Muito bom esse ator! No caso deste paciente eu não descartaria TEA nível 1 sem uma entrevista complementar com a mãe, pai ou irmão(para investigar adequadamente o Neurodesenvolvimento) e uma avaliação neuropsicológica com profissional treinado no diagnóstico de Autismo. Paciente sem atraso na fala é exatamente como este moço numa unica entrevista, fenotipicamente: Déficit na reciprocidade social, na Imitaçao Social, PEnsamento Concreto, fala monótona, Dificuldade de perceber as nuances da comunicação, por exemplo, dificuldade social maior na adolescência, como um Paciente com Aspie, Fenotipicamente é extremamente parecido Esquizóide com TEA nível I. É fundamental investigar: os critérios todos do DSM 5 para TEA, inclusive prejuízo que depende das demandas sociais, acadêmicas ou profissionais. A pessoa com TEA nível 1 faz MASKING (principalmente as mulheres) e sofre muito para manter um funcionamento sub-normal, mas com extremo sofrimento. Diagnóstico de TEA nível 2 ou 3 nem precisa de especialista.
@@drcandiani agradecemos o seu comentário, gostaríamos de lhe lembrar que no final da discussão falamos como o nivel 1 de autismo ainda não possui validade suficiente. Ele apareceu no dsm somente na edição 5 e o dsm por si só enfrenta sérios problemas de validade e de descredito em meio a comunidade da psiquiatria.Se basear somente nele para diagnosticar, ao nosso ver, constitui um erro. Em um caso real chamar a família é fundamental e sempre deve ser estimulado, mas muitas vezes não é possível ou , em alguns casos, os familiares não relatam de maneira adequada. Lembre também que nossos diagnósticos apresentam uma função social e política, em alguns casos pacientes assim poderiam se beneficiar do diagnóstico de autismo sobretudo porque o diálogo com a população é mais fácil sobre esse tema e também por alguns direitos e benefícios sociais. Entretanto, para progredirmos como ciência é de fundamental importância saber diferenciar. Se você construir grupos muito heterogêneos e realizar pesquisas partindo desse ponto dificilmente conseguirá atingir algum ponto. Temos mais de 50 anos do atual modelo adotado mundialmente para realizar diagnósticos e pesquisas ( o dsm) e nenhuma grande descoberta ou impacto na prevalência de doenças foi realizado. Muito pelo contrário, as doenças estão aumentando suas prevalências e o autismo não é diferente, vide recente editorial que alerta para o risco disso. acamh.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/jcpp.13806
conheceram o grupo anonimo "esquizoides anonimos" depois trocado para introvertidos anonimos, todos meus amigos de 20 anos, agora estao com diagnostico real de autismo... todoss! mais de 60
Achei o conteúdo teórico muito bom, mas na prática acho que o diagnóstico de qualquer transtorno do espectro esquizoide mais atrapalharia do que ajudaria o paciente, tanto pelo estigma quanto pela falta de suporte. Eu mesma fui diagnosticada com Asperger (TEA nível 1) e não teria conseguido me formar em medicina sem o suporte e as adaptações que consegui sob MUITO esforço, mas quem conversa comigo por 10 minutos que nem foi com o ator me acha uma pessoa "normal" com traços de introversão, inclusive as piores invalidações que sofri em toda a faculdade foram por psiquiatras. Acho que por uma entrevista curta assim a maioria dos psiquiatras subestimam a gravidade dos nossos déficits e o esforço imenso que fazemos para conseguir o mínimo do mínimo. Enquanto meus colegas conseguiam atender os pacientes, por exemplo, eu entrava em crise toda semana porque mudava a rotina de estágio e porque eu não sabia o "script" daquela especialidade, mas dificilmente isso seria perceptível em 15 minutos de conversa. Concordo com o comentário do colega acima, acho que precisa investigar infância, hábitos, conversar com a família antes de afastar o diagnóstico.
E respondendo o que seria a “ajuda mínima” por exemplo usando o meu próprio caso: eu não conseguia chegar num primeiro dia de estágio e “sair fazendo” eu precisava observar, as vezes por um dia inteiro, as vezes dois ou mesmo três para conseguir captar a rotina e entender realmente o que precisava ser feito, precisava que me avisassem as coisas com antecedência. Não conseguia esperar na sala lotada de alunos para ser chamada para fazer prova prática porque entrava em crise pelo ruído e pela imprevisibilidade em não saber quando seria a minha vez. São pequenas coisas, que JAMAIS seriam captadas numa conversa de 15 minutos, mas que sem elas eu JAMAIS teria me formado médica e eu só as consegui mediante um laudo médico.
