Lembro quando tinha 13 anos, estava mrnstruada na escola e peguei um absorvente enquanto a professora de matemática me ajudava; fui perguntada se não tinha vergonha e respondi: “de não estar grávida e com a saúde em dia?”; acho que foi a primeira vez que aquela mulher de quase 40 anos parou para refletir sobre o absurdo que estava reproduzindo.
Gente, assisti o vídeo e me veio uma lembrança do passado, do século passado! O cenário:cidade do Rio de Janeiro, final da década de 60. Eu indo na farmácia de bairro, comprar "Modess" pra minha mãe. Pedi ao moço da farmácia, o Caetano, que dava injeção e conhecia as bundas do bairro todo. Ele respondeu baixinho que pegaria. Foi lá dentro - onde hoje nas farmácias guardam os tarja preta, e trouxe um pacotão JÁ EMBALADO PREVIAMENTE em papel de embrulho pardo. Paguei, recebi troco e ele perguntou: trouxe bolsa? Eu não havia levado e ele, embaraçado e relutante me passa o pacote pela lateral do balcão, como se fosse contrabando, droga ilícita, sei lá, e disse sério e baixinho: "corre direto para casa, não para em lugar nenhum, e entrega só pra sua mãe!" Eu, impressionável e obediente, voei pra casa, carregando aquela prova da vergonha feminina...
Tenho 60 anos, sem condições comprar absorvente utilizava toalhinha e cinta feita com elástico. Compra do primeiro absorvente na farmácia aconteceu 3 anos após a menarca. Obrigada pela história das nossas antepassadas
E quando eu contei pra minha avó com mais de 80 anos que eu estava usando calcinha menstrual e que precisa lavar depois, ela ficou revoltada 😂😂 disse "mas eu lavei tanto paninho de menstruação quando nova e você escolhe isso 🥲" 😅😅
Hahaha eu Tb uso calcinha menstrual. Me dá aflição lavar, acabo lavando no banho, pq deixar pra lavar depois no tanque fico agoniada com o vermelho rsrrsrs
Não diria que há menos estudos sobre a menstruação somente por ser tabu, acredito que o maior motivo é o fato de homens (cis) não menstruarem, então, o tema deixa de ser relevante para a historiografia que trata de banho, de práticas sanitárias e de sexualidade. Por exemplo, na historiografia sobre Idade Média que eu conheço, e posso estar defasada em relação aos estudos, a menstruação só aparece marginalmente relacionada à práticas de bruxaria. Não sei se em estudos de História da Medicina Medieval a coisa tenha mais espaço. Quanto aos paninhos e tabus, minha mãe, nascida em 1951, conta que uma vez, quando ainda era criança, viu minha avó lavando alguns deles e somente por perguntar o que era aquilo, ela tomou uma surra. Sou grata a minha mãe por não ter reproduzido comigo essas práticas, ainda que ela tivesse algumas ideias oriundas do senso comum, isto é, minhas tias, ela me orientou da melhor maneira possível. Inclusive ela dava nomes às coisas, o que me deixava boiando nas conversas que utilizavam de gírias e linguagem floreada para falar de algo que deveria ser tão natural. E a ideia mais louca ligada ao ciclo menstrual que eu ouvi foi que mulher não podia lavar a cabeça durante a menstruação. Nos meus primeiros ciclos, eu menstruei um mês antes dos meus 12 anos, mais ou menos, não me deixavam lavar a cabeça e minha menstruação durava bem uma semana. 🙄 Já no caso das propagandas de produtos menstruais, o uso do azul e, não, do vermelho, é algo que aponta para essa incapacidade de abordar a questão. Lembro de ter lido que quando uma propaganda ousou colocar sangue com cor de sangue, foi um escândalo.
Quando eu era adolescente eu lembro da minha vó ( nascida em 1927) contando que menstruou aos 14 anos e ela nem sabia o que era aquilo. Já eu aos 11 anos a minha me explicou o que era menstruação e como usar um absorvente. Anda bem que nasci na época certa. Sobre os professores, tive uma professora de ciências na 7ª série ( anos 90) que era bem ignorante sobre o assunto. Uma aluna pediu pra ir ao banheiro e a professora negou e uma amiga dela disse que ela precisava pq a amiga estava menstruada. A professora falou que ela tinha que agir como mulher e mandou todos os meninos saírem da sala pra dar um sermão pra todas as meninas. Em contrapartida , numa excursão da escola um monitor do ônibus ( rapaz jovem) explicou pra uma menina que ela ela não deveria ter vergonha de menstruar e nem de falar sobre isso porque fazia parte de ser mulher, e que antigamente não se falava sobre isso.
@@keilabrasil5158 a mae de uma amiga me contou que ela acordou com sangue na cama e desesperada achando q tava morrendo pq não sabia o q era menstruação. Já eu nem lembro de nenhuma explicação que minha mae me deu sobre o assunto, provavelmente pq era tao natural que não precisou criar o evento de uma conversa sobre. Minha menarca foi com 9 anos, exata 1 semana antes do meu aniversário de 10 e eu já sabia o q tava acontecendo, como usar absorvente e quando trocar
@@keilabrasil5158 eu só tinha vergonha no fundamental depois se tornou tão normal que um dia no ensino médio eu apenas levantei com meu absorvente, mostrei pro professor e avisei que estava indo ao banheiro, bem rápido, e ele só deu joia. É pq eu demorava trocando absorvente, então pro isso mostrei, para explicar a demora.
Eu vi um documentário de uma moça que faz absorvente de tecido pra mulheres de uma tribo na África onde não há dinheiro pras mulheres e a água é escassa
1) o período menstrual era chamado de "incômodo"; 2) as esposas e filhas esperavam os homens da casa estarem dormindo para só então, escondidas e disfarçando, lavarem os paninhos e irem estender no varal; 3) as mulheres costuravam elas mesmas os paninhos, não se vendiam prontos; 4) pensava-se que os homens descobriam se a mulher estava menstruada ao dançar com ela e segurar a sua mão, talvez por estar mais quente do que o habitual.
@@robertacosta7669 havia o conceito de que se o homem visse ou encostasse no sangue, ele perderia a "virilidade" Ao meu ver parece ser mais um receio do que algo digno de castigo. Não me parece fazer sentido um homem, sabendo que a mulhere nesse período ficava "doente", cheia de dores e tendo que conviver com sua "própria vergonha", castigar a mulher por isso. As cólicas, ao meu entender, podiam ser vistas já como um castigo, visto que nos partos os médicos evitavam ao máximo dar algum tipo de anestesia por conta do *pecado feminino* vulgo, a história de Eva e o fruto proibido.
