Machado é essencial. Um dos pontos a se ressaltar são os nomes do casal branco:Cândido Neves e Clara. A ironia não tão sutil perpassa nesses nomes que remetem à pureza e a claridade, quando na realidade, são personagens tão desprovidos dessas qualidades. Sempre necessário, Machado de Assis.
Esse conto é sensacional e abre espaço pra tantas discussões, a crítica do autor a ordem social escravista me chamou atenção, pois não estava acostumada as criticas do autor de forma mais explicita e brutal, a "coisificação" do ser humano, que reduzia o escravizado a uma mercadoria também. Fora a alusão aos nomes dos personagens, que não só remetem a cor branca, mas o Cândido também relembra candura, pureza, oposto a qualquer característica do personagem.
A elegância sutil de Machado é admirável. Cândido (nem tão cândido assim), dita “quem lhe manda fazer filhos e fugir depois”, sendo que esta é sua atual situação
No conto, enquanto o Cândido Neves arrasta brutalmente a mulher, as pessoas veem e simplesmente não se importam; por entenderem imediatamente do que se tratava - um homem branco agindo violentamente contra uma mulher preta... Esta situação para aquelas pessoas do século XIV era algo, infelizmente, naturalmente compreendido. Essa parte da narrativa é bastante importante.
Sobre ele abordar esta camada social... Podemos entender uma crítica feroz que ele faz a classe média, que se vê acima dos outros, só por não estar na posição de escravos na época, a exemplo de um dos empregos em que ele vai em busca, no qual ele tem que servir pessoas. Nesse trecho ele sente seu orgulho ferido, pois servir, é somente para escravos... E além disso, a questão de que escolher emprego, é um luxo burguês e Cândido é um homem pobre, porém se sente um burguês, por poder ocupar os ofícios que a escravidão deixara naquele tempo, isto é, caçar escravos e por ser branco.
Li esse conto hoje. O primeiro na publicação "Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século", organizado por Ítalo Moriconi (Objetiva), fazendo parte das minhas férias. Que conto!!! Que choque de dilemas!!! As referências que apresentou ao contexto da escravidão no Brasil nesta narrativa são bem marcantes. Genial Machado sobre a lenha da sociedade.
Ótima indicação! Excelente conto. Nos faz perceber diferenças de valores. Um filho varão teria mais valor para um pai do que para uma mãe? O filho de um branco valeria mais do que o de uma escrava? O sentimento de amor ao filho, externado por Cândido Neves o faz cego aos filhos de outrem, o seu é mais importante. Seria uma ajuda divina ou demoníaca conseguir dinheiro minutos antes de abandonar o rebento à Roda dos Enjeitados? O meio de conseguir o montante para seu sustento e o da família ampliada justificaria os fins? Como mesmo disse, muitas camadas a serem analisadas...
Já li e adorei. O dilema que ele contém é sensacional e o final é um moedor de sentimentos. Tem um outro conto dele que gosto muito que se chama "o caso da vara" que também trás um dilema muito interessante, não tão forte quanto "Pai contra mãe", mas muito bom do mesmo jeito.
Não havia lido o conto e pausei o vídeo ao saber que tinha spoiler para lê-lo e só então continuar o vídeo, hehe. Excelente conto! Muito obrigado pela indicação!
Machado de Assis é incrível! Sempre mostrando, às vezes de forma sutil, às vezes não, quem é o ser humano. Li esse conto faz tempo,mas lembro-me de ficar chocada!
estou comentando isso antes de terminar o vídeo, então não sei se você irá comentar. prestei atenção nos seus nomes logo no início: cândido, clara, neves... todos remetem a cor branca.
@@MellFerraz eu percebi por causa de uma aula que tive de um conto do machado, nem lembro o título, mas o professor disse que todos os nomes significam alguma coisa. lembro que o nome do protagonista era pestana e o conto era sobre música.
Nada nesse conto é por acaso. Candinho desce pela rua da ajuda, e segue pela S.José. Encontra Arminda e esta descia ao encontro da hoje extinta rua da Misericórdia. Estamos entre a ajuda que um pleiteia e a misericórdia que a escrava necessita e estamos na S. José, patrono dos trabalhadores e da família. No caminho que fazem ao proprietário, seguimos a rua dos Ourives e terminamos na Alfândega. Ali, além de se mostrar que a personagem é uma mercadoria aos olhos daquela sociedade, também o preço se faz pago em uma referência clara ao bíblico mosaico: Vida por vida, alma por alma. ( a oferta que Candinho dá para o seu clamor, deve pesar igual ao que defende)
E os nomes de todos os personagens respondem a si mesmos: Candido não deixa e não oferece a almejada misericórdia mas a busca para si E Arminda possui o nome que significa "a que possui armas", ela luta por si, esta numa luta e batalhará pela sua liberdade nos caminhos dos ourives. Que a subjugam e sacrificam na alma. Aconselho uma rápida pesquisa no mapa do Rio antigo que o conto fica mais rico.
