A Volks, a Elis e a saudade de um Brasil | Ponto de Partida
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- เผยแพร่เมื่อ 10 ก.พ. 2025
- Os críticos do comercial da Volkswagen não entenderam nada. Acham que lendo a música Como Nossos Pais literalmente perceberam tudo, mas não perceberam nada. É uma publicidade sobre memória, sobre as emoções que fazem de nós brasileiros. E a gente precisa muito lembrar do que temos em comum.
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PONTO DE PARTIDA
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#ElisRegina | #Volkswagen | #Comercial | #Meio
Com quase 70 meu tempo é hoje. É hoje que estou vivendo, aprendendo e ensinando. O passado eu tenho na memória e sou capaz de falar dele muito mais do que do presente. Meu HD está cheio de passado e não tem muito espaço para o presente. E isso é que me faz viver de forma intensa o momento. Não quero deixar nada para trás. No fim o importante é isso viver e ser feliz.
Eu acompanho os textos do Meio há um tempo, mas esse texto de hoje merece um menção especialíssima. Saber ler o contexto da propaganda e entender que o tempo passou.Parabens ao Pedro e toda equipe.
Vida inteligente no TH-cam ainda existe... Ganhou uma inscrita, excelente análise!
Que linda reflexão. Gosto quando você fala sobre como a cultura nos une e nos faz brasileiros.
Maravilhoso!
Sempre, Pedro!
Como nossos pais!
Como nós, inventando um novo tempo!!!!!
Eu sou artista, artista que pinta e expõe em galerias e museus. Muita gente não sabe, mas para expôr uma obra a gente tem que fazer um texto explicando o que queremos dizer com aquela obra, os motivos que nos levaram a criá-la e como esses motivos estão refletidos na forma como criamos (material usado, objeto retratado, etc). Ou seja, tem muita análise, muito significado e trabalho por trás, não é simplesmente "pintei isso porque acho bonito". Mas apesar disso, a gente que é artista sabe que no momento que a tua obra for colocada para o público, cada um vai interpretá-la da sua própria ótica e você não pode impor a ninguém como a pessoa deve ver a obra. A verdade é que não existe "você está interpretando essa obra de forma errada", porque ninguém é obrigado a ver o mundo através dos meus olhos. O meu texto sobre o significado da minha obra é sobre os caminhos que me levaram à realização dela, não é uma lei sobre como você é obrigado a vê-la.
Pois é, mas o que autor quis dizer não muda com o tempo.
@@Alice97719 o que o autor quis dizer só serve para ele mesmo, como um mapa para ele criar uma obra, e não para determinar como a obra deve ser vista pelos outros.
Como é bom encontrar com alguém que pensa como vc, a uma sintonia, o coração vibra uma energia ímpar! Obrigado amigo, chorei com comercial e meus olhos se encheram dágua contigo. Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo... Parece estarmos piores. Que deus salve a democracia,ditadura nunca mais!! Abraço
Tenho 34 anos. Só sei dizer que me arrepiei logo no início do vídeo. Nem conseguia, naquele momento, racionalizar o porquê. Depois, foi me emocionando cada vez mais. Só consegui me maravilhar com uma enxurrada de informações visuais, sonoras, e claro, com o que estava "na parede da memória". Arrasou nas colocações!
Jussan... É que a letra do Belchior é de arrepiar mesmo, não? E a equipe do Meio também sabem escrever um texto como ninguém, não?
Que lindo! Perfeito ❤
Me emocionei no comercial e me emocionei mais ainda com a sua fala Pedro! Parabéns!!!
Engraçado que, apesar de todo esse contexto de cobrança e tristeza, essa música me traz memórias afetivas maravilhosas!!!
Pedro, Amei seus comentários!!! Perfeito! A propaganda e seus comentários me levaram láaa pra minha adolescência/ faculdade, pro fusca da minha mãe, pras músicas e a Elis que eu amava, pra todo o contexto daquela época, até hoje. Para os meus pais, as músicas deles e as minhas músicas, que nós 3 amávamos... pra lembrança de como aquela época foi difícil e a alegria de ver que eu e tantos outros conseguimos ir em frente e chegar até aqui! Isso vale muito!!! ❤
Pedro, acredito que esse foi o melhor ponto de partida que já vi.
Meus parabéns pelo texto fantástico.
Eu, aos 32 anos e com uma filha de 4 meses, me emocionei ao pensar nas músicas que ela vai ter nostalgia por influencia minha. E nas músicas ainda nem escritas que ela vai gostar e eu vou tentar entender.
Caro Pedro! Sigo o Meio e sou assinante há bastante tempo. Assisti e todos os Pontos de Partida postados e eles me despertaram um profundo sentimento de admiração e respeito por você. Não porque concorde com tudo o que você diz, mas porque vejo.qualidade argumentativa, sinceridade, coerência, riqueza histórica e cultural. Cara, sou seu fã!! Neste vídeo em particular, acho que você se superou. Ele é brilhante! Gostaria de ter escrito o que você escreveu! Não costumo comentar os vídeos nem sou assíduo em nenhuma rede social. Mas me senti pessoalmente compelido a cumprimentá-lo.pela sua lucidez e acuidade neste Ponto de Partida. Realmente uma pérola a que vou assistir várias outras vezes até decorar!!!😂 Obrigado e forte abraço!
Um dos melhores textos do Meio, não?!
Olha, eu vou olhar só o contexto. Eu recebi da minha irmã, na mesma hora assisti e chorei. Lembranças. Essa minha irmã era um bebé, minha querida mãe estava muito triste com a morte da Elis. Fazia muito tempo que eu não chorava com Lembranças. Eu perdi meus pais tragicamente. Vim para Portugal reconstruir a mim mesma. Não me interessa nada. Eu chorei, me emocionou, me tocou, achei fantástico. Um pedaço de mim, da minha vida, revivido com um comercial. Achei ótimo roteiro, produção.