@@meiazeromakoto Pois é. Além disso, acho que a mulher teria que comentar com o marido que estava menstruada de qualquer modo, para eles não terem relações nesse período. Mesmo que fosse de uma forma metafórica e pouco explícita.
nossa esse finalzinho de vídeo me deu um pouco de tristeza, milhares de pessoas ainda não conseguindo ter o mínimo de dignidade menstrual e mesmo aquelas que têm, os produtos que usamos nem testados com sangue realmente foram. Mulheres desde sempre tratadas como indivíduos de segunda categoria ou até mesmo como algo não humano, nossa saúde e dignidade deixadas as traças e impedidas de buscar por nós mesmas, desmerecidas e ignoradas quando falamos das nossas próprias vivencias.
Eu não entendo mesmo quem tem vergonha de falar sobre menstruação por causa da reação dos outros. Eu realmente nunca me importei e falo abertamente quando estou menstruada. "Ai mas homens se sentem desconfortáveis..." Eu me sinto desconfortável do lado de vários deles e mesmo assim não evito de sair de casa para não ter que passar do lado de um. Além de que eles deveriam ter vergonha por ter uma mãe e ter vergonha de falar de algo que a mãe deles passam. E menstruação é comum para o nosso corpo. Milhares de pessoas passam por essa fase, e quem não menstrua vai conviver com quem menstrua, e sério, vão viver fingindo q não existe e nem mesmo sabendo comprar um absorvente correto para a pessoa que está precisando. Eu acho isso muito mais vergonhoso. Imagina, um homem casado com uma mulher, ele tem três filhas. As 4 menstruam, e ele não sabe comprar um absorvente. Ele vive com 4 pessoas que menstruam e não sabe comprar um absorvente. Isso é vergonhoso
Há uns anos eu vi um vídeo de um rapaz adolescente que dizia que “as mulheres decentes não menstruavam”. Obviamente ele não devia nem ter ido à escola básica… lembro bem que, lá por 1970 apareceu um anúncio de Sempre Livre na TV e a minha mãe, nascida em 1923 exclamou: - Nossa, se a minha mãe (1888) visse isso, que vergonha! Ainda lembro dela lavando por separado uns enigmáticos paninhos brancos e suaves… os tabus sempre são a coisa mais retrógrada para a humanidade.
Esse rapaz que disse isso deve ser filho de chocadeira. Imagina a tristeza e o arrependimento de uma mãe ouvindo isso de um traste que ela carregou por 9 meses.
Quando era adolescente eu passei um constrangimento de estar em sala de aula e a menstruação vir e eu não estar prevenida e sujar a minha saia azul marinho e pedi a professora pra colocar a minha equipe pôr último e ela colocou a primeira e eu saí com a saia suja de sangue e toda sala viu, que constrangimento,eu hj tenho 56 anos e não esqueci dessa vergonha que essa professora me fez passar.
Minha avó que viveu nos últimos anos do século 19 na Ucrânia, afirmou que deixavam correr livremente nas pernas. Ela não usava seda certamente, vivia na área rural e eram pobres.
Muito interessante Tia Modista, ontem mesmo conversei com uma amiga sobre como minha mãe descobriu o absorvente Modess na década de 1950. Ela contava que viu a propaganda em uma revista com um cupom para preenchimento e envio, assim ela recebeu em casa o produto...e olha meus avós não eram ricos, ou seja classe operária (ferrovia). Lembro na minha infância muito pacotão de Modess cor de rosa....rsrsrs. Embora ela não comentasse isso não era escondido.
Vídeo incrível, deve ter sido uma baita pesquisa! Vc trouxe muita informação interessante e me provocou uma reflexão sobre como ainda é tabu para muitas pessoas e lugares, pq quando estamos na nossa bolha esquecemos o quão retrógrado a sociedade pode ser. Fico feliz que agora as meninas tem o direito a retirar gratuitamente absorventes nas farmácias populares! Espero que essa informação chegue a todas que precisam, é o “Programa Dignidade Menstrual - um ciclo de respeito”.
INACREDITÁVEL que a palavra menstruação só foi falada explicitamente há poucas décadas atrás… parece ser muito, mas para um historiador esse tempo não é nada… Gostaria que falasse um pouco sobre o estilo das melindrosas, moda da década de 20! Amei o vídeo! Aliás amo seu sarcasmo e mais ainda sua forma de narrar e a sua dicção 😍
Tenho 54 anos, menstruei aos 12 e usei os paninhos até os 18, minha mãe me deu uma calcinha que tinja um plástico no fundo, usava psra ir à escola. Só passei a usar absorvente quando comecei a trabalhar. Minha mãe usou a vida inteira era na base de morre uma toalha e nascem os paninhos, que eram muito bem lavados e sem manchas.
E eu que hj tenho 56 e menstruei em trânsito aos 14 anos que coisa, não tinha absorventes,se tinha eu não ouvia falar,e minha mãe na rodoviária de imperatriz no Maranhão e sujou a minha roupa, ela não falava sobre isso com as filhas e nos éramos 7 filhas já imaginou?
Tia Modiste, tu é muito necessária e impactante. Só em tocar em um assunto ainda delicado e polêmico em pleno século XXI. Você ainda fechou com chave de ouro ao falar na dificuldade de algumas mulheres tem em adquirir um simples absorvente e, principalmente, ao finalizar falando em pessoas que menstruam. Você incluiu os homens trans. Poucas pessoas sabem que, no processo de transição, eles ainda sofrem com a menstruação! Parabéns pelo excelente vídeo ❣️❤️👏🏻👏🏻👏🏻
Isso é uma coisa meio complicada porque exige não só saber os preços dos tecidos, mas colocar esse dado em contexto - o que implica pesquisar remuneração média e custo de vida de cada região especifica. Trampo pra dissertação de Mestrado, aqui fica pesado.
Como é bom ter acesso a um conteúdo tão bem feito e embasado sobre um tema tão importante e negligenciado. Espero que seu vídeo apareça nas abas de busca de todos que procurarem por história da menstruação na internet. Eu tive amigas que perdiam aulas por falta de absorvente, então obrigada por essa última menção. O passado e o presente são indissociáveis.
Aqui no estado de São Paulo, durante a pandemia entrou em vigor uma lei de dignidade menstrual nas escolas estaduais, onde as escolas recebiam verba para a compra de absorventes para as alunas e a disposição nos banheiros femininos. Como não trabalho mais em escolas estaduais, não sei se esta lei ainda funciona
Muito bom, Pauline. Começo por aplaudir a sua explicação para não termos informações históricas (e até atuais) sobre os hábitos dos povos indígenas brasileiros. Você é maravilhosa! Tenho 57 anos, fui adolescente nos anos 1980 e tive colegas que menstruaram sem saber do que se tratava e nós, meninas da mesma idade, é que acabávamos explicando o que era e o que elas deveriam fazer.
