DOWNLOAD EXCLUSIVO DO MEU LIVRO DIGITAL ENTENDENDO O APRENDIZADO CANINO: O INÍCIO DE TUDO: maxmacedo.com.br/ebook-entendendo-o-aprendizado-canino-o-guia-definitivo/
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Max? Parabéns! Seus vídeos são claros, objetivos, com base teórica e prática. Nada melhor do que assistir um vídeo e ser convencido por argumentos sólidos. Continue, ganhou mais um seguidor.
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4 ปีที่แล้ว +2
Conteúdo de qualidade! Aqui utilizamos e recomendamos nos videos do nosso utilizarem ração para adestrar nossos cães, mas é sempre bom ver outros tipos de abordagem!
Obrigado pelo comentário! Um filhote por exemplo vê na ação algo de muito valor, pois, é o que ele conhece de boa alimentação ainda, tudo é novo na vida dele. Conseguimos aí variar o valor de cada recompensa pelo viés da quantidade: um grão, três grãos, quarenta grãos etc, de acordo com o que ele me apresentar em uma sessão de treino ou um exercício, ou uma execução. Pois bem: se eu já introduzo uma recompensa alimentar de alto valor intrínseco logo cedo o que acontece com o valor dado a ração seca? Vai lá pra baixo. É a mesma coisa de dar presentes muito caros e sofisticados para uma criança de 4 anos de idade: vai virar um perdulário, saco sem fundo, nunca ficará satisfeito com nada; quando tiver 18 anos e passar em um vestibular o que o agradará como recompensa? Se vc dá para uma criança pequena apenas soldadinhos de plástico baratinhos ainda sim ele fica feliz. Se a valoração dessa recompensa for pela quantidade, como por exemplo, em um momento um soldadinho, em outro cinco, em outro um saquinho com 20, em outro especial um balde com 50 etc teremos uma forma de recompensar simples e variada por um longo tempo de vida e, quando finalmente ele estiver maior, podemos apresentar a possibilidade de, dependendo do esforço da tarefa, receber recompensas mais caras. Ele dará valor as mais caras, sem se esquecer do quanto foram boas as mais simples. Com cães é a mesma coisa, dar recompensa alimentar de alto valor intrínseco para um filhote é queimar cartucho antes da época e perder a ferramenta mais simples de recompensa: ração seca. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento. Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar. A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009). No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento): 1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto; 2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”. Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas. O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães). Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida... Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos. Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados. Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível. Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa. Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto. Não deixe de se inscrever no canal, acionar o sininho, continuar comentando e curtindo os vídeos. Isso é fundamental não só para que consigamos prosseguir em nosso projeto, produzindo cada vez mais conhecimento, como também para promover o impulsionamento dos vídeos no youtube.
8 ปีที่แล้ว +5
Comecei a acompanhar seus vídeos. Parabéns, são objetivos e acrescentam muita coisa boa. Abraço
Lancei em meu site um E-book gratuito que aborda bem esse assunto. Entre nesse link e faça o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/
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Obrigado! Tenho um border que não faz mais questão de ser treinado com qualquer petisco. Ou tem que ser carne, ou nada. Vou tentar treina-lo na sua hora de comer e com a sua própria ração, assim como você disse. Se der certo, volto para dizer!
Olá! Se criamos cães da forma tradicionalmente criada, realmente não se consegue essa motivação, mas, se mudarmos o paradigma da criação de nossos cães desde filhotes, tudo muda, acredite, TODOS os meus cães são assim treinados (a quantidade é muito grande, pode conferir os meus vídeos aqui no canal); isso não é teoria, é prática. Segue um vídeo onde eu abordo conceitualmente esse assunto: th-cam.com/video/WZxx34BrQdY/w-d-xo.html O seu raciocínio não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento. Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar. A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009). 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Olá, obrigado pelo comentário! Lancei em meu site um E-book gratuito que trata de questões de neurociência, cognição e técnicas: "Entendendo o aprendizado canino - o início de tudo". Entre nesse link e faça o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/ Assine me canal e continue me acompanhando; tenho novidades supreendentes por vir!
Tô com uma aninada de pastor alemão capa preta. E a mãe fico um tempo com meu vô e a rotina do meu vô fez e isso q vc falou. Mas n exigir dela . Deixei ela do jeito dela.. mas vou incinar direito
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Max a gente pode usar pedacinhos de carne ou frango para elaborar o treino ,meu cão não se interessa por ração para obedecer comandos mas esse tipo de alimento começou a funcionar
Olá! Pode sim! Na verdade temos que utilizar aquilo que for possível; se o cão não se interessa pela ração, não nos resta outra alternativa a não ser dar algo mais palatável dissociado do processo de forrageio e nutrição. Mas, temos que ter o entendimento que isso é um "remendo", não é o ideal, ocorre em consequência da forma que criamos os nossos cães. Esse é um raciocínio que não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento. Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar. A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009). 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Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas. O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães). Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida... Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos. Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados. Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível. Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa. Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
se dar só petisco quando for treinar, em outros momentos quando vc pedir pra 'sentar' e nao tiver o petisco o cão nao vai querer por que você banalizou a ele que com petisco pode, ja a ração sempre vai estar disponível e não precisa ser 'conquistada', mas se vc der a ração toda vez que fizer uma repetição de comandos, o cão vai entender que a ração é uma recompensa e você o tutor é o provedor do alimento, por isso é tão importante fazer sessão de treinos com a ração e recompensar com a ração, cães param de comer ração por saberem que vão ganhar algo novo se ele desobedecer e nao quiser comer, não que não possa dar outras coisas ao cão, mas não deve banalizar a ração! sempre dar como recompensa não por que é obrigação dar.
