amores novos falai-mffffe, r(bis) que os velhos já me esqueceram. faço de conta que foram (bis) folhas de papel que arderam. semeei o meu faval já tenho muitas favinhas. já tomei novos amores, os velhos que torçam linhas. eu amo a três amores, dois de manhã, um de tarde: trago a dois enganados, só a um falo verdade. já te quiz bem e, na vida, isso quiz, que eu não nego; fizeste-me uma traição, agora nem ver-te quero. cala-te, meu coração, tu nada queiras dizer. quem se cala vence tudo também tu hás-te vencer. eu amar hei-te amar. foi palavra que te dei; por fim hei-te deixar como tu fazes também. hei-de amar a pedra dura, e ao teu coração não. que a pedra dura não queima, e tu queimas sem razão. sois água, não matais sede sois pimenta, não queimais; sois uns e pintai-vos oitros quando comigo falais. domingo, se fores à missa, bem sabes onde eu me ponho; dá-me um aceno c´os olhos que eu c´o isso me componho. dizes que me queres bem eu por obra o quero ver. o dize quero-te bem quem quer o pode dizer. se eu soubesse quem tu eras e qual é teu coração, uma fala que te dei ou t´a daria ou não. se eu soubesse quem tu eras, ou quem tu vinhas a ser, mandava vir da botica remédio para morrer. o amor de homem casado quem me dera sequer um; para couços de panela, que ainda não tenho nenhum. o amor de homem casado quem o quer ? quem o cobiça? é como o cant´ro quebrado, com a rolha de cortiça. o amor de homem casado quem o há-de pretender? é como o vinho botado, que se não pode beber. hei-de escrever uma carta ao rigor d´esse teu corpo; juro que não chegará quanto papel tem o porto. deste-me um ar do teu riso, quando por ti fui passando; empiscaste-me os teus olhos eu logo me fui chegando. amores ao pé da porta quem m´os dera a todo o risco; ainda que a boca não fale, os olhos sempre lhe empisco. aos olhos do meu amor hei-lhes atirar um tiro; já que eles por bem não querem deixar de falar comigo os olhos requerem olhos, os corações, corações; também as boas palavras requerem boas acções. os olhos requerem olhos, tudo requer o que é seu; eu requeiro o meu amor, e por justiça que é meu. o meu amor quando se encontra causa pena e causa gosto; sobressalta o coração, faz subir a cor ao rosto. hei-de subir ao teu peito por alta escada de vidro, com fechaduras de prata para me fechar contigo. o sol quando quer nascer à minha porta vem dar. vem pedir obediência dos raios que há-de-deitar. o sol para todos nasce, só para mim escurece. desgraçada rapariga que até o sol aborrece. eu fui a que disse ao sol que era escusado nascer; à vista d´esses teus olhos, que vem o sol cá fazer? oh meu cravinho vermelho, salpicado na botica, adeus que me vou embora, meu coração cá te fica. dizes que te vais embora, e já te estás preparando; quem me fora livre minha que te fora acompanhando. agora é que vou morrer. vou passar o meu martírio, vou morrer sem acabar, padecer sem ter alívio. já lá vai o sol abaixo, já não nasce onde nascia. já não dou as minhas falas a quem as dava algum dia.
So good!
Lindo!!
Belíssimo !
Belo belo belo
amores novos falai-mffffe, r(bis)
que os velhos já me esqueceram.
faço de conta que foram (bis)
folhas de papel que arderam.
semeei o meu faval
já tenho muitas favinhas.
já tomei novos amores,
os velhos que torçam linhas.
eu amo a três amores,
dois de manhã, um de tarde:
trago a dois enganados,
só a um falo verdade.
já te quiz bem e, na vida,
isso quiz, que eu não nego;
fizeste-me uma traição,
agora nem ver-te quero.
cala-te, meu coração,
tu nada queiras dizer.
quem se cala vence tudo
também tu hás-te vencer.
eu amar hei-te amar.
foi palavra que te dei;
por fim hei-te deixar
como tu fazes também.
hei-de amar a pedra dura,
e ao teu coração não.
que a pedra dura não queima,
e tu queimas sem razão.
sois água, não matais sede
sois pimenta, não queimais;
sois uns e pintai-vos oitros
quando comigo falais.
domingo, se fores à missa,
bem sabes onde eu me ponho;
dá-me um aceno c´os olhos
que eu c´o isso me componho.
dizes que me queres bem
eu por obra o quero ver.
o dize quero-te bem
quem quer o pode dizer.
se eu soubesse quem tu eras
e qual é teu coração,
uma fala que te dei
ou t´a daria ou não.
se eu soubesse quem tu eras,
ou quem tu vinhas a ser,
mandava vir da botica
remédio para morrer.
o amor de homem casado
quem me dera sequer um;
para couços de panela,
que ainda não tenho nenhum.
o amor de homem casado
quem o quer ? quem o cobiça?
é como o cant´ro quebrado,
com a rolha de cortiça.
o amor de homem casado
quem o há-de pretender?
é como o vinho botado,
que se não pode beber.
hei-de escrever uma carta
ao rigor d´esse teu corpo;
juro que não chegará
quanto papel tem o porto.
deste-me um ar do teu riso,
quando por ti fui passando;
empiscaste-me os teus olhos
eu logo me fui chegando.
amores ao pé da porta
quem m´os dera a todo o risco;
ainda que a boca não fale,
os olhos sempre lhe empisco.
aos olhos do meu amor
hei-lhes atirar um tiro;
já que eles por bem não querem
deixar de falar comigo
os olhos requerem olhos,
os corações, corações;
também as boas palavras
requerem boas acções.
os olhos requerem olhos,
tudo requer o que é seu;
eu requeiro o meu amor,
e por justiça que é meu.
o meu amor quando se encontra
causa pena e causa gosto;
sobressalta o coração,
faz subir a cor ao rosto.
hei-de subir ao teu peito
por alta escada de vidro,
com fechaduras de prata
para me fechar contigo.
o sol quando quer nascer
à minha porta vem dar.
vem pedir obediência
dos raios que há-de-deitar.
o sol para todos nasce,
só para mim escurece.
desgraçada rapariga
que até o sol aborrece.
eu fui a que disse ao sol
que era escusado nascer;
à vista d´esses teus olhos,
que vem o sol cá fazer?
oh meu cravinho vermelho,
salpicado na botica,
adeus que me vou embora,
meu coração cá te fica.
dizes que te vais embora,
e já te estás preparando;
quem me fora livre minha
que te fora acompanhando.
agora é que vou morrer.
vou passar o meu martírio,
vou morrer sem acabar,
padecer sem ter alívio.
já lá vai o sol abaixo,
já não nasce onde nascia.
já não dou as minhas falas
a quem as dava algum dia.