E concordo que há um certo “lobby do autismo” e interesses econômicos por trás, mas também insistir na mesmice só porque tem tradição me parece meio “vamos insistir na homeopatia porque existe há muitos anos”
Eu entendo que nem toda identificação com os critérios seja realmente TEA, até porque os traços autísticos estão presentes na população em maior ou menor grau, mas me questiono o porquê de não dar o diagnóstico se o paciente atende aos critérios do DSM desde a infância. Se atende critérios e gera prejuízo então porque chamar de um nome que talvez signifique a mesma coisa mas carregue estigma e impeça o paciente de obter suporte?
@@manoelaribas519 falamos sobre isso no final do video. A questão de dar o diagnóstico ou não deve ser pesada em relação ao que aquilo vai contribuir para o paciente. Diagnóstico tem um ponto de vista social também. Se a população entende mais fácil o autismo e garante benefícios isso deve ser considerado fortemente. Mas lembre-se que aqui falamos principalmente para profissionais, pessoas que devem ter um senso crítico de todas essas questões e que devem também pensar do ponto de vista de construção de ciência. Agrupar pacientes muito diferentes em um mesmo grupo pode ser prejudicial para descobrirmos como ajuda-los da melhor forma. Seja pensando em tratamento, suporte, leis e causas. É isso o que estamos defendendo. Para uma discussão mais aprofundada vide: acamh.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/jcpp.13806
@@manoelaribas519 esse tipo de argumento induz ao erro. Uma das formas de você dar validade a um diagnóstico é se ele se sustenta historicamente ( é testado ao longo do tempo) e se isso acrescenta no que chamamos de ganhos epistemológicos ( se um diagnóstico consegue se sustentar a ponto de gerar mais conhecimento que consiga validar sua construção ). Essas ideias podem ser vistas no livro para uma nova epistemologia da psiquiatria do berrios, bem como em seus artigos. O argumento utilizado aqui não pode ser comparado a homeopatia, isso é uma discussão de outra categoria epistêmica.
Excelente trabalho parabéns ❤❤❤
Excelente aula❤
Muito bom esse ator! No caso deste paciente eu não descartaria TEA nível 1 sem uma entrevista complementar com a mãe, pai ou irmão(para investigar adequadamente o Neurodesenvolvimento) e uma avaliação neuropsicológica com profissional treinado no diagnóstico de Autismo. Paciente sem atraso na fala é exatamente como este moço numa unica entrevista, fenotipicamente: Déficit na reciprocidade social, na Imitaçao Social, PEnsamento Concreto, fala monótona, Dificuldade de perceber as nuances da comunicação, por exemplo, dificuldade social maior na adolescência, como um Paciente com Aspie, Fenotipicamente é extremamente parecido Esquizóide com TEA nível I. É fundamental investigar: os critérios todos do DSM 5 para TEA, inclusive prejuízo que depende das demandas sociais, acadêmicas ou profissionais. A pessoa com TEA nível 1 faz MASKING (principalmente as mulheres) e sofre muito para manter um funcionamento sub-normal, mas com extremo sofrimento. Diagnóstico de TEA nível 2 ou 3 nem precisa de especialista.
Ou um Transtorno da Comunicação Social (pragmática) no DSM V TR
@@drcandiani agradecemos o seu comentário, gostaríamos de lhe lembrar que no final da discussão falamos como o nivel 1 de autismo ainda não possui validade suficiente. Ele apareceu no dsm somente na edição 5 e o dsm por si só enfrenta sérios problemas de validade e de descredito em meio a comunidade da psiquiatria.Se basear somente nele para diagnosticar, ao nosso ver, constitui um erro. Em um caso real chamar a família é fundamental e sempre deve ser estimulado, mas muitas vezes não é possível ou , em alguns casos, os familiares não relatam de maneira adequada. Lembre também que nossos diagnósticos apresentam uma função social e política, em alguns casos pacientes assim poderiam se beneficiar do diagnóstico de autismo sobretudo porque o diálogo com a população é mais fácil sobre esse tema e também por alguns direitos e benefícios sociais. Entretanto, para progredirmos como ciência é de fundamental importância saber diferenciar. Se você construir grupos muito heterogêneos e realizar pesquisas partindo desse ponto dificilmente conseguirá atingir algum ponto. Temos mais de 50 anos do atual modelo adotado mundialmente para realizar diagnósticos e pesquisas ( o dsm) e nenhuma grande descoberta ou impacto na prevalência de doenças foi realizado. Muito pelo contrário, as doenças estão aumentando suas prevalências e o autismo não é diferente, vide recente editorial que alerta para o risco disso.
acamh.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/jcpp.13806
Esse cara sou eu , se eu não me empenhasse em disfarçar.😶🌫
conheceram o grupo anonimo "esquizoides anonimos" depois trocado para introvertidos anonimos, todos meus amigos de 20 anos, agora estao com diagnostico real de autismo... todoss! mais de 60
Aula excelente, precisam deixar mais tempo disponivel, muita coisa para absorver
Fica disponível dentro do psicopatologia na prática!