Oi tudo bem , estou adestrando meu cão , mas ele não quer treinar com a ração ele só treina se for com o petisco , se eu dou a ração ele não esta nem ai com o que esta acontecendo. O que eu posso fazer ?
Obrigado pelo comentário! Vou tentar explicar primeiramente a origem dessa falta de interesse pela ração, algo extremamente comum, em especial aqui no Brasil. Isso é consequência de como criamos nossos cães desde o momento que os retiramos de sua ninhada, normalmente aos 60 dias. A partir daí, o que as pessoas normalmente fazem é dar alimentação a vontade e/ou completamente dissociada de alguma causa. Os filhotes perdem o seu senso de gerenciamento do próprio sucesso, recebem ração por nada e isso faz com que "paralisem" sua atividade cerebral. SE mudarmos nossa forma de criarmos nossos filhotes tudo mudará pra sempre nas vidas deles, pra melhor. Um filhote por exemplo vê na ação algo de muito valor, pois, é o que ele conhece de boa alimentação ainda, tudo é novo na vida dele. Conseguimos aí variar o valor de cada recompensa pelo viés da quantidade: um grão, três grãos, quarenta grãos etc, de acordo com o que ele me apresentar em uma sessão de treino ou um exercício, ou uma execução. Pois bem: se eu já introduzo uma recompensa alimentar de alto valor intrínseco logo cedo o que acontece com o valor dado a ração seca? Vai lá pra baixo. É a mesma coisa de dar presentes muito caros e sofisticados para uma criança de 4 anos de idade: vai virar um perdulário, saco sem fundo, nunca ficará satisfeito com nada; quando tiver 18 anos e passar em um vestibular o que o agradará como recompensa? Se vc dá para uma criança pequena apenas soldadinhos de plástico baratinhos ainda sim ele fica feliz. Se a valoração dessa recompensa for pela quantidade, como por exemplo, em um momento um soldadinho, em outro cinco, em outro um saquinho com 20, em outro especial um balde com 50 etc teremos uma forma de recompensar simples e variada por um longo tempo de vida e, quando finalmente ele estiver maior, podemos apresentar a possibilidade de, dependendo do esforço da tarefa, receber recompensas mais caras. Ele dará valor as mais caras, sem se esquecer do quanto foram boas as mais simples. Com cães é a mesma coisa, dar recompensa alimentar de alto valor intrínseco para um filhote é queimar cartucho antes da época e perder a ferramenta mais simples de recompensa: ração seca. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento. Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar. A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009). 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Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas. O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães). Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida... Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos. Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados. Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível. Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa. Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto. Não deixe de se inscrever no canal, acionar o sininho, continuar comentando e curtindo os vídeos. Isso é fundamental não só para que consigamos prosseguir em nosso projeto, produzindo cada vez mais conhecimento, como também para promover o impulsionamento dos vídeos no youtube.
Parabéns pelo vídeo mas Vc não trata da o objeção pelo cao pois é certo do cão começar a cansae da ração dele e aí? Não é a toa que os melhores adestradores do mundo não conseguem na maioria das vezes usar ração como petisco para adestrar. O meu cão eu usava isso com ele 3 meses alimentação na hora sagrada, ele tinha a motivação a mil, mas isso diminui meu caro e aí? A vida não é feita da mil maravilhas nessas notas tem que entrar as alternativas sim.
Se criamos cães da forma tradicionalmente criada, realmente não se consegue essa motivação, mas, se mudarmos o paradigma da criação de nossos cães desde filhotes, tudo muda, acredite, TODOS os meus cães são assim treinados (a quantidade é muito grande, pode conferir os meus vídeos aqui no canal); isso não é teoria, é prática. Segue um vídeo onde eu abordo conceitualmente esse assunto: th-cam.com/video/WZxx34BrQdY/w-d-xo.html O seu raciocínio não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento. Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar. A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009). No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento): 1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto; 2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”. Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas. O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães). Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida... Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos. Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados. Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível. Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa. Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
Opa! td bem? Lancei em meu site um E-book gratuito que trata de questões de neurociência, cognição e técnicas: "Entendendo o aprendizado canino - o início de tudo". Entre nesse link e faça o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/ Assine me canal e continue me acompanhando; tenho novidades supreendentes por vir!
Boa noite, me de uma ajuda? Ganhei um pitbull, ela te 38 dias, e queria saber se eu posso utilisar os petiscos secos com ela? E a outra é, tem desvantegens com o corte de orelha, tenho medo de fazer o pior pra minha pequena Thyra
Olá! O mais importante na utilização do petisco é ela ter verdadeiro interesse por ele e, ela não ter que ficar mastigando, por isso caso opte por ração, o melhor é umedecê-la um pouco antes. Sobre a orelha, não opere não, deixe natural.
