Sua leitura de Byung Chul Han foi muito esclarecedora e, penso, serve de modelo de debate prá todo esse mundo ágil e superficial das redes sociais: discordar não é guerrear ou aniquilar. Você nos lembra (diante desse mundão anti-intelectulista) que o bom pensamento acadêmico nos proporciona essa capacidade de discordar sem romper, sem recusar o outro, mantendo a vivacidade das perspectivas. Obrigado pela sua coerência, simpatia e profunda leitura. Sou muito fã do seu trabalho. Recomendo sempre para meus alunos! Abraços Fábio
Que sequencia interessante que você listou ali: “A Cultura do Narcisismo” - Christopher Lasch, “O declínio do homem público: As tiranias da intimidade” - Richard Sennett e “O império do efêmero” - Gilles Lipovetsky .. depois ainda Bauman e Maffesoli
Concordo que ele faz uma análise muito centrada na Europa, mas gosto do autor. Li a sociedade do cansaço e psicopolítica dele e gostei da análise que ele faz do neoliberalismo e como a liberdade se torna uma ferramenta de autoexploração do sujeito.
Olá Christian, saudações de Fortaleza! Achei fantástico seu posicionamento sobre a obra de Byung-Chul Han. Embora goste muito do autor (tenho uns 5 livros dele publicados no Brasil), acredito que, pelo fato das obras serem "enxutas" demais, muitas construções de ideias fiquem limitadas ou partam de interpretações fechadas. No Sociedade do Cansaço, minha maior problemática em relação ao livro foi a colocação da Sociedade do Desempenho anulando a do Controle, o que eu acho impossível principalmente em termos de Brasil e demais países em desenvolvimento. As ferramentas de coerção por parte do estado ainda controlam a vida pública, principalmente na população mais periférica. Fico feliz que sua análise saia da aura de celebração que rodeia o livro e abra os olhos para a parte técnica. Abraço!
Concordo. Penso que a sociedade disciplinar do Michel Foucault coexiste com a sociedade do desempenho. Pode ser uma transição, mas uma não anula a outra hoje.
Resumindo: Eu lendo Byung-Chul Han na faculdade, após indicação do meu professor de filosofia, achando que estava abalando com a leitura e sacando tudo sobre como funciona a sociedade do cansaço. Venho aqui nesse professor maravilhoso que é o Dunker, e descubro o quão superficial me encontro ainda. Profesor você é um gentlemen, deu uma aula, indicou leituras e em nenhum momento desmereceu ou desvalidou Chul Han. Educadamente apontou falhas e disse na nossa cara: "leiam e estudem mais" kkkkk Por isso sou inscrita em seu canal e amo as aulas que você traz em seus vídeos. Sempre com muita informação e humildade. Obrigada!
Estou tratando do Byung-Chul Han em meu canal. Longe de fazer discordâncias do professor, mas se ajudar em algo ou interessar. th-cam.com/video/XjotKMLOsn8/w-d-xo.html
Não sou estudante de filosofia, nada, só consigo perceber como é humilde, educado para fazer apontamentos e contraposição merecendo a leitura... me envergonho da preguiça de pensar, lendo pouco e qndo ouço este mestre admiro e vejo como uma flor que cumpre o seu papel...embeleza, perfuma, alimenta a alma. Moça vc resumiu tudo!
Ontem eu o lia, e minha percepção inicial era de que a visão de sociedade do cansaço, a princípio - reitero, parece restringir-se a uma classe social, um extrato pequeno no Brasil, no entanto lembrando dos trabalhos em carros e motos de aplicativos, leva a um aprofundamento tal qual neste mundo pós moderno, nesta sociedade de desempenho, do cansaço. Estou iniciando - com cansaço, esta leitura. Este mundo adoecido, ou mais adoecido, em declínio da atividade( comum aos mitos), caminhando em direção rumo ao homem primitivo, não me parece - ainda, coadunar-se exatamente com esta leitura, a não ser como cansaço, a debilidade da atividade que tende a limitar-se ao indivíduo, como universo, universo imaginário, porque nunca o mundo foi tão plugado como hoje, a dor do outro nunca foi tanto a minha dor, é preciso compreender esta reação que a atividade de um ocasiona no outro, ou no todo, este mundo interligado via internet, mas via emocional, como nunca foi. Existe individualismo de fato?ah o cansaço não é só o meu, ou o seu.
Perfeito professor! Leio muito este autor mas ele peca na leitura que faz da psicanálise como ultrapassada. Pelo contrário, quanto mais estudamos os autores mais contemporânea mais vemos o quanto a psicanálise vive e digo mais, o Freud é Atemporal !
Olá, Christian. Excelente discussão. Gostei muito da sua exposição sobre a perspectiva eurocêntrica do autor contraposta a outras realidades, principalmente no que tange ao Brasil. Quanto ao Freud e outros autores aos quais o Byung-Chul Han acaba sendo um pouco superficial ou até certa forma desonesto em sua crítica, entendo que os filósofos não devem ser tomados como “bons leitores” de suas fontes, pois fazem leituras parciais e particulares de forma deliberada, justamente porque usam suas fontes como trampolim para lançarem suas teses. Assim, apesar de achar interessante contrapor estudos e leituras mais aprofundadas sobre as fontes usadas num livro, entendo que uma crítica ao Byung-Chul Han ou qualquer outro filósofo ganha contornos mais interessantes quando analisamos as teses lançadas, mesmo que essas partam de leituras parciais, superficiais ou até equivocadas das fontes utilizadas - algo que você fez muito bem em toda parte final do vídeo. Forte abraço e meus sinceros agradecimentos pela excelência do canal.