Eu li esse conto, ele é muito impactante e interessante perceber como o Machado nos faz pensar que não existe o certo ou o errado nessa situação ao se tratar da ideia do que um pai/mãe é capaz de fazer pelo filho!!!
Mell, sobre essa questão do Machado e a escravidão, te recomendo o Roberto Schwarz. Ele passou a vida toda dele tentando provar para os críticos que diziam o contrário que toda a obra machadiana estava intrinsecamente ligada à escravidão. E, sobre a relação do Machado com as ruas do Rio, tem algo interessante demais nesse conto: você deve ter notado, mas todas as ruas que o Cândido passa ajudam a contar essa história; Rua da Ajuda, Rua José...
Ansiosa para ler os contos do Machado. Sempre dei preferência aos romances. Inspirada em seus vídeos, comprei o livro da editora Martin Claret, com os contos essenciais. Espero que tenha este. 😍 Obrigada pela partilha! 😘🌸🌻
Lembro vagamente que achei bem interessante o início e chocante o final. Também foi legal ele trazer essa camada de personagens históricos "não tão lembrados."
Excelente! Conto rico em ironia, apesar de Machado fazer uma critica direta ao regime escravocrata, , não podemos deixar de analisar a perceptível critica ao sistema da época, pois Cândido Neves mesmo sendo branco e não escravo, era um homem extremamente pobre e que dependia do escravo para viver. Irônico né?Pois é Machado é isso
Eu fiquei pensando muito sobre a questão do racismo e sobre o como parece que ainda vivemos no período da escravidão, mesmo que estejamos a mais de um século do fim de tal condição horrenda.
Oi, Mell! Estou adorando ler os contos com vc! Eu gosto mais quando vc comenta o conto como um todo, porque dá para aprofundar mais a discussão. Esse conto foi o que mais me impactou até agora da lista (eu só não li ainda o da Charlotte). O que mais me chamou a atenção no conto (fora os pontos que vc levantou) é que mesmo a chegada do filho (que o Cândido queria muito) motivou o Cândido a "se esforçar" mais para ganhar dinheiro de outras formas. E gostaria de te agradecer pelas indicações dos contos, porque fazia muito tempo que não lia nada do Machado. Bjs
Parabéns por sua análise, gostei "também" Mas o assunto principal do conto é o "egoísmo"; claro que pra falar do egoísmo humano, ele aborda vários outros assuntos, deixando o conto com várias camadas, muito profundas também, mas não universal como o "egoísmo humano" Não fui eu que concluí isso "quem sou eu na fila do pão? 🤦" rsrs Foi a professora de filosofia clássica Lúcia Helena Galvão "ela é incrível"
Oi, Mel, discordo da maneira que você abordou a roda dos enjeitados, utilizando com tanta veemência a palavra “descartar”, é importante também destacar de forma crítica que muitas mulheres se viam obrigadas a colocar os seus bebes recém-nascidos na roda para assegurar até a própria vida, ameaçadas de morte pelos próprios pais, já que muitas eram prometidas para um “bom casamento” e engravidavam ainda solteiras, outras em algum momento, por algum motivo alheio as suas vontades, se encontravam na rua e na miséria, e realmente colocavam seus filhos na roda com a certeza que estes teriam um teto e comida ou tratamento médico para alguma doença, mulheres que geralmente casavam forçadamente também ameaçadas pelos seus maridos que as obrigavam a abandonar os bebês na roda por serem fruto de uma relação extraconjugal, outras mulheres já casavam grávidas e quando descoberta, os maridos as obrigavam da mesma forma. Devemos lembrar também das mulheres negras escravizadas que eram obrigadas pelos seus senhores a colocarem os filhos nascidos brancos para não evidenciar que eram frutos de abusos sexuais cotidianos, causando assim um escândalo na família e na sociedade. Algumas mulheres mudavam de vida e voltavam anos depois para tentar buscar o filho, ou mantinha uma ajuda a distância, mas passavam o resto da vida sofrendo com o passado. Muitas vidas, muitas histórias, cada uma com as suas peculiaridades. Parabéns pelos vídeos! Adoro seu canal e as dicas literárias!