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Olá! É essa idéia. Contudo, por questões de prisma e cultura sobre a alimentação de nossos cães, pode parecer estranho. Entenda como funciona: A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento. Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar. A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009). No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento): 1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto; 2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”. Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas. O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães). Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida... Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos. Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados. Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível. Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa. Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
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Olá! Depende da idade, normalmente, cães de porte grande, antes de um ano de idade devem comer duas vezes ao dia; depois de um ano já pode-se passar para apenas uma vez.
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Olá! Sempre é tempo de se aprender e, assim como nós, os cães aprendem também em qualquer idade. Lancei em meu site um E-book gratuito que trata de questões de neurociência, cognição e técnicas: "Entendendo o aprendizado canino - o início de tudo". Entre nesse link e faça o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/ Assine me canal e continue me acompanhando; tenho novidades supreendentes por vir!
Boa noite. Na verdade o filhote já nasce com a informação genética para sentar, ou seja, ele não aprende sentar, é um movimento e posição inata. O que podemos fazer é ensiná-lo a tomar essa posição que ele já nasce conhecendo (sentado), porém, sob um sinal ou comando nosso. Isso pode ser iniciado já aos 60 dias de idade. Publiquei um livro digital gratuito que trata sobre esse assunto. entre o link para fazer o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/
@@MrMaxMacedo Meu filhote fez 2 meses e sempre que falamos SENTA!! Ele faz na hr, e damos um petisco pra filhote e fazemos carinho, agora estamos ensinando ele a fazer as necessidades no lugar certinho, e após isso damos petisco. Petisco 1x por dia. A ração tbm usamos como petisco.
Mas existem cães apáticos aí não nem a melhor ração que não vai adiantar, na minha opinião se quer ter ótimo resultado treine com o petisco que ele mais gosta. Essa é minha opinião.
Esse é um raciocínio que não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento. Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar. A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009). No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento): 1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto; 2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”. Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas. O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães). Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida... Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos. Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados. Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível. Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa. Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
@@MrMaxMacedo fácil na teoria, difícil na prática com o decorrer do tempo ele quer outros sabores, cansa da ração pode falsr o que quiser treino cães a tempo e sempre foi assim, não é incorreto usar a ração na hora certa e quantidade certa para o aprendizado mas o cão esperto ele sempre cansada da mesma coisa todos os dias, e daí ou vc muda a ração para tentar adestrar com essa outra ou tem que inserir outras formas de premiar, se não o treino se torna sem sentido.
@@gabrielcova9617 , realmente não é fácil na prática, sobretudo se a teoria não ficar muito claramente compreendida. Se criamos cães da forma tradicionalmente criada, realmente não se consegue essa motivação, mas, se mudarmos o paradigma da criação de nossos cães desde filhotes, tudo muda, acredite, TODOS os meus cães são assim treinados (a quantidade é muito grande, pode conferir os meus vídeos aqui no canal); isso não é teoria, é prática. Segue um vídeo onde eu abordo conceitualmente esse assunto: th-cam.com/video/WZxx34BrQdY/w-d-xo.html O seu raciocínio não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento. Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar. A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009). No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento): 1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto; 2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”. Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas. O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães). Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida... Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos. Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados. Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível. Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa. Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
Muito bom! Não que isso seja uma regra, mas, é conveniente e coerente, principalmente tendo em mente a questão de alimentar o cão apenas durante os treinos.
Olá! Não sou a melhor pessoa para lhe orientar isso, pois, não sou clínico. Minhas áreas de atuação são as neurociências e o melhoramento animal de cães de trabalho. Recomendo que procure profissionais da área clínica e de nutrição, pois, poderão lhe dar uma resposta mais segura sobre o assunto.
Boa noite, professor. De uma vez por todas, qual a regra para alimentar o cão? Pergunto se uma ou duas vezes por dia ou isso vai depender da raça ou é padrão? Posso fracionar ao longo do dia duas vezes ou não? A quantidade vai depender se o cachorro fez exercícios de grande percurso no dia por exemplo ou mantém a mesma quantidade? Tenho muito essa preocupação pois detestaria saber que meu pastor está com fome mas queria também poder usar a ração em treinos.
Obrigado, assista também a esses outros dois, que tem conexão com esse que você comentou: th-cam.com/video/HDR5sdt0YhE/w-d-xo.html th-cam.com/video/CID0B3BlaPg/w-d-xo.html
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Olá jovem, é natural na sua idade e inexperiência não compreender o que os mais velhos e experientes falam. Mas, você tem uma vantagem ao seu favor, a própria juventude. Quando se é jovem tem-se muito tempo ainda pela frente para aprender, caso se queira aprender. Para você entender um pouco mais esse assunto terá que estudar e, treinar muito, muitos cães. Mas, para lhe ajudar um pouco, segue um detalhamento, já que num vídeo o propósito não é ser mais profundo, mas sim, apresentar ao público mais acessibilidade. Percebendo que você parece desejar um maior conhecimento, entenda como funciona: A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento. Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar. A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009). No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento): 1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto; 2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”. Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas. O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães). Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida... Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos. Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados. Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível. Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa. Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
@@MrMaxMacedo Olá, velho. É natural da sua idade a incapacidade de sintetizar pensamentos, tornando-se extremamente prolixo? Acho que é só você mesmo. O título do vídeo é o motivo pelo qual alguém clica pra vê-lo. Se você escreve nele "Qual o melhor petisco para meu cão" e não fala de forma objetiva, aí está o problema. Boa sorte.