Christiannn...Se eu pudesse te congelaria pra você falar pra sempre... tamanha articulação dos temas...admiração mesmo! Obrigada! Riquíssimo esse canal e sua atuação como youtuber. Um abraço Super fã de vc 😊
olá professor Christian Dunker! a leitura do Byung-Chul Han realmente é curiosa. Estou estudando esse autor desde suas primeiras traduções para o PT-BR, há 2 anos, e fica extremamente claro que nem ele "acredita" muito no que fala. Embora ele seja enfático em suas colocações, você pega um outro livro do mesmo autor e logo percebe que ele se desmente. Não se trata de mera mudança de opinião, mas parece exatamente um estilo de provocação em que dificilmente você consegue extrair dogmas de sua obra. Exemplo do que estou falando: em certos livros, ele fala de que a sociedade da positividade seria uma sociedade da imanência. Em outras, já afirma que a positividade é uma violência transcendental. Em "sociedade do cansaço", ele afirma que a psicanálise não tem acesso à depressão. Em outras obras, já dialoga com Freud e Lacan. No livro "hiperculturalidade", ele critica Heidegger e Bauman, afirmando que estes são conservadores e não conseguem ver a potência dos novos arranjos culturais, enquanto em quase todos os outros livros é ele que se mostra conservador em relação ao que chama de sociedades da positividade/hiperculturais. É fato que Byung-Chul Han é contraditório consigo mesmo, e faz citações por vezes irresponsáveis e descontextualizadas. Fico com a impressão que no final das contas, ele quer nos confundir pra nos esclarecer. Talvez aí resida o valor de sua obra? abração
No livro "Como lidar com pessoas manipuladoras" de George Simon, ele também afirma que a teoria Freudiana não serve pra sociedade atual. Não temos excesso de culpa e sim falta de limites.
Eu não li esse autor, mas falo da minha própria experiência, desde criança sempre fui uma menina triste, com uma família disfuncional bem freudiana, Lacaniana, questões edípicas, questões Winnicottianas de antes do Édipo. Nossos dramas são sempre os mesmos, só muda a capa, a cobertura. Faço terapia há dez anos, e gosto de estudar Psicanálise sozinha, e vejo na clínica questões Freudiana o tempo todo. A prática mostre que Freud continua atual.
Bom dia professor! Quanto sabedoria e respeito ao confrontar idéias imperialistas e rasas. Não estou dizendo que seja intencional, porém percebo que pessoas de classes "superiores" não "enxergam" o sofrimento alheio. Esse ideia que a violência diminuiu, dentro do pensamento filosófico, faz parte de um projeto de controle ou é falta de empatia mesmo? Obrigado!
A preocupação evidente com a bibliografia e os referenciais teóricos do criticado eleva a seriedade e a elegância da crítica a um patamar muito raro, ainda mais pro TH-cam. Obrigado, professor Dunker, por mais um ótimo vídeo. Gostaria de pedir/sugerir uma discussão sobre a caracterização e os sintomas do que se tem chamado, em alguns debates situados na Europa, de "depressão ecológica", ou "eco-ansiedade", ou ainda "angústia ambiental" etc.; categorias abarcadas, se não me engano, pelo neologismo "solastalgia". Isso se já não houver conteúdo no canal relacionado ao tema; dei uma pesquisada rápida mas posso ter deixado passar. Obrigado!
O problema desses livros é que o autor expõe as ideias por meio de muitas afirmações taxativas. Eu tive que relevar algumas coisas de "No enxame" porque pensei que o formato do livro talvez impedisse do autor de desenvolver algumas ideias. Pra mim, é como se ele afirmasse mas faltasse explicação sobre o porquê dele estar afirmando aquilo.
Olá professor Dunker. Sou estudante de graduação em Psicologia e já venho acompanhando seu canal há um tempo e seus vídeos são maravilhosos e espero um dia poder lhe conhecer pessoalmente. Eu gostaria de pedir que o senhor falasse sobre a Contratransferência como um recurso para ser utilizado pelo Analista em suas sessões. Ja venho lendo alguns artigos de Sandor Ferenczi e suas ideias sobre a Contratransferência. Agradeço desde já. Um grande abraço!
Mas ele justamente critica alguns pontos que o Sr. atribuiu como uma crítica a ele. Acho que não entendi ele então. Ou o Sr. As duas possibilidades são bem prováveis. RS. Peço desculpas antecipadas. Sobre o eurocentrismo citado, concordo, ele passa por ela. Mas acho que ele não morre aí, principalmente quando fala sobre hiperculturalidade. Ele justamente tira a observação de a sociedade do cansaço e da transparência em comparação entre Alemanha e Coréia, pra onde, segundo ele, viaja e passa todo o inverno uma vez por ano. Ele fala a partir do sufocamento dos coreanos, que dormem, de cansaço pela rua, no próprio trabalho e etc, que há lá uma necessidade maior em responder à teima do 'você pode' em detrimento ao 'você deve', de onde nasce toda auto-exploração no que ele chama de panóptico digital. E traz essa reflexão através justamente do crescimento vertiginoso que o país teve e que agora cobra uma atividade constante da sociedade. Há eurocentrismo, mas é inegável como ele passeia por outros centros também. Brasil? Não, evidente. Mas entre Europa e Ásia tem muita gente pra observar e refletir sobre também. Por incrível que pareça, até nas suas críticas a ele vocês concordaram em alguns pontos. Mas, de novo, capaz de eu simplesmente não ter entendido um ou outro ou os dois. Obrigado pelo vídeo e pelo debate. Grande abraço, Professor.
O livro é excelente para despertar para a questão da cultura da alta produtividade. Porém, esse é o problema da visão de muitos autores do norte global: ter uma perspectiva limitada e desconsiderar o que acontece no restante do mundo.
Prezado Christian, parabéns pelo ótimo trabalho. Gostaria que você pudesse falar da clínica do acompanhamento terapêutico, trabalho este ainda pouco conhecido, e sua ligação com a psicanálise. Forte abraço
Oi Cristian, fico muito feliz de contar com a nutrição intelectual que seu canal proporciona. Um alento. Gostaria que vc comentasse sobre os efeitos da psicologia positiva no psiquismo dos "pobres mortais" como se gratidão e resiliência fossem mera decisão racional. Ou ainda sobre as consequências da repressão sem elaboração. Enfim... muita desumanização em nome das "virtudes".
Maria Inês Tassinari excelente comentário,seria mt interessante msm ver ele falando sobre essa desumanização em nome das virtudes,especialmente cm essa “industria da felicidade” como coaches crescendo cada vez mais e alimentando uma visão de mundo mt problemática
@@caiorezende5862 Após a sessão de coaching você passa na lojinha e compra um pacote de felicidades, eles vendem por kg. Ah, você também pode pedir pelo aplicativo, eles tem um serviço de delivery.
Como sempre, ótima discussão! Prof, poderia comentar o livro Inconsciente Estético do Jacques Rancière, o qual põem em questão alguns pontos acerca do uso da arte como fundamento da psicanálise. Agradeço desde já!
Dunker, seu comentário me lembrou de um assunto (ou estilo de vida) que um bom amigo, infelizmente, tenta me vender: trabalhar como nômade digital. O último espaço do ócio, a viagem, sendo sequestrado pela métrica da produtividade. É um fenômeno desta sociedade positivada, em que só o eu se basta, sem raízes e laços com um espaço e uma comunidade (reais)?
