Qual o elemento MAIS CARO de todos?

Se você gosta de ciências, deve já ter pensado qual seria o elemento mais caro que existe.
Obviamente, o primeiro elemento que vem à cabeça é o ouro (Au, 79), já que ele foi usado por muito tempo como lastro financeiro dos países, além de ser altamente cobiçado para a composição de joias. Atualmente, o preço do Au fica entre R$ 270,00 a 400,00 reais/g.
Basicamente, o Au é resistente à oxidação, em outras palavras, objetos de Au que os faraós usaram na época da construção das pirâmides estão, praticamente, intactos até hoje, sendo então essa uma grande vantagem para a confecção de joias. Assim, ele é um metal que possui grande brilho, e que pode ser facilmente modelado, devido a sua maleabilidade, que é a capacidade de confecção de chapas e sua ductibilidade, que é a capacidade de geração de fios. Uma pepita de Au, que possui um tamanho similar a um grão de arroz, pode ser usada para gerar alguns quilómetros de fio. Esse é um indicativo da alta densidade desse metal, o qual corresponde a 19,32 g/cm3. Outra característica do Au é que ele é um excelente condutor de eletricidade, sendo muito usado como conector em terminais de processadores em computadores.
A abundância do Au é de 5 mg a cada 1000 kg de rocha minerada, ou seja, 0,005 ppm. O que indica raridade quando comparado a outros metais, como Fe e Cu.
Mas, apesar de ser bastante caro, o Au é uma pechincha, quando comparado com o valor do ródio (Rh, 45), que é um metal da família do Co, mas que possui uma abundância equivalente a 0,0001 ppm. Porém, não é somente sua raridade que o torna tão caro, mas sim a sua utilidade. O Rh é tão resistente a oxidação quanto o Au, possui alto brilho e é um excelente condutor de eletricidade, contudo é quase não reativo na presença de ácidos, diferente do Au, que pode ser solubilizado em meio à água régia (mistura de 1 parte de HNO3 e 3 partes de HCl). Além disso, o Rh possui um ponto de fusão de 1964 °C, enquanto o ouro possui um ponto de fusão de 1064 °C. Isso garante o uso desse metal em diversas aplicações como, catalisador de escapamentos automotivos, devido sua capacidade de reter os gases nocivos, como o CO, mas também pode ser usado como material condutor em equipamentos eletrônicos que não podem ter conectores oxidados. E, obviamente, como material de uso estético em joias.
Basicamente, o preço atual do ródio é de aproximadamente 1 milhão de reais o kg do metal. Bem mais caro do que 1 kg de ouro, que corresponde a R$ 400 mil reais, aproximadamente.
Embora sendo extremamente caro, por incrível que pareça, o ródio não é o elemento mais caro da tabela periódica. Podemos dizer que ele é o elemento químico natural mais caro, contudo, seu preço não chega nem perto do custo do califórnio (Cf, 98). O Cf é um elemento da série dos actinídeos, sendo um metal transurânico, sendo que não existe naturalmente no meio ambiente, surgindo apenas em reatores nucleares ou nos aceleradores de partículas. A caracterização de um elemento químico, para que o mesmo tenha um custo real, se baseia no mesmo poder ser usado industrialmente, em outras palavras, ser produzido para uso comercial, nesse caso, o Cf é o último elemento que pode ser usado industrialmente, nesse caso, como fornecedor de partículas beta para a geração outros elementos químicos que podem ser usados para tratamentos médicos, na exploração de minérios e petróleo. Os elementos posteriores ao Cf não possuem uso comercial, sendo somente usados em ambientes de pesquisa.
Sendo assim, devido a necessidade do uso de um acelerador de partículas e do consumo de GeV para que possa ser gerado esse metal actinídeo, o custo pode chegar a aproximadamente R$ 134 bilhões de reais o kg de Cf. Sendo esse o elemento mais caro da tabela periódica.
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