Link para o roteiro do vídeo e adendos: bit.ly/33It0Cz 1. Retratações Enquanto introdução geral, este vídeo trata propositalmente de maneira leviana alguns conceitos e autores. A ideia é fazer um tratamento adequado em vídeos correspondentes. Alguns esclarecimentos neste sentido: - Definição de “narratologia”: a definição mais corrente de Narratologia é a de que ela é “a teoria” (theory/théorie) das narrativas. Aqui, eu a defino como a disciplina que estuda cientificamente narrativas. A noção de “teoria” em Narratologia tem uma proximidade gigantesca com as pretensões científicas do estruturalismo e do formalismo russo, então um aproximação entre teoria narrativa e ciência da narrativa ´bastante válida, principalmente considerando que, no Brasil, dizer que algo é uma ciência transmite muito melhor o rigor metodológico estruturalista do que dizer que algo é uma teoria. Também realizei uma aproximação com a primeira definição de Narratologia, do Tzvetan Todorov, que inventou a palavra: “a ciência das narrações”. - Separação entre “contar” e “mostrar” em Platão: usei os termos contar e mostrar porque eles são populares, sobretudo nos meios literário e cinematográfico, e hoje muita gente sabe mais ou menos sobre o que eles querem dizer. A separação platônica é, na verdade, entre “mimesis” e “diegesis”, e existem discussões grandes sobre como traduzir estas palavras e o que elas significavam no contexto de uso original, mas a posição comum e mais corrente é bem próxima daquilo que entendemos como a distinção entre contar e narrar - embora Platão fundamente isso em um metafísica e em uma epistemologia, o que coloca sua separação em um nível muito superior que a dos manuais de roteiro contemporâneo que também a propõem. - Pro Platão, “meio que história são ações organizadas de uma certa maneira”. Platão não falou em “histórias”, ele falou em ações mesmo: você pode “mostrar” ou “representar” as ações. A simplificação trazida pela frase que usei seria melhor colocada como: um pensamento de Narratologia a partir de Platão entende histórias como sequências de ações. Por exemplo, Aristóteles, discípulo direto de Platão que tomou o paradigma platônico como ponto de partida, se aproximou muito mais de pensar “uma história” que seu mestre, tanto que sugeriu noções de “enredo”, “desenlace”, “nó da intriga”, etc. 2. Algumas referências Este vídeo nasce das pesquisas em Narratologia que desenvolvo. Outro projeto que tenho a partir disso é o perfil @narratologia no instagram, instagram.com/narratologia/. Em cada post um conceito ou uma ideia de algum autor é explicada. Todas as noções aludidas no vídeo já foram abordadas lá com mais detalhes, e em cada post vocês podem encontrar as referências bibliográfica. Algumas recomendações pontuais: - bit.ly/2PjmI9t “Narratologia”, texto curto do Gerald Prince. - bit.ly/2PVsrRG "A Problemática do Narrador - da Literatura ao Cinema," artigo do Luís Miguel Cardoso. - bit.ly/2ITzrMF “O ato de narrar e as teorias do ponto de vista”, da Gilda Neves da Silva Bittencourt. - instagram.com/p/B0ikombD9W4/ Post #39 do @Narratologia, “Cineasta Hipotético e Narração no Cinema”. - instagram.com/p/ByAWtPyDSxb/ Post #34 do @Narratologia, “Narração, descrição e imagem”.
"Dois + Oito= Dez, Dez + Dois= Doze, Doze + quatro= Dezesseis ? " Alguém me explica eu não entendi! Fui muito precoce, entendi que a lógica é números que começam com a letra (D).
Obrigada pelos seus vídeos, me ajuda muito em meus projetos. Faço design, não audiovisual, mas não evito o uso de elementos do cinema dentro das produções. Inclusive, baseio todas elas em aspectos cinematográficos. Amo o jeito que o cinema usa e se esbalda da semiótica, a forma que induz sentimento em quem assiste. Continua fazendo, é difícil encontrar um conteúdo como o seu em português, tá de parabéns.
4 ปีที่แล้ว +1
que massa! bom saber do diálogo que consegue fazer da tua área com o cinema. acho que aos poucos a gente caminha pra um cenário em que mais pessoas no brasil trabalham com essas relações e fazem propostas partindo de concepções próprias à nossa língua e cultura. propostas teóricas e práticas. obrigado pelo comentário e espero topar com teus projetos por aí! :*
A organização de tudo isso é uma elaboração estrutural. Acho q esse termo " elaboração estrutural" mais adequado do que narração. Continuo fechando questão com o bom e velho Platão.
Link para o roteiro do vídeo e adendos: bit.ly/33It0Cz
1. Retratações
Enquanto introdução geral, este vídeo trata propositalmente de maneira leviana alguns conceitos e autores. A ideia é fazer um tratamento adequado em vídeos correspondentes. Alguns esclarecimentos neste sentido:
- Definição de “narratologia”: a definição mais corrente de Narratologia é a de que ela é “a teoria” (theory/théorie) das narrativas. Aqui, eu a defino como a disciplina que estuda cientificamente narrativas. A noção de “teoria” em Narratologia tem uma proximidade gigantesca com as pretensões científicas do estruturalismo e do formalismo russo, então um aproximação entre teoria narrativa e ciência da narrativa ´bastante válida, principalmente considerando que, no Brasil, dizer que algo é uma ciência transmite muito melhor o rigor metodológico estruturalista do que dizer que algo é uma teoria. Também realizