Esse conto é muito mais profundo do que se imagina, não pode ser reduzido a mera superficialidade. Esse conto trata de relações de de poder e de escolhas.
Sim. Ao tempo em que nos revoltamos com a opressão nos imposta, também alimentamos o ciclo de opressão. No caso, o jovem Damião vê a sua liberdade reduzida pela autoridade do pai, que lhe quer padre. Damião busca auxílio para mudar o seu destino indesejado, tornar-se padre. Sua benfeitora, Sinhá Rita, coloca-se em defesa de Damião, colabora com a opressão da Sinhá sobre a escrava Lucrécia. Damião, que antes prometera a si mesmo apadrinhar a jovem Lucrecia, comovido pelo modo cruel com que Sinhá a tratava, acabou colaborando com a agressão sofrida pela menina. Não sou religioso, mas me veio a memória o episódio bíblico em que Jesus ensina dar a outra face quando se sofre uma violência. Ou seja, negar-se a alimentar o ciclo de violência social é um duro golpe no sistema de opressão, no âmbito familiar, religioso e social. Resta, contudo, reconhecer que Damião é fruto só seu meio histórico, e seu ser social molda a sua consciência. O conto é uma ilustração impactante de como a opressão social destrói a dignidade humana, remetendo-nos ao modo de ver do Camilo Castelo Branco, que em toda a sua obra mostra a consequência corrupta da sociedade sobre o ser humano, que o torna mal. Creio que a fonte primeva seja a filosofia iluminista do Rousseau. Por fim, o Machado de Assis tinha uma visão muito cética em relação ao ser humano. Seus contos nos incomoda porque são extremamente realistas. São poucos os contos em que há finais felizes e que há redenção. Um outro conto nessa linha, que tem no canal do Iba Mendes, é A Carteira. A trama é simples, pode soar cômica até, contudo, o texto desnuda a hipocrisia das relações sociais, e, me parece, o autor faz um alerta: "maldito o homem que acredita em outro homem". Cara, eu gosto muito dos contos do Machado de Assis. Ele faz sempre uma sutil denúncia de costumes e comportamentos da sua época, ainda comuns na atualidade, embora com outras vestes. Entretanto, o Machado só insinua, deixando ao leitor a responsabilidade de julgar os fatos. Abraços
@@BetoOliveira_machuta o Mosso que sofria com o pai querendo que o filho fizesse o seminário, que sofria com a opreção do pai, contribuiu com a agressão de Lucressia, com a opreção da menina. Na hora que a criança mais precisou dele, o homem colocou seus próprios interesses a frente.
Padre falou piadas e uma escrava riu, eles conversavam e ele resolveu apadrinhar a menina, se ela não terminar apanha tio do menino chegou e foi falar com o pai do menino, A moça chamou o menino para jantar, depois outras moças chegaram e diz a piada de novo, no fim a menina não terminou a tarefa e ia apanhar, Sr Damião teve q pegar a vara enquanto a negra pedia q não,
Esse conto é muito mais profundo do que se imagina, não pode ser reduzido a mera superficialidade. Esse conto trata de relações de de poder e de escolhas.
Sim. Ao tempo em que nos revoltamos com a opressão nos imposta, também alimentamos o ciclo de opressão.
No caso, o jovem Damião vê a sua liberdade reduzida pela autoridade do pai, que lhe quer padre. Damião busca auxílio para mudar o seu destino indesejado, tornar-se padre. Sua benfeitora, Sinhá Rita, coloca-se em defesa de Damião,
colabora com a opressão da Sinhá sobre a escrava Lucrécia. Damião, que antes prometera a si mesmo apadrinhar a jovem Lucrecia, comovido pelo modo cruel com que Sinhá a tratava, acabou colaborando com a agressão sofrida pela menina.
Não sou religioso, mas me veio a memória o episódio bíblico em que Jesus ensina dar a outra face quando se sofre uma violência. Ou seja, negar-se a alimentar o ciclo de violência social é um duro golpe no sistema de opressão, no âmbito familiar, religioso e social.
Resta, contudo, reconhecer que Damião é fruto só seu meio histórico, e seu ser social molda a sua consciência.
O conto é uma ilustração impactante de como a opressão social destrói a dignidade humana, remetendo-nos ao modo de ver do Camilo Castelo Branco, que em toda a sua obra mostra a consequência corrupta da sociedade sobre o ser humano, que o torna mal. Creio que a fonte primeva seja a filosofia iluminista do Rousseau.
Por fim, o Machado de Assis tinha uma visão muito cética em relação ao ser humano. Seus contos nos incomoda porque são extremamente realistas. São poucos os contos em que há finais felizes e que há redenção. Um outro conto nessa linha, que tem no canal do Iba Mendes, é A Carteira. A trama é simples, pode soar cômica até, contudo, o texto desnuda a hipocrisia das relações sociais, e, me parece, o autor faz um alerta: "maldito o homem que acredita em outro homem".
Cara, eu gosto muito dos contos do Machado de Assis. Ele faz sempre uma sutil denúncia de costumes e comportamentos da sua época, ainda comuns na atualidade, embora com outras vestes. Entretanto, o Machado só insinua, deixando ao leitor a responsabilidade de julgar os fatos.
Abraços
@@BetoOliveira_machuta o Mosso que sofria com o pai querendo que o filho fizesse o seminário, que sofria com a opreção do pai, contribuiu com a agressão de Lucressia, com a opreção da menina. Na hora que a criança mais precisou dele, o homem colocou seus próprios interesses a frente.
O caso mostra claramente que ele nao tinha vocação para Padre, lhe faltava sacrifício, amor, compaixão. O que mais importava para ele, era ele mesmo!
Ótimo.
Parabéns.
Bela lição do que é um covarde!
Será mesmo? Quem é que garante que, estando na pele de Damião, não faríamos igual ou pior pra garantirmos nosso bem?
Padre falou piadas e uma escrava riu, eles conversavam e ele resolveu apadrinhar a menina, se ela não terminar apanha
tio do menino chegou e foi falar com o pai do menino,
A moça chamou o menino para jantar, depois outras moças chegaram e diz a piada de novo, no fim a menina não terminou a tarefa e ia apanhar, Sr Damião teve q pegar a vara enquanto a negra pedia q não,
Não servia mesmo pra padre