@@MrMaxMacedo Parece não saber, mas aí vai a definição de objetivo: adjetivo - que age rápido e não perde tempo em lucubrações; prático, positivo. Que não é evasivo; direto.
@@MrMaxMacedo tá mais isso de dar ração só quando ele faz um treinamento não aumenta a ansiedade do cachorro fazendo com que ele tenha bem menos eficiência nos treinos ?
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Não dá de baixar
@@jardelhenriqueta estamos com problemas no sistema. Me envie um email por favor para maxmacedo@ciacaes.com.br que lhe mando o e-book.
RESUMO DA ÓPERA:
3:45
- use a ração que ele já come
- treine na hora de alimentação do cão
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obrigada amigo
Max? Parabéns! Seus vídeos são claros, objetivos, com base teórica e prática. Nada melhor do que assistir um vídeo e ser convencido por argumentos sólidos. Continue, ganhou mais um seguidor.
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Nossa... Ótima dica... Vou mudar completamente a forma de adestrar.. Obrigada
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Conteúdo de qualidade!
Aqui utilizamos e recomendamos nos videos do nosso utilizarem ração para adestrar nossos cães, mas é sempre bom ver outros tipos de abordagem!
Obrigado pelo comentário!
Um filhote por exemplo vê na ação algo de muito valor, pois, é o que ele conhece de boa alimentação ainda, tudo é novo na vida dele. Conseguimos aí variar o valor de cada recompensa pelo viés da quantidade: um grão, três grãos, quarenta grãos etc, de acordo com o que ele me apresentar em uma sessão de treino ou um exercício, ou uma execução. Pois bem: se eu já introduzo uma recompensa alimentar de alto valor intrínseco logo cedo o que acontece com o valor dado a ração seca? Vai lá pra baixo. É a mesma coisa de dar presentes muito caros e sofisticados para uma criança de 4 anos de idade: vai virar um perdulário, saco sem fundo, nunca ficará satisfeito com nada; quando tiver 18 anos e passar em um vestibular o que o agradará como recompensa?
Se vc dá para uma criança pequena apenas soldadinhos de plástico baratinhos ainda sim ele fica feliz. Se a valoração dessa recompensa for pela quantidade, como por exemplo, em um momento um soldadinho, em outro cinco, em outro um saquinho com 20, em outro especial um balde com 50 etc teremos uma forma de recompensar simples e variada por um longo tempo de vida e, quando finalmente ele estiver maior, podemos apresentar a possibilidade de, dependendo do esforço da tarefa, receber recompensas mais caras. Ele dará valor as mais caras, sem se esquecer do quanto foram boas as mais simples. Com cães é a mesma coisa, dar recompensa alimentar de alto valor intrínseco para um filhote é queimar cartucho antes da época e perder a ferramenta mais simples de recompensa: ração seca.
A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento.
Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar.
A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009).
No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento):
1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto;
2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”.
Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas.
O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães).
Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida...
Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos.
Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados.
Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível.
Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa.
Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
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Comecei a acompanhar seus vídeos. Parabéns, são objetivos e acrescentam muita coisa boa. Abraço
Muito obrigado! Vamos continuar!!!
Legal. Bom trabalho, continue. Abraço
Parabéns pelo vídeo! Fiquei muito feliz em saber disso porque é exatamente o que estou fazendo para treinar minha labrador. Ótimo canal, parabéns!
Muito obrigado! Continue nos acompanhando!
Lancei em meu site um E-book gratuito que aborda bem esse assunto. Entre nesse link e faça o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/
Muito top! Obrigado pelas dicas!
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Importantíssimo parabéns 🙏
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Sempre tive essa dúvida, muito obrigada!
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Boa! Concordo plenamente
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Obrigado! Tenho um border que não faz mais questão de ser treinado com qualquer petisco. Ou tem que ser carne, ou nada. Vou tentar treina-lo na sua hora de comer e com a sua própria ração, assim como você disse. Se der certo, volto para dizer!
Olá! Se criamos cães da forma tradicionalmente criada, realmente não se consegue essa motivação, mas, se mudarmos o paradigma da criação de nossos cães desde filhotes, tudo muda, acredite, TODOS os meus cães são assim treinados (a quantidade é muito grande, pode conferir os meus vídeos aqui no canal); isso não é teoria, é prática.
Segue um vídeo onde eu abordo conceitualmente esse assunto: th-cam.com/video/WZxx34BrQdY/w-d-xo.html
O seu raciocínio não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento.
Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar.
A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009).
No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento):
1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto;
2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”.
Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas.
O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães).
Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida...
Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos.
