitos do Roscharch ou o modo como ele é um fudido quebrado e de visão deturpada se tornam irrelevantes perante o historico de fodices badasses que exaltam as capacidades marciais e de sobrevivência dele ao longo da historia (mesmo que ele se dê muito mal no final, ele ainda acaba tendo uma certa envergadura moral na crítica que ele faz ao resto da equipe). Só ver como outro antiheroi babaca, hiperviolento, cretino e também uma paródia (o Comediante) acaba sendo menos querido que o Roscharch pois a historia consegue torná-lo bem menos glorioso/exaltado e fica mais explícito ele sendo escroto com gente do lado "do bem"
Rapha é meio suspeito pra dizer que é ruim um mundo onde não se pode beber kkkk. Legal a ideia de extrapolar ideias de outras mídias para os quadrinhos.
Acho q o maior caso dessa lei de POE na história do Brasil ( q eu lembre) é o Tropa de Elite. O filme de uma guinada na popularidade dos discursos pró militares e justicerismo policial, que são temas que se tornaram um dos pilares de sustentação ideológica da base bolsonarista. Acho q um dia ainda vai ser estudado o quanto esse filme influenciou o cenário político e social do Brasil, principalmente no que tange uma mudança no esfera pública de debate da internet.
O assunto é muito, mas muito interessante e, nos dias de hoje, mais pertinente impossível. Lembrou-me as ondas de suicídios que assolaram a Europa pós-leitura de "Os sofrimento do jovem Werther" (1774) ou da pulsão assassina dos contaminados com "O apanhador no campo de centeio" (1951). Nenhum desses autores, nem em sonho, esperavam uma recepção tão incendiária e polêmica. Na universidade li uma obra do Roland Barthes (1915-1980) chamada "A morte do autor" (1967) ( link para o(a)s interessado(a)s: filosoficabiblioteca.files.wordpress.com/2013/10/barthes-a-morte-do-autor-2.pdf), na qual a soberania do autor é extinta dando espaço a literalidade ou interpretação. O que quero dizer (depois de tanto lenga-lenga) é que o autor não pode ser penalizado pela baixa instrução cultural ou desvio psicológico de alguns leitores (Em nenhum momento você condena os autores, que bom!). Claro que há obras de puro ódio e apologia, mas não se pode responsabilizar um autor por um pai que obriga seu filho a viver em regime espartano, após a leitura de "Os 300 de Esparta" (2206), de Frank Miller (1957-). Parabéns pelo ótimo vídeo! #: Por mais vídeos assim!
Uoooou, a galera levou a sério a coisa do textão hehehe isso é bom demais o/ muitas opiniões bem sustentadas. Rapha, eu tenho uma pergunta... um tanto quanto, delicada. Tomara que consiga ler mais esse pra live. Assisti o video assim que saiu e pensei bastante se deveria fazer a pergunta, mas como ela não sai da minha cabeça, lá vai: Mas esse pessoal "literal" extremista também não pode partir pro outro extremo ? No caso dos religiosos? Achar que todo religioso é mal caráter e babaca. Ou que todo policial é corrupto. Ou que todo herói no fundo é um vilão ? ( Ja escreveram personagens mencionando que vilões e problemas só aparecem graças ao surgimento dos heróis ) por mais que vivamos em um país dificil nesses assuntos ... Bom, é isso... não tem esse risco também? lembrando que não acredito que nenhum autor ou artista deve ser censurado de forma alguma, as vezes nem por ele mesmo. É direito constitucional a liberdade de se expressar.
Censura e "tato" são coisas diferentes mas com uma fronteira muito complicada. Acho que vale um #respondonalive sim pra comentar sobre esse tema com uma analogia que o VSauce uma vez fez e me marcou pra vida.
Esse é um problema muito visto nos simpsons pq rolou um negócio bizarro de o homer ser uma paródia até que as pessoas começaram a se identificar e se reafirmar com ele é agora o homer é um macaquinho que faz malabarismo pra que as pessoas de quem ele zombava deem risada. Bizarro. Outro exemplo comum é The Office que muita gente não passa do começo por achar que as piadas são por exemplo machistas e não com o machismo, e outras pessoas adoram justamente esse ponto misógino não pela exposição do absurdo mas por concordar. E eu pessoalmente acho q a linha é muito tênue em vários produtos de mídia onde a intenção do autor fica nebulosa entre fazer uma paródia ou monetizar em cima de uma maioria que vai entender errado.