Professor, uma pergunta sobre outro assunto: com toda dedicação necessária à clínica e vida acadêmica, como o sr. se organiza para atividades do cotidiano (carro no mecânico, ir ao banco, faxina, tempo com família, etc)? Grande abraço!
nossa eu quando li não associei nada a freud, até por falta de conhecimento, vi no trabalho de Byung-Chul Han uma pasteurização de foucault e deleuze (guattari) como um livro de bolso para entender um ponto de vista resumido de outros muito mais complexos. Obrigada pelo seu vídeo! sempre uma aula!!
A Psicanálise é atualíssima, Andre Green é um exemplo, A mãe morta é um estudo extremamente atual e os estados-limite, vejo na prática, na minha família.
Hahahahahah sim, confesso que foi meu divertimento ao longo do vídeo ele alternando e eu aqui pensando “agora e acertou” “agora não” “ah agora sim” “ops quase” hahaha
Adorei a crítica, professor! Li o "Sociedade do Cansaço" recentemente e parava de 3 em 3 parágrafos pra reclamar do quão mal elaboradas estavam as críticas do Byung à Psicanálise kk E concordo muito com sua pontuação do pensamento eurocentrado do autor, realmente foi uma coisa que me saltou aos olhos o livro inteiro.
É uma grande dúvida, não me parece ter anotações em páginas dos livros apresentados. Seria interessante saber como ele estuda os textos, considerando que são textos densos por vezes. Como estuda, realiza suas anotações e revisões, Profº Dunker?
Christian, ótimo vídeo! Tal como você fez em relação à psicanálise, há de se fazer outras críticas ao Han na forma como ele mobiliza seus diversos autores, em especial os que critica ou aponta insuficiências. Ele parece instrumentalizar vários autores e temas na intenção de defender sua tese, que como você bem disse, é muito particular e localizada. Eu diria mais, ele não é só eurocêntrico ou germanocêntrico, ele é quase um "hancêntrico", como se tomasse a sua situação singular como universal. Dá ruim em muitos momentos.
Olá Professor Christian. Eu gosto muito dos seus vídeos, sou muito grato. Gostaria de sugerir um vídeo sobre o livro "Agonia de Eros" do Byung-Chul Han. Abraços
Professor Christian, muito obrigada pelos seus videos, tenho assistido há um tempo o que me fez me encantar pela Psicanálise. Estou inclusive fazendo formação agora. E eu me percebi diminuindo as publicações nas redes sociais, que pode haver algum paciente inscrito. Assim como você, sinto necessidade de expressar-me cumprindo também uma função social. Acontece que isso pode interferir no paciente, em algum nível fazendo com que se sinta menos à vontade de projetar o que precisar no analista. E eu vejo que você tem uma desenvoltura muito boa quanto à isso. A partir de que lugar do analista esta expressão de si em redes sociais, seria possível, sabendo que os pacientes (analisandos) podem assistir o analista ou estão realmente assistindo?
Christian, muito bem apontado, a falta de uma consideração ao ponto de vista do inconsciente, pois a análise restringe seu campo de abordagem ao indivíduo como um eu. O autor não considera a alteridade do inconsciente quando apresenta a superação do paradigma imunológico, aquele no qual o outro era o inimigo localizável e contra o qual havia eficientes vacinas. Sobre a ideia de inexistência de conflito psíquico e culpa na sociedade do desempenho precisamos apontar para o seguinte aspecto não considerado no livro. Se o desempenho é o ideal que leva o individuo até ao extremo de concorrer contra si mesmo, então se ele não atingir esse ideal, ele se culpará, eis o conflito inconsciente. Em função do excesso de positividade, a violência ou a alteridade inimiga perde visibilidade, pois ela está instalada no próprio eu.
Partindo de uma imunologia geral, vemos o axioma de que a vida é a fase bem-sucedida de um sistema imunológico. A palavra “vida” se refere aqui não só à organismos biológicos, mas poderia ser ampliada para a existência de culturas, povos, sociedades, instituições. Isso indica uma direção que aponta para o vínculo profundo entre comunidade e imunidade. A jurisprudência romana tinha reconhecido que não existe communio sem estruturas apropriadas de immunitas. Por isso, a conexão tão forte da imunidade com o âmbito militar, direito, a religião e a medicina. Cada sistema imunológico possui uma espécie de expectativa interna de ferimento ou uma defesa institucionalizada contra danos, essa é a estrutura moderna para os sistemas de seguros. Sistemas imunológicos seriam incorporações de expectativas, ou seja, antes mesmo de você nascer, pensar, existir, ter cérebro, seu corpo diz para si mesmo: "eu sei o que é preciso para a vida florescer aqui", é imunização. Logo, o que é melhor, seu corpo combater uma gripe com células desreguladas e individualmente, ou, agir em conjunto como um sistema imunológico? Exclusão ou inclusão do outro? Extermínio do intruso ou inclusão antecipada? Habermas já escreveu um livro falando sobre a inclusão do outro. É assim que entra outra coisa que estudamos em biologia, o mutualismo de espécies. A ideia de que células isoladas podem até existir, mas para garantir uma melhor coabitação e imunização elas vão formando pequenos cachos (imagine um cacho de uva). É assim que o tubarãozinho faz. É um caçador nato, quase não tem predadores, logo, dá proteção ao peixinho Nemo. Nemo cuida da limpeza do tubarãozinho, entra as vezes até na boca, mas o tubarão não o engole. Nemo, por conseguinte, tira proveito da caça do tubarão quando ele caça, rasga pedaços de carne e sangue fica pairando na água para o Nemo comer. O mesmo pode ser visto quando Deleuze fala de uma alcateia de lobos (funções específicas dentro do grupo podem ser criadas, como caça, divisão de trabalho, maternidade), ou mesmo dos rizomas. O grupo unido é, digamos, uma sociedade, que geralmente para os Modernos, é um recipiente, um continente, de pessoas com culturas semelhantes, línguas semelhantes e agrupadas, mesmo que individualmente diferentes. Não é de se espantar que no século XX isso virou a retórica fascista altamente carregada de militarismo, biologia, desinfecção dos judeus, neutralização, abate, assepsia. A linguagem médica e militar andam juntas. A medicina de uma sociedade como a nossa pensa o corpo como um risco de