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@@MrMaxMacedo texto grande da boba serena
@@Ulusamay tudo bem? Não entendi sua colocação, poderia explicar melhor?
@@MrMaxMacedo kkkkk to zuando
@@Ulusamay tranquilo!
imprecionante me ajudou muito. Parabéns👏👏👏
Olá! Obrigado pelo comentário!
Olá, obrigado pelo comentário!
Lancei em meu site um E-book gratuito que trata de questões de neurociência, cognição e técnicas: "Entendendo o aprendizado canino - o início de tudo". Entre nesse link e faça o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/
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Eu uso ração de gato que ela ama, eu conseguI ensinar ela a girar e sentar
TO MUITO FELIZ
Ração de gato faz mal louca
@@biancadias7778 é cada coisa que eu vejo kkkkkkkkkkkkk
@@biancadias7778 meu cão tem 14 anos e come ração de gato a 5 anos e nunca deu nada 😂
Tô com uma aninada de pastor alemão capa preta. E a mãe fico um tempo com meu vô e a rotina do meu vô fez e isso q vc falou.
Mas n exigir dela . Deixei ela do jeito dela.. mas vou incinar direito
esse canal não podia ser melhor
Obrigado!
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Lindo cão Mestre vc vende cães
Olá! Conheça os meus cães e o meu programa de criação no site do meu canil: canilsadonana.com.br/
Mas como eu manuseio essa ração? Como faço pra ela n perder o cheiro enquanto eu treino
Olá! Não tem nenhum segredo ou necessidade de preocupação com isso. Simplesmente coloque a ração no bolso e treine.
Ótima dica!!
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Faz todo sentido pois, na natureza os carnívoros predadores ficam completamente focados no momento da caça (fome).
Olá! Obrigado pelo comentário!
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Max a gente pode usar pedacinhos de carne ou frango para elaborar o treino ,meu cão não se interessa por ração para obedecer comandos mas esse tipo de alimento começou a funcionar
Olá! Pode sim! Na verdade temos que utilizar aquilo que for possível; se o cão não se interessa pela ração, não nos resta outra alternativa a não ser dar algo mais palatável dissociado do processo de forrageio e nutrição. Mas, temos que ter o entendimento que isso é um "remendo", não é o ideal, ocorre em consequência da forma que criamos os nossos cães.
Esse é um raciocínio que não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento.
Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar.
A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009).
No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento):
1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto;
2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”.
Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas.
O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães).
Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida...
Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos.
Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados.
Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível.
Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa.
Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
se dar só petisco quando for treinar, em outros momentos quando vc pedir pra 'sentar' e nao tiver o petisco o cão nao vai querer por que você banalizou a ele que com petisco pode, ja a ração sempre vai estar disponível e não precisa ser 'conquistada', mas se vc der a ração toda vez que fizer uma repetição de comandos, o cão vai entender que a ração é uma recompensa e você o tutor é o provedor do alimento, por isso é tão importante fazer sessão de treinos com a ração e recompensar com a ração, cães param de comer ração por saberem que vão ganhar algo novo se ele desobedecer e nao quiser comer, não que não possa dar outras coisas ao cão, mas não deve banalizar a ração! sempre dar como recompensa não por que é obrigação dar.
Oi tudo bem , estou adestrando meu cão , mas ele não quer treinar com a ração ele só treina se for com o petisco , se eu dou a ração ele não esta nem ai com o que esta acontecendo. O que eu posso fazer ?
Obrigado pelo comentário!
Vou tentar explicar primeiramente a origem dessa falta de interesse pela ração, algo extremamente comum, em especial aqui no Brasil. Isso é consequência de como criamos nossos cães desde o momento que os retiramos de sua ninhada, normalmente aos 60 dias. A partir daí, o que as pessoas normalmente fazem é dar alimentação a vontade e/ou completamente dissociada de alguma causa. Os filhotes perdem o seu senso de gerenciamento do próprio sucesso, recebem ração por nada e isso faz com que "paralisem" sua atividade cerebral. SE mudarmos nossa forma de criarmos nossos filhotes tudo mudará pra sempre nas vidas deles, pra melhor.
Um filhote por exemplo vê na ação algo de muito valor, pois, é o que ele conhece de boa alimentação ainda, tudo é novo na vida dele. Conseguimos aí variar o valor de cada recompensa pelo viés da quantidade: um grão, três grãos, quarenta grãos etc, de acordo com o que ele me apresentar em uma sessão de treino ou um exercício, ou uma execução. Pois bem: se eu já introduzo uma recompensa alimentar de alto valor intrínseco logo cedo o que acontece com o valor dado a ração seca? Vai lá pra baixo. É a mesma coisa de dar presentes muito caros e sofisticados para uma criança de 4 anos de idade: vai virar um perdulário, saco sem fundo, nunca ficará satisfeito com nada; quando tiver 18 anos e passar em um vestibular o que o agradará como recompensa?
