ENTENDENDO A LETRA | BELCHIOR - NA HORA DO ALMOÇO
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- เผยแพร่เมื่อ 27 ส.ค. 2024
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/ @ligadonaletra
***Produção e Apresentação: Marcos de Freitas
#BELCHIOR #MPB
Fontes:
**Vídeo Clip Na Hora do Almoço: **
• Belchior - Na Hora Do ...
**Instrumental Utilizado neste Vídeo: **
Canal: Marcio Roger Braga
• Na hora do almoço / B...
Diziam eles:
Grande nome da MPB?
Aquele bigodudo de voz fanhosa e brega?
Chamava-se, na verdade, apenas Antônio Carlos Belchior,
mas incluindo “Fontenelle Fernandes” tornava-se,
segundo gostava de brincar, “um dos grandes nomes”
da música brasileira.
“Ele cria uma narrativa sobre a própria história.”
Na hora do Almoço é parte do disco: Belchior (1974),
mais conhecido pelo nome de Mote e Glosa (por ser a primeira faixa do disco)
É neste álbum que o cantor e compositor cearense apresenta seu projeto musical,
que investe fortemente no diálogo com a literatura"
Está bela canção foi apresentada em 1971 quando
ele concorreu com ela no IV Festival Universitário de
Música Brasileira, promovido pela TV Tupi do Rio de
Janeiro em agosto de 1971. Ganhou o troféu Bandolim
de Ouro, recebendo Cr$10 mil (dez mil cruzeiros na época!)
e uma viagem à Europa. A letra tem um clima de tensão
constante que atravessa a recordação de alguém na
hora do almoço em família. (penso eu
que seja uma memória do própio Belchior)
No centro da sala,
diante da mesa
No fundo do prato,
comida e tristeza
A gente se olha,
se toca e se cala
E se desentende
no instante em que fala
Toda família a mesa para o almoço
Não lhes falta comida embora a ausência da felicidade
é maior do que a fome que sentem ao almoçar juntos,
o filho, olhando a tristeza no fundo do prato,
pra isso aparenta um moralmente abatido, contrariado.
Medo, medo, medo, medo, medo,
medo
Cada um guarda mais o seu segredo
A sua mão fechada, a sua boca aberta
O seu peito deserto, sua mão parada
Lacrada e selada
E molhada de medo
A mão fechada mencionada pode ser da raiva que sente do pai,
pode ser a mão autoritária desse pai com promessa de violência.
Ele repete “medo, medo, medo”
Pai na cabeceira: É hora do almoço
Minha mãe me chama: É hora do almoço
Minha irmã mais nova, negra cabeleira
Minha avó me reclama: É hora do almoço!
O pai à cabeceira, soberano como um membro de uma realeza em queda
envolto a uma atmosfera de desentendimentos.
A avó reclama: “É hora do almoço.”
E essa reclamação é o tipo de coisa que as famílias comungam,
isso de tentar silenciar os dissabores com a hora de comer.
Não importam as violências cometidas, as humilhações,
respeitemos a hora de comer. E nisso “cada um guarda mais
o seu segredo”, e a revolta contra esse patriarcado é silenciada.
Ei, moço!
E eu inda sou bem moço pra tanta tristeza
Deixemos de coisas, cuidemos da vida
Senão chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida
Ou coisa parecida,
aparecida
No final da música ele filosofa e desabafa:
como estivesse fazendo humildemente uma súplica.
Musicalmente o baixo marca quase como uma pulsação e o violino
(ou rabeca?) muito ruidoso do começo, ziguezagueia,
carregando algo de muito regional nele. Mais adiante uns
trompetes parecem buzinas lá fora, entrando pelas janelas.
A bateria arrasta a gente à morosidade daquela família.
Não sei vocês, mas fico muito emocionado ouvindo essa música.
É uma crônica que retratou (retrata) muitas famílias.
Tantas mãos paradas, seladas, molhadas de medo.