subversão. Foi assim que a Alemanha viu seu continente, um grande corpo que estava sendo infeccionado, invadido, apodrecido. Logo, o fascismo diz: "juntos somos mais fortes, resistentes". Se na época das primeiras assepsias, os bacilos e vírus de maneira demonicamente, se tornaram o símbolo para tudo aquilo que desperta o mal, até um ponto em que políticos passaram a identificar seus adversários como bacilos (a retórica fascista, de maneira semelhante à comunista, nos fornece exemplos disso: uma profusão de bacilos judaicos), o “corpo estranho” é o agente patogênico, como uma gripe que meu corpo vai lutar contra para a eliminação do inimigo. Logo, não haveria corpo, sociedade, nem vida como a que temos hoje se não tivermos compreendido como agrupamentos co-imunitários, nos quais a proteção emerge no estar-junto da comunidade. Nessas unidades co-imunitárias, imunidade e comunidade andam de mãos dadas. Desse ponto de vista, os espaços menores precedem os maiores. Logo, uma unidade coimunitária vem de uma unidade imunitária. Basta ver os bairros, por exemplo, isolamento conectado, essa é a chave para uma topologia do espaço como o nosso. Todos somos vizinhos porque compartilhamos paredes que limitam meu espaço e o espaço do outro, por isso, que quando unidades imunitárias, imagine como exemplo, se suas células do corpo começassem a dizer para elas mesmas "não preciso mais estar junto dessas outras células, sou autossuficiente, vou me separar", se elas adotam um profundo individualismo, o que temos em sequência é imunodeficiência, tiram a força vitalista e protetora do todo para pequenos núcleos. As vezes esquecemos que nosso corpo mantém uma estabilização de temperatura de 35 a 37,5 graus, variações de 2 ou 3 graus para cima ou para baixo já são suficientes para sérios problemas. No âmbito da política Kropotikin seguido pelos russos, e no início dos anos 20 era o último momento em que a Revolução Russa acordou de seus conteúdos liberais e, posteriormente, de direitos humanos, porque todos aqueles que o enterraram sabiam que havia escrito o livro “O Apoio Mútuo na Natureza, nos Animais e no Homem” ou “Mutualismo: Um Fator de Evolução” (1902). É uma visão em que os princípios da Revolução Russa tiveram um papel significativo, logo que a visão trotskysta e leninista triunfou porque, por assim dizer, “a política determinou o assassinato pelo bem”, ou seja, das metas do próprio grupo. De certa forma, o sistema imunológico tem sim, até hoje, uma visão altamente neutralizadora, mas podemos trabalhar com um largo programa de vacinas e bionegatividade, ou seja, inclusão do elemento estrangeiro para força do interior.
Professor. Poderia comentar sobre o livro A Multidão: um estudo sobre a mente popular, de Gustav LeBon? Acredito que este livro ajuda a explicar uma parte do cenário político atual no Brasil e inclusive a eclosão das manifestações de 2013. Poderia comentar também sobre a relação de Freud com a cocaína?
Dunker, tudo bem? Por que você nunca fez um video sobre a Neurose Obsessiva? Há o video do Homens dos Ratos, e alguns que citam essa neurose, mas nenhum específico sobre ela. Gostaria de te ver comentando o assunto, especialmente sob a ótica lacaniana. Obrigado e parabéns pelo bom trabalho!
Eu achava que tinha pouco conhecimento, agora percebi que sou absolutamente ignorante e tenho muito a aprender.
❤ me too
Sua leitura de Byung Chul Han foi muito esclarecedora e, penso, serve de modelo de debate prá todo esse mundo ágil e superficial das redes sociais: discordar não é guerrear ou aniquilar.
Você nos lembra (diante desse mundão anti-intelectulista) que o bom pensamento acadêmico nos proporciona essa capacidade de discordar sem romper, sem recusar o outro, mantendo a vivacidade das perspectivas.
Obrigado pela sua coerência, simpatia e profunda leitura.
Sou muito fã do seu trabalho.
Recomendo sempre para meus alunos!
Abraços
Fábio
👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
Que sequencia interessante que você listou ali: “A Cultura do Narcisismo” - Christopher Lasch, “O declínio do homem público: As tiranias da intimidade” - Richard Sennett e “O império do efêmero” - Gilles Lipovetsky .. depois ainda Bauman e Maffesoli
Concordo que ele faz uma análise muito centrada na Europa, mas gosto do autor. Li a sociedade do cansaço e psicopolítica dele e gostei da análise que ele faz do neoliberalismo e como a liberdade se torna uma ferramenta de autoexploração do sujeito.
Eu nunca me canso do brilhantismo de Dunker. Que mente genial, o cara é um monstro consagrado!!
Olá Christian, saudações de Fortaleza! Achei fantástico seu posicionamento sobre a obra de Byung-Chul Han. Embora goste muito do autor (tenho uns 5 livros dele publicados no Brasil), acredito que, pelo fato das obras serem "enxutas" demais, muitas construções de ideias fiquem limitadas ou partam de interpretações fechadas. No Sociedade do Cansaço, minha maior problemática em relação ao livro foi a colocação da Sociedade do Desempenho anulando a do Controle, o que eu acho impossível principalmente em termos de Brasil e demais países em desenvolvimento. As ferramentas de coerção por parte do estado ainda controlam a vida pública, principalmente na população mais periférica. Fico feliz que sua análise saia da aura de celebração que rodeia o livro e abra os olhos para a parte técnica. Abraço!
Concordo. Ainda estamos na sociedade do controle.
Concordo. Penso que a sociedade disciplinar do Michel Foucault coexiste com a sociedade do desempenho. Pode ser uma transição, mas uma não anula a outra hoje.
@@jbcs521 O Ghiraldelli fala sobre isso no seminário sobre Deleuze
@@jbcs521 pensei isso ao ler ele
Excelente. O autor tambem faz uma afirmação de que a sociedade nao é mais disciplinar, mas podemos encontrar o poder disciplinar ainda hoje.
Esse homem é um show, faz uma crítica com uma base muito sólida, ele sabe exatamente o que está discutindo, argumentação ímpar.
Resumindo: Eu lendo Byung-Chul Han na faculdade, após indicação do meu professor de filosofia, achando que estava abalando com a leitura e sacando tudo sobre como funciona a sociedade do cansaço. Venho aqui nesse professor maravilhoso que é o Dunker, e descubro o quão superficial me encontro ainda.