Imagine se ele tivesse sido lançado no dia das mães?! Espero que se reconstrua. A vida é também feita de lágrimas. E como é bom chorar, não?
@@pjssilva1 O resgate de emoções pessoais e memórias afetivas ultrapassa de longe qualquer análise de contexto coletivo. Se for pra pensar no contexto também dá pra chorar, mas de raiva.
Seu comentário foi exatamente o que senti qdo vi o comercial ,aliás foi depois de ouvir vc ,Analis e o Cris comentando sobre, fui procurar e vi , esse comercial me levou a minha infância, adolescência (tenho 60 anos) onde o Gol é a Brasília ( por sinal meu pai tinha uma ,comprada usada e a muito custo) eram os carros mágicos da época, me trouxe um sentimento de acalento e ternura, essa empresa de nome difícil de escrever wolksvagem fez parte da nossa história, talvez seja por isso tantos comentário sem sentido e retrógrado de pessoas que não viveram essa época anos 70 e 80.
Doroti, eu tenho 78 e também senti isso. A primeira coisa que notei intelectualmente foi a troca de sinal no sentido da letra mas simultaneamente senti a beleza da nostalgia. Lembrei-me da primeira vez que a ouvi, na peça Falso Brilhante, a que fui assistir em comemoração de um aniversário de casamento. Depois me lembrei de quando era criança e meu tio tinha um VW ainda importado, não havia carros feitos no Brasil naquele tempo. Às vezes ele enchia aquele fusca de sobrinhos e nos levava para “dar uma volta de carro”. A cada esquina que ele virava, exclamávamos em uníssono: “Bananinha! Bananinha! Bananinha!” Isso porque naquela época ainda não havia o pisca-pisca, o sinal de virada à esquerda ou à direita era feito por uma alavanquinha luminosa que, acionada pelo motorista, saía de dentro da coluna do carro indicando que o veículo iria para aquele lado. Também me lembrei do meu primeiro carro, comprado 0 Km, a prestação, um fuscão amarelo colonial, alegre como eu!
Fiquei feliz por ouvir a opinião do Pedro e também por encontrar você aqui nós comentários. Até agora só tinha ouvido pessoas que se posicionaram como indignadas pela apropriação indébita da música num comercial que pretende o oposto do significado original e outras pessoas que nunca perceberam esse significado e por isso acharam o comercial excelente.
Estou entre os que não gostaram do comercial.
1- Quem produziu o anúncio não entendeu ou não quis entender a letra da música. Se tivesse entendido, saberia que o comercial saiu pela culatra: "minha dor é perceber que ainda somos os mesmos e compramos Volkswagen como nossos pais".
2- A Elis está parecendo uma boneca androide, o que ofende a imagem da cantora e sugere que a tecnologia VW é tosca.
3- Não me lembro de nenhum comercial com a Elis, mas lembro bem do hit "Comunicação", em que ela critica comerciais de forma debochada.
4- Ela parecia prever o que iriam fazer com sua imagem, ao dizer no monólogo de abertura do show Trem Azul: "Agora retiram de mim a cobertura de carne, escorrem todo o sangue, afinam os ossos em fios luminosos (bits e bytes) e aí estou, pelo salão, pelas casas, pelas cidades, parecida comigo".
Dito isso, acredito que, como mãe e avó, ela estaria satisfeita em saber que sua imagem - ícone, pilar - pode proporcionar recursos à família. Afinal, o streaming não está pagando nada aos artistas. Já que não é pela música (como deveria ser), que seja pelo deepfake.
Analise excelente 👏👏👏👏👏👏👏
Vou roubar o trecho: "Nossa dor é perceber que ainda compramos Volkswagen como nossos pais....."
impressionante o texto que você reproduziu da abertura do show Trem Azul! Elis era tão gênio que sem saber previu o que a própria filha faria com sua imagem. A propaganda é imoral e o comentário do jornalista, obviamente pago pela empresa, é lamentável.
Pedro, fico na dúvida se vc é jornalista mesmo, ou artista… tem texto seu q parece poesia. Parabéns pela sensibilidade 👏🏼👏🏼👏🏼
A música do Belchior reflete a raiva, desgosto e sentimento de derrota. Não sobre o jovem, mas sobre o velho que já foi jovem e viu que não mudou o mundo.
Excelente análise!Também sou da geração X.
Foi uma ideia feliz juntar a wolks, a Elis, a música do Belchior fazendo um elo entre o passado nostálgico e o tempo presente. Isso tudo transcende o que a letra significou no momento em que foi feita.
À época a geração sabia dosar com muito conteúdo história, amor,arte e política. Deslumbrante PEDRO! Parabéns!!! 3:39 3:40
Ah, eu amei. Arrepiei. Como fui criada nos carros. Meu pai ainda tem uma Brasília azul. Amei
Parabéns, Pedro! Contexto é tudo e os acelerados de hoje não tem a paciência dos antigos para apreciar a beleza da canção. Elis é deslumbrante até numa kombi velha.
Sinceramente esse é um tema legal! Porque dá para entender os argumentos dos dois lados!
Exatamente. A música é arte e o sentido se desprende daquilo que o autor pensou na época. Por isso ela sobrevive ao tempo.
Parabés pelo vídeo. Sua opnião foi perfeita.
