Filosofia, vivência e experimento: a vida como experiência do pensar em Friedrich Nietzsche
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- เผยแพร่เมื่อ 2 ธ.ค. 2024
- O Café Filosófico CPFL é um espaço aberto para reflexão. As falas dos convidados e os comentários do público são de responsabilidade dos respectivos autores e não refletem a visão do Instituto CPFL ou de seus controladores. Comentários fora do tema proposto e que disseminem discursos de ódio e/ou ataques criminosos serão banidos automaticamente.
Com Oswaldo Giacoia Jr. gravado em 2006
Nós, filósofos, escreveu Nietzsche, não somos batráquios pensantes, nem aparelhos de objetivar e registrar. Temos sempre de parir nossos pensamentos em meio à nossa dor, dando-lhes maternalmente nosso sangue, coração, fogo, paixão, tormento, consciência, destino e fatalidade. Viver isso significa, para nós, transformar continuamente em luz e flama tudo o que somos, e também tudo o que nos atinge.
Reexibições de acervo
5 vezes Nietzsche
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche é um dos pensadores que mais vivenciou pessoal e radicalmente a filosofia. Da filosofia à psicanálise, da educação às artes, seu pensamento influenciou gerações de diferentes segmentos sociais, estimulando pessoas de ontem e de hoje. Sua filosofia também tem sido um dos temas mais recorrentes dos 20 anos do Café Filosófico CPFL, que já abordou, entre outros conceitos, o trágico, o niilismo, a transvaloração dos valores, o eterno retorno e a vontade de poder. Essa série especial de reexibições do acervo do Café comemora sua importância para a cultura contemporânea e retoma cinco importantes encontros que abordaram por diferentes pontos de vista sua filosofia.
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Boa noite CPFL e a todos! É um prazer assistir esse programa, Parauapebas, Pará
Professor Giacoia eh um abridor de portas do conhecimento! Gênio!
Professor querido, me fez amar Nietzsche.
Professor Giacoia é um maravilhoso.
Boa noite a todos, sobre Nietzsche estou lendo além do bem e do mal, já li a era trágica da filosofia grego e crepúsculo dos ídolos.
Bom!
(Para) Além de Bem e Mal, (Para) A Genealogia da Moral e O Crepúsculo dos Ídolos são uma trinca de peso.
Querendo, leia tb Roberto Machado, sobretudo Nietzsche E A Verdade, os ensaios organizados por André Martins (Spinoza e Nietzsche, O Mais Potente Dos Afetos e As Ilusões Do Eu) e livros de Sendas e Veredas, do GEN (Grupo de Estudos Nietzsche).
Tenho profunda admiração pelo professor Giacoia e o considero exemplar pela clareza, precisão e ordenação de seus raciocínios, tanto nos textos como nas aulas. E, por isso mesmo, acho espantoso que ele leve Nietzsche tão a sério. É evidente que o juízo moral sobre a vida é algo ocioso, mas esse ponto não tem centralidade para a avaliação das doutrinas filosóficas ao longo da história. Não é isso que está em jogo. Essa é uma questão menor, que serve para se contrapor especificamente a Schopenhauer e ao cristianismo, só que na fantasia de Nietzsche é o fio condutor da história da filosofia e do Ocidente em geral, o que é um completo delírio. Fora a vagueza infinita e a arbitrariedade de pretender filosofar em nome da vida. E a interpretação alegórica que foi feita de Dionísio também é completamente gratuita e enviesada. Para não falar do "eterno retorno", que é uma tese cosmológica do estoicismo puramente mitológica, que Nietzsche atualiza em sua versão de auto-ajuda. Enfim, o legado do professor Giacoia é valioso e não é diminuído por nada disso, mas admito que é inquietante observar o culto a Nietzsche no Brasil.
Aconselho a vc ler Nietzsche de maneira seria, buscar entender o autor sem jargoes de corredor de universidade e nao ficar com sua leitura rasa travestida de uma falsa erudiçao.
@@Daweib7, e eu te aconselho a estudar lógica, aprender a formular um argumento e demonstrar qual afirmação falsa ou equivocada foi feita em meu comentário. Pois não vou seguir conselho nenhum de alguém que me ataca com falácia ad-hominem de quinta categoria, sem nem sequer mostrar que tem algum conhecimento a respeito do tema para se contrapor. Aliás, posso provar cada afirmação que fiz no comentário anterior, com base tanto no conteúdo do vídeo, quanto nos textos de Nietzsche, além de referências da História da Filosofia em geral, para que certas críticas dele a autores do passado fiquem devidamente caracterizadas como difamação. E sim, eu sempre li Nietzsche e continuo lendo, principalmente crepúsculo dos ídolos, ecce homo, anticristo e a gaia ciência. Mas tenho seriedade em meus estudos e conheço o que é filosofia para além da leitura lúdica de um poeta como Nietzsche.
