Psicanálise e psiquiatria: um diálogo possível

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  • เผยแพร่เมื่อ 12 ม.ค. 2025

ความคิดเห็น • 1

  • @inesb4104
    @inesb4104 2 หลายเดือนก่อน +1

    Ouço com muita alegria as conversas que você traz no canal, Daniel. Ver o Dr Gustavo trabalhando esta ponte entre as áreas da saúde mental já demonstra a própria fragmentação da ciência e a tentativa de conciliação entre pontos de vista tão diversos que, via de regra, afasta das realidades dos pacientes, afetando inclusive o próprio tratamento.
    Vc já conhece a minha história pessoal com a degeneração física do meu irmão e o meu trauma natural com a ideia de usar medicamentos.
    Bom, vai a minha própria experiência pessoal que vivi em 2019 e que reflete bem este conflito que vcs expuseram.
    Depois de enfrentar 3 doenças degenerativas ao mesmo tempo (alzheimer/pai, parkinsonismo medicamentoso/irmão e cardiopatia/mãe) por mais de 7 anos seguidos e morando em cidade diferente, acabei me separando em 2018, mudei de cidade, em razão óbvia das responsabilidades familiares e simplesmente entrei em depressão.
    Demorei pra assumir a condição e só aceitei consultar um psiquiatra qdo não conseguia mais levantar da cama. O argumento que me convenceu a usar medicamentos foi "o cérebro 🧠 adoece como qualquer outro órgão e o medicamento é uma espécie de muleta até que a vida se reorganize".
    Assim, com um argumento lógico, comecei a tomar Risperidona. E passei muito mal durante duas semanas que seria o tempo de adaptação. Tive arritmia e oscilação de pressão mesmo em repouso total...o que me deixou ainda mais inválida☹️. Então, liguei pro médico e a resposta foi: " Mas e o humor, está regulado?" Bom, pra quem não conseguia se levantar da cama, a resposta era óbvia, sim. "Então procure um médico clínico para ver a oscilação de pressão e arritmia". 🫤😵
    Bom, procurei o psiquiatra que havia tratado do meu irmão (depois do internamento dele, um novo profissional assumiu o seu tratamento e o estabilizou). Não tinha procurado antes justamente por causa do luto, que também tinha relação com a minha depressão. Ele, ao assumir o tratamento do meu irmão, já em estado degenerativo, antes conversou com toda a família, pra ter um entendimento sistêmico, portanto, me conhecia. Ao relatar o meu histórico de saúde, ele disse o seguinte: "Este remédio (Risperidona) é indicado pra pacientes com grave comprometimento psíquico, Su1c1das. Você, que nunca teve transtornos psicológicos e tem o organismo limpo e nunca usou medicamento, jamais poderia ter sido receitado. Suspende. Vou prescrever um bem leve (Pristiq 50 mg), vamos fazer 6 meses, talvez 1 ano. Volte às atividades físicas que vc fazia e trabalhe pra reorganizar a sua vida. É natural esse estado de depressão, tem causas reais, lutos, separação, mudanças radicais causam despersonalização, perda identitária. Vamos conversando mensalmente... Isso vai resolver ".
    E resolveu. Tomei por um ano, fui reorganizando a minha vida e, mesmo com luto duplo em 2021, morte da minha mãe e pai, não precisei remédio pra regulação de humor, apenas para dormir que usei por 90 dias.
    Estou contribuindo em conhecimento com o "lado de cá", de quem precisa desse suporte médico e encontra profissionais não só despreparados, mas também, tem a ver a própria dinâmica e estrutura da ciência e da medicina atual que foi totalmente compartimentalizada. Os profissionais já receberam conhecimentos fragmentados e os bons profissionais sofrem e são tão vítimas quanto os pacientes... Portanto, ver estes movimentos integrativos me dá esperança que um dia a medicina enxergue o ser humano de maneira integral, corpo e psiquê...e não esta indústria só partes do corpo, guias para exames e receitas de remédios, que virou um grande business.
    Desculpa o texto longo, o meu depoimento pessoal é pra ajudar nessa compreensão e é a minha forma de ajudar quem está trabalhando, criando essas pontes. Gratidão aos dois pelo trabalho pioneiro.👏