Olá Pedro! A impressão que tenho é que são exatamente os mais jovens, aqueles que não viveram nada disso, é que estão mais indignados. Será que é contestação natural da juventude ou os maus humores do nosso tempo está pegando mais neles? Fico feliz de saber que Maria Rita ficou feliz com o resultado.
Realmente, o comercial traz lembranças da era de ouro da propaganda. Só um pitaco: a letra de Belchior lamenta que os jovens façam as mesmas besteiras que seus pais fizeram. Ou seja, contraria o conceito que se deseja passar.
Perfeito!
Nelson, o comercial não quer apelar ao seu intelectual e nem se contradiz. Ele quer emocionar. E conseguiu. Se para isso tiver que usar uma letra com tantas possibilidades, não importa. Digo isso como propagandista. Como nossos pais (Elis e Rita), usando as coisas da empresa etc.
O mérito de um clássico é proporcionar diversas leituras, todas quase sempre válidas. O clássico é do seu tempo, mas transcende o seu tempo. Eu sempre entendi essa música como um lamento sobre as gerações. Por mais que se queira mudar o mundo quando se é jovem, um dia se cresce e um dia nos tornamos aquilo que criticamos em nossos pais e seremos criticados por nossos filhos...
É só uma das estratégias de Marketing: o Marketing Emocional.
Não assistiu o vídeo? Hahahaha. O Pedro Dória acabou de te explicar isso!
Não sei se sou meio limitada, tenho memória ruim ou algum problema cerebral, mas acho que essa propaganda é daquelas que, daqui a alguns anos, vou me lembrar e perguntar: era pra vender o que mesmo?... O primeiro carro que meu pai teve foi um fusca verde. Eu tinha 4 anos. Cresci ouvindo essa música do Belchior, num idade em que não tinha consciência política. Aprendi a dirigir no fusca vermelho do meu avô, igual ao 1o do meu pai. O comercial me trouxe boas lembranças.
NEM POR ISSO VOU COMPRAR UMA KOMBI OU QUALQUER CARRO DA VW. Ficarei só com a minha emoção "manipulada" e minhas lembranças!
O comercial é maravilhoso. Vc Pedro me conquistou com sua inteligencia.Tornei me assinante do seu Canal.Emocionei me muito revendo minha sempre adorável Elis Regina. Sou aposentado e formei me Ciências Sociais na UFBA e tenho muito a APRENDER Com vc.Aplausos.
Os argumentos do Pedro foram muito bons e eu como publicitario sei como essas propagandas são montadas e entendi exatamente assim tbm, que é como foi pensado pra ser entendido mesmo.
Mas, só pra não perder o costume de discordar um pouco do Pedro. Apesar de uma música sempre ser polissêmica e da passagem do tempo ressignificar muito do que elas queriam dizer, uma coisa eu posso afirmar com certa folga: o Belchior não iria querer a música dele nesse comercial.
O mesmo que escreveu isso aqui, num lado B do mesmo disco em que saiu a do comercial:
O que transforma o velho no novo, bendito fruto do povo será.
E a unica forma que pode ser norma é nenhuma regra ter.
É nunca fazer nada que o mestre mandar.
Sempre desobedecer, nunca reverenciar!
Esse cara não ia vender seus ideais pelo vil metal, como até o fim da vida não fez. Mas citando mais uma dele: Mas o dinheiro é cruel e um vento forte levou os amigos...
Análise sensacional, Pedro. Parabens
Sensacional a análise do brilhante Pedro Dória, com o resgate da importância da obra de Elis e Belchior, tão bem contextualizada!! Estamos de parabéns, pelo privilégio de tê-lo diariamente, com suas observações tão instigantes quanto preciosas!! Que atropelam muitas vezes, um olhar acomodado, mas que ao mesmo tempo, conduz à reflexão de uma realidade tão conturbada e cheia de nuances como a trajetória de nossa História !!😘
Belchior eh um gênio incompreendido e deixado de lado, pq nos faz refletir. Nos querem bobos.
Vídeo perfeito Pedro, me emocionei, eu entendo a letra ao ver o Brasil, vencemos a segunda onda da ditadura e acho que essa música calha com esse momento, mas confesso que depois de 10 anos de tanta dor e perdas para o país agora gostaria de ver frutos, de comer minha carne, de viajar e ser feliz, hora de guardar as armas, chega de luta, quero amor, paz e, porque não, dinheiro.
Me lembro exatamente onde eu estava quando a Elis morreu. Eu, meu pai, meu irmão, meus tios e minhas queridas e saudosas mãe e irmã estávamos de férias em Barra Velha-SC. Enfrentamos uma terrível BR-116 sem duplicação dentro de uma valente Volkswagen Variant 76 para chegar lá (meus tios foram num bem mais confortável Opala). Quando ouvi a notícia da morte de Elis no rádio percebi que era algo importante, pois notei a comoção e a agitação dos adultos mesmo sem entender muito bem quem era ela ou o que havia acontecido. Tinha só seis anos. Foi isso que me veio à cabeça quando vi o comercial. E me emocionei, sim. Muito mais pelas memórias das pessoas que se foram do que pela Variant azul. Mas depois fiquei com uma certa raiva, pois como publicitário percebi exatamente o que a brilhante propaganda estava fazendo comigo. Me fazendo me apegar ao meu passado lindo, confortável e quentinho e por um momento me fazendo esquecer do presente turbulento que vivemos e do futuro incerto de Kombis elétricas que ninguém poderá comprar que ainda viveremos (e nesse futuro inseguro e de baixo poder aquisitivo definitivamente não seremos como nossos pais). Sim, Pedro. O caldo cultural da brasilidade funcionou a todo vapor ao se misturar de maneira apelativa com minhas próprias memórias assim como as de outras pessoas. Golpe baixo. O filme ganhará muitos prêmios pela genialidade.