Esse vídeo é muito necessário, obrigada ❤❤ Eu escolhi usar copos menstruais e outras opções que podem ser lavadas e reutilizadas porque o cheiro que os materiais descartáveis tem após o uso me incomodam muito. Faz ao menos 5 ou 6 anos que já não uso descartáveis, mas eu tenho completa ciência que eu sou privilegiada por poder escolher, afinal, para se ter higiene e evitar transtornos mesmos os materiais reutilizáveis uma hora precisam ser descartados e na hora de repor, esses produtos são bem inacessíveis. Do ponto de vista ambiental, seria sensato nos preocuparmos em trazer o debate de qual tipo de material usar e como descarta-los a posteriore, porém do ponto de social, nossa sociedade ainda é tão desigual e com tabus que ainda precisamos discutir com gente maluca e mal caráter sobre se a pessoa pobre tem ou não direito de ficar menstruada e se ela tem ou não direito de ter saúde!!! É deprimente. 😢😢 Mais uma vez, obrigada ❤❤
Que vídeo potente e necessário! Desde a parte histórica até a reflexão final sobre a questão da pobreza menstrual. Desde que descobri seu canal, só me surpreendo positivamente. A reflexão inicial sobre a questão dos povos indígenas também foi fantástica
Aqui em Pernambuco as alunas das escolas estaduais recebem absorventes todos os meses. Um projeto aprovado há alguns anos e que faz toda a diferença! Mas, já dei absorventes a muitas alunas.
Lembro que na escola a maioria ainda se escondia toda ate para pegar um absorvente, ou para pedir!! E quando eu somente peguei um absorvente sem esconder ele em algum lugar, me chamaram de maluca, e nojenta 😶Eu só tinha 11 anos, e aqui em casa sempre foi tratado como algo normal e super tranquilo, lembro de não entender o porque me zoaram tanto e riram por semanas de mim kkkkk Parece que sempre de algum jeito temos que esconder o que é ser mulher de verdade..
Já senti vergonha, porque eu era criança aos 12 anos e como uma das muitas filhas de um casal pobre, eu nunca tive orientação pra nada. Milagrosamente meu irmão achou um livro revista da Sempre Livre semanas antes da minha primeira vez. Sofri miséria menstrual na adolescência e na fase adulta eu gostava de comprar absorventes, geralmente os mais caros, e comecei à experimentar várias marcas porque todos me davam alergia... Sofri bastante... Hoje, aos 42 eu migrei para os paninhos. Faço eu mesma minhas "pétalas menstruais" que descobri na internet, e meus "quadradinhos" de algodão, com 8 a 10 dobras de algodão 100%. Estou muito feliz com meus absorventes " lindos, macios, e que não me dão alergia. Estou providenciando outros, coloridos, circulares, corações, quadradinhos, sou panólatra e amo demias o toque macio de meus absorventes exclusivos. Não tenho problema algum em lidar com meu próprio sangue, o que ainda me dói muito são as cólicas 😢😢😢, disso eu ainda tenho raiva.
Tenho 44 anos e escutei isso: "deixavam escorrer e, por isso, era comum nem sairem de casa nesses dias"... 👀 escutei inclusive de 2 professoRAS! 😳 Depois, pesquisando por conta (nas bibliotecas públicas mesmo) achei algo sobre panos dobrados de um certo modo amarrados ou presos no corpo e nas anáguas 😐 Lembrei da minha mãe lavando fralda de pano 😥 difícil D+ Como nossa vida é prática hj em dia, não!?!! 😏😅
Que conteúdo bacana!! Me lembro qnd menstruei pela primeira vez, em 2007 com apenas 10 anos e fui ansiosa contar para a minha melhor amiga!!! Eu não fazia ideia que ela não sabia, a mãe dela nunca tinha contato nada sobre e proibiu a filha de ser minha amiga pq eu era muito pra frente rsrsrs minha mãe ficou chocada, pq não era tabu na nossa casa!!!
Minha avó estudou em colégio interno e se lembra que nos banheiros haviam cestos destinados aos "paninhos". Todo o enxoval das alunas tinha seus nomes bordados. Até esses paninhos. Ficavam acumulando nos cestos ao ponto de escorrer sangue para fora... Até as freiras recolherem para lavar.
Muito importante ter falado sobre a dificuldade p comprar absorventes até nos dias de hj. O preço é impeditivo p gde parcela da população. Parabéns pela pesquisa
Que pesquisa criteriosa, que vídeo maravilhoso! Sem contar a disponibilização das referências! Obrigada por este canal incrível e gratuito! Gratidão ❤❤❤
amo seu canal. Seu conteúdo é maravilhoso e esse video é mais uma confirmação disso. Gostaria de tirar uma duvida quanto a outro tema na verdade 😅 você acharia que seria interessante fazer um conteúdo sobre os óculos? Fico imaginando como um trabalhador em 1870 com miopia solucionaria essa questão (ja que é uma questão além da elite) além do óculos na moda si. Muito obrigada por ter esse canal maravilhoso, continue arrasando sempre
Esse é um assunto que sempre tive curiosidade porque ainda atualmente nós mulheres nos sentimos muito incomodada pela menstruação, mesmo já tendo tanta tecnologia que nos ajude, imagino como era que faziam antigamente. Também adoro vídeos como esse tendo como recorte os povos originários, que não tinham acesso a indústria nenhuma e lidavam com materiais naturais, como as mulheres da idade da pedra ou até mesmo as indígenas. É por isso que amo acompanhar indígenas nas redes sociais, elas sempre falam sobre saúde da mulher em geral nas aldeias.
Minha mãe nasceu em 1935 e ela conta que usava as toalhinhas quando jovem , por volta de 1950 , e elas lavavam as toalhinhas e colocavam para quarar no sol . Elas usavam essas toalhinhas sem suporte , diretas sobre a calcinha 😮
Minha avó nasceu lá entre 1905 - 1910 e me contava que também usava esses paninhos/toalhinhas e depois lavava e estendia no varal, como tinha muitas irmãs, o varal sempre ficava cheio desses tecidos estendidos 😊😅 Obs: também não podia lavar o cabelo nesses dias, senão morria
Minha mãe e minhas tias são dos anos 50 e início dos 60, mas eram muito pobres, moravam em área rural e em uma família enorme quase toda de mulheres... todas usaram paninhos que lavavam com sabão de banha na água do rio... elas contam que só a mais nova delas (que nasceu já perto dos anos 70) pôde usar absorventes descartáveis que minha mãe e uma outra tia que trabalhavam em casa de família traziam "da cidade" pra ela. Acredito que em algumas partes do país, os paninhos ainda devem ser a única opção viável pra muitos.