FINAL
Hora do Almoco faixa que está no seu album de estréia
entitulado Belchior, É uma obra imortal da década
de 1970 como todo álbum, que possue músicas
valorizadas por letras cheias de paixão, poesia e pressa de viver.
E é por elas que o Belchior será sempre lembrado...
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Eu vou ficando por aqui Viva a música de Belchior.
Viva a nossa música Brasileira. - เพลง
Belchior... poeta e cronista social. Marcou a minha geração com músicas e mensagens que ainda são atuais nos dias de hoje.
Belchior é sensacional
Interpretação perfeita lembro sim do meu pai anos 80 bravo na mesa na hora do almoço. Show... Sampa zona Sul..👊👊🤟
Essa música é triste e recria em mim memorias muito pessoais e profundas sobre a infância.
Sem dúvida o Belchior foi um grande cantor,compositor e poeta. Ele fez a música NA HORA DO ALMOÇO. Gostaria de saber se ele compôs a música NA HORA DA JANTA. Alguém sabe informar ???
Belchior era um gênio da música brasileira
Gosto demais dessa música. Grande Belchior. Cearense assim como eu. Belíssima letra e melodia. Traz até nostalgia. Parabéns pelo belíssimo comentário 👏👏👏👏😊🙏
Muito bom comentário , obrigada . Conheci esta música hoje e fiz de questão de ver algo que falava desta letra tão rica .
Essa letra é emblemática e com certeza mexe com muita gente. Essa linda canção retrata a realidade da família patriarcal de algum tempo atrás. Parece um filme projetado em tela na nossa frente. Só um gênio poderia produzir algo tão magestoso. Salve Belchior.
A tua análise da música tem a sensibilidade e profundidade do Belchior compondo. Incrível. Obrigado.
Obrigado pelo comentário. Seja bem vindo.
Top! Belchior é bom demais!🎉❤
Excelente!
baita vídeo! Obrigado!
Vc está fazendo um trabalho incrível neste canal . Parabéns!
Muito obrigado pelo comentário. Valeu! 👍🏻
Caramba fiquei emocionada💘
Ótimo vídeo !
Bom trabalho, parabéns!!!
Cara, quê fantástico foi sua análise dessa música. SÓ posso deixar o lyke e dizer PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS. ÓTIMO TRABALHO.
Obrigado.Seja bem vindo ao canal.
@@LigadonaLetra sou FÃ desse GÊNIO BELCHIOR e gostaria que fizesse mais análises das músicas dele.
@@romanopinheiropinheiro521 Com certeza farei novos vídeos sobre essa obra poética que é o trabalho do Belchior. Se puder, compartilhe esse e os outros vídeos do canal para ajudar na divulgação do trabalho. Obrigado.
Gostei da menção ao super homem, talvez ao de Nietzsche? Hehe
Fazendo um paralelo a temática do patriarcado. Hoje esses últimos tempos de medo, medo, medo, medo por causa da pandemia e um governo que comunga com os ideais da ditadura. Muitas são as famílias que sentam a mesa sem a avó, mãe, pai ou a irmã, mas enfim...é hora do almoço...
Eram 23 irmãos na família do Belchior.
😮
Choro com Bossa em Palavrões
É isso mesmo o pai dele era violento
Mt bom o canal amigo
Obrigado pelo comentário. Seja bem vindo.
@@LigadonaLetra ♡
achei legal a explicação, só as imagens poderiam ter sido outras, tipo as pessoas a mesa estão devidamente bem vestidos e sao de classe alta, ja belchior era de uma familia humilde
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***Produção e Apresentação: Marcos de Freitas
Cara, ótimo o teu comentário!! Vou lançar uma suposição, sugerindo algo que talvez estivesse consciente, inconsciente ou mesmo que nunca tenha passado na cabeça de Belchior e, portanto, não tem nada a ver:.. Pois bem, o fato de ele pronunciar o "I" em vez do "E" - embora o use em abundantemente como recurso estilístico e por influência regional - na frase "então chega a morte ou coisa par "I"cida"... tal poderia indicar, junto à ideia de "parecer" como semelhança,... também "a MORTE como coisa PARRICIDA" (desejo de matar o pai opressor do patriarcalismo)... Viajei? Acho que sim, mas o contexto trágico da canção permite pensar a urgência de se matar o pai patriarcal, causador de dor e opressor nato de liberdades individuais.