Agora a parte ruim. Primeiramente, é evidente que você adorou (e também se emocionou) com o comercial e agora quer nos demonstrar/provar que você está certo em sua interpretação e todos os críticos estão errados. “Não perceberam nada... não entenderam nada”. Não daria para ser um pouquinho menos arrogante? Concordo com a questão da letra ter perdido seu significado original e virado outra coisa para quem não viveu na pele aquele momento de conflito de gerações. O comercial é lindo, bem sacado e as famílias autorizaram, certo? Então tá tudo liberado? Mas e quanto ao fato de a empresa em questão ter apoiado intensa e voluntariamente o regime militar (inclusive tendo entregado funcionários ao governo)? Elis teria aprovado? Belchior teria aprovado? OK, não dá para saber. Mas achei que ao menos você iria abordar as implicações éticas e morais do uso de IA nesse contexto; o de usar a imagem de pessoas mortas em situações no mínimo polêmicas. Mas não... ficou só no deslumbre.
Pedro e turma do Meio, perdoem- me pelas diversas postagens, mas foi muito divertido interagir com os comentaristas.
Deu para se emocionar com uma delas, que foi para Portugal (as mulheres, sempre elas, foram as que mais comprenderam - será que sabem lidar mehor com as emoções?), para rir com um que o qualificou de anta e até quem classificou a nostalgia como fascista. Depois dizem, também nos comentários, que as redes não tem ódio. Tem de tudo aqui, rapaz. Imagino o trabalho que é ler isso tudo. E olha que vocês são super didáticos nos textos. Parabéns de verdade, foi um dos melhores textos do Meio. Deve ser porque é nostálgico, emocionante, sofista, clicbait etc
Cara!! Não te conhecia até vc aparecer com o Meio. Gosto muito dos teus artigos e sou assinante do Meio.Tenho 62 anos e estive lá no Anhangabaú, pedindo "Diretas já".
Bem isso!
Não estamos falando de uma filha realizando virtualmente o sonho de cantar com sua mãe, algo que infelizmente para todos nós, ela não pode realizar na vida real.
Não estamos falando da emoção genuína que isso é capaz de gerar nas pessoas.
Não estamos falando da beleza estética de uma peça publicitária.
Não estamos falando nem no histórico da empresa (a Volkswagen apoiou o nazismo e a ditadura militar no Brasil) detentora dessa publicidade.
Trata-se de pensar na capacidade do sistema capitalista de se apropriar de uma personalidade ainda pública que tem sua imagem fortemente associada à contestação do sistema (da ditadura militar) e de uma obra musical abertamente rebelde, e colocá-los através de uma manipulação tecnológica difundindo um significado oposto aos que significavam em sua gênese.
A cantora Elis e essa obra de Belchior outro grande músico, compositor e letrista em sua voz são associados ao imaginário de alguns a quem está em casa guardado por Deus contando o vil metal querendo comprar um carro. Instantaneamente esse conteúdo se dilui, e o novo que sempre vem passa a se ligar à finalidade de vender automóveis acumulados no estacionamento da fábrica. Essa capacidade de subversão de sentidos que o sistema sempre utilizou ao transformar tudo em produto, se amplia exponencialmente com o advento da Inteligência Artificial. Em breve Rita Lee será um holograma vendendo pipoca no escurinho do cinema, e um Caetano sorridente será apenas um simpático avatar em um site de venda de tíquetes de estacionamento no Leblon. Viver é melhor que sonhar, mas é muito perigoso!
Como explicar semiótica para tanta gente ignorante e que prefere aceitar as mentiras de um sistema?
Saudades de um Brasil que eu vivi. De um coroa pra outro, obrigado por um dos teus melhores textos!
Eu adorei o comercial! Me lembrei de tempos nos quais a publicidade era refinada , original e múltipla. Pensei no que fui, no que sou. Sobretudo, pensei no que talvez tenha sido para a Maria Rita, uma excelente cantora, que perdeu a mãe dela entre os 4 e 5 anos de idade, "poder cantar e andar de carro ao lado da mãe" em função da AI. Agora, Pedro, ok, as preocupações são outras mas a chamada a pensarmos que ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais, não é anacrônico em si.
Curioso, quando a filha de Nat King Cole resolveu gravar "Unforgettable", fazendo um dueto com seu pai falecido, todo mundo aplaudiu, achou lindo, e a "nova" música estourou na parada de sucessos em todo o mundo livre! Eu não vejo diferença entre o uso daquela tecnologia e o dessa propaganda pra reunir mãe e filha! Ou ainda quando Paul, George e Ringo gravaram "Free as a bird" junto com a voz de John, já falecido também! Foi emocionante, como deve estar sendo emocionante para quem gosta, escutar a Elis cantar junto com Maria Rita! No mais, todo mundo sabe que é montagem, não há que se ter "medo" de estar enganando ninguém! Se for por isso, eu quase morri de susto e alegria quando, do alto dos meus 13 anos de idade, eu estava escutando rádio e o radialista anunciou que iria tocar uma música nova de John Lennon: "Nobody told me", kkkk! O detalhe é que ele já havia morrido há três anos! E eu fiquei: "- Mas, como assim? A música veio do além?" Nunca senti algo tão mágico e sobrenatural como naquele dia! 😂 Foi inesquecível, kkk!
Perfeito o texto, Pedro. Resumiu todo o sentimento que tive. Só me lembrei da minha infância em que íamos de kombi desbravar Porto Seguro, numa época em que lá era tudo mato (década de 70/início de 80., acampamento, estrada horrível e sem nenhum conforto..mas só me lembro da parte boa… minha família toda lá, eu e meus irmãos crianças descobrindo o mar e aquele mundo fantástico..e os fuscas da minha mãe, ah que saudades.. propaganda maravilhosa!