Lembro que menstruei com 14 anos,e minha mãe já tinha comprado praticamente um estoque daqueles modess, quando tinha mais ou menos uns 18 anos resolvi usar o Tampax,mas antes fui no ginecologista e pesquisei pra saber se não corria o risco de romper o hímem kkkk,pq eu não confiava no que estava escrito na embalagem,o médico disse que se fosse usar que fosse o tamanho pequeno, sempre usei e acho que são sim mais higiênicos,pq não me adaptei ao coletor
Sempre pensei nesse assunto a decadas. Obrigada muito interessante! Emocionante e triste ao mesmo tempo. Muitas mulheres não tiveram a sorte de usar um absorvente. E ainda tem muitas por aí pelo mundo e no Brasil que vive essa realidade.
Querida modista, parabéns pelo vídeo. Em relação ao acesso à absorventes, não precisamos ir longe, basta pensar nas mulheres em situação de rua e todas as dificuldades que enfrentam, inclusive na higiene pessoal no período menstrual😢
o seu canal é sensacional e considero obrigatório para todos que é fã de história da moda. Muita informação com fonte, e a sua forma de explicar é tao didática, eu amo o seu conteúdo 🥹
Vídeo maravilhoso, só pra informar que hoje o governo tem um projeto de dignidade menstrual, se vc for responsável por adolescentes que menstruam podem cadastrar no CRAS e pedir pra incluir no projeto, vc recebe uma guia e tem direito a pegar quatro de absorvente a cada dois meses nas farmácias cadastradas.
Achei que ninguém ia falar rsrs...Ainda bem que achei seu comentário!!👏👏 Demorou, mas de luta em luta a dignidade de MENINSAS E MULHERES vai se tornando mais acessível. Cada avanço tem que ser agarrado com unhas e dentes, porque acho incrível o quanto a m1s0gini4 está impregnada até em meios chamados científicos ou educacionais, quiçá políticos, e mal se consegue direitos concernentes e necessários exclusivamente aos aspectos femininos, já tem gente pra embotar e forçar o retrocesso...As vezes é só desanimador em como tentam apagar as mulheres, fazendo parecer que não se vale "o que o gato enterra".
Nossa, eu MORRIA de vergonha pra comprar absorvente, e isso já na década de 90!!!! Minha mãe dizia que era tão normal, mas eu não achava isso. Talvez seja porque eu não queria que ninguém soubesse de algo tão íntimo meu, ficasse assim exposto. Sei lá, acho que a impressão era que aos 12 anos, eu já estivesse "pronta" para o sexo, mesmo brincando de boneca. Foi confuso pra mim na época
Oi modista. Eu sei que talvez não seja oportuno, mas gostaria que visse (caso não tenha visto) o filme Malena de 2000, neste filme a personagem principal tem um "estilo" bem diferente dos demajs habitantes da cidade e, em plena 2° guerra mundial, causa uma comoção na cidade enorme.
Lembro quando tinha 13 anos, estava mrnstruada na escola e peguei um absorvente enquanto a professora de matemática me ajudava; fui perguntada se não tinha vergonha e respondi: “de não estar grávida e com a saúde em dia?”; acho que foi a primeira vez que aquela mulher de quase 40 anos parou para refletir sobre o absurdo que estava reproduzindo.
Gente, assisti o vídeo e me veio uma lembrança do passado, do século passado! O cenário:cidade do Rio de Janeiro, final da década de 60. Eu indo na farmácia de bairro, comprar "Modess" pra minha mãe. Pedi ao moço da farmácia, o Caetano, que dava injeção e conhecia as bundas do bairro todo. Ele respondeu baixinho que pegaria. Foi lá dentro - onde hoje nas farmácias guardam os tarja preta, e trouxe um pacotão JÁ EMBALADO PREVIAMENTE em papel de embrulho pardo. Paguei, recebi troco e ele perguntou: trouxe bolsa? Eu não havia levado e ele, embaraçado e relutante me passa o pacote pela lateral do balcão, como se fosse contrabando, droga ilícita, sei lá, e disse sério e baixinho: "corre direto para casa, não para em lugar nenhum, e entrega só pra sua mãe!"
Eu, impressionável e obediente, voei pra casa, carregando aquela prova da vergonha feminina...
Você escreve tão bem que tive a sensação de estar lendo um conto...e consegui visualizar toda a cena que você descreveu! 😁👏
Que triste isso......
Quando casei, Minha preocupação era dormir menstruada com meu marido, e foi justamente ele que me ajudou a quebrar esse tabu.
"conhecia a bunda de todo o bairro" foi a comparação perfeita! 😂
@@samialira1804verdade
Tenho 60 anos, sem condições comprar absorvente utilizava toalhinha e cinta feita com elástico. Compra do primeiro absorvente na farmácia aconteceu 3 anos após a menarca. Obrigada pela história das nossas antepassadas
E quando eu contei pra minha avó com mais de 80 anos que eu estava usando calcinha menstrual e que precisa lavar depois, ela ficou revoltada 😂😂 disse "mas eu lavei tanto paninho de menstruação quando nova e você escolhe isso 🥲" 😅😅
Hahaha eu Tb uso calcinha menstrual. Me dá aflição lavar, acabo lavando no banho, pq deixar pra lavar depois no tanque fico agoniada com o vermelho rsrrsrs
Minha mãe usava os "paninhos". Ela punha p coarar no sol. Eu me lembro...era muito pequena....mas lembro. Hj eu ja sou idosa.....
Se parar para pensar, até hoje é um tabu e não deveria ser.
Não diria que há menos estudos sobre a menstruação somente por ser tabu, acredito que o maior motivo é o fato de homens (cis) não menstruarem, então, o tema deixa de ser relevante para a historiografia que trata de banho, de práticas sanitárias e de sexualidade. Por exemplo, na historiografia sobre Idade Média que eu conheço, e posso estar defasada em relação aos estudos, a menstruação só aparece marginalmente relacionada à práticas de bruxaria. Não sei se em estudos de História da Medicina Medieval a coisa tenha mais espaço.
Quanto aos paninhos e tabus, minha mãe, nascida em 1951, conta que uma vez, quando ainda era criança, viu minha avó lavando alguns deles e somente por perguntar o que era aquilo, ela tomou uma surra. Sou grata a minha mãe por não ter reproduzido comigo essas práticas, ainda que ela tivesse algumas ideias oriundas do senso comum, isto é, minhas tias, ela me orientou da melhor maneira possível. Inclusive ela dava nomes às coisas, o que me deixava boiando nas conversas que utilizavam de gírias e linguagem floreada para falar de algo que deveria ser tão natural. E a ideia mais louca ligada ao ciclo menstrual que eu ouvi foi que mulher não podia lavar a cabeça durante a menstruação. Nos meus primeiros ciclos, eu menstruei um mês antes dos meus 12 anos, mais ou menos, não me deixavam lavar a cabeça e minha menstruação durava bem uma semana. 🙄
Já no caso das propagandas de produtos menstruais, o uso do azul e, não, do vermelho, é algo que aponta para essa incapacidade de abordar a questão. Lembro de ter lido que quando uma propaganda ousou colocar sangue com cor de sangue, foi um escândalo.