A questão da vida pode ser uma questão menor, não tratada diretamente, na história da filosofia, mas o Nietzsche irá dizer que, para ele, é a questão mais importante. E por que o juízo moral sobre a vida não é o fio condutor da história da filosofia? Por que é vago e arbitrário pretender filosofar em nome da vida? Por que é algo "ruim" ou "injusto", seja lá a palavra que queira usar, uma interpretação enviesada e gratuita de Dionísio? E sobre o eterno retorno, Nietzsche via como uma ideia com implicações físicas; obviamente ele estava errado, mas resumir em "auto-ajuda" é completamente errado. Fiz essas perguntas porque tudo o que você fez foi fazer afirmações vagas sem nenhuma argumentação.
@@DanielAlves-ch9lb, agradeço seu comentário que, ao contrário do anterior que recebi, se presta à discussão. Porém, discordo do juízo que vc faz, já que é natural que cada afirmação feita por mim não esteja acompanhada de um tratado para justificar no ambiente do TH-cam, além de ser impossível adivinhar quais pressupostos de minha perspectiva são evidentes para os demais e quais pontos exigem esclarecimentos. Tudo depende do conhecimento alheio sobre as referências que tenho em consideração. Após as suas perguntas formuladas, se torna possível contestar cada objeção específica que vc coloca. Na ordem que você apresentou:
1) Se você está consciente de que o juízo moral sobre a vida nunca foi o centro da discussão efetiva dos filósofos ao longo da história, como é possível determinar que esta questão é o fio condutor da história da filosofia? Para distorcer o pensamento de todos os filósofos anteriores deliberadamente? A metafísica não foi determinada por esse tipo de juízo moral, mas Nietzsche a interpreta "como se" tivesse sido. Qual a validade, legitimidade ou pertinência de fazer isso? Qual o sentido de analisar e avaliar Platão, Aristóteles, Plotino, Descartes, Kant, Hegel, etc, com base em supostas teses morais que depreciam a vida que nunca foram defendidas por eles? Por causa de um juízo subjetivo de Nietzsche que associa a metafísica em sentido filosófico com dogmas religiosos do cristianismo? Além de absurdo do ponto de vista lógico, é desonesto e inútil para o estudo da filosofia este tipo de procedimento.
2) É vago e arbitrário filosofar "em nome da vida" por dois motivos: vida pode ter muitos significados dependendo de cada contexto e só faz sentido se dizer "defensor da vida" se você já parte da premissa difamatória de que os demais estão "contra a vida". Onde foi demonstrado por Nietzsche que a história da filosofia ocidental pode ser resumida como uma tomada de posição contra a vida? Seria Schopenhauer a síntese representativa de toda a história da filosofia? Só pode ser piada uma tese dessas. Além disso, o teor darwinista do vitalismo de Nietzsche exige perguntar: filosofia em nome da vida de quem? Dos fortes ou dos fracos? Dos senhores ou dos escravos? Pois a afirmação da vida dos primeiros consiste em esmagar os segundos, de acordo com o próprio Nietzsche, que vê nisso os valores naturais, que não teriam sido invertidos pela "moral dos escravos".
3) Quanto a Dionísio, o procedimento da interpretação alegórica é patético do ponto de vista filológico em qualquer caso. Exceto quando a alegoria é usada intencionalmente pelo autor do texto. Isso é básico. Ou seja, Nietzsche não está falando da cultura grega nem de seus mitos, mas está tomando um deus grego como símbolo de sua fantasia subjetiva. Dito com mais clareza: Dionísio, no sentido que tal personagem tinha para os gregos, não tem absolutamente nada a ver com a filosofia de Nietzsche, um alemão romântico do século XIX.
4) Usar uma ideia completamente mitológica e delirante (eterno retorno) como um artifício psicológico supostamente poderoso para enfrentar a vida é uma técnica de auto-ajuda por definição. Você pode achar que há refinamento nisso, ou achar que é esteticamente de péssimo gosto, tanto faz. Não passa de um devaneio de artista (poeta) sem nenhuma consistência, comprovação de eficácia ou fundamento antropológico nem ontológico. Enfim, é uma bobagem, que só tem prestígio cultural por vir acompanhada da assinatura de Nietzsche, para quem avalia as ideias com base no princípio de autoridade, não por meio da lógica rigorosa que é própria da filosofia.
@@filosofiaantropologia-brun7808 Você está correto em seu primeiro paragrafo; me desculpe o equivoco. Antes, eu queria dizer que não sou estudante de filosofia (penso em ser), apenas consumo de forma "solta". Então, talvez eu fale algo que deixe passar algo importante ou não tenha entendido algum ponto ou termo das suas afirmações.