Essa propaganda me fez chorar qdo vi a Elis dirigindo a Kombi. Qdo eu era pequena, meu pai tinha uma kombi para viajar com a gente. Essa reflexão que vc fez sobre viver como nossos pais, na minha percepção se refere sobre a questão da família, que na vdd é o que buscamos. Ter uma vida familiar e aquele ímpeto da juventude é só uma fase. E qdo me lembro do meu pai dirigindo a Kombi e a bagunça que a gente fazia tds as vezes que a gente ia viajar. Éramos em nove, hj já não somos mais. Mas ficaram as boas lembranças de uma família de esquerda meio anarquista e muito feliz. Graças ao meus pais que sempre nos deram condições de estudar e ter acesso a cultura. Época realmente de ouro de gênios musicais que está cada dia mais difícil de se ver .
Muito obrigada. Fabuloso texto! Fabulosas palavras. Adorei
Sensacional! Obrigado, Doria, por ainda acender a centelha.
Que crítica incrível. Por algum motivo eu tinha me emocionado ao ver o comercial...pff...chorar vendo um comercial, que coisa mais estranha.
O mesmo aconteceu vendo esse vídeo. Sou de São Bernardo, aqui moro e aqui sempre morei. Sou millenial, e cresci com as referências que o Pedro citou. Vi fuscas, kombis e brasilias e andei nelas.
Muito doido como o que as vezes a gente considera "inimigos" como grandes empresas estrangeiras podem fazer tão parte do nosso subconsciente coletivo quanto uma musica. E muito louco o efeito que isso tem quando é colocado tudo junto em um mesmo momento em um comercial...doideira
"No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais." Belchior
O que eu já vi essa música sendo usada como homenagem aos pais, perdi a conta. Pensei que era o único que a entendia. "minha DOR é perceber, que apesar de temos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmo e vivemos como nossos pais.".
O significado da música é o famoso “ciclo da auto-sabotagem”, que a maioria das pessoas caem nele, repetindo erros de seus pais.
Boa análise!
Eu me vejo aí, militando no DESBUNDE, e graças ao todo - de Belchior a 'inimigos que estavam no poder'.
Finalmente uma análise lúcida. É muito bom saber que não estou só!
Uma peça publicitária nota 1.000!
Eu fiquei arrepiada e marejada quando vi. Ameiiiii!!!!!
Pedro Doria - Que Análise FABULOSA, OBJETIVA E INCRIVELMENTE NECESSÁRIA. Após a Bossalidade de tantos que NÃO SABEM Decodificar o Contexto Real que foi explanado na Propaganda!
Muitíssimo Grata da forma mais emocionante pos´sivel... Abraços PW
Infelizmente tem gente que não enxerga mais a poesia, que não sente mais aquele quentinho no coração pela nostalgia, que deixa as boas emoções passarem porque estão há tanto tempo na guerra que só veem a tragédia e o problema.
Que nos curemos como país, mas que principalmente nos curemos como pessoas, que sejamos capazes de voltar a enxergar beleza na vida.
O problema atual é que as pessoas querem escarafunchar as coisas, fazer análises e análises, julgar, meter o dedo...
Parabéns pra vc, Pedro! Eu acho que traduziu muito bem o que quiseram passar com a propaganda
Qual foi o primeiro impacto, pra maioria das pessoas? Emocionar, arrepiar. Então, basta de julgamentos! Quem gostou, ótimo e quem não gostou... Paciência
Infelizmente hoje as pessoas preferem ficar na superficialidade ao invés de buscar um sentido. São várias portas falsas.
eu nao gostei foi do fato da empresa usar a imagem de uma pessoa morta sem a autorização dela em DeepFake para fazer propaganda e faturar em cima!
Não esqueçam: é uma empresa. Obejtivo é lucro acima de tudo!
Pelo fato de pessoas famosas antigas serem impossíveis de fazer uma autorização dessa natureza, acho antiético tal atitude...
Acho absurda toda essa polêmica, misturando política,consumismo, ditadura ! Por momentos, temos Elis de novo, isso é o que me importa!!!❤
Cada vez melhor Pedro! Texto e interpretação fantásticos
Enquanto belchior cantava isso com um amargor na boca, quase de um “fármaco”, a propaganda subverteu os valores e reafirma como nosso pais com alegria, agradando ao seu público conservador. Um Brasil que quer mais do mesmo, que se curvou a uma política ultrapassada. Essa marca, de fato, não é tão popular fora do país, ela não representa mais o novo, não traz inovações tecnológicas. Ela é o próprio mais do mesmo. Porém, é incontestável o sentimento de nostalgia de um tempo de poetas na música e é incrível que uma canção de décadas ainda traga reflexões e siga tendo relevância política e comercial.
Pedro, não me lembro de um comercial ter mexido tanto comigo quanto esse da Volkswagem, mas ó, tão emocionante quanto foi escutar esse teu texto. Raspou na poesia em muitos momentos.
Eu fico imaginando a sensação única que Maria Rita teve, possibilitada pela tecnologia, de viver uma situação na relação mãe e filha que não foi possível na vida real. Se ela se emocionou com o resultado desse trabalho, outras questões, na minha opinião, deixarão de ter a rigidez de qualquer discurso que se faça...