Parabéns pela análise. Muito bem feita, de forma simples e suficiente. Acrescento, no entanto, uma possibilidade: quando a escrava aborta e Cândido nos diz que nem todas as crianças vingam, poderia ser uma crítica à fragilidade e inconsistência da lei do ventre livre, de 1871. Essa lei indicava que, a partir de sua assinatura, as crianças nascidas de escravas seriam consideradas livres. No entanto, a realidade não era bem essa pois essas crianças "livres" ficavam ligadas aos donos de suas mães durante alguns anos, numa espécie de indenização. Assim, nem todas as crianças vingam assim como nem todas as leis vingam no Brasil.
Eu também esqueço muito algumas coisas que leio, inclusive os contos do Machado! Mas o meu problema deve ser a idade...o que não ocorre contigo. Ahhahahha bjs, Mel!
Arminda... Nome de minha avó. Um dos significados desse nome seria "mulher do exército" ou "mulher que luta por um exército". Talvez o nome dela seja o único no conto cujo significado não é irônico. É curioso pensar que Arminda é "mulata" (termo usado indiscriminadamente no contexto da época), portanto fruto da união de branco com negro. Sendo escravizada, vejo a personagem como, ela mesma, resultado de violência sexual. Seria a criança em seu ventre também fruto de um estupro? Me lembro da obra conhecida como "Mona Lisa do racismo": A redenção de Cam. Imagino a cabeça de Candinho no momento em que Arminda implora para que lhe poupe, se oferecendo para ser escrava dele. Ele que, sendo indolente, já não conseguiria alimentar o próprio filho. Sendo branco e pobre, não era escravo de um senhor, mas estava completamente submetido ao sistema. Jamais poderia possuir escravos, mas os capturava a troco de recompensa. Cada vez que leio esse conto, e eu já li muitas vezes, reflito a partir de uma camada diferente de significado.
Achei a análise superficial. Há mais coisas no conto. A Ana tem que ser feita considerando os elementos da época. Pir isso o título pai contra mãe. Candido Neves é o pai e a escrava mãe
Os nomes dos personagens " candido , neves , clara " . Que remetem a nomes brancos, santos , claros , puros ( coisa que o personagem não era ) . E em uma parte esta escrito " nem todo negro gostava da escravidao ' .porque na epoca ( vejo gente assim até hoje ) As pessoas diziam que a escravidao era boa porque " civilizava " os pretos e indiginas .e segundo eles os levariam para o ceu, porque o deixariam longe da relegiao deles ( inclusive a higreja catolica defendia a escravidao ) . Entao contem ironia sobre os nomes e os "negros "gostarem da escravidao .
Machado é essencial. Um dos pontos a se ressaltar são os nomes do casal branco:Cândido Neves e Clara. A ironia não tão sutil perpassa nesses nomes que remetem à pureza e a claridade, quando na realidade, são personagens tão desprovidos dessas qualidades. Sempre necessário, Machado de Assis.
Esse conto é sensacional e abre espaço pra tantas discussões, a crítica do autor a ordem social escravista me chamou atenção, pois não estava acostumada as criticas do autor de forma mais explicita e brutal, a "coisificação" do ser humano, que reduzia o escravizado a uma mercadoria também. Fora a alusão aos nomes dos personagens, que não só remetem a cor branca, mas o Cândido também relembra candura, pureza, oposto a qualquer característica do personagem.
A elegância sutil de Machado é admirável. Cândido (nem tão cândido assim), dita “quem lhe manda fazer filhos e fugir depois”, sendo que esta é sua atual situação
No conto, enquanto o Cândido Neves arrasta brutalmente a mulher, as pessoas veem e simplesmente não se importam; por entenderem imediatamente do que se tratava - um homem branco agindo violentamente contra uma mulher preta... Esta situação para aquelas pessoas do século XIV era algo, infelizmente, naturalmente compreendido. Essa parte da narrativa é bastante importante.