Profesor você é um gentlemen, deu uma aula, indicou leituras e em nenhum momento desmereceu ou desvalidou Chul Han. Educadamente apontou falhas e disse na nossa cara: "leiam e estudem mais" kkkkk
Por isso sou inscrita em seu canal e amo as aulas que você traz em seus vídeos. Sempre com muita informação e humildade. Obrigada!
Estou tratando do Byung-Chul Han em meu canal. Longe de fazer discordâncias do professor, mas se ajudar em algo ou interessar.
th-cam.com/video/XjotKMLOsn8/w-d-xo.html
Pensamentos e Fragmentos blz. Vou dá uma olhada lá, obrigada!
Menina, você resumiu precisamente o que eu estava pensando. Nem precisei escrever, só dei like no teu comentário. :)
@@oceanooceano3585 Estamos no mesmo barco! Abraços.
Não sou estudante de filosofia, nada, só consigo perceber como é humilde, educado para fazer apontamentos e contraposição merecendo a leitura... me envergonho da preguiça de pensar, lendo pouco e qndo ouço este mestre admiro e vejo como uma flor que cumpre o seu papel...embeleza, perfuma, alimenta a alma. Moça vc resumiu tudo!
Ontem eu o lia, e minha percepção inicial era de que a visão de sociedade do cansaço, a princípio - reitero, parece restringir-se a uma classe social, um extrato pequeno no Brasil, no entanto lembrando dos trabalhos em carros e motos de aplicativos, leva a um aprofundamento tal qual neste mundo pós moderno, nesta sociedade de desempenho, do cansaço.
Estou iniciando - com cansaço, esta leitura.
Este mundo adoecido, ou mais adoecido, em declínio da atividade( comum aos mitos), caminhando em direção rumo ao homem primitivo, não me parece - ainda, coadunar-se exatamente com esta leitura, a não ser como cansaço, a debilidade da atividade que tende a limitar-se ao indivíduo, como universo, universo imaginário, porque nunca o mundo foi tão plugado como hoje, a dor do outro nunca foi tanto a minha dor, é preciso compreender esta reação que a atividade de um ocasiona no outro, ou no todo, este mundo interligado via internet, mas via emocional, como nunca foi.
Existe individualismo de fato?ah o cansaço não é só o meu, ou o seu.
Perfeito professor! Leio muito este autor mas ele peca na leitura que faz da psicanálise como ultrapassada. Pelo contrário, quanto mais estudamos os autores mais contemporânea mais vemos o quanto a psicanálise vive e digo mais, o Freud é Atemporal !
Adoro o Dunker tentando falar o nome do filósofo em questão. HAHAHAH
Vídeo maravilhoso, como sempre. Obrigado Dunker!!!
Olá, Christian. Excelente discussão. Gostei muito da sua exposição sobre a perspectiva eurocêntrica do autor contraposta a outras realidades, principalmente no que tange ao Brasil. Quanto ao Freud e outros autores aos quais o Byung-Chul Han acaba sendo um pouco superficial ou até certa forma desonesto em sua crítica, entendo que os filósofos não devem ser tomados como “bons leitores” de suas fontes, pois fazem leituras parciais e particulares de forma deliberada, justamente porque usam suas fontes como trampolim para lançarem suas teses. Assim, apesar de achar interessante contrapor estudos e leituras mais aprofundadas sobre as fontes usadas num livro, entendo que uma crítica ao Byung-Chul Han ou qualquer outro filósofo ganha contornos mais interessantes quando analisamos as teses lançadas, mesmo que essas partam de leituras parciais, superficiais ou até equivocadas das fontes utilizadas - algo que você fez muito bem em toda parte final do vídeo.
Forte abraço e meus sinceros agradecimentos pela excelência do canal.
Esse livro está na minha lista. Vi ótimos comentários sobre esse filósofo coreano.
Ele é excelente. E é uma leitura densa... :)
Leia. O filósofo Han é excelente.
Nossa! Como é bom ouvir algo que nos acrescenta e nos faz sentir vontade de sempre ir além... Bom demais!!!
Bom é o HAN! O Dunk só expôs de forma raza e invejosa a ideia ORIGINAL do filósofo coreano.
Boa tarde professor Dunker. Obrigado por você existir. Muito obrigado pelas contribuições ao mumdo
Mundo
Um assunto que é o ciume , posse, e inveja 3 flagelos da humanidade daria um longo papo né?
O vídeo me deu vontade de fazer mestrado contigo, Dunker. Me interesso demais pelo tema.
Muito obrigado!
Grato. Gratíssimo.
Parabéns pela exposição. Uma aula de verdade.
Perfeita colocação! 👏
Muito bom! Analise criteriosa!
Christiannn...Se eu pudesse te congelaria pra você falar pra sempre... tamanha articulação dos temas...admiração mesmo! Obrigada! Riquíssimo esse canal e sua atuação como youtuber.
Um abraço
Super fã de vc 😊
Tenho aprendido muito com o senhor professor. Parabéns sempre !
olá professor Christian Dunker!
a leitura do Byung-Chul Han realmente é curiosa. Estou estudando esse autor desde suas primeiras traduções para o PT-BR, há 2 anos, e fica extremamente claro que nem ele "acredita" muito no que fala.
Embora ele seja enfático em suas colocações, você pega um outro livro do mesmo autor e logo percebe que ele se desmente. Não se trata de mera mudança de opinião, mas parece exatamente um estilo de provocação em que dificilmente você consegue extrair dogmas de sua obra.
Exemplo do que estou falando: em certos livros, ele fala de que a sociedade da positividade seria uma sociedade da imanência. Em outras, já afirma que a positividade é uma violência transcendental. Em "sociedade do cansaço", ele afirma que a psicanálise não tem acesso à depressão. Em outras obras, já dialoga com Freud e Lacan. No livro "hiperculturalidade", ele critica Heidegger e Bauman, afirmando que estes são conservadores e não conseguem ver a potência dos novos arranjos culturais, enquanto em quase todos os outros livros é ele que se mostra conservador em relação ao que chama de sociedades da positividade/hiperculturais.
É fato que Byung-Chul Han é contraditório consigo mesmo, e faz citações por vezes irresponsáveis e descontextualizadas.
Fico com a impressão que no final das contas, ele quer nos confundir pra nos esclarecer. Talvez aí resida o valor de sua obra?
abração
Apud Elton Medeiros😊 ("Tô te confundindo pra te esclarecer")
@@isabellelis9108Pensei a mesma coisa kakaka
Interessante Reflexão !!!