NÃO ASSISTA OU COMENTE ESTE VÍDEO
(Ele emociona e o texto é envolvente, alguns diriam apelativo. E tem mais de 5 minutos)
1. Se acredita que as empresas que apoiaram a ditadura (Volks, Ultragás, Grupo Folha de SP+Uol, Estado de SP, Globo e afins, igreja e boa parte de seus parentes à época) não podem fazer comercial com a Elis e Belchior.
2. Se faz uso de algum dos produtos destas empresas (não seja contraditório, hem).
3. Se não gosta de IA.
4. Se não gosta de usar sinais de pontuação.
5. Se não gosta da discussão e mistura de tudo isso num canal de cunho liberal/neo liberal/pós liberal ou seja lá o que for.
6. Se um dia assistiu e se emocionou vendo Nat King Cole e seu pai juntos.
Que texto incrível. Sensacional.
Pedro, gostei do seu texto e vídeo. Emocionante! Também tenho saudades desse ou de um Brasil.
Acho que já assiste umas 5 vezes e emocionado estou com o relato, com a descrição e com o contexto.
O saudosismo, a sensação, como vc bem diz, Pedro, é de origem ESTÉTICA, sinestésica, emocional, enfim... Pra isso vc (nós, publicitários, designers, artistas visuais, roteiristas, "criativos", como se fala por aí) estuda, pesquisa, trabalha, corre atrás: pra gerar ESSE tipo de produto (a campanha, digo); e no público, o coração, de dentro, aplaude.
Ainda que vc não compre uma Kombi, a empresa te proporcionou alguns segundos de um sentimento forte e bacana. Realmente, a razão passa longe disso - não que a letra não importe, mas ela é "moldura", não "quadro". E como toda moldura que se preze, ela tem a função de VALORIZAR a pintura.
Pedro, sou um apreciador de seu trabalho e já mudei de opinião após assistir alguns de seus vídeos, mas não foi o caso deste. Concordo que obras artísticas estão sujeitas à interpretação de acordo com o tempo, mas no caso da música “Como nossos pais”, para acomodar a nova “interpretação”, houve a necessidade de esconder certos trechos incômodos. Mantiveram somente os trechos que interessavam. Publicidade é manipular emoções. Não se vende um carro, se vende uma emoção, manipulando sentimentos, mesmo que para isso tenha que se manipular as palavras. Certo, a Volkswagen está na história, nunca foi anacrônica. Cresceu com o nazismo, para vender carros, apoiou a ditadura para vender carros e agora usa a polarização da sociedade para vender carros. Nesse ponto a propaganda é um sucesso. O espírito de nosso tempo é a polarização e os publicitários são pessoas inteligentes, sabiam que iam provocar discussão, engajamento nas redes, mesmo de quem não gosta da marca. Até eu, que sempre fui um admirador silencioso de seu trabalho e nem tenho carro, me dei o trabalho de vir aqui opinar. Belchior morreu recusando o comércio, foi taxado de louco, por negar o mercado. Poderia encher estádios se anunciasse sua volta, mas, segundo a lógica de nosso tempo, apenas um louco faria isso. Um dos maiores artistas de nosso tempo, teria morrido “anacrônico” e “louco”. Agora está numa propaganda da Volks. Parafraseando Drummond, Belchior é apenas uma estampa que aparece por um segundo numa camiseta, mas como dói.
❤Muito obrigada por expressar minha indignação! Essa propaganda é um soco 🤜 no estômago
Exatamente o que senti. Desconforto o tempo todo!
É a constatação é comprovação de que a militância se vendeu. Ninguém mais produz trabalhos de ARTE icônicos, porque os sedizentes artistas não precisam produzir algo relevante para obter reconhecimento e contrapartida financeira.
Não se lê poemas com o coração bélico.
Arte é sentida, não tem um único impacto. Ela mexe com cada um conforme suas experiências. Não vejo nada demais na peça publicitário, sempre cantei essa música sem nenhuma referência à ditadura. Sempre foi garganta a todo vapor e simplesmente entender que somos como nossos pais.
Achei o filme sensível e dentro de tudo o que já vivi com meus amigos em noites nos bares, nos karaokes, cantando essa canção e fazendo uma homenagem à vida, ao fator de estar sentindo que o tempo passa e repetimos certos padrões. Ditadura acabou há muito tempo, apesar de uns e outros quererem trazer esse velho manco moribundo de volta. Mas o novo sempre vem. Comercial bom, nada demais, mas bom.
Impecável Pedro, traduziu o que eu pensei ao ver o comercial e as críticas em rede social, pessoal está agindo com pensamento anacrônico e deixa de apreciar um trabalho lindo.
A tua contextualização da letra com a época foi perfeita!! Eu não tinha percebido este aspecto. Ainda sou muito fã do Belchior. Fui a vários shows dele aqui em Porto Alegre e suas músicas acompanharam a maior parte dos meus 61 anos! Grande abraço!
Polêmicas à parte, esse comercial me fez reviver momentos especiais da minha história e com certeza não sou o único. É claro que aqueles que o idealizaram sabiam que ecoaria e despertaria emoções a favor e também contrárias... Alcançaram o objetivo... Missão cumprida!!!
Ufa, alguém entendeu o comercial.
Bonito comentário, Pedro. Conseguiu me emocionar, assim como o comercial da Wolks. Parabéns !
Perfeito Pedro,
A VW e sua agência ALMAP foram muito felizes.
Falta antes de tudo equilíbrio. Quem sabe ainda possamos ter esperança de sermos um povo não dividido. Nós merecemos. Opiniões diferentes não deveria significar dividir a nação
Sou teu fã cara. Ponderado, inteligente e democrático
Comentário PRIMOROSO!!! Parabéns, Pedro, pela sua sensibilidade!!!
Sensacional Pedro tua análise!