Sobre ele abordar esta camada social... Podemos entender uma crítica feroz que ele faz a classe média, que se vê acima dos outros, só por não estar na posição de escravos na época, a exemplo de um dos empregos em que ele vai em busca, no qual ele tem que servir pessoas. Nesse trecho ele sente seu orgulho ferido, pois servir, é somente para escravos... E além disso, a questão de que escolher emprego, é um luxo burguês e Cândido é um homem pobre, porém se sente um burguês, por poder ocupar os ofícios que a escravidão deixara naquele tempo, isto é, caçar escravos e por ser branco.
Li esse conto hoje. O primeiro na publicação "Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século", organizado por Ítalo Moriconi (Objetiva), fazendo parte das minhas férias. Que conto!!! Que choque de dilemas!!! As referências que apresentou ao contexto da escravidão no Brasil nesta narrativa são bem marcantes. Genial Machado sobre a lenha da sociedade.
Ótima indicação!
Excelente conto. Nos faz perceber diferenças de valores. Um filho varão teria mais valor para um pai do que para uma mãe? O filho de um branco valeria mais do que o de uma escrava?
O sentimento de amor ao filho, externado por Cândido Neves o faz cego aos filhos de outrem, o seu é mais importante. Seria uma ajuda divina ou demoníaca conseguir dinheiro minutos antes de abandonar o rebento à Roda dos Enjeitados? O meio de conseguir o montante para seu sustento e o da família ampliada justificaria os fins?
Como mesmo disse, muitas camadas a serem analisadas...
👏👏👏👏👏
Tem um filme chamado "Quanto vale ou é por quilo?" que tem como base esse conto!
Já li e adorei. O dilema que ele contém é sensacional e o final é um moedor de sentimentos. Tem um outro conto dele que gosto muito que se chama "o caso da vara" que também trás um dilema muito interessante, não tão forte quanto "Pai contra mãe", mas muito bom do mesmo jeito.
Esse conto é tão reflexivo...
Não havia lido o conto e pausei o vídeo ao saber que tinha spoiler para lê-lo e só então continuar o vídeo, hehe. Excelente conto! Muito obrigado pela indicação!
Ótima explicação 😃🤠
Li e acredito que este conto possibilita inúmeras discussões e interpretações.
Li hoje esse conto, Machado de Assis nos toca profundamente com esses contos. Perfeito os seus comentários sobre.
Machado de Assis é incrível! Sempre mostrando, às vezes de forma sutil, às vezes não, quem é o ser humano. Li esse conto faz tempo,mas lembro-me de ficar chocada!
Machado era um gênio!! O maior escritor do Brasil .
estou comentando isso antes de terminar o vídeo, então não sei se você irá comentar. prestei atenção nos seus nomes logo no início: cândido, clara, neves... todos remetem a cor branca.
Acredita que eu só notei isso quando estava editando o vídeo?
@@MellFerraz eu percebi por causa de uma aula que tive de um conto do machado, nem lembro o título, mas o professor disse que todos os nomes significam alguma coisa. lembro que o nome do protagonista era pestana e o conto era sobre música.
Nada nesse conto é por acaso.
Candinho desce pela rua da ajuda, e segue pela S.José.
Encontra Arminda e esta descia ao encontro da hoje extinta rua da Misericórdia.
Estamos entre a ajuda que um pleiteia e a misericórdia que a escrava necessita e estamos na S. José, patrono dos trabalhadores e da família.
No caminho que fazem ao proprietário, seguimos a rua dos Ourives e terminamos na Alfândega. Ali, além de se mostrar que a personagem é uma mercadoria aos olhos daquela sociedade, também o preço se faz pago em uma referência clara ao bíblico mosaico: Vida por vida, alma por alma. ( a oferta que Candinho dá para o seu clamor, deve pesar igual ao que defende)
E os nomes de todos os personagens respondem a si mesmos:
Candido não deixa e não oferece a almejada misericórdia mas a busca para si
E Arminda possui o nome que significa "a que possui armas", ela luta por si, esta numa luta e batalhará pela sua liberdade nos caminhos dos ourives. Que a subjugam e sacrificam na alma.
Aconselho uma rápida pesquisa no mapa do Rio antigo que o conto fica mais rico.
Nossa, não me toquei nos nomes sutis das ruas dado o contexto de cada personagem. Muito obrigado pelo detalhe
Eu li esse conto, ele é muito impactante e interessante perceber como o Machado nos faz pensar que não existe o certo ou o errado nessa situação ao se tratar da ideia do que um pai/mãe é capaz de fazer pelo filho!!!