Acabei de ler a reportagem dele no El País! Muito bom! Super concordo 👏
Ajudando o algoritmo. Quanta recomendação! Obrigado!
Obrigada pelo esclarecimento.🤗
Excelente, Christian. Boa semana.
Esses vídeos são muito ricos!
Excelente.
Sinto-me sempre em débito com o mundo. Parabéns pela análise!
No livro "Como lidar com pessoas manipuladoras" de George Simon, ele também afirma que a teoria Freudiana não serve pra sociedade atual. Não temos excesso de culpa e sim falta de limites.
Obrigado, Professor!
Fala do obra de Hannah Arendt - A condição do homem
Obrigado Professor.
Às vezes fico tentando entender porque um canal tão massa desse não tem mais de um milhão de escrito..,
Pq é no Brasil
Show de bola!
Excelente! Espero que este video seja legendado e chegue ao autor desses livros!
A psicanálise não pode salvar uma depressão sem curar uma sociedade da exclusão como a nossa
A psicanálise não tem a intenção de mudar a sociedade, nem a psicologia tem. Ela foca no indivíduo
@@brubi2421 ah é?
Parabéns! por seus esclarecimentos.
Acho que o Byung Chul Han precisava ouvir tuas reflexões! ;-)
Grata, gosto muito do Byung e dos seus vídeos!
Ótima crítica, Christian. Obrigado.
Excelente professor!
Muito esclarecedor! 😘
Eu não li esse autor, mas falo da minha própria experiência, desde criança sempre fui uma menina triste, com uma família disfuncional bem freudiana, Lacaniana, questões edípicas, questões Winnicottianas de antes do Édipo. Nossos dramas são sempre os mesmos, só muda a capa, a cobertura. Faço terapia há dez anos, e gosto de estudar Psicanálise sozinha, e vejo na clínica questões Freudiana o tempo todo. A prática mostre que Freud continua atual.
Bom dia professor!
Quanto sabedoria e respeito ao confrontar idéias imperialistas e rasas.
Não estou dizendo que seja intencional, porém percebo que pessoas de classes "superiores" não "enxergam" o sofrimento alheio.
Esse ideia que a violência diminuiu, dentro do pensamento filosófico, faz parte de um projeto de controle ou é falta de empatia mesmo?
Obrigado!
Escreve um artigo com essa análise, Dunker
UAU!! Que aula! Quero por escrito pra colar na parede
Como gosto destes conteúdos do prof Dunker!
Christian! Por favor, faça podcast dos seus vídeos!
Parabéns pela aula!
Maravilhosooooo !!! Cada vez melhor !!!!
A preocupação evidente com a bibliografia e os referenciais teóricos do criticado eleva a seriedade e a elegância da crítica a um patamar muito raro, ainda mais pro TH-cam. Obrigado, professor Dunker, por mais um ótimo vídeo. Gostaria de pedir/sugerir uma discussão sobre a caracterização e os sintomas do que se tem chamado, em alguns debates situados na Europa, de "depressão ecológica", ou "eco-ansiedade", ou ainda "angústia ambiental" etc.; categorias abarcadas, se não me engano, pelo neologismo "solastalgia". Isso se já não houver conteúdo no canal relacionado ao tema; dei uma pesquisada rápida mas posso ter deixado passar. Obrigado!
Que maravilha de análise!
Ótima crítica!
Essa afirmação já tinha sido feita muito antes pelo Herbert Marcuse em seu texto " A obsolescência da psicanálise".
linda exposição!
você é excepcional, amo essa canal
O problema desses livros é que o autor expõe as ideias por meio de muitas afirmações taxativas. Eu tive que relevar algumas coisas de "No enxame" porque pensei que o formato do livro talvez impedisse do autor de desenvolver algumas ideias. Pra mim, é como se ele afirmasse mas faltasse explicação sobre o porquê dele estar afirmando aquilo.
Muito bom professor.
Olá professor Dunker. Sou estudante de graduação em Psicologia e já venho acompanhando seu canal há um tempo e seus vídeos são maravilhosos e espero um dia poder lhe conhecer pessoalmente. Eu gostaria de pedir que o senhor falasse sobre a Contratransferência como um recurso para ser utilizado pelo Analista em suas sessões. Ja venho lendo alguns artigos de Sandor Ferenczi e suas ideias sobre a Contratransferência. Agradeço desde já. Um grande abraço!
Muito bom este vídeo sobre este assunto, inclusive fiz um vídeo em meu canal referente a isto. Parabéns!
Mas ele justamente critica alguns pontos que o Sr. atribuiu como uma crítica a ele. Acho que não entendi ele então. Ou o Sr. As duas possibilidades são bem prováveis. RS. Peço desculpas antecipadas.
Sobre o eurocentrismo citado, concordo, ele passa por ela. Mas acho que ele não morre aí, principalmente quando fala sobre hiperculturalidade. Ele justamente tira a observação de a sociedade do cansaço e da transparência em comparação entre Alemanha e Coréia, pra onde, segundo ele, viaja e passa todo o inverno uma vez por ano. Ele fala a partir do sufocamento dos coreanos, que dormem, de cansaço pela rua, no próprio trabalho e etc, que há lá uma necessidade maior em responder à teima do 'você pode' em detrimento ao 'você deve', de onde nasce toda auto-exploração no que ele chama de panóptico digital. E traz essa reflexão através justamente do crescimento vertiginoso que o país teve e que agora cobra uma atividade constante da sociedade.
Há eurocentrismo, mas é inegável como ele passeia por outros centros também. Brasil? Não, evidente. Mas entre Europa e Ásia tem muita gente pra observar e refletir sobre também. Por incrível que pareça, até nas suas críticas a ele vocês concordaram em alguns pontos. Mas, de novo, capaz de eu simplesmente não ter entendido um ou outro ou os dois.
Obrigado pelo vídeo e pelo debate. Grande abraço, Professor.
Valeu demais Professor!
O livro é excelente para despertar para a questão da cultura da alta produtividade. Porém, esse é o problema da visão de muitos autores do norte global: ter uma perspectiva limitada e desconsiderar o que acontece no restante do mundo.
Dunker, fala mais sobre a sexualidade nos dias de hoje, por favoor! =)
Muito bom!