Realmente todos nós brasileiros temos histórias de carinho e afeto com os carros Volkswagen.
Meu avô tinha um fusca e qndo vejo um isso me traz boas lembranças, mas usar uma música contra a ditadura e recortando os trechos para parecer que o passado era bom não me parece boa idéia após 08/01 e as diversas tentativas de impor uma nova ditadura militar exaltando o passado.
Se fosse a 6anos atrás não veria problema nenhum nessa propaganda.
PS: Eu discordo de diversas opiniões suas e por isso mesmo adoro ouví-las, pq ou reforça minha opinião ou me faz ver as coisas sob um novo ponto de vista. É na diferença de opiniões que encontrarmos um futuro melhor para nossa sociedade.
Parabéns pelo excelente trabalho 👏👏👏
Parabéns pelo lúcido comentário. Sou de uma época bem anterior ao lançamento da música "Como nossos pais". Sou dos anos 40, mas adorava, nos anos 70/80, ouvi-la, na voz da Elis Regina, que é eterna. E me maravilhei com o comercial da Volkswagen. Até porquê, quando a Elis faleceu, a filha tinha só 4 anos.
Gostei do comercial, temos que está sempre abertos ao novo. Mas fiquei impressionado com análise, a sagacidade,... do Pedro Doria, sensacional! Precisamos mais que nunca de mentes como essa. Em tempos de: Monark, Gentili, Léo Dias, ... ver alguém lúcido assim é um alento. Tô falando aqui da forma, da interpretação, da beleza das palavras. Parabéns!
Retórica não significa profundidade. Às vezes a realidade incomoda e fica mais fácil ficar só na superfície mesmo.
Parabéns Pedro pela reflexão a partir da letra da música de Belchior, Como Nossos Pais, e a nova campanha publicitária da Volkswagen. As nuances bem descritas observadas por você sobre o contexto histórico da época e a compreensão da mensagem publicitária trazidas para o aqui e agora são primorosas.
Muito mais que a propaganda, eu amei sua análise. Vc falou por Elis, pela Maria Rita, por Belchior, pela geração dos anos 60/70, geração dos 80/90, pela nova geração, pelos nossos pais, pelos frequentadores do Rio Sul, pelos estudantes universitários, pelos trovadores, pelo revolucionários, por Lula, pela WV e até por mim. Caramba, você pisou fundo e voou alto demais para justificar a saudade de um Brasil, da necessidade da união da população e o clamor original pela Democracia. Nos 15 minutos que você falou, Pedro, você merecia o Prêmio Pulitzer. Eu não lhe dou os parabéns, porque quem merece sou eu por tê-lo ouvido. Um grande abraço.
Oi Pedro, concordo com 97,5% do que você disse. Principlamente com uso da palavra contexto. Ela é meu norte em toda análise que faço nas minhas relações, e principalmente no meu trabalho - que coisa, sou publicitário. Mas tenho percebido que isso, meu caro, às vezes é muito chato para os que convivem com a gente. Exigir o ohar de contexto para quem não tem o contexto. Ás vezes as pessoas só querem sentir e se expressar, o problema é como se faz isso hoje.
A propaganda da almap para VW é tudo o que você disse, daquelas que, inclusive reforçam o "como nossos pais" não por mostrar um tempo antigo, mas por nos causar um sentimento que a comunicação no mundo digital não consegue/quer/precisa (olha eu emulando, "no meu tempo é que era bom"). Uma propaganda pra parar e assistir. Hoje, uma grande parte da comunicação é baseada apenas no gatilho para o clique, a conversão imediata. A da almap parece não ter sido feita para quem é geração Z, talvez nem Y, mas certamente se aproveita dela. Porquê quem é mais novo deve sentir, sim, essa indignação juvenil com a pureza da intenção do que o trovador quis dizer. Por outro lado, é da maturidade refletir, ter os filhos, responsabilidades e contar o vil metal, inclusive recebendo os direitos autorais. Estamos falando de uma campanha que atinge todo mundo ao mesmo tempo (e isso é um dos motivos de ela ser genial) pois aproveita do que a comunicação é hoje, à flor da pele o tempo todo, descartável, sempre pronta para o debate, e ao mesmo tempo, para os mais velhos, cria um clima saudosista, de um tempo em publicidade e vida que as coisas eram ou pareciam ser simples quando se olha pra trás. O filme soma as gerações em cada plano e no fim das contas joga na cara de quem é mais novo o seu destino, ser igual (usar VW). Em minha opinião, os jovens, como Belchior em 76, devem, sim, se indignar, pois é isso que todos nós fazemos até os 25, quiçá 30. Não é legal quando se é jovem ver/ouvir que o seu futuro é ser seu pai. O problema é que hoje a indignação fica na orelha de todo mundo o tempo todo, o que amplifica, exaure e ao mesmo tempo empobrece a conversa. Esse é o preço que pagamos pelo volume de informação que temos na palma das mãos (perdão pelo clichê publicitário dos anos 2000). A molecada ta na dela, tem que se indignar. Nós, sou geração X como você, temos que sorrir ao ouvir a voz da Elis e da Maria Rita juntas, dirigindo carros sob uma fotografia solar que aquece nossos olhos e corações de meia idade. Saudade boa. Da infância, da adolescência, e por que não de um jeito de fazer publicidade que não mais existe. Exatamente como nossos pais (os meus estão acima dos 80 anos) sentiram sobre seu tempo e sobre seus ídolos ("depois dele não apareceu mais ninguém"), e a molecada vai sentir, não importa a letra da geração que virá.
PS. Sei que tem geração X reclamando também, mas aí, realmente, esse sim ta anacrônico.