A memeficação dos discursos na internet criou uma forma de humor pós-irônica e literal. A pós-verdade que gera as fake news gera tbm pessoas que não sabem interpretar sarcasmo, ironia, paródias e etc. Não por acaso a internet é um ambiente de extremos, pq é a literalidade levada até às últimas consequências e que se torna um absurdo normalizado... Eu acho isso um sintoma de deformação intelectual grave na maioria das pessoas que não sabem interpretar texto... Aí você junta analfabetos funcionais mais memes e temos o pano de fundo do Brasil contemporâneo... Sobre o Rorschach, não por acaso, a HBO se apropriou do final de Watchmen e do real caráter do personagem, para criar o bando de supremacista branco que usava a máscara dele. É uma forma bem explícita para explicar: olha, o Rorschach é não é um "cara bacana". Se levassem a sério tudo oq ele escreveu no diário dele, ele geraria uma legião de pau no cu que nem ele. Tenderam agora ou vamos ter que desenhar? É basicamente isso kkkkkk
Acredito que ninguém tem controle sobre suas obras. A interpretação "errada" dos consumidores de certa obra/mídia pode ocorrer mesmo tendo todo o cuidado na minha opinião. Acontece que cada indivíduo tem seus próprios valores, crenças, culturas, formas de pensar, limites, etc. Se minha obra pode se desdobrar em interpretações contrárias às minhas ideias iniciais, cabe eu decidir se vale a pena ou não publicar, mas seria possível prever. Acho que se tivermos que ter "cuidado" com o que produzir, já seria um cabresto imposto, uma limitação sobre a liberdade de expressão. Se a obra do cara é babaca por infringir meus valores (ou valores coletivos) , o que posso fazer é não recomendá-lo, ou se for algo mais sério, até denunciá-lo para as autoridades, caso uma obra quebre a lei vigente. Mas se é babaca por abordar um assunto repulsivo para o senso comum, o que cabe a ele é ser "cancelado" e sua obra se desidratar pela falta de audiência. Cabe a quem não gostou ignorar ou militar contra. Acho que não preciso colocar um selo "paródia" se a obra for. É arte, é interpretação livre, aí cada um arque com as consequências de sua interpretação, mas é livre. Se quero que minha obra chegue plena até receptor da mensagem, não é arte, é panfleto. Por isso vejo que obras que abordam crimes têm bastante sucesso, como Breaking Bad, La Casa de Papel, Rick and Morty, entre outros. Muita gente gosta, mas cada grupo pelos próprios motivos. Acho que sentir repulsa por quem interpreta "escrotamente" uma obra é normal, mas fazer com que a possibilidade de interpretação inversa influencie a criação, não concordo. Cada criador arque com o barulho da mensagem, seja moralmente escrota ou criminosa. Já ouvir esse efeito "Capitão Nascimento" muitas vezes. Confesso que vi Tropa de Elite na adolescência e achava que era só tiro, saco plástico e cabo de vassoura. Depois de anos, mais velho, vi que a ideia do autor era outra totalmente diferente. Acho que fechando, não temos controle sobre uma obra (até o Senhor Jesus Cristo recebe interpretações incoerentes com a Sua mensagem). A obra mais babaca pode ser legal pra muita gente, e a mais nobre mais babaca pra muita gente também.
Quanto a isto, alguns exemplos são por exemplo o excelente "Conto da Aia", que se tornou serie, em que as mulheres são totalmente dominadas e o mundo é horrível mas tem gente que ainda defende este sistema. Um vídeo bom sobe o Justiceiro ( e porque dele não ser tão antiheroi assim) é este th-cam.com/video/E5-h6XJm1Xw/w-d-xo.html
Não vejo ele como um herói Justiceiro, "não tem as virtudes de um", vi isso no Top 10 anti-heroís do cinema Meus 2 Centavos é uma descrição mais legal.
Rapha, sinto te dizer, mas a interpretação do texto está além da alçada do autor. Independente da mensagem da obra, o leitor sempre vai ter seu próprio entendimento.
Isso não isenta o autor de ser responsável com o que escreve. É fácil usar esse argumento pra validar qualquer escrita por ser ficção, vide o argumento thermiano ;)
Eu acho que esse papo de deixar tudo mastigadinho uma coisa de filme Hollywoodiano, você meio que mata a "arte" da história quando se preocupa demais em explicar tudo para não ser mal interpretado. Quando da tudo mastigadinho vc não faz seu leitor pensar, usar o cérebro... e hoje isso é cada vez mais comum. Li uma matéria esses dias reclamando que no filme Logan não explica direito como os mutantes foram dizimados, e que isso era um furo no roteiro. Não, não tem furo no roteiro, eu acho importante deixar coisas em aberto para fazer o leitor pensar. Imagine se o Machado de Assis tivesse explicado se traiu ou não traiu, o peso todo do livro seria tirado. Acho sim, muito importante, o escritor da obra se posicionar claramente sobre o assunto se perceber que está sendo mal interpretado... É o caso do escritor do Justiceiro, Watchmen e Juiz Dredd, por exemplo. Eles deixaram mais do que claro suas intenções... mas a galera não liga pra isso, eles vão sempre ver pelo em ovo, se o escritor ficar preocupado demais ele produz só catálogo de instruções.
Olá Rapha! Adorei o vídeo! Olha, eu sinceramente não tava lembrando algum caso que me fez pensar nisso, até tu citar watchmen e eu já liguei ao Zack Snyder. Nos quadrinhos a vestimenta e aparência dos personagens é uma coisa batida e até mesmo tosca. Nos filmes eles tem um visual muito mais sofisticado, heroico, moderno que acaba prejudicando muito do que o Moore queria criticar. Isso é um caso da Lei de Poe ou eu apenas não gosto do Snyder?
Tem gente que viu o filme e achou os heróis maneiros. Eu fui um, na época que vi. Se o objetivo da obra é comprometido por como ela é apresentanda, dá pra usar a Lei de Poe e a nossa querida dissonância gráfico-narrativa =)
Adoro falar de tropos! Sinto que os comentários aqui ficam de alto nível em videos como esse hehehehe Joguem suas opiniões aqui pra gente levar pro #respondonalive no Domingo ;)
Muito bem colocado! Eu já tinha reparado nisso. O péssimo poder de interpretação de uns e a má caratice do outros que forçam uma leitura errônea e distorcem o que foi dito.