Quando eu era adolescente eu lembro da minha vó ( nascida em 1927) contando que menstruou aos 14 anos e ela nem sabia o que era aquilo. Já eu aos 11 anos a minha me explicou o que era menstruação e como usar um absorvente. Anda bem que nasci na época certa. Sobre os professores, tive uma professora de ciências na 7ª série ( anos 90) que era bem ignorante sobre o assunto. Uma aluna pediu pra ir ao banheiro e a professora negou e uma amiga dela disse que ela precisava pq a amiga estava menstruada. A professora falou que ela tinha que agir como mulher e mandou todos os meninos saírem da sala pra dar um sermão pra todas as meninas. Em contrapartida , numa excursão da escola um monitor do ônibus ( rapaz jovem) explicou pra uma menina que ela ela não deveria ter vergonha de menstruar e nem de falar sobre isso porque fazia parte de ser mulher, e que antigamente não se falava sobre isso.
@@keilabrasil5158 a mae de uma amiga me contou que ela acordou com sangue na cama e desesperada achando q tava morrendo pq não sabia o q era menstruação. Já eu nem lembro de nenhuma explicação que minha mae me deu sobre o assunto, provavelmente pq era tao natural que não precisou criar o evento de uma conversa sobre. Minha menarca foi com 9 anos, exata 1 semana antes do meu aniversário de 10 e eu já sabia o q tava acontecendo, como usar absorvente e quando trocar
@@keilabrasil5158 eu só tinha vergonha no fundamental depois se tornou tão normal que um dia no ensino médio eu apenas levantei com meu absorvente, mostrei pro professor e avisei que estava indo ao banheiro, bem rápido, e ele só deu joia. É pq eu demorava trocando absorvente, então pro isso mostrei, para explicar a demora.
Eu vi um documentário de uma moça que faz absorvente de tecido pra mulheres de uma tribo na África onde não há dinheiro pras mulheres e a água é escassa
É, infelizmente, o preconceito foi enraizado na cabeça feminina com sucesso... 😢 No ex da profs
1) o período menstrual era chamado de "incômodo"; 2) as esposas e filhas esperavam os homens da casa estarem dormindo para só então, escondidas e disfarçando, lavarem os paninhos e irem estender no varal; 3) as mulheres costuravam elas mesmas os paninhos, não se vendiam prontos; 4) pensava-se que os homens descobriam se a mulher estava menstruada ao dançar com ela e segurar a sua mão, talvez por estar mais quente do que o habitual.
E se o marido visse a menstruação da mulher ela poderia ser castigada
@@robertacosta7669 havia o conceito de que se o homem visse ou encostasse no sangue, ele perderia a "virilidade"
Ao meu ver parece ser mais um receio do que algo digno de castigo. Não me parece fazer sentido um homem, sabendo que a mulhere nesse período ficava "doente", cheia de dores e tendo que conviver com sua "própria vergonha", castigar a mulher por isso.
As cólicas, ao meu entender, podiam ser vistas já como um castigo, visto que nos partos os médicos evitavam ao máximo dar algum tipo de anestesia por conta do *pecado feminino* vulgo, a história de Eva e o fruto proibido.
@@meiazeromakoto Pois é. Além disso, acho que a mulher teria que comentar com o marido que estava menstruada de qualquer modo, para eles não terem relações nesse período. Mesmo que fosse de uma forma metafórica e pouco explícita.
nossa esse finalzinho de vídeo me deu um pouco de tristeza, milhares de pessoas ainda não conseguindo ter o mínimo de dignidade menstrual e mesmo aquelas que têm, os produtos que usamos nem testados com sangue realmente foram. Mulheres desde sempre tratadas como indivíduos de segunda categoria ou até mesmo como algo não humano, nossa saúde e dignidade deixadas as traças e impedidas de buscar por nós mesmas, desmerecidas e ignoradas quando falamos das nossas próprias vivencias.
E na hora de parir ATÉ AS mulheres preferem que seja "macho". "É mais facil de criar" 🤢🤢🤢
Eu não entendo mesmo quem tem vergonha de falar sobre menstruação por causa da reação dos outros.
Eu realmente nunca me importei e falo abertamente quando estou menstruada. "Ai mas homens se sentem desconfortáveis..." Eu me sinto desconfortável do lado de vários deles e mesmo assim não evito de sair de casa para não ter que passar do lado de um. Além de que eles deveriam ter vergonha por ter uma mãe e ter vergonha de falar de algo que a mãe deles passam.
E menstruação é comum para o nosso corpo. Milhares de pessoas passam por essa fase, e quem não menstrua vai conviver com quem menstrua, e sério, vão viver fingindo q não existe e nem mesmo sabendo comprar um absorvente correto para a pessoa que está precisando. Eu acho isso muito mais vergonhoso. Imagina, um homem casado com uma mulher, ele tem três filhas. As 4 menstruam, e ele não sabe comprar um absorvente. Ele vive com 4 pessoas que menstruam e não sabe comprar um absorvente. Isso é vergonhoso
Há uns anos eu vi um vídeo de um rapaz adolescente que dizia que “as mulheres decentes não menstruavam”. Obviamente ele não devia nem ter ido à escola básica… lembro bem que, lá por 1970 apareceu um anúncio de Sempre Livre na TV e a minha mãe, nascida em 1923 exclamou: - Nossa, se a minha mãe (1888) visse isso, que vergonha! Ainda lembro dela lavando por separado uns enigmáticos paninhos brancos e suaves… os tabus sempre são a coisa mais retrógrada para a humanidade.
Esse rapaz que disse isso deve ser filho de chocadeira. Imagina a tristeza e o arrependimento de uma mãe ouvindo isso de um traste que ela carregou por 9 meses.
Cê sabe como ela amarrava?
@@camilabalvar Nem ideia. Desconfio que ela só colocava entre o fluxo e a calcinha...
Não era amarrado e sim dobrado
Quando era adolescente eu passei um constrangimento de estar em sala de aula e a menstruação vir e eu não estar prevenida e sujar a minha saia azul marinho e pedi a professora pra colocar a minha equipe pôr último e ela colocou a primeira e eu saí com a saia suja de sangue e toda sala viu, que constrangimento,eu hj tenho 56 anos e não esqueci dessa vergonha que essa professora me fez passar.