Achei o conteúdo teórico muito bom, mas na prática acho que o diagnóstico de qualquer transtorno do espectro esquizoide mais atrapalharia do que ajudaria o paciente, tanto pelo estigma quanto pela falta de suporte. Eu mesma fui diagnosticada com Asperger (TEA nível 1) e não teria conseguido me formar em medicina sem o suporte e as adaptações que consegui sob MUITO esforço, mas quem conversa comigo por 10 minutos que nem foi com o ator me acha uma pessoa
"normal" com traços de introversão, inclusive as piores invalidações que sofri em toda a faculdade foram por psiquiatras.
Acho que por uma entrevista curta assim a maioria dos psiquiatras subestimam a gravidade dos nossos déficits e o esforço imenso que fazemos para conseguir o mínimo do mínimo. Enquanto meus colegas conseguiam atender os pacientes, por exemplo, eu entrava em crise toda semana porque mudava a rotina de estágio e porque eu não sabia o "script" daquela especialidade, mas dificilmente isso seria perceptível em 15 minutos de conversa.
Concordo com o comentário do colega acima, acho que precisa investigar infância, hábitos, conversar com a família antes de afastar o diagnóstico.
E respondendo o que seria a “ajuda mínima” por exemplo usando o meu próprio caso: eu não conseguia chegar num primeiro dia de estágio e “sair fazendo” eu precisava observar, as vezes por um dia inteiro, as vezes dois ou mesmo três para conseguir captar a rotina e entender realmente o que precisava ser feito, precisava que me avisassem as coisas com antecedência. Não conseguia esperar na sala lotada de alunos para ser chamada para fazer prova prática porque entrava em crise pelo ruído e pela imprevisibilidade em não saber quando seria a minha vez. São pequenas coisas, que JAMAIS seriam captadas numa conversa de 15 minutos, mas que sem elas eu JAMAIS teria me formado médica e eu só as consegui mediante um laudo médico.
E concordo que há um certo “lobby do autismo” e interesses econômicos por trás, mas também insistir na mesmice só porque tem tradição me parece meio “vamos insistir na homeopatia porque existe há muitos anos”
Eu entendo que nem toda identificação com os critérios seja realmente TEA, até porque os traços autísticos estão presentes na população em maior ou menor grau, mas me questiono o porquê de não dar o diagnóstico se o paciente atende aos critérios do DSM desde a infância. Se atende critérios e gera prejuízo então porque chamar de um nome que talvez signifique a mesma coisa mas carregue estigma e impeça o paciente de obter suporte?
@@manoelaribas519 falamos sobre isso no final do video. A questão de dar o diagnóstico ou não deve ser pesada em relação ao que aquilo vai contribuir para o paciente. Diagnóstico tem um ponto de vista social também. Se a população entende mais fácil o autismo e garante benefícios isso deve ser considerado fortemente. Mas lembre-se que aqui falamos principalmente para profissionais, pessoas que devem ter um senso crítico de todas essas questões e que devem também pensar do ponto de vista de construção de ciência. Agrupar pacientes muito diferentes em um mesmo grupo pode ser prejudicial para descobrirmos como ajuda-los da melhor forma. Seja pensando em tratamento, suporte, leis e causas. É isso o que estamos defendendo. Para uma discussão mais aprofundada vide:
acamh.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/jcpp.13806
@@manoelaribas519 esse tipo de argumento induz ao erro. Uma das formas de você dar validade a um diagnóstico é se ele se sustenta historicamente ( é testado ao longo do tempo) e se isso acrescenta no que chamamos de ganhos epistemológicos ( se um diagnóstico consegue se sustentar a ponto de gerar mais conhecimento que consiga validar sua construção ). Essas ideias podem ser vistas no livro para uma nova epistemologia da psiquiatria do berrios, bem como em seus artigos. O argumento utilizado aqui não pode ser comparado a homeopatia, isso é uma discussão de outra categoria epistêmica.
se for mais reduzido a sintonização, não posso pensar no transtorno esquizotipico? Como diferenciar?
alforria x nao alforria kkkk