Acontece mais do que a gente imagina!
Um exemplo muito bom disto é o Bojack Horseman. Se passaram 4 temporadas mostrando o quanto ele era era tóxico e cheio de problemas (como obsessividade, depressão, uso excessivo de drogas e coisas assim), mas uma galera sempre cultuou ele, achava que ele era demais e que se devia seguir ele como um exemplo. Até que chega a 5 temporada, que é basicamente o diretor, fazendo uma espécie de metalinguagem, colocando parte da essência do personagem (Bojack) em um papel que ele mesmo irá interpretar na série e ainda mesclando com os problemas que ele passa na vida cotidiana dele (chegando ao ponto de ambas se misturarem), para ver se a galera se tocava o quão ruim era ser o Bojack e que ele era doente e precisava de ajuda, que ele não era um simbolo positivo, ou algo do tipo. Contudo, você tem em muitos grupos, páginas e discussões na internet, sobre o quão Bojack (o personagem) é legal, que ele era só uma vitima e que estava tudo justificado, só por ele ser uma pessoa doente.
Esse é o perigo de colocar alguém que não é pra usarmos de modelo como protagonista.
Um exemplo dessa distorção é o capitão Nascimento do filme tropa de Elite, a idéia é que ele é o cara mau da história tanto quanto os outros, mas no fim das contas virou herói nacional.
Exatamente!
Me lembrou uma entrevista com o Chuck Palaniuk, em que ele dizia que muita gente veio falar com ele que se inspirou no Tyler do Clube da Luta e saiu batendo nos outros, e principalmente cozinheiros e garçons de restaurantes famosos que "faziam coisas" pra zoar a comida das pessoas
Foda...
Rapha! eu acompanho teu canal e gosto muito. Queria saber se um dia você vai falar sobre o rompimento com o Doutrinador e seu criador da Guará?
Salve! Isso já foi abordado aqui algumas vezes, especialmente no video que eu falo sobre virar editor. Não é o tipo de coisa que vale se alongar não.
Ótimo vídeo. Ótimas palavras. Tenho pensado muito a respeito disto. Sobre oque contar ou não na minha obra. Ou pelo menos, como.
Acredito que o "como" faz toda a diferença =)
@@RaphaCPinheiro com certeza faz. É difícil entender na prática. Por isso é importante existirem debates como este. Para falar, expor o problema e aprender.
Também acho importante apontar que muitas vezes o próprio trabalho de paródia não se ajuda. Eu gosto de pensar no primeiro Tropa de Elite, que todo mundo sabe (ou deveria saber) que é uma representação supostamente realista e crítica da Polícia Militar... mas aí tem aquela cena da operação no morro com a música tema pelo Tihuana que é a pura representação do "cool" de filme de ação tradicional. Além daquele monte de frases de efeito que não são faladas com ironia alguma do texto (que eu sei que são ditas por um policial com zero autoconsciência, mas se o ponto fosse satirizar um clichê de filme, não é feito o devido esforço para tal). Tanto é isso que o roteiro tenta se retratar de forma mais explícita na sequência, mas aí o estrago já tava feito e os reaças tinham um ídolo novo.
Outro exemplo que eu gosto (ou melhor, não gosto) é aquele 500 Dias Com Ela, que supostamente (de acordo com o próprio diretor/roteirista) estaria criticando os relacionamentos projetados e comportamento obsessivo... mas o filme abre com um texto literalmente chamando a mulher que inspirou o interesse amoroso do filme de vadia. Tipo... cara??? Nossa, por que será que entenderam seu filme errado, né? Puta merda.
Obs: desculpa o desabafo no final, precisava falar disso pra alguém (ou pra alguma seção de comentários, no caso).
aquela paródia que mais parece fazer o objeto parodiado ser glamourizado/fodão/maneiro do que realmente um lixo
Tropa de Elite não se enquadra como paródia. Paraodia é velozes e Furiosos missão Rio em a policia militar é tão corrupta que o dinheiro do vilão é protegido na sede da policia militar do Rio de Janeiro.
Na cena em que o The Rock tenta enquadrar o Vin Diesel e o The Tock e cercado pelos bandidos e Vin Diesel diz: "Isso é Brasil!!"
Tudo isso leva a gente pro território da Dissonância Gráfico-Narrativa. Tem um videozinho aqui sobre isso que eu adoro =)
@@irinaiturriO nome disso seria ironia, o Juiz Dredd é "f0d40", mas por trás dessa "f0dice" existe um personagem que não é exemplar, o mesmo ocorre com Robocop e o Capitão Nascimento. As pessoas que entenderam errado
@@flaviogomesdesouza1412Velozes e Furiosos Operação Rio não é paródia, é um filme de ação exagerado que não se leva à sério mesmo
Mano que vídeo incrível
Incrível é você por abraçar o debate =)
O fato é
Só temos poder sobre o que criamos não sobre a interpretação dos outros a respeito (a exemplo do Watchmen mesmo, o Alan Moore fez como crítica, mas há quem o acuse de concordar com o Rocharch, já que é criação dele)
Pode na capa e na contra capa estar escrito com cores gritantes e letras garrafais ocupando todo espaço que seria da imagem os dizeres "isso é uma ficção" e ainda ter mais umas duas a quatro páginas dentro da revista explicando cada personagem, e o valor crítico de cada um, que ainda assim, o autor será julgado. E nem colocar observações explicativas em cada página ou mesmo quadro iria mudar isso.