Talvez não tenha sido a intenção dele, já que essa pronúncia é comum no Ceará onde nasci. Mas, quando uma poesia é solta no mundo, ela vai incorporando significados. A intenção do autor, ou seja, sua interpretação torna-se mais uma entre tantas. E essa sua interpretação é muito boa e tem tudo a ver.
Fico imaginando se essa canção fosse composta em dias atuais
Verdade. Belchior muito atual. Obrigado pelo comentário.
Cara, palo pelo amor de Deus, hora do almoço é apenas uma alegoria literária. A hora do almoço é uma referência a soxiedade daquela época. É a ditadura. O pai é a repressão autoritária. Os membros da familias a forma como cada cidada se comporta diante da repressão. E no final ele repete,ou coisa aparecida: leia-se: ou coisa " parricida" , convite à "morte" do autoritarismo na imag deste pai. Você nao entende de literatura, cara. Desculpe mas foi a pior leitura de uma obra de Belchior que ja vi.
"Canção do disco de estreia que serve de contraponto a Panis et Circensis, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Trata de um almoço de família em que todos sentem medo, uma espécie de incômodo. Belchior faz críticas ao conservadorismo da família brasileira parecidas à canção de Caetano e Gil, mas de uma perspectiva não tropicalista. O tropicalismo tem uma certa agonia que vem junto com o gozo. Em Belchior, esse segundo elemento não está presente: há apenas melancolia, angústia." -Guto Leite, Poeta, cancionista e professor de literatura da UFRGS
Tem trocentas análises dessas por aí, dos mais diversos especialistas, mas só você tá correto(a). E ainda menospreza o trabalho alheio
@@fernandamendes9056 Meu caro, me permita discordar de sua análise que certamente é fundamentada em profundo conhecimento, mas Belchior nunca colocou sua obra como contraponto ao tropicalismo. Esse movimento era antropofágico por essência. Belchior era, é e será maior que isso, ele propunha a música bebendo na fonte mais pura da literatura, a música como literatura. Ela usava as mais significativas características do concretismo poético. Em muitas e muitas entrevistas, ele que sempre foi leitor voraz de poesia e clássicos da língua portuguesa, reverenciava a cultura cearense e folclore regional. Além se sua lealdade a língua portuguesa via a dor do retirante nordestino em busca do "sol sulista" como um drama romântico e feroz. Belchior já tinha escrito a "hora do almoço" anos antes do festival de música que ganhou (com esta letra) e o colocou em evidência no cenário musical. Lembre-se que em 1971, período da crescente repressão militar (sem juízo politico), as letras eram submetidas a comissões de cesura. O bom do departamento de censura cultural é que era formado de pessoas de visão e conhecimento raso, então obras bem elaboradas e literárias cegavam aqueles seres obtusos. Por isso, Hora do Almoço era um tapa na cara da repressão. Por isso, a letra foi escolhida (entre várias que ele já havia escritos) para ser musicada pouco dias antes de ser apresentada no festival. Não espere obviedades de Belchior quando ele queria criticar a repressão. Não esperaria isso de Alucinação, então não espere de a Hora do almoço, que tem uma piscadela para a psicanálise. Acho que ele consideraria um insulto uma pessoa achar que ele simplesmente está falando da família tradicional. Ele nunca falou isso, em lugar nenhum. Qualquer análise que sugira isso é assinada por quem desconhece a natureza rebelde e intelectual do artista. Mas como sabes, tudo não passa da minha humilde opinião. Alguém estuda a literatura das letras da música popular brasileira e ficou em choque com Belchior ainda na infância.