Mell, sobre essa questão do Machado e a escravidão, te recomendo o Roberto Schwarz. Ele passou a vida toda dele tentando provar para os críticos que diziam o contrário que toda a obra machadiana estava intrinsecamente ligada à escravidão. E, sobre a relação do Machado com as ruas do Rio, tem algo interessante demais nesse conto: você deve ter notado, mas todas as ruas que o Cândido passa ajudam a contar essa história; Rua da Ajuda, Rua José...
Por favor, os nomes dos livros.
Grata.
@@elvirareina8927 Dos livros do Schwarz? Ao Vencedor, as Batatas e Um Mestre na Periferia do Capitalismo.
eu amo esse conto!
Amo esse conto! Tão intrigante, revelador! Dor. ..
Vc não está sozinha, eu tbm esqueço kkkkkk Leia os contos de Lima Barreto tbm, são muito bons!!
Clara dos Anjos principalmente!
O triste fim de Policarco quaresma é o melhor !!!
gente e eu q tava chorando de pena pelo candido e terminei o conto odiando ele.
Mel cadê os vídeos com a sua mãe? Saudades dela 💗
Meu deus, foi o melhor conto do Machado q eu já li...
Li esse conto a muitos anos atrás e lembro que o final me deixou com um mal estar durante dias.
Exato,
Tem um que se chama "O homem que sabia javanês" extremamente cômico e irônico!
Nossa!! Fiquei com muita vontade de ler 🤗🤗😍
Toda vez que leio esse conto, já indo para o final, me encontro em prantos e sem força para terminá-lo tamanha situação narrada
Nunca ouvi falar desse conto, agora vou ler de curiosidade.
Ansiosa para ler os contos do Machado. Sempre dei preferência aos romances. Inspirada em seus vídeos, comprei o livro da editora Martin Claret, com os contos essenciais. Espero que tenha este. 😍 Obrigada pela partilha! 😘🌸🌻
Lembro vagamente que achei bem interessante o início e chocante o final. Também foi legal ele trazer essa camada de personagens históricos "não tão lembrados."
Muito bom!
Parabéns pela abordagem clara e segura
Excelente! Conto rico em ironia, apesar de Machado fazer uma critica direta ao regime escravocrata, , não podemos deixar de analisar a perceptível critica ao sistema da época, pois Cândido Neves mesmo sendo branco e não escravo, era um homem extremamente pobre e que dependia do escravo para viver. Irônico né?Pois é Machado é isso
Tenho tests quinta-feira, e ja estou estudando hoje que é segunda, seu video me ajudou bastante kk 😂
Ah! Você está cada vez mais linda!
Ótima análise!!!
Eu fiquei pensando muito sobre a questão do racismo e sobre o como parece que ainda vivemos no período da escravidão, mesmo que estejamos a mais de um século do fim de tal condição horrenda.
Oi, Mell!
Estou adorando ler os contos com vc!
Eu gosto mais quando vc comenta o conto como um todo, porque dá para aprofundar mais a discussão.
Esse conto foi o que mais me impactou até agora da lista (eu só não li ainda o da Charlotte).
O que mais me chamou a atenção no conto (fora os pontos que vc levantou) é que mesmo a chegada do filho (que o Cândido queria muito) motivou o Cândido a "se esforçar" mais para ganhar dinheiro de outras formas.
E gostaria de te agradecer pelas indicações dos contos, porque fazia muito tempo que não lia nada do Machado.
Bjs
Faz um novo book self tour. O seu último foi em 2015
Parabéns por sua análise, gostei "também"
Mas o assunto principal do conto é o "egoísmo"; claro que pra falar do egoísmo humano, ele aborda vários outros assuntos, deixando o conto com várias camadas, muito profundas também, mas não universal como o "egoísmo humano"
Não fui eu que concluí isso "quem sou eu na fila do pão? 🤦" rsrs
Foi a professora de filosofia clássica Lúcia Helena Galvão "ela é incrível"
adorei
Eu quero muito esse box!
Machadão
Meu preferido nos clássicos nacionais!!!!
Me ajuda
Queria saber umas perguntinhas
@@kellyanesousa4912 se eu puder ajudar.
diga.