Análise interessante 👏
Prezado Christian, parabéns pelo ótimo trabalho. Gostaria que você pudesse falar da clínica do acompanhamento terapêutico, trabalho este ainda pouco conhecido, e sua ligação com a psicanálise. Forte abraço
Oi Cristian, fico muito feliz de contar com a nutrição intelectual que seu canal proporciona. Um alento. Gostaria que vc comentasse sobre os efeitos da psicologia positiva no psiquismo dos "pobres mortais" como se gratidão e resiliência fossem mera decisão racional. Ou ainda sobre as consequências da repressão sem elaboração. Enfim... muita desumanização em nome das "virtudes".
Maria Inês Tassinari excelente comentário,seria mt interessante msm ver ele falando sobre essa desumanização em nome das virtudes,especialmente cm essa “industria da felicidade” como coaches crescendo cada vez mais e alimentando uma visão de mundo mt problemática
@@caiorezende5862 Após a sessão de coaching você passa na lojinha e compra um pacote de felicidades, eles vendem por kg. Ah, você também pode pedir pelo aplicativo, eles tem um serviço de delivery.
Como sempre, ótima discussão!
Prof, poderia comentar o livro Inconsciente Estético do Jacques Rancière, o qual põem em questão alguns pontos acerca do uso da arte como fundamento da psicanálise. Agradeço desde já!
Seria uma ótima análise mesmo, boa pedida!
Vou falar como os Jovens O cara é fodaaaaaaa
Maravilhosa a iniciativa de compartilhar a produção das legendas! Parabéns pelo belissimo trabalho nesse canal!!!!
Dunker, seu comentário me lembrou de um assunto (ou estilo de vida) que um bom amigo, infelizmente, tenta me vender: trabalhar como nômade digital. O último espaço do ócio, a viagem, sendo sequestrado pela métrica da produtividade. É um fenômeno desta sociedade positivada, em que só o eu se basta, sem raízes e laços com um espaço e uma comunidade (reais)?
se é escolha dele, que faça o que quiser. Você é quem sabe de sua vida
Christian, obg pelo canal. Vc poderia falar sobre adultério, relações abertas, poliamor e coisas do tipo na visão da psicanálise. Gracias
Professor, uma pergunta sobre outro assunto: com toda dedicação necessária à clínica e vida acadêmica, como o sr. se organiza para atividades do cotidiano (carro no mecânico, ir ao banco, faxina, tempo com família, etc)? Grande abraço!
Up
Arrasou
nossa eu quando li não associei nada a freud, até por falta de conhecimento, vi no trabalho de Byung-Chul Han uma pasteurização de foucault e deleuze (guattari) como um livro de bolso para entender um ponto de vista resumido de outros muito mais complexos. Obrigada pelo seu vídeo! sempre uma aula!!
Show!
Que ótimo esse vídeo. Senti várias falhas ou equívocos no livro. Com metáfora equivocadas no sentido de outras áreas das ciências.
A Psicanálise é atualíssima, Andre Green é um exemplo, A mãe morta é um estudo extremamente atual e os estados-limite, vejo na prática, na minha família.
uma aula dessas bicho!
O VÍDEO DE HOJE ESTÁ PESADO
o melhor são os vários nomes que o Dunker chama o Byung Chul Han, acho que ele faz umas 3 variações ou mais
Hahahahahah sim, confesso que foi meu divertimento ao longo do vídeo ele alternando e eu aqui pensando “agora e acertou” “agora não” “ah agora sim” “ops quase” hahaha
É a desconstrução do autor, pra aprender a não desautorizar Freud! Kkk
RUm BIUN SHUN!!! 18:29
Hun Byung Chun kkjkjjjjjjjk
Hahahahhahahaha
Professor meu pedido não é massivo mas sempre faço ele por aqui, analise do filme Vanilla Sky! Kkkkkk beijo
Adorei a crítica, professor! Li o "Sociedade do Cansaço" recentemente e parava de 3 em 3 parágrafos pra reclamar do quão mal elaboradas estavam as críticas do Byung à Psicanálise kk E concordo muito com sua pontuação do pensamento eurocentrado do autor, realmente foi uma coisa que me saltou aos olhos o livro inteiro.
Will Andrade Achei que fosse somente eu.
Violencia Institucional há tanto no Brasil quanto na Alemanha. Muito boa a critica.
Professor, bom trabalho! Gostaria que você expusesse seu método de estudos na graduação até os dias de hoje. Abraço!
É uma grande dúvida, não me parece ter anotações em páginas dos livros apresentados. Seria interessante saber como ele estuda os textos, considerando que são textos densos por vezes. Como estuda, realiza suas anotações e revisões, Profº Dunker?
Up
Baita vídeo... Crítica instrutiva, embasada e abrangente. Parabéns ao canal.
Christian, ótimo vídeo! Tal como você fez em relação à psicanálise, há de se fazer outras críticas ao Han na forma como ele mobiliza seus diversos autores, em especial os que critica ou aponta insuficiências. Ele parece instrumentalizar vários autores e temas na intenção de defender sua tese, que como você bem disse, é muito particular e localizada. Eu diria mais, ele não é só eurocêntrico ou germanocêntrico, ele é quase um "hancêntrico", como se tomasse a sua situação singular como universal. Dá ruim em muitos momentos.
Olá Professor Christian. Eu gosto muito dos seus vídeos, sou muito grato. Gostaria de sugerir um vídeo sobre o livro "Agonia de Eros" do Byung-Chul Han. Abraços
Professor Christian, muito obrigada pelos seus videos, tenho assistido há um tempo o que me fez me encantar pela Psicanálise. Estou inclusive fazendo formação agora. E eu me percebi diminuindo as publicações nas redes sociais, que pode haver algum paciente inscrito. Assim como você, sinto necessidade de expressar-me cumprindo também uma função social. Acontece que isso pode interferir no paciente, em algum nível fazendo com que se sinta menos à vontade de projetar o que precisar no analista. E eu vejo que você tem uma desenvoltura muito boa quanto à isso. A partir de que lugar do analista esta expressão de si em redes sociais, seria possível, sabendo que os pacientes (analisandos) podem assistir o analista ou estão realmente assistindo?
Christian, muito bem apontado, a falta de uma consideração ao ponto de vista do inconsciente, pois a análise restringe seu campo de abordagem ao indivíduo como um eu.