Se vc dá para uma criança pequena apenas soldadinhos de plástico baratinhos ainda sim ele fica feliz. Se a valoração dessa recompensa for pela quantidade, como por exemplo, em um momento um soldadinho, em outro cinco, em outro um saquinho com 20, em outro especial um balde com 50 etc teremos uma forma de recompensar simples e variada por um longo tempo de vida e, quando finalmente ele estiver maior, podemos apresentar a possibilidade de, dependendo do esforço da tarefa, receber recompensas mais caras. Ele dará valor as mais caras, sem se esquecer do quanto foram boas as mais simples. Com cães é a mesma coisa, dar recompensa alimentar de alto valor intrínseco para um filhote é queimar cartucho antes da época e perder a ferramenta mais simples de recompensa: ração seca.
A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento.
Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar.
A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009).
No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento):
1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto;
2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”.
Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas.
O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães).
Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida...
Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos.
Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados.
Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível.
Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa.
Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
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Parabéns pelo vídeo mas Vc não trata da o objeção pelo cao pois é certo do cão começar a cansae da ração dele e aí? Não é a toa que os melhores adestradores do mundo não conseguem na maioria das vezes usar ração como petisco para adestrar. O meu cão eu usava isso com ele 3 meses alimentação na hora sagrada, ele tinha a motivação a mil, mas isso diminui meu caro e aí? A vida não é feita da mil maravilhas nessas notas tem que entrar as alternativas sim.
Se criamos cães da forma tradicionalmente criada, realmente não se consegue essa motivação, mas, se mudarmos o paradigma da criação de nossos cães desde filhotes, tudo muda, acredite, TODOS os meus cães são assim treinados (a quantidade é muito grande, pode conferir os meus vídeos aqui no canal); isso não é teoria, é prática.
Segue um vídeo onde eu abordo conceitualmente esse assunto: th-cam.com/video/WZxx34BrQdY/w-d-xo.html
O seu raciocínio não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento.
Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar.
A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009).
No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento):
1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto;
2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”.
Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas.
O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães).
Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida...
Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos.
Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados.
Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível.
Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa.
Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
muito instrutivo bakana
Opa! td bem? Lancei em meu site um E-book gratuito que trata de questões de neurociência, cognição e técnicas: "Entendendo o aprendizado canino - o início de tudo". Entre nesse link e faça o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/
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Boa noite, me de uma ajuda? Ganhei um pitbull, ela te 38 dias, e queria saber se eu posso utilisar os petiscos secos com ela? E a outra é, tem desvantegens com o corte de orelha, tenho medo de fazer o pior pra minha pequena Thyra
Olá! O mais importante na utilização do petisco é ela ter verdadeiro interesse por ele e, ela não ter que ficar mastigando, por isso caso opte por ração, o melhor é umedecê-la um pouco antes. Sobre a orelha, não opere não, deixe natural.
Adorei a dica, pois sempre questionei a respeito do petisco, qual seria. Tirou minha dúvida
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Mas o cão tem que comer uma certa quantidade de gramas de ração tipo 120 gramas, eu vou dar 120 gramas pra ele?
Olá! É essa idéia. Contudo, por questões de prisma e cultura sobre a alimentação de nossos cães, pode parecer estranho. Entenda como funciona:
A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento.
Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar.
A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009).
No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento):
1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto;
2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”.
Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas.
O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães).
Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida...
Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos.
Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados.
Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível.
Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa.
Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
👏👏👏👏👏👏
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Posso fazer a alimentação dele uma vez por dia com o treinamento? Normalmente divido a porção diária em 2 vezes.
Olá! Depende da idade, normalmente, cães de porte grande, antes de um ano de idade devem comer duas vezes ao dia; depois de um ano já pode-se passar para apenas uma vez.
👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
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E quando a alimentação dele é natural? Eles se alimentam de proteínas cruas e verduras cozidas!
Olá! Aí recomendo que utilize os próprios pedaços de carne para o treino.
Max meu cachorro tem três anos ainda dá para treina - lo???
Olá! Sempre é tempo de se aprender e, assim como nós, os cães aprendem também em qualquer idade.
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com quantos meses já pode ensinar o filhote a sentar ?
Boa noite. Na verdade o filhote já nasce com a informação genética para sentar, ou seja, ele não aprende sentar, é um movimento e posição inata. O que podemos fazer é ensiná-lo a tomar essa posição que ele já nasce conhecendo (sentado), porém, sob um sinal ou comando nosso. Isso pode ser iniciado já aos 60 dias de idade. Publiquei um livro digital gratuito que trata sobre esse assunto. entre o link para fazer o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/
+Max Macedo obrigado vou fazer sim o download do livro
@@MrMaxMacedo Meu filhote fez 2 meses e sempre que falamos SENTA!! Ele faz na hr, e damos um petisco pra filhote e fazemos carinho, agora estamos ensinando ele a fazer as necessidades no lugar certinho, e após isso damos petisco. Petisco 1x por dia.
A ração tbm usamos como petisco.
Mas existem cães apáticos aí não nem a melhor ração que não vai adiantar, na minha opinião se quer ter ótimo resultado treine com o petisco que ele mais gosta. Essa é minha opinião.
Esse é um raciocínio que não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento.
Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar.
A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009).
No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento):
1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto;
2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”.
Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas.
O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães).
Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida...
Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos.
Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados.
Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível.
Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa.
Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
@@MrMaxMacedo fácil na teoria, difícil na prática com o decorrer do tempo ele quer outros sabores, cansa da ração pode falsr o que quiser treino cães a tempo e sempre foi assim, não é incorreto usar a ração na hora certa e quantidade certa para o aprendizado mas o cão esperto ele sempre cansada da mesma coisa todos os dias, e daí ou vc muda a ração para tentar adestrar com essa outra ou tem que inserir outras formas de premiar, se não o treino se torna sem sentido.
@@gabrielcova9617 , realmente não é fácil na prática, sobretudo se a teoria não ficar muito claramente compreendida. Se criamos cães da forma tradicionalmente criada, realmente não se consegue essa motivação, mas, se mudarmos o paradigma da criação de nossos cães desde filhotes, tudo muda, acredite, TODOS os meus cães são assim treinados (a quantidade é muito grande, pode conferir os meus vídeos aqui no canal); isso não é teoria, é prática.
Segue um vídeo onde eu abordo conceitualmente esse assunto: th-cam.com/video/WZxx34BrQdY/w-d-xo.html
O seu raciocínio não está errado, mas, incompleto. A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento.
Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar.
A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009).
No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento):
1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto;
2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”.
Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas.
O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães).
Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida...
Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos.
Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados.
Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível.
Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa.
Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
@@gabrielcova9617 novo vídeo sobre o assunto: th-cam.com/video/u35gOv73zG4/w-d-xo.html
o petisco que eu treino meu cachorro é a própria ração dele
Muito bom! Não que isso seja uma regra, mas, é conveniente e coerente, principalmente tendo em mente a questão de alimentar o cão apenas durante os treinos.
qual e o tipo de raçao q o cao ira e sera saudavel para ele
Olá! Não sou a melhor pessoa para lhe orientar isso, pois, não sou clínico. Minhas áreas de atuação são as neurociências e o melhoramento animal de cães de trabalho. Recomendo que procure profissionais da área clínica e de nutrição, pois, poderão lhe dar uma resposta mais segura sobre o assunto.
Boa noite, professor. De uma vez por todas, qual a regra para alimentar o cão? Pergunto se uma ou duas vezes por dia ou isso vai depender da raça ou é padrão? Posso fracionar ao longo do dia duas vezes ou não? A quantidade vai depender se o cachorro fez exercícios de grande percurso no dia por exemplo ou mantém a mesma quantidade? Tenho muito essa preocupação pois detestaria saber que meu pastor está com fome mas queria também poder usar a ração em treinos.
show , 👏👏👏como posso entrar em contato com você
Olá! Conheça meu site: www.maxmacedo.com.br
Meu email: contato@maxmacedo.com.br
ate a metade do video dei deslike. mas depois da metade ficou bom. parabens
Obrigado, assista também a esses outros dois, que tem conexão com esse que você comentou:
th-cam.com/video/HDR5sdt0YhE/w-d-xo.html
th-cam.com/video/CID0B3BlaPg/w-d-xo.html
Lancei em meu site um E-book gratuito que aborda bem esse assunto. Entre nesse link e faça o download: maxmacedo.com.br/entendendo-o-aprendizado-canino/
Falou tanto e não falou nada. Não percam tempo galera
Olá jovem, é natural na sua idade e inexperiência não compreender o que os mais velhos e experientes falam. Mas, você tem uma vantagem ao seu favor, a própria juventude. Quando se é jovem tem-se muito tempo ainda pela frente para aprender, caso se queira aprender.
Para você entender um pouco mais esse assunto terá que estudar e, treinar muito, muitos cães. Mas, para lhe ajudar um pouco, segue um detalhamento, já que num vídeo o propósito não é ser mais profundo, mas sim, apresentar ao público mais acessibilidade. Percebendo que você parece desejar um maior conhecimento, entenda como funciona:
A questão é que, da forma com que os nossos cães são criados desde a infância, no Brasil, a capacidade operante deles é atrofiada, devido a alimentação gratuita. Aí realmente a maioria dos cães requererá uma "guloseima" para conseguir aprender algo. Portanto, o problema aí não é bem o cão ser apático, mas, o que o tornou apático: quando começamos a dar comida para ele de graça, logo após o desmame, nós começamos a anular um mecanismo natural que vinha se desenvolvendo, que é o de obtenção de alimento.
Esse questionamento é comum, e nasce em decorrência da não compreensão de que na natureza os animais aprendem as diversas habilidades motivados pela necessidade de se alimentar, e não por esperarem um extra ou um prêmio além da alimentação. De fato, pensando num todo, compreendendo-se que motivação é algo que nasce de dentro, não é possível motivarmos um indivíduo, mas sim propiciarmos condições para que ele se motive. Caso o mais visceral elemento motivador for saciado fora do contexto do aprendizado, perdemos o mais poderoso elemento motivador, que é a necessidade de se alimentar.
A ingestão de alimentos é regulada por duas vias complementares, uma homeostática - que estimula o forrageio de acordo com a carência nos estoques de energia e - uma hedônica - que induz ao desejo por alimentos de acordo com sua palatabilidade (Lutter & Nestler, 2009).