Minha avó que viveu nos últimos anos do século 19 na Ucrânia, afirmou que deixavam correr livremente nas pernas. Ela não usava seda certamente, vivia na área rural e eram pobres.
A Pauline já é uma das minhas historiadoras favoritas. Esse vídeo foi de arrasar! ❤
Muito interessante Tia Modista, ontem mesmo conversei com uma amiga sobre como minha mãe descobriu o absorvente Modess na década de 1950. Ela contava que viu a propaganda em uma revista com um cupom para preenchimento e envio, assim ela recebeu em casa o produto...e olha meus avós não eram ricos, ou seja classe operária (ferrovia). Lembro na minha infância muito pacotão de Modess cor de rosa....rsrsrs. Embora ela não comentasse isso não era escondido.
Vídeo incrível, deve ter sido uma baita pesquisa! Vc trouxe muita informação interessante e me provocou uma reflexão sobre como ainda é tabu para muitas pessoas e lugares, pq quando estamos na nossa bolha esquecemos o quão retrógrado a sociedade pode ser. Fico feliz que agora as meninas tem o direito a retirar gratuitamente absorventes nas farmácias populares! Espero que essa informação chegue a todas que precisam, é o “Programa Dignidade Menstrual - um ciclo de respeito”.
Não sabia . Obrigada por compartilhar.
INACREDITÁVEL que a palavra menstruação só foi falada explicitamente há poucas décadas atrás… parece ser muito, mas para um historiador esse tempo não é nada…
Gostaria que falasse um pouco sobre o estilo das melindrosas, moda da década de 20!
Amei o vídeo! Aliás amo seu sarcasmo e mais ainda sua forma de narrar e a sua dicção 😍
Gente todo mundo dando like! Essa pesquisa é muito boa!
Tenho 54 anos, menstruei aos 12 e usei os paninhos até os 18, minha mãe me deu uma calcinha que tinja um plástico no fundo, usava psra ir à escola. Só passei a usar absorvente quando comecei a trabalhar. Minha mãe usou a vida inteira era na base de morre uma toalha e nascem os paninhos, que eram muito bem lavados e sem manchas.
E eu que hj tenho 56 e menstruei em trânsito aos 14 anos que coisa, não tinha absorventes,se tinha eu não ouvia falar,e minha mãe na rodoviária de imperatriz no Maranhão e sujou a minha roupa, ela não falava sobre isso com as filhas e nos éramos 7 filhas já imaginou?
Sangue saindo da "origem do mundo", continua sendo um tabu misterioso. (Origem do mundo, obra de Gustave Courbet)
@@antoniasiak Vou aderir o termo 😅
😊 Sra. Modista eu amei a sua carinha quando disse : " você está completamente bilulu da cabeça " !!!
Tia Modiste, tu é muito necessária e impactante. Só em tocar em um assunto ainda delicado e polêmico em pleno século XXI. Você ainda fechou com chave de ouro ao falar na dificuldade de algumas mulheres tem em adquirir um simples absorvente e, principalmente, ao finalizar falando em pessoas que menstruam. Você incluiu os homens trans. Poucas pessoas sabem que, no processo de transição, eles ainda sofrem com a menstruação!
Parabéns pelo excelente vídeo
❣️❤️👏🏻👏🏻👏🏻
Um tipo de vídeo que eu adoraria ver, era a precificação dos tecidos Pre/Durante/Depois Indústria
Isso é uma coisa meio complicada porque exige não só saber os preços dos tecidos, mas colocar esse dado em contexto - o que implica pesquisar remuneração média e custo de vida de cada região especifica. Trampo pra dissertação de Mestrado, aqui fica pesado.
Lembro de chamarem a menstruação de "regras". E lembro, ainda, dos meus paninhos: eram vermelhos. Lavá-los é que era um incômodo.
Em minha casa era o "Chico"....
Como é bom ter acesso a um conteúdo tão bem feito e embasado sobre um tema tão importante e negligenciado. Espero que seu vídeo apareça nas abas de busca de todos que procurarem por história da menstruação na internet. Eu tive amigas que perdiam aulas por falta de absorvente, então obrigada por essa última menção. O passado e o presente são indissociáveis.
Assistindo esse vídeo (ótimo como sempre tia modista) menstruada e agradecendo por ter nascido na época certa
Aqui no estado de São Paulo, durante a pandemia entrou em vigor uma lei de dignidade menstrual nas escolas estaduais, onde as escolas recebiam verba para a compra de absorventes para as alunas e a disposição nos banheiros femininos. Como não trabalho mais em escolas estaduais, não sei se esta lei ainda funciona
A ONU lançou a conscientização sobre dignidade menstrual e com isso, alguns países já começaram com mobilizações visando o acesso, inclusive o Brasil.
Trabalho numa escola municipal da região metropolitana de SP, e aqui já disponibilizamos absorventes pra todas as alunas dos 4º e 5º anos.
Muito bom, Pauline. Começo por aplaudir a sua explicação para não termos informações históricas (e até atuais) sobre os hábitos dos povos indígenas brasileiros. Você é maravilhosa!
Tenho 57 anos, fui adolescente nos anos 1980 e tive colegas que menstruaram sem saber do que se tratava e nós, meninas da mesma idade, é que acabávamos explicando o que era e o que elas deveriam fazer.
Modista, vc e' maravilhosa. Quando eu vi esse video, eu pensei e os povos indigenas, e ai' vc vai e responde. Muita credibilidade este canal.
Esse vídeo é muito necessário, obrigada ❤❤
Eu escolhi usar copos menstruais e outras opções que podem ser lavadas e reutilizadas porque o cheiro que os materiais descartáveis tem após o uso me incomodam muito. Faz ao menos 5 ou 6 anos que já não uso descartáveis, mas eu tenho completa ciência que eu sou privilegiada por poder escolher, afinal, para se ter higiene e evitar transtornos mesmos os materiais reutilizáveis uma hora precisam ser descartados e na hora de repor, esses produtos são bem inacessíveis. Do ponto de vista ambiental, seria sensato nos preocuparmos em trazer o debate de qual tipo de material usar e como descarta-los a posteriore, porém do ponto de social, nossa sociedade ainda é tão desigual e com tabus que ainda precisamos discutir com gente maluca e mal caráter sobre se a pessoa pobre tem ou não direito de ficar menstruada e se ela tem ou não direito de ter saúde!!! É deprimente. 😢😢
Mais uma vez, obrigada ❤❤
Que vídeo potente e necessário! Desde a parte histórica até a reflexão final sobre a questão da pobreza menstrual. Desde que descobri seu canal, só me surpreendo positivamente. A reflexão inicial sobre a questão dos povos indígenas também foi fantástica
"Fãs do Angra favor não tumultuar" kkkkkk
Aqui em Pernambuco as alunas das escolas estaduais recebem absorventes todos os meses. Um projeto aprovado há alguns anos e que faz toda a diferença! Mas, já dei absorventes a muitas alunas.