O autor não considera a alteridade do inconsciente quando apresenta a superação do paradigma imunológico, aquele no qual o outro era o inimigo localizável e contra o qual havia eficientes vacinas. Sobre a ideia de inexistência de conflito psíquico e culpa na sociedade do desempenho precisamos apontar para o seguinte aspecto não considerado no livro. Se o desempenho é o ideal que leva o individuo até ao extremo de concorrer contra si mesmo, então se ele não atingir esse ideal, ele se culpará, eis o conflito inconsciente. Em função do excesso de positividade, a violência ou a alteridade inimiga perde visibilidade, pois ela está instalada no próprio eu.
Partindo de uma imunologia geral, vemos o axioma de que a vida é a fase bem-sucedida de um sistema imunológico. A palavra “vida” se refere aqui não só à organismos biológicos, mas poderia ser ampliada para a existência de culturas, povos, sociedades, instituições. Isso indica uma direção que aponta para o vínculo profundo entre comunidade e imunidade. A jurisprudência romana tinha reconhecido que não existe communio sem estruturas apropriadas de immunitas. Por isso, a conexão tão forte da imunidade com o âmbito militar, direito, a religião e a medicina. Cada sistema imunológico possui uma espécie de expectativa interna de ferimento ou uma defesa institucionalizada contra danos, essa é a estrutura moderna para os sistemas de seguros. Sistemas imunológicos seriam incorporações de expectativas, ou seja, antes mesmo de você nascer, pensar, existir, ter cérebro, seu corpo diz para si mesmo: "eu sei o que é preciso para a vida florescer aqui", é imunização. Logo, o que é melhor, seu corpo combater uma gripe com células desreguladas e individualmente, ou, agir em conjunto como um sistema imunológico? Exclusão ou inclusão do outro? Extermínio do intruso ou inclusão antecipada? Habermas já escreveu um livro falando sobre a inclusão do outro. É assim que entra outra coisa que estudamos em biologia, o mutualismo de espécies.
A ideia de que células isoladas podem até existir, mas para garantir uma melhor coabitação e imunização elas vão formando pequenos cachos (imagine um cacho de uva). É assim que o tubarãozinho faz. É um caçador nato, quase não tem predadores, logo, dá proteção ao peixinho Nemo. Nemo cuida da limpeza do tubarãozinho, entra as vezes até na boca, mas o tubarão não o engole. Nemo, por conseguinte, tira proveito da caça do tubarão quando ele caça, rasga pedaços de carne e sangue fica pairando na água para o Nemo comer. O mesmo pode ser visto quando Deleuze fala de uma alcateia de lobos (funções específicas dentro do grupo podem ser criadas, como caça, divisão de trabalho, maternidade), ou mesmo dos rizomas. O grupo unido é, digamos, uma sociedade, que geralmente para os Modernos, é um recipiente, um continente, de pessoas com culturas semelhantes, línguas semelhantes e agrupadas, mesmo que individualmente diferentes. Não é de se espantar que no século XX isso virou a retórica fascista altamente carregada de militarismo, biologia, desinfecção dos judeus, neutralização, abate, assepsia. A linguagem médica e militar andam juntas. A medicina de uma sociedade como a nossa pensa o corpo como um risco de subversão. Foi assim que a Alemanha viu seu continente, um grande corpo que estava sendo infeccionado, invadido, apodrecido. Logo, o fascismo diz: "juntos somos mais fortes, resistentes". Se na época das primeiras assepsias, os bacilos e vírus de maneira demonicamente, se tornaram o símbolo para tudo aquilo que desperta o mal, até um ponto em que políticos passaram a identificar seus adversários como bacilos (a retórica fascista, de maneira semelhante à comunista, nos fornece exemplos disso: uma profusão de bacilos judaicos), o “corpo estranho” é o agente patogênico, como uma gripe que meu corpo vai lutar contra para a eliminação do inimigo. Logo, não haveria corpo, sociedade, nem vida como a que temos hoje se não tivermos compreendido como agrupamentos co-imunitários, nos quais a proteção emerge no estar-junto da comunidade. Nessas unidades co-imunitárias, imunidade e comunidade andam de mãos dadas. Desse ponto de vista, os espaços menores precedem os maiores. Logo, uma unidade coimunitária vem de uma unidade imunitária. Basta ver os bairros, por exemplo, isolamento conectado, essa é a chave para uma topologia do espaço como o nosso. Todos somos vizinhos porque compartilhamos paredes que limitam meu espaço e o espaço do outro, por isso, que quando unidades imunitárias, imagine como exemplo, se suas células do corpo começassem a dizer para elas mesmas "não preciso mais estar junto dessas outras células, sou autossuficiente, vou me separar", se elas adotam um profundo individualismo, o que temos em sequência é imunodeficiência, tiram a força vitalista e protetora do todo para pequenos núcleos. As vezes esquecemos que nosso corpo mantém uma estabilização de temperatura de 35 a 37,5 graus, variações de 2 ou 3 graus para cima ou para baixo já são suficientes para sérios problemas. No âmbito da política Kropotikin seguido pelos russos, e no início dos anos 20 era o último momento em que a Revolução Russa acordou de seus conteúdos liberais e, posteriormente, de direitos humanos, porque todos aqueles que o enterraram sabiam que havia escrito o livro “O Apoio Mútuo na Natureza, nos Animais e no Homem” ou “Mutualismo: Um Fator de Evolução” (1902). É uma visão em que os princípios da Revolução Russa tiveram um papel significativo, logo que a visão trotskysta e leninista triunfou porque, por assim dizer, “a política determinou o assassinato pelo bem”, ou seja, das metas do próprio grupo. De certa forma, o sistema imunológico tem sim, até hoje, uma visão altamente neutralizadora, mas podemos trabalhar com um largo programa de vacinas e bionegatividade, ou seja, inclusão do elemento estrangeiro para força do interior.
Esse é um dos vídeos que eu mais entendi ou será que estou me acostumando ao Christian ?!
Incrível o conhecimento de Dunker e sua capacidade de síntese, quando eu crescer quero muito parecer em mentalidade com Dunker.
Professor. Poderia comentar sobre o livro A Multidão: um estudo sobre a mente popular, de Gustav LeBon? Acredito que este livro ajuda a explicar uma parte do cenário político atual no Brasil e inclusive a eclosão das manifestações de 2013. Poderia comentar também sobre a relação de Freud com a cocaína?
Dunker, tudo bem? Por que você nunca fez um video sobre a Neurose Obsessiva? Há o video do Homens dos Ratos, e alguns que citam essa neurose, mas nenhum específico sobre ela. Gostaria de te ver comentando o assunto, especialmente sob a ótica lacaniana. Obrigado e parabéns pelo bom trabalho!