A Lei de Poe meio que declara a morte do sarcasmo
Porém é inútil, a única forma de não sermos julgados pela má interpretação de nossas obras, é simplesmente não produzir nada.
Seu argumento cai na falácia da ladeira escorregadia. Bora falar sobre isso melhor #respondonalive
@@RaphaCPinheiro não teria de ter dois lados para ser essa?
Esse vídeo eu vou ter que caprichar no comentário XD
Primeiramente, fiquei imensamente feliz de você ter mencionado o meu trabalho "Bronze Skin Inc" ( tapas.io/series/Bronze-Skin-Inc-PT-BR ) no seu vídeo, é uma honra para mim!
E claro que não pegou mal, eu não tenho vergonha , nem discordo o que disse sobre a minha HQ!
Eu concordo com tudo que disse sobre a Lei de Põe, mas eu acho que é algo ainda mais complexo, que não se aplica apenas em paródias, uma historia séria pode apresentar um vilão, e o discurso dele, que o autor pode querer demonstrar como errado, ser visto como benevolente, ou ate mesmo uma interpretação ambígua do herói e do que o autor quis dizer.
A questão que eu vejo é que as pessoas procuram o que querem nas mídias que consomem, e mesmo uma informação que pareça ser objetiva, pode ser subjetivada. Então alem do autor ter que tomar cuidado ao aplicar suas mensagens na historia, também importante ele ter muita certeza da mensagem que esta querendo passar, e ser responsável ao aplicá-la, pensando ao máximo como isso vai influenciar o publico!
Quanto a minha HQ, eu é o caminho que encontrei. Vendo uma HQ mensal 18+ que me sustenta, e ainda sem querer perder esse publico inicial, faço a Bronze-Skin com um fan-service leve. Eu segui o exemplo dos japoneses ao tentar estruturar uma carreira nos quadrinhos, mas diferente do padrão de sexualização, eu tento mostrar para o publico que mulheres podem ser atraentes por serem poderosas e donas de si.
Claro que enxergo tudo pelo Male Gaze, então posso estar fazendo tudo errado, mas estou sempre atento aos feedbacks, principalmente femininos, para me lapidar! Mas entendo ser uma escolha ousada, que apresenta diversos riscos, como os que você apresentou muito bem no vídeo. Ate agora estou conseguindo ir bem, mas preciso muito bem conhecer , e SEMPRE relembrar , refletir e aprender sobre os limites de ate onde eu posso ir.
Me desculpe pelo textão massante, eu sei que sou bem chato, mas não estou criticando,só me empolguei um pouco pq não tenho com quem conversar essas coisas, e fiquei muito feliz ao ser lembrado, de verdade! Muito obrigado, principalmente pela paciência ao ler o comentário! =D
Achei maneiro demais! Feliz de saber que existe todo esse pensamento e responsabilidade por trás da obra.
Tamo junto!
Nossa, senti sua ira ali no final.
Você me conhece S2
Pode crer, isso aí é verdadeiro.
Já sentiu isso em alguma obra?
Foi-se o tempo em que eu lia "essa é uma obra de ficção" e dizia "tá aí um trabalho que é a prova de idiota!" - hoje em dia tem que escrever, desenhar, apontar, ainda assim bode vai entender errado!
Parece uma piada de programadores. Não existe programa a prova de usuário.
Hahahaahha
Eis minha visão no Rorschach, muito baseada em ensaios do canal Tralhas Do Jon. Alerta de SPOILERS e Alerta de TEXTÃO:
Perceber o Rorschach como herói é a mais pura forma de extrair os elementos mais superficiais possíveis de uma obra. É quase como se as pessoas ignorassem os apêndices finais, o que não me surpreenderia visto que eu com 13 anos pulei. Como o Rapha disse, os personagens são paródias/desconstruções de personagens de cueca e colante. Os melhores exemplos são o Coruja e o Rorschach, que são facetas diferentes de anti-heróis ou até heróis como Batman, um sendo a fantasia, masculina e infantil, de poder no espectro super-heróico e o outro sendo o quão problemático é esse tipo de personagem sisudo. Não precisa mergulhar muito pra chegar na conclusão que todos os personagens tem alguma virtude, mas igualmente tem falhas. Em alguns casos, suas virtudes são suas maiores falhas e vice-versa. O Rorschach pode ser o personagem mais obstinado e mais focado em seu objetivo. Poxa, ele descobriu toda a conspiração Veidt. Já usaram isso como argumento a favor de ele ser objetivamente "bom", o qual eu respondo: É fácil descobrir uma conspiração quando você tem 7000 delas se desenvolvendo na sua mente. E quanto a sua obstinação, é isso que ele tem como vida, a perseguição perpétua de validação das suas perspectivas morais. O Rorschach não liga pras implicações e nuances que suas ações podem gerar. Não à toa ele prefere morrer à torcer o braço pro Veidt. E no fim, essa jornada dele é inútil e totalmente egocêntrica. E até agora eu nem entrei em aspectos que algumas pessoas chamariam de "lacradadores", como o seu repúdio contra a figura feminina madura, pois essa, diferente da menininha de vestidinho e cachinhos, não preservou sua pureza e agora é nada mais que um poço de promiscuidade. Tem a homofobia dele, provavelmente gerada por reprimir sua sexualidade (percebam seu sorriso com o Coruja e o quanto ele fica desconsertado), e a coisa mais gritante que essas pessoas não percebem: O maniqueísmo extremista, representado pelas cores da máscara dele não se misturarem. Eu me sinto até meio idiota em ter que falar essas paradas que deveriam ser óbvias. E o cúmulo é se a HQ escrita pelo Tom King existir apenas para explicar pq o Rorschach não é "bom", como se supremacistas brancos na série da HBO não fosse o suficiente.