Lembro que na escola a maioria ainda se escondia toda ate para pegar um absorvente, ou para pedir!! E quando eu somente peguei um absorvente sem esconder ele em algum lugar, me chamaram de maluca, e nojenta 😶Eu só tinha 11 anos, e aqui em casa sempre foi tratado como algo normal e super tranquilo, lembro de não entender o porque me zoaram tanto e riram por semanas de mim kkkkk Parece que sempre de algum jeito temos que esconder o que é ser mulher de verdade..
Tenho 47 e confirmo. É muito recente as conversas sobre menstruação.....
Sua abordagem sobre esse assunto está simplesmente espetacular. Arrasando como sempre!
Já senti vergonha, porque eu era criança aos 12 anos e como uma das muitas filhas de um casal pobre, eu nunca tive orientação pra nada.
Milagrosamente meu irmão achou um livro revista da Sempre Livre semanas antes da minha primeira vez.
Sofri miséria menstrual na adolescência e na fase adulta eu gostava de comprar absorventes, geralmente os mais caros, e comecei à experimentar várias marcas porque todos me davam alergia... Sofri bastante...
Hoje, aos 42 eu migrei para os paninhos.
Faço eu mesma minhas "pétalas menstruais" que descobri na internet, e meus "quadradinhos" de algodão, com 8 a 10 dobras de algodão 100%.
Estou muito feliz com meus absorventes " lindos, macios, e que não me dão alergia.
Estou providenciando outros, coloridos, circulares, corações, quadradinhos, sou panólatra e amo demias o toque macio de meus absorventes exclusivos.
Não tenho problema algum em lidar com meu próprio sangue, o que ainda me dói muito são as cólicas 😢😢😢, disso eu ainda tenho raiva.
Tenho 44 anos e escutei isso: "deixavam escorrer e, por isso, era comum nem sairem de casa nesses dias"... 👀 escutei inclusive de 2 professoRAS! 😳
Depois, pesquisando por conta (nas bibliotecas públicas mesmo) achei algo sobre panos dobrados de um certo modo amarrados ou presos no corpo e nas anáguas 😐 Lembrei da minha mãe lavando fralda de pano 😥 difícil D+
Como nossa vida é prática hj em dia, não!?!! 😏😅
Cê pode entrar em detalhes sobre como eram essas amarrações?
Que conteúdo bacana!! Me lembro qnd menstruei pela primeira vez, em 2007 com apenas 10 anos e fui ansiosa contar para a minha melhor amiga!!! Eu não fazia ideia que ela não sabia, a mãe dela nunca tinha contato nada sobre e proibiu a filha de ser minha amiga pq eu era muito pra frente rsrsrs minha mãe ficou chocada, pq não era tabu na nossa casa!!!
Minha avó estudou em colégio interno e se lembra que nos banheiros haviam cestos destinados aos "paninhos". Todo o enxoval das alunas tinha seus nomes bordados. Até esses paninhos. Ficavam acumulando nos cestos ao ponto de escorrer sangue para fora... Até as freiras recolherem para lavar.
As freiras que lavavam?
@@Lin-eb9zg Sim.
Geeeeeeeente 🤢🤢🤢
@@reginar5849 seria melhor se cada uma lavasse as suas né
Ora vejam, a primeira propaganda de absorvente! Roupa imaculada! Incrível!
Esse vídeo é muito importante! O final é um tapa na cara, um choque de realidade muito bem vindo!
É muito triste a pobreza menstrual.
Super louvável o absorvente sustentável e acessível desenvolvido por 2 jovens de escola pública de Osório -RS
Muito importante ter falado sobre a dificuldade p comprar absorventes até nos dias de hj. O preço é impeditivo p gde parcela da população. Parabéns pela pesquisa
Tia Modista está arrasando. Cada vez melhor. Imagens, pesquisa , humor. Tudo perfeito. So tenho a agradecer e desejar muitas bênçãos pra vc. ❤
Na minha adolescência faltei à aula muitas vezes por não ter dinheiro para comprar absorventes e usei muito paninho em casa.
Maravilhosa ❤ aprendi sobre as técnicas usadas em outras épocas ,mas também sobre a situação que algumas mulheres vivem até os dias atuais .
Que pesquisa criteriosa, que vídeo maravilhoso! Sem contar a disponibilização das referências! Obrigada por este canal incrível e gratuito! Gratidão ❤❤❤
Mulher, só queria dizer que você é NECESSÁRIA DEMAIS! Eu não fazia ideia das informações desse vídeo.
Que pesquisa maravilhosa e tão cerca ainda da minha realidade. Minha mãe só usou absorventes ou "modess" quase na menopausa.
Eu sou fã dessa leveza e dignidade. Pauline é tudoooooo!!!
Vídeo muito importante,e revoltante ao mesmo tempo,muitas meninas e mulheres ainda não tem acesso a esse item de higiene tão básico.
amo seu canal. Seu conteúdo é maravilhoso e esse video é mais uma confirmação disso. Gostaria de tirar uma duvida quanto a outro tema na verdade 😅 você acharia que seria interessante fazer um conteúdo sobre os óculos? Fico imaginando como um trabalhador em 1870 com miopia solucionaria essa questão (ja que é uma questão além da elite) além do óculos na moda si. Muito obrigada por ter esse canal maravilhoso, continue arrasando sempre
Emocionante seu vídeo.
A mulher merece mais atenção mesmo nos dias de hj.
Basta tbm ver como é tratada na menopausa!
Outro tabu...
Obrigada ❤
Parabéns pelo conteúdo, dona Modista! Primeira vez que vejo um vídeo com mais likes do que visualizações. Mexeu num baita vespeiro!❤
Seu canal é muito bom de verdade
Parabens prô❤❤
Muiito bão para todas as postagens 👍🏽 históricas e culturais.
Esse é um assunto que sempre tive curiosidade porque ainda atualmente nós mulheres nos sentimos muito incomodada pela menstruação, mesmo já tendo tanta tecnologia que nos ajude, imagino como era que faziam antigamente. Também adoro vídeos como esse tendo como recorte os povos originários, que não tinham acesso a indústria nenhuma e lidavam com materiais naturais, como as mulheres da idade da pedra ou até mesmo as indígenas. É por isso que amo acompanhar indígenas nas redes sociais, elas sempre falam sobre saúde da mulher em geral nas aldeias.
Não lamente pq "não tinham acesso a industrias" feliz deles que tinham sua cultura. E não pense que não sabiam... SABEM muito!