No treinamento canino motivacional, existem normalmente duas formas de recompensa alimentar (isso quando se opta por recompensar com alimento):
1. através de petiscos ou guloseimas (alimento especial com valor de desejo diferenciado para o cão, mas, não inserido na dieta, ou seja, o cão recebe os prêmios de alto valor palatável nos treinos, mas, tem sua alimentação normal ministrada na rotina diária, fora das sessões de treinos. Os prêmios são algo extra em relação a alimentação). Nutrição e treinamento estão separados nesse contexto;
2. o que eu procedo atualmente, seguindo a tendência mundial, de “alimentar” os cães nas seções de treino, ou seja, a recompensa alimentar é a ração total (o cão come treinando e treina comendo, não havendo alimentação fora de atividades). Conceito “nutrição no treinamento”.
Essa tendência ocorre pois, com os avanços na compreensão dos mecanismos cognitivos, entende-se que o melhor aproveitamento da motivação dos animais para o aprendizado se dá não apenas quando há a associação de uma ação ou exercício e sua consequência alimentar em uma “guloseima”, mas, quando cria-se nos indivíduos a conexão de que eles são gestores do próprio sucesso de vida e sobrevivência, isto é, o indivíduo sobrevive em decorrência de seu empenho em obter alimento e percebe-se capaz disso. Dessa forma há um pleno engajamento motivacional do organismo, no sentido de operar no ambiente solucionando problemas. Isso, de certa forma, fica limitado quando o indivíduo gosta de uma recompensa específica, opera por ela, mas, tem a certeza de que independente disso, fora dessa operação, terá suas necessidades alimentares supridas.
O que se tem constatado é que há aumento dos níveis de bem estar quando o indivíduo obtém sua alimentação devido ao seu esforço. Unindo o prazer que o indivíduo pode ter em solucionar problemas obtendo recompensas, à necessidade natural comportamental de forrageio, podemos atingir não só melhores resultados no treinamento (devido ao maior empenho do indivíduo na operação), assim como, melhores níveis de bem-estar, devido a possibilidade de expressão de comportamentos naturais (algo que o mundo moderno retirou dos cães).
Petiscos ou guloseimas “extras” não tem a força motivadora necessária para levar o cão a superar suas dificuldades e solucionar problemas de ordem gradativa de progressão de dificuldade. Assim que os problemas se tornarem mais difíceis, serão menos motivadores e desafiadores, e o cãozinho se desanimará deles, porque tem a tranquilidade que mais tarde, na hora prevista, receberá gratuitamente o seu elixir da vida: uma panela de comida...
Isso é antinatural! Na natureza não surgem frangos voando para dentro das tocas pela manhã. Isso seria catastrófico para o desenvolvimento geral dos animais, em todos os aspectos, cognitivos, motores e sociais. A luta pela alimentação é o grande motor propulsor do desenvolvimento saudável de mentes e corpos. Não temos esse direito de interferir no curso natural das coisas, criando cães mimados e espoliadores, com cérebros e corpos preguiçosos. Quando assumimos um cão, assumimos o compromisso com o bem estar dele, e, aquilo que é realmente bom para ele muitas vezes pode ser muito diferente do que pensamos.
Caso criemos no filhote uma percepção que a sua alimentação e sobrevivência depende dele colocar o seu cérebro e corpo para funcionarem, todo o seu organismo irá gradativamente se mobilizando em função disso, e, o verdadeiro bem estar animal estará sendo desenvolvido. Não dê petiscos ou guloseimas, faça que a alimentação normal seja o próprio prêmio para os aprendizados.
Para que o cão aprenda a aprender conosco, além da questão social, é muito importante também criarmos uma relação clara de dependência alimentar. Caso a sua refeição seja servida em uma panela num canto do canil ou da casa, a criação desse entendimento não é possível.
Se queremos que o cão nos enxergue como um professor, ou seja, como um instrumento meio de aprendizado e resolução de problemas, muito mais do que comprarmos a ração no supermercado e colocarmos em sua panela se faz necessário. É imprescindível que estabeleçamos uma correlação muito direta entre ele e nós, entre o executar algo e o seu sucesso, entre a resolução de um problema por nós proposto e a sua recompensa.
Para isto, a melhor coisa a ser feita é a comida ser dada pela nossa mão, diretamente, sempre e imediatamente após ele executar algo por nós proposto.
@@MrMaxMacedo Olá, velho. É natural da sua idade a incapacidade de sintetizar pensamentos, tornando-se extremamente prolixo? Acho que é só você mesmo. O título do vídeo é o motivo pelo qual alguém clica pra vê-lo. Se você escreve nele "Qual o melhor petisco para meu cão" e não fala de forma objetiva, aí está o problema. Boa sorte.
@@MrMaxMacedo Parece não saber, mas aí vai a definição de objetivo:
adjetivo
- que age rápido e não perde tempo em lucubrações; prático, positivo. Que não é evasivo; direto.
@@MrMaxMacedo Seu raciocínio não está muito certo porque o cachorro sabe que não tá caçando poha nenhuma ;-;
@@MrMaxMacedo tá mais isso de dar ração só quando ele faz um treinamento não aumenta a ansiedade do cachorro fazendo com que ele tenha bem menos eficiência nos treinos ?