Pra ele e pro veidt.
É bem por aí. Ótima análise!
Ok relevei o Tralhas do Jon.
O comentário é bom e mostra porque eu curti a série da HBO quanto a adaptação do Rorchach.
O viés de confirmação é uma faca de dois gumes que pode voltar pra você, quando confirma aquilo que não quis passar.
Viés e Falácia, os dois guardiões da internet.
O texto publicado sai do controle do autor. Aberto ao público, ele tb fica aberto a todos os tipos de interpretações e/ou deturbações possíveis. Cultura e sociedade tb influenciam muito isso esse processo. O retrato de dorian gray, por exemplo, foi considerado um atentado violento ao pudor qdo publicado, hj é considerado uma obra-prima. O argumento inverso tb pode ser feito, dizer que a terra era redonda e não plana durante um tempo era visto como uma visão extremista. A única forma de mitigar deturbações ou visões extremistas é com educação e bom senso, coisas que faltam muito nos dias de hoje.
O fato da obra ser aberta não isenta o autor da responsabilidade pelas intenções e retratos que ele coloca por lá. É perigoso escrever qualquer coisa sem edução porque corremos o risco de influenciar muito mais gente do que daria pra fazer só na vida privada.
Bora buscar o conhecimento!
@@RaphaCPinheiro Sem dúvida nenhuma. Liberdade de expressão não deve ser um cheque em branco. Agora é difícil achar no caso concreto essas fronteiras entre responsabilidade autoral; apologia a determinado ilícito e censura.
Cara, seus vídeos são muito bons! Não sei como cheguei 1 hora atrasado
Nunca é tarde ;)
Uma outra coisa que falaram e é sempre bom frisar é que as pessoas enxergam o que querem da obra, independentemente do autor ou da obra em si. Se o cara assistir Velozes e Furiosos e quiser ver uma história sobre amizade, ele pode, bem como o contrário. O texto per se é intrínsecamente polisêmico porque o conceito de arte pressupõe um interlocutor que dialoga com sua experiência pessoal para desfrutá-la. Existe obra sem autor (dança folclórica, trabalhos anônimos, etc.), mas não existe obra sem interlocutor.
Mas isso poder ser uma falácia da ladeira escorregadia onde você pressupõe que não cabe ao autor trazer significado. Com isso, dá pra validar qualquer coisa, até o argumento thermiano. Não é porque o interlocutor vai interpretar que o autor não pode imprimir conotação e recomendar certas interpretações ;)
@@RaphaCPinheiro Ah, sim, mas o que eu quis dizer é que o autor imprime significado com muito limite. Correndo o risco de ser óbvio e panfletário se não souber usar da sutileza, mas descambando pra Lei de Poe usando a ironia. No final das contas é uma pita sinuca de bico.
Uma sugestão para um grande vilão do universo guará: poderiam colocar um homem todo de preto com os ideas todos deturpados e com grandes frases de efeito estilo o Rorschach, so q a diferença q ele n seria bem escrito e usaria uma máscara de gás com lentes vermelhas.
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Na vdd acho q seria um péssimo vilão esquece isso.
AHUAhUaHuaHaUahuaHUahUaHauahUaHauhaUahuaHaUAhUAHAUAHUa Ganhou a estrelinha do melhor comentário.
Desde que o mundo é mundo, o ser humano acredita no que quer e melhor lhe convém para se sentir confortável (ou é oprimido, humilhado, torturado até aceitar seja qual questão for e que seu opressor achar conveniente pra si, mas isso é outra história).
Acredito que o máximo que um autor deve fazer é ter um senso crítico pra não ter "dor de cabeça". Se vai contar uma história "polêmica" (o que é todo direito desde que não constitua crime), pode ser que cause algum "problema" que tal autor não queira enfrentar. A pessoa pode criar/contar o que quiser, senão vira censura e faz parecer necessário um novo código de ética (em se tratando de quadrinhos).
A frase padrão de obra da ficção e que qualquer semelhança é mera coincidência, já existe há tempos, mas não adianta nada se os alienados não a lerem!
É bem por aí.
Falou tudo! A maldade está nos olhos de quem vê(no caso, de quem lê).
Ah, sim das pessoas em geral se espera o pior. Quanto mais pessoas envolvidas, pior é, na verdade. Tipo o pessoal que fez os próprios clubes da Luta ou o Zoológico GW da série Tiger King que começou a receber mais visitantes depois da série na Netflix.
Assustador.
@@RaphaCPinheiro O que é bizarro, né? Tipo, essas pessoas assistiram ao mesmo doc que eu?
Tanto que o Sensacionalista faz questão de informar que não é jornalismo sério. Pegam uma matéria real e fazem uma piada ou dão uma alfinatada. Lembro que no início deles eu cheguei a ler o headline e acreditar que uma notícia era real de tão escrachado que a nossa política é. Quando entrei no site que fui ver que não era. Muita gente compartilhou o Sensacionalista como se fosse verdade.