Sensacional seu comentário. É exatamente esta a sensação é a idéia que descrevi no meu Facebook quando compartilhei a propaganda por trazer tantas memórias da minha infância e do meu Pai que foi Concessionário VW durante a minha infância e adolescência. A música deu “som” às emoções e não “sentido” meramente. Você tem toda razão, os críticos não entenderam nada, tentaram teorizar o passional com anacronismos descabidos. Linda peça de Publicidade é linda homenagem à Elis e à relação maternal que a VW tem com os brasileiros e com a nossa história e nossas famílias. Quem não tem uma história de infância ao som do motor de um VW ? 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Excelente analise. Faz tempo que uma propaganda nao causa tanto buzz!!
Foi o melhor comentário do canal até hoje.
Pedro vc está com toda razão!!!
Eu cheguei aqui ,ya Elis Tinho ido . Mais amo tudo que ela fez , a cada dia
Aprendo mais sobre este país lindo!!!!
Minha filha de 18 anos se arrepiou quando viu a propaganda.
Duvi-de-o-dó que Elis participasse desse comercial!!!! Duvi-de-o-dó que Belchior deixasse usar sua canção!!!
Procurar saber melhor da Elis para poder duvidar.
Olá podemos fazer uma análise se a Elis enquanto pessoa, se estivesse viva, aceitaria ou não participar. O mesmo para o Belquior.
Mas acho q o problema maior eh o que eles enquanto símbolos da cultura brasileira são moldados para produzir a propaganda e se isto eh interessante socialmente.
A música nos une em uma grande tribo, ela perpassa por todos e em cada um pincela uma emoção e identificação, não havia visto o comercial (veja só) e vi agora, para mim mostrou uma ideia muito emocional como sempre quando ouço, fez-me lembrar da continuidade que sou, não sou uma pessoa isolada, tenho laços, tenho afetos, tenho senso de pertencimento, posso analisar esse mundo em desencanto tal qual Weber falaria, mas perderia toda uma experiência que me faz transcender para além de mim mesmo como ser humano.
Excelente Pedro. Resgatou sentimentos antigos. Me tocou. Obrigado
Como sempre, Pedro, sua opinião vem com muitas nuances que me permitem refletir sobre o que está sendo posto, ao invés de simplesmente absorver uma opinião a mais, e por isso já agradeço. Concordo plenamente com a ideia de que uma obra transcende seu artista, se tiver qualidade para tal, e talvez poucas obras transcendam seus artistas mais do que "Como Nossos Pais". Nesse sentido, cada indivíduo dará um significado próprio advindo de sua relação com a música. Por outro lado, resisto a dizer que há anacronismo em quem observa o contexto em que a música foi composta e acho importante, nessa linha de raciocínio, segregar a intenção de marketing e o valor artístico da peça, enquanto vídeo com música, produzida. Todos podem interagir com qualquer forma arte limitando-se a simplesmente experimentá-la, porém a percepção do que a arte representa e significa costuma se engrandecer pelo entendimento do contexto em que ela foi produzida. Tanto é que tipicamente os movimentos artísticos refletem o momento histórico em que estão inseridos. Também divirjo da percepção de que a propaganda e a experiência de apreciação artística é puramente emocional. Reconheço que assim pode ser para a maioria das pessoas, mas não é mesmo para mim, e acredito que posso estender minha visão a todos que estudam alguma forma de arte. É uma mistura do racional e do emocional. E acredito que tenha sido muito racional aquele que idealizou essa propaganda e sabia da polêmica que iria causar, para além das reações nostálgicas das redes de quem se envolveu emocionalmente. Seja pela racionalidade ou pela emoção, estamos falando disso. Por fim, adiciono mais um grama de polêmica em torno da reconstrução digital de pessoas que já se foram, tema sobre o qual eu ainda estou em cima do muro, mas que acho importante trazer ao holofote por envolver um debate ético que muitas vezes é negligenciado. De qualquer forma, agradeço a oportunidade de reflexão e te parabenizo pelo timing sempre aguçado!
Mandou bem Pedrão!
Gostei muito, principalmente da parte que nos une...
Uma pátria dividida não prospera como poderia.
Parabéns!!!!
Parabéns pelo texto apresentado neste vídeo, Pedro! Dentre tantos excelentes vídeos que o canal nos apresentou, o de hoje se destaca por causa de toda a nostalgia apresentada... Obrigado por nos esclarecer e nos fazer refletir sobre toda essa loucura contemporânea. Valeu...
Pedrô, eu entendi o contexto da letra do Belchior naquela data, mas que ela é extremamente atual isso ela é!
Pra mim sempre me reportou ao fato de que somos todos rebeldes e revolucionarios na juventude mas "como nossos pais" a partir da formação e manutenção de uma família!😊❤
No mínimo exótico você dizer que não existe briga com a geração anterior quando acabamos de tirar Bolsonaro do poder.
A briga é constante.
É você que ama sua própria ideologia e que não vê.
não vejo tv aberta...ainda não tinha visto...emocionante...lembrei das minhas duas maes...Ismênia minha Mae e Dona Gentila, Minha Vó que me criou...e essa foi a primeira música que aprendi no vilolão....obrigado pedro
Como é bom ouvir sua sensatez!
Melhor que já vi até hoje. Parabéns pedro!!! Matou a pau.
Acho que quem já se emocionou com a música e a mensagem que ela passa, não consegue se emocionar com o comercial, fica apenas se perguntando que diabos tem uma coisa a ver com a outra( e não, a explicação do vídeo não me convenceu). Acho que quem se emocionou com o comercial foram os que passaram meio batido pela música antes.