Oi, Mel, discordo da maneira que você abordou a roda dos enjeitados, utilizando com tanta veemência a palavra “descartar”, é importante também destacar de forma crítica que muitas mulheres se viam obrigadas a colocar os seus bebes recém-nascidos na roda para assegurar até a própria vida, ameaçadas de morte pelos próprios pais, já que muitas eram prometidas para um “bom casamento” e engravidavam ainda solteiras, outras em algum momento, por algum motivo alheio as suas vontades, se encontravam na rua e na miséria, e realmente colocavam seus filhos na roda com a certeza que estes teriam um teto e comida ou tratamento médico para alguma doença, mulheres que geralmente casavam forçadamente também ameaçadas pelos seus maridos que as obrigavam a abandonar os bebês na roda por serem fruto de uma relação extraconjugal, outras mulheres já casavam grávidas e quando descoberta, os maridos as obrigavam da mesma forma. Devemos lembrar também das mulheres negras escravizadas que eram obrigadas pelos seus senhores a colocarem os filhos nascidos brancos para não evidenciar que eram frutos de abusos sexuais cotidianos, causando assim um escândalo na família e na sociedade. Algumas mulheres mudavam de vida e voltavam anos depois para tentar buscar o filho, ou mantinha uma ajuda a distância, mas passavam o resto da vida sofrendo com o passado. Muitas vidas, muitas histórias, cada uma com as suas peculiaridades. Parabéns pelos vídeos! Adoro seu canal e as dicas literárias!
Exatamente.
Vídeo incrível, adoro seu canal!
Parabéns pela análise. Muito bem feita, de forma simples e suficiente. Acrescento, no entanto, uma possibilidade: quando a escrava aborta e Cândido nos diz que nem todas as crianças vingam, poderia ser uma crítica à fragilidade e inconsistência da lei do ventre livre, de 1871. Essa lei indicava que, a partir de sua assinatura, as crianças nascidas de escravas seriam consideradas livres. No entanto, a realidade não era bem essa pois essas crianças "livres" ficavam ligadas aos donos de suas mães durante alguns anos, numa espécie de indenização. Assim, nem todas as crianças vingam assim como nem todas as leis vingam no Brasil.
Eu também esqueço muito algumas coisas que leio, inclusive os contos do Machado! Mas o meu problema deve ser a idade...o que não ocorre contigo. Ahhahahha bjs, Mel!
Sua voz é idêntica a da Chris Flores. 😱
lindona
Arminda... Nome de minha avó. Um dos significados desse nome seria "mulher do exército" ou "mulher que luta por um exército". Talvez o nome dela seja o único no conto cujo significado não é irônico. É curioso pensar que Arminda é "mulata" (termo usado indiscriminadamente no contexto da época), portanto fruto da união de branco com negro. Sendo escravizada, vejo a personagem como, ela mesma, resultado de violência sexual. Seria a criança em seu ventre também fruto de um estupro? Me lembro da obra conhecida como "Mona Lisa do racismo": A redenção de Cam. Imagino a cabeça de Candinho no momento em que Arminda implora para que lhe poupe, se oferecendo para ser escrava dele. Ele que, sendo indolente, já não conseguiria alimentar o próprio filho. Sendo branco e pobre, não era escravo de um senhor, mas estava completamente submetido ao sistema. Jamais poderia possuir escravos, mas os capturava a troco de recompensa. Cada vez que leio esse conto, e eu já li muitas vezes, reflito a partir de uma camada diferente de significado.
Moral da história: quem pode mais chora menos.
Mel acho que na descrição do vídeo vc colocou á do vídeo anterior
Contando... contos ;-) VEDA6
Machado é Machado!
Achei um pouco vago. Eu li o conto e senti falta de diversos pontos importantes, mas no mais eu gostei.
Achei a análise superficial. Há mais coisas no conto. A Ana tem que ser feita considerando os elementos da época. Pir isso o título pai contra mãe. Candido Neves é o pai e a escrava mãe
Alguém pode me explicar a ironia nesse conto?
Os nomes dos personagens " candido , neves , clara " .
Que remetem a nomes brancos, santos , claros , puros ( coisa que o personagem não era ) .
E em uma parte esta escrito " nem todo negro gostava da escravidao ' .porque na epoca ( vejo gente assim até hoje )
As pessoas diziam que a escravidao era boa porque " civilizava " os pretos e indiginas .e segundo eles os levariam para o ceu, porque o deixariam longe da relegiao deles ( inclusive a higreja catolica defendia a escravidao ) .
Entao contem ironia sobre os nomes e os "negros "gostarem da escravidao .
Sua avaliação é muito fraca. Carece de mais leitura complementar para interpretar um autor como Machado. Mas, valeu a intenção.
faz melhor.