Também já vi gente compartilhando matéria do Sensacionalista como se fosse séria. Acho que não tem melhor exemplo da Lei de Poe em ação do que esse!
Ótimo tema para o vídeo. Muito triste o momento que estamos vivendo.
Vamos fazer o que podemos pra mudar isso =)
Ótimo tópico. Pesquisarei mais sobre essa Lei de Poe. Você considera que isso é um fenômeno atual? Quais as causas?
O conceito surgiu por conta da facilidade de comunicação via internet, né.
Acredito que não faria tanto sentido antes dela.
@@RaphaCPinheiro Obrigado pela resposta. Respeitosamente penso o contrário. Afinal um homem foi obrigado a tomar cicuta há mais de 2 mil anos por usar ironia em seus ensinamentos e não ser compreendido por seus pares. E ainda há a escola cínica para bagunçar tudo. Complementando: o que pondero como diferença é a questão do imediatismo das decisões de "cancelamento" e "julgamento virtual". Ou talvez nem isso pois o julgamento de Salem está aí também para provar o poder do julgamento popular precipitado.
Bojack Horseman me representa 🐴
Um pouco triste hahahaaha
@@RaphaCPinheiro 😂
Acontece e vai acontecer sempre , por mais esmero que você tenha colocado isso na historia, nem todo mundo vai entender o seu ponto de vista, ou pior vai entender errado.
Minha resposta é faça a historia para quem você acha que vai entende-la(se tiver sorte, vão entender) e ponto. Caso contrário Rapha, de tanto o cara se preocupar em ser mal compreendido... ele não faz a historia.
Pode ser uma ladeira escorregadia isso aí. Vou responder na live junto com outros comentários similares ;)
Eu não vejo isso acontecer muito não, como em casos relacionados ao de Tomos de Tessa, eu vejo mais é o contrário. Quando eu vejo um filme com certas pessoas e acontece algo muito absurdo eles falam "que filme mentiroso!" ao invés de "é verdade esse filme!". Consegue ser melhor que a lei de Poe, mas é horrível quando a pessoa leva isso muito à sério, parece que não sabe por que tá assistindo um filme ou lendo um livro.
Com a internet e os extremistas, tá ficando cada vez mais comum. Claro que isso é muito mais natural em histórias próximas da realidade, onde temos pessoas "de verdade" fazendo coisas e tomando decisões "reais".
Tem gente maluca que quer encontrar convicção para o que acredita e que tenta validar seu argumento nas palavras de outros, meio que para se convencer e convencer o outro que não é maluca. E com pessoas assim nem adianta discutir, porque elas não procuram esclarecimentos. Elas querem apenas se cercarem de outros malucos que possam aumentar o círculo de indivíduos com a mesma opinião e excluem qualquer um que discorde. Mesmo se você tentar uma divergência amorosa não consegue. Porque os malucos querem mais malucos para reforçarem suas opiniões distorcidas e se essa cambada de malucos se juntarem vão começar a divergir dos que tem opinião contrária, mas dessa vez não será um divergência amorosa.Irá ter gritos, porrada,sangue e discórdia total. Rarara... me empolguei 😅
É o ciclo perpétuo da internet hahahaha
É impressão minha ou você deu um spoiler de Teocrasília?
A é só os inimigos.
Não sei de nada hahahaahha
a questão do Roscharch e do Justiceiro é que eles são retratados como caras muito badasses e que como matam vários bandidos violentos (incluindo vários dos quais é bem dificil ter qualquer compaixão) despertam essa vontade em boa parte do público de querer ser assim (e virarem protetores fodões autonomos) ou de ter autoridades assim os guiando e os protegendo de forma paternalista. Outra coisa que atrapalhou essas interpretações em Watchmen foi o filme do Snyder, cuja leitura e interpretação dele da HQ acaba por glamourizar esse bando de antiherois ao invés de retratá-los como patéticos e decadentes
Enfim, imagina tu ser adolescente e assistir o Roscharch no filme matando o estuprador de criança e os prisioneiros desgraçados de formas tão viscerais, gráficas e CATÁRTICAS?! Aí é claro que todos os defeitos do Roscharch ou o modo como ele é um fudido quebrado e de visão deturpada se tornam irrelevantes perante o historico de fodices badasses que exaltam as capacidades marciais e de sobrevivência dele ao longo da historia (mesmo que ele se dê muito mal no final, ele ainda acaba tendo uma certa envergadura moral na crítica que ele faz ao resto da equipe). Só ver como outro antiheroi babaca, hiperviolento, cretino e também uma paródia (o Comediante) acaba sendo menos querido que o Roscharch pois a historia consegue torná-lo bem menos glorioso/exaltado e fica mais explícito ele sendo escroto com gente do lado "do bem"
A gente esbarra em território da nossa querida Dissonância Gráfico-Narrativa heheehhe
Só pra constar, eu queria NÃO viver em Teocrasília. E infelizmente acho que o nosso país tá se transformando nisso.
Somos dois.
Rapha é meio suspeito pra dizer que é ruim um mundo onde não se pode beber kkkk. Legal a ideia de extrapolar ideias de outras mídias para os quadrinhos.
Um mundo onde não se pode escolher o que fazer, esse é o ponto ;)
Acho q o maior caso dessa lei de
POE na história do Brasil ( q eu lembre) é o Tropa de Elite. O filme de uma guinada na popularidade dos discursos pró militares e justicerismo policial, que são temas que se tornaram um dos pilares de sustentação ideológica da base bolsonarista. Acho q um dia ainda vai ser estudado o quanto esse filme influenciou o cenário político e social do Brasil, principalmente no que tange uma mudança no esfera pública de debate da internet.