1. Eu acredito que o realmente Nietzsche "distorça" o pensamento dos filósofos; ou melhor: apenas busque entender por partes um filósofo, aquele "algo" que o interessa, seja para atacar esse algo ou agregá-lo em seu pensamento, e distorcendo esse algo ou não o distorcendo. Muitos fazem isso (Deleuze com Nietzsche e Espinoza; Sartre com Heidegger; Russel com Nietzsche). O filósofo usa e se importa com as coisas que ele vê como necessárias para a sua intenção e projeto, enquanto o resto ele ignora e/ou distorce; quem busca entender, de fato, é professor de filosofia. A vida é a questão mais importante para o Nietzsche e ele passa a julgar todas as coisas tendo ela como critério; ele olha para a história e vê quais pensamentos desfavorecem o que ele vê como mais importante. Platão tinha outra intenção quando formulou a "duplicação de mundos", mas para o Nietzsche isso não importa; o que importa é a consequência em relação a vida que tal teoria tem. É realmente desonesto, mas vejo que é perda de tempo implicar nisso já que MUITOS fazem isso, e o importante seria entender o que tal filósofo propõe, por isso discordo que é incoerente e inútil: acho que não é totalmente incoerente se levarmos em conta como a filosofia do Nietzsche opera e qual é o objetivo dessa filosofia (crítica e reformulação, obviamente na visão nietzschiana), e não vejo como inútil devido a importância que teve e ainda tem.
2. Bom, o Nietzsche tem um significado claro do que é vida, e ele de fato coloca a premissa de que teses colocadas por outros pensadores estão contra a vida. Sobre a "vida de quem", é uma questão polêmica, mas acredito que seja polêmica devido aos termos que ele usa e os exemplos que dá (vontade de poder, senhor e escravo, forte e fraco, etc), não pelo que de fato ele quer dizer. O Nietzsche defende a vida da espécie; ele ataca o fraco, mas o que ele tem de fraqueza, e não de vida. Tudo que extermina a fraqueza, ressentimento e niilismo agregam para a vida. Eu não vejo nenhum teor fascista, autoritário ou algo semelhante no que ele propõe; obviamente ele defende coisas da qual não se concordaria majoritariamente (como a guerra, que ele vê como inevitável), mas o que ele propõe pode ser facilmente adaptado ao tempo atual, e vejo isso como muito necessário e benéfico.
3. Não vejo problema nenhum nisso. Muito dificilmente alguém irá apontar isso como um problema. É a mesma coisa que o Albert Camus faz com o mito de Sísifo. É aquela mesma ideia que eu falei na primeira questão do filósofo usar apenas o que lhe interessa.
4. Pode-se dizer que é auto-ajuda e devaneio de poeta; agora, há pessoas que não veem problemas em ser auto-ajuda e devaneio de poeta. Acho que aqui é uma questão de gosto; Nietzsche se via como "filósofo-artista", e todo o artificio de poesia nele tem uma razão para existir, não é inconsistente e incoerente. Não tem nenhum fundamento ontológico e antropológico, mas quem disse que precisa ter? É apenas um exercício mental (visto atualmente) que para o Nietzsche significava algo mais. Para mim não significa nada demais, para muitos, sim. E a filosofia não se resume a "lógica rigorosa"; existe muitos filósofos que utilizaram da poesia, da ficção e do "sentir", e mesmo você não gostando disso ainda é filosofia.
Enfim, muito de suas críticas me parece que é causada porque você tem uma visão do que é filosofia, de como os filósofos devem filosofar e agir perante outros filósofos, e você tem as suas razões; não são as mesmas que as minhas e as de muita gente, assim como muitos têm a mesma definição que a sua, mas eu vejo que é perda de tempo discutir sobre esse ponto, porque obviamente ninguém (ou muito dificilmente alguém) irá mudar de visão. E algumas críticas suas, como eu disse, são feitas porque não levam em conta o que a filosofia do Nietzsche se propõe a fazer e em como ela opera.
O conteúido é excelente! A qualidade do vídeo, deixa a desejar. parece que foi filmado na década de 1990.
Vdd mas é antiga msm aqui tá mostrando q foi em 2006
"Não existem fatos, mas apenas narrativas" seria uma adaptação do slogan anti-epistemológico de Nietzsche ao período que vivemos de "pós-verdade" e negacionismo científico. O relativismo, o irracionalismo e a anti-filosofia imperam, finalmente, mas ninguém gostou do resultado social e político desse discurso hegemônico na universidade há décadas. Os sofistas venceram.
Entendo que o absurdo da existência é justamente ficar procurando o sentido verbal da vida.
A busca pela teleologia é vã, na medida em que ela inexiste; a procura pelo sentido é o disparate daquele que quer encontrar (fora) o que só se pode construir a partir de si mesmo.
Buscar mediante o emprego do verbo estéril implica na recusa do real tomado como aquilo que resiste ao desejo, uma manifestação de ascese ou acrasia.
A substituição da vivência pela pura experiência traduz o comportamento negador da vida, defensivo, metafísico, da troca do insondável "torna-te quem tu és" pela previsibilidade do "tu deves" e da segurança e controle que ele promete.
😂😂