Uma excelente explanação, parabéns, foi na verdade uma grande palestra, você tem o dom da oratória
Minha mãe nasceu em 1935 e ela conta que usava as toalhinhas quando jovem , por volta de 1950 , e elas lavavam as toalhinhas e colocavam para quarar no sol . Elas usavam essas toalhinhas sem suporte , diretas sobre a calcinha 😮
Minha avó nasceu lá entre 1905 - 1910 e me contava que também usava esses paninhos/toalhinhas e depois lavava e estendia no varal, como tinha muitas irmãs, o varal sempre ficava cheio desses tecidos estendidos 😊😅 Obs: também não podia lavar o cabelo nesses dias, senão morria
@GrafinVonHopper A calcinha que a gente conhece hoje só aparece nos anos 1930
Eu uso meus quadradinhos sem botões, não dobram, não torcem e não vazam.
Minha mãe e minhas tias são dos anos 50 e início dos 60, mas eram muito pobres, moravam em área rural e em uma família enorme quase toda de mulheres... todas usaram paninhos que lavavam com sabão de banha na água do rio... elas contam que só a mais nova delas (que nasceu já perto dos anos 70) pôde usar absorventes descartáveis que minha mãe e uma outra tia que trabalhavam em casa de família traziam "da cidade" pra ela. Acredito que em algumas partes do país, os paninhos ainda devem ser a única opção viável pra muitos.
Como sempre a tia modista arrasa muitooooo. Video incrível ❤
vc é uma diva divonicaaaa
Parabeeeeeeeeeeeeeens vc é incrivel ,inteligente e linda.Deus te abençoe!
Se tem uma coisa boa do seu canal é que você tem muita responsabilidade no que você apresentar❤
Excelente aula sobre um assunto ainda hoje envolto em tabus.
Nós mulheres, sabemos que isso não dá para deixar sem algo para absorver .
Perfeito!!! Abraço desde Buenos Aires, Argentina
Excelente conteúdo! Parabéns.
Lembro que menstruei com 14 anos,e minha mãe já tinha comprado praticamente um estoque daqueles modess, quando tinha mais ou menos uns 18 anos resolvi usar o Tampax,mas antes fui no ginecologista e pesquisei pra saber se não corria o risco de romper o hímem kkkk,pq eu não confiava no que estava escrito na embalagem,o médico disse que se fosse usar que fosse o tamanho pequeno, sempre usei e acho que são sim mais higiênicos,pq não me adaptei ao coletor
Conteúdo informativo de verdade, excelente vídeo.❤
Obrigada pelo seu ótimo trabalho!
Pauline, estou cada vez mais encantada com o seu canal!
Parabéns pelo trabalho!
Seus vídeos deveriam fazer parte do currículo de história nas escolas!
Obrigada por dividir esse maravilhoso conhecimento e pesquisa com a gente. Adorei! Adoro seu trabalho!
Excelente vídeo modista ! Muito bom mesmo
Sempre pensei nesse assunto a decadas. Obrigada muito interessante! Emocionante e triste ao mesmo tempo. Muitas mulheres não tiveram a sorte de usar um absorvente. E ainda tem muitas por aí pelo mundo e no Brasil que vive essa realidade.
Excelente vídeo. Obrigada, Tia Modista.
Querida modista, parabéns pelo vídeo. Em relação ao acesso à absorventes, não precisamos ir longe, basta pensar nas mulheres em situação de rua e todas as dificuldades que enfrentam, inclusive na higiene pessoal no período menstrual😢
Que material excelente!
Parabéns pela tua honestidade intelectual e compromisso com a diversidade.
Te desejo cada vez maior sucesso!
o seu canal é sensacional e considero obrigatório para todos que é fã de história da moda. Muita informação com fonte, e a sua forma de explicar é tao didática, eu amo o seu conteúdo 🥹
Muito obrigada!
A abertura foi ótima 😂 “ não é o que nos falaram na sala de aula “ 😅❤
Amo suas ironias e sarcasmos 😅❤🌹
18 mil visualizações e so 4 mil likes para um video de suma importância, VAMOS lá meninas vamos dar likes. Pauline MERECE ❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
Gente, que vídeo maravilhoso
Eu uso absorvente reutilizável, gosto demais. O problema é que é bem caro (claro que a longo prazo compensa, mas demora bastante).
Vc sempre fantástica! Parabéns! Adorei as informações. Obg pelo conteúdo
Vídeo maravilhoso ❤
Vídeo maravilhoso, só pra informar que hoje o governo tem um projeto de dignidade menstrual, se vc for responsável por adolescentes que menstruam podem cadastrar no CRAS e pedir pra incluir no projeto, vc recebe uma guia e tem direito a pegar quatro de absorvente a cada dois meses nas farmácias cadastradas.
Achei que ninguém ia falar rsrs...Ainda bem que achei seu comentário!!👏👏 Demorou, mas de luta em luta a dignidade de MENINSAS E MULHERES vai se tornando mais acessível. Cada avanço tem que ser agarrado com unhas e dentes, porque acho incrível o quanto a m1s0gini4 está impregnada até em meios chamados científicos ou educacionais, quiçá políticos, e mal se consegue direitos concernentes e necessários exclusivamente aos aspectos femininos, já tem gente pra embotar e forçar o retrocesso...As vezes é só desanimador em como tentam apagar as mulheres, fazendo parecer que não se vale "o que o gato enterra".
Nossa, eu MORRIA de vergonha pra comprar absorvente, e isso já na década de 90!!!! Minha mãe dizia que era tão normal, mas eu não achava isso. Talvez seja porque eu não queria que ninguém soubesse de algo tão íntimo meu, ficasse assim exposto. Sei lá, acho que a impressão era que aos 12 anos, eu já estivesse "pronta" para o sexo, mesmo brincando de boneca. Foi confuso pra mim na época
Eu amo este canal.. 🤩
Queria muito esse vídeo! Obrigada ❤
Pauline você é fantástica!
Esse foi demais! Muitos parabéns! Grande trabalho ❤
Ótimo vídeo! Obrigada ❤
Muito bom esses estudos
Que vídeo sensacional! E tão necessário! Parabéns, Pauline (e como vc tá linda, menina!)
Absolutamente necessário!
Oi modista. Eu sei que talvez não seja oportuno, mas gostaria que visse (caso não tenha visto) o filme Malena de 2000, neste filme a personagem principal tem um "estilo" bem diferente dos demajs habitantes da cidade e, em plena 2° guerra mundial, causa uma comoção na cidade enorme.
Eu assisti,muito bom
PAULINE, QUE LINDO VÍDEO!
Parabéns pelo seu trabalho.
Obrigada!
Muito bom e didático 👍♥️