A cegueira do público atrapalha de enxergar o senso crítico das obras =(
O assunto é muito, mas muito interessante e, nos dias de hoje, mais pertinente impossível. Lembrou-me as ondas de suicídios que assolaram a Europa pós-leitura de "Os sofrimento do jovem Werther" (1774) ou da pulsão assassina dos contaminados com "O apanhador no campo de centeio" (1951). Nenhum desses autores, nem em sonho, esperavam uma recepção tão incendiária e polêmica.
Na universidade li uma obra do Roland Barthes (1915-1980) chamada "A morte do autor" (1967) ( link para o(a)s interessado(a)s: filosoficabiblioteca.files.wordpress.com/2013/10/barthes-a-morte-do-autor-2.pdf), na qual a soberania do autor é extinta dando espaço a literalidade ou interpretação. O que quero dizer (depois de tanto lenga-lenga) é que o autor não pode ser penalizado pela baixa instrução cultural ou desvio psicológico de alguns leitores (Em nenhum momento você condena os autores, que bom!).
Claro que há obras de puro ódio e apologia, mas não se pode responsabilizar um autor por um pai que obriga seu filho a viver em regime espartano, após a leitura de "Os 300 de Esparta" (2206), de Frank Miller (1957-).
Parabéns pelo ótimo vídeo!
#: Por mais vídeos assim!
É bem nessa onda da morte do autor mesmo heheheehe
Quero trazer mais esse tipo de video =)
Eu tenho a impressão de que a paródia que você tá falando é o gênero narrativo "sátira". Paródia eu acho que é mais um tipo de humor.
O argumento vale para os dois casos =)
Uoooou, a galera levou a sério a coisa do textão hehehe isso é bom demais o/ muitas opiniões bem sustentadas. Rapha, eu tenho uma pergunta... um tanto quanto, delicada. Tomara que consiga ler mais esse pra live. Assisti o video assim que saiu e pensei bastante se deveria fazer a pergunta, mas como ela não sai da minha cabeça, lá vai:
Mas esse pessoal "literal" extremista também não pode partir pro outro extremo ? No caso dos religiosos? Achar que todo religioso é mal caráter e babaca. Ou que todo policial é corrupto. Ou que todo herói no fundo é um vilão ? ( Ja escreveram personagens mencionando que vilões e problemas só aparecem graças ao surgimento dos heróis ) por mais que vivamos em um país dificil nesses assuntos ... Bom, é isso... não tem esse risco também? lembrando que não acredito que nenhum autor ou artista deve ser censurado de forma alguma, as vezes nem por ele mesmo. É direito constitucional a liberdade de se expressar.
Censura e "tato" são coisas diferentes mas com uma fronteira muito complicada. Acho que vale um #respondonalive sim pra comentar sobre esse tema com uma analogia que o VSauce uma vez fez e me marcou pra vida.
Esse é um problema muito visto nos simpsons pq rolou um negócio bizarro de o homer ser uma paródia até que as pessoas começaram a se identificar e se reafirmar com ele é agora o homer é um macaquinho que faz malabarismo pra que as pessoas de quem ele zombava deem risada. Bizarro. Outro exemplo comum é The Office que muita gente não passa do começo por achar que as piadas são por exemplo machistas e não com o machismo, e outras pessoas adoram justamente esse ponto misógino não pela exposição do absurdo mas por concordar. E eu pessoalmente acho q a linha é muito tênue em vários produtos de mídia onde a intenção do autor fica nebulosa entre fazer uma paródia ou monetizar em cima de uma maioria que vai entender errado.
A memeficação dos discursos na internet criou uma forma de humor pós-irônica e literal. A pós-verdade que gera as fake news gera tbm pessoas que não sabem interpretar sarcasmo, ironia, paródias e etc. Não por acaso a internet é um ambiente de extremos, pq é a literalidade levada até às últimas consequências e que se torna um absurdo normalizado...
Eu acho isso um sintoma de deformação intelectual grave na maioria das pessoas que não sabem interpretar texto...
Aí você junta analfabetos funcionais mais memes e temos o pano de fundo do Brasil contemporâneo...
Sobre o Rorschach, não por acaso, a HBO se apropriou do final de Watchmen e do real caráter do personagem, para criar o bando de supremacista branco que usava a máscara dele. É uma forma bem explícita para explicar: olha, o Rorschach é não é um "cara bacana". Se levassem a sério tudo oq ele escreveu no diário dele, ele geraria uma legião de pau no cu que nem ele. Tenderam agora ou vamos ter que desenhar? É basicamente isso kkkkkk
Doido que, ainda assim, tem gente que não entende como a Kavalaria saiu do personagem...
#respondonalive
Acredito que ninguém tem controle sobre suas obras. A interpretação "errada" dos consumidores de certa obra/mídia pode ocorrer mesmo tendo todo o cuidado na minha opinião. Acontece que cada indivíduo tem seus próprios valores, crenças, culturas, formas de pensar, limites, etc. Se minha obra pode se desdobrar em interpretações contrárias às minhas ideias iniciais, cabe eu decidir se vale a pena ou não publicar, mas seria possível prever.
Acho que se tivermos que ter "cuidado" com o que produzir, já seria um cabresto imposto, uma limitação sobre a liberdade de expressão. Se a obra do cara é babaca por infringir meus valores (ou valores coletivos) , o que posso fazer é não recomendá-lo, ou se for algo mais sério, até denunciá-lo para as autoridades, caso uma obra quebre a lei vigente. Mas se é babaca por abordar um assunto repulsivo para o senso comum, o que cabe a ele é ser "cancelado" e sua obra se desidratar pela falta de audiência. Cabe a quem não gostou ignorar ou militar contra.
Acho que não preciso colocar um selo "paródia" se a obra for. É arte, é interpretação livre, aí cada um arque com as consequências de sua interpretação, mas é livre. Se quero que minha obra chegue plena até receptor da mensagem, não é arte, é panfleto.
Por isso vejo que obras que abordam crimes têm bastante sucesso, como Breaking Bad, La Casa de Papel, Rick and Morty, entre outros. Muita gente gosta, mas cada grupo pelos próprios motivos.
Acho que sentir repulsa por quem interpreta "escrotamente" uma obra é normal, mas fazer com que a possibilidade de interpretação inversa influencie a criação, não concordo. Cada criador arque com o barulho da mensagem, seja moralmente escrota ou criminosa.
Já ouvir esse efeito "Capitão Nascimento" muitas vezes. Confesso que vi Tropa de Elite na adolescência e achava que era só tiro, saco plástico e cabo de vassoura. Depois de anos, mais velho, vi que a ideia do autor era outra totalmente diferente.
Acho que fechando, não temos controle sobre uma obra (até o Senhor Jesus Cristo recebe interpretações incoerentes com a Sua mensagem). A obra mais babaca pode ser legal pra muita gente, e a mais nobre mais babaca pra muita gente também.
Quanto a isto, alguns exemplos são por exemplo o excelente "Conto da Aia", que se tornou serie, em que as mulheres são totalmente dominadas e o mundo é horrível mas tem gente que ainda defende este sistema. Um vídeo bom sobe o Justiceiro ( e porque dele não ser tão antiheroi assim) é este th-cam.com/video/E5-h6XJm1Xw/w-d-xo.html
Mais um seguidor do meu mestre, Tralhas do Jon!
Não vejo ele como um herói Justiceiro, "não tem as virtudes de um", vi isso no Top 10 anti-heroís do cinema Meus 2 Centavos é uma descrição mais legal.
Falar mal da bancada evangélica é fácil, mermão! Quero ver falar do lado bom!
hAuHAuAhUAHAU
Rapha, sinto te dizer, mas a interpretação do texto está além da alçada do autor. Independente da mensagem da obra, o leitor sempre vai ter seu próprio entendimento.
Isso não isenta o autor de ser responsável com o que escreve. É fácil usar esse argumento pra validar qualquer escrita por ser ficção, vide o argumento thermiano ;)
Eu acho que esse papo de deixar tudo mastigadinho uma coisa de filme Hollywoodiano, você meio que mata a "arte" da história quando se preocupa demais em explicar tudo para não ser mal interpretado. Quando da tudo mastigadinho vc não faz seu leitor pensar, usar o cérebro... e hoje isso é cada vez mais comum.
Li uma matéria esses dias reclamando que no filme Logan não explica direito como os mutantes foram dizimados, e que isso era um furo no roteiro. Não, não tem furo no roteiro, eu acho importante deixar coisas em aberto para fazer o leitor pensar. Imagine se o Machado de Assis tivesse explicado se traiu ou não traiu, o peso todo do livro seria tirado.
Acho sim, muito importante, o escritor da obra se posicionar claramente sobre o assunto se perceber que está sendo mal interpretado... É o caso do escritor do Justiceiro, Watchmen e Juiz Dredd, por exemplo. Eles deixaram mais do que claro suas intenções... mas a galera não liga pra isso, eles vão sempre ver pelo em ovo, se o escritor ficar preocupado demais ele produz só catálogo de instruções.
Legal trazer as implicações da elipse pro debate! #respondonalive
Eu vou recomendar os vídeos do Tralhas Do Jon sobre o Rorschach e sobre como 300, HQ e, sobretudo, filme, são extremamente fascistas.
Gosto bastante do canal dele =)
Olá Rapha! Adorei o vídeo! Olha, eu sinceramente não tava lembrando algum caso que me fez pensar nisso, até tu citar watchmen e eu já liguei ao Zack Snyder. Nos quadrinhos a vestimenta e aparência dos personagens é uma coisa batida e até mesmo tosca. Nos filmes eles tem um visual muito mais sofisticado, heroico, moderno que acaba prejudicando muito do que o Moore queria criticar.
Isso é um caso da Lei de Poe ou eu apenas não gosto do Snyder?
Tem gente que viu o filme e achou os heróis maneiros. Eu fui um, na época que vi. Se o objetivo da obra é comprometido por como ela é apresentanda, dá pra usar a Lei de Poe e a nossa querida dissonância gráfico-narrativa =)
Eu acho que Os Tomos de Tessa aconteceu de verdade.
Então vc tem q pressupor q o leitor seja burro? 🤔
Não, é pra pressupor que pessoas burras também podem ler sua obra e ela deve estar preparada para elas =)
Tem gente que achou que esse canal era sério
th-cam.com/channels/PcjtGNX8_Ry8x1vBH6cTig.html
Hahahaahha
Difícil com esse Karl vestindo essa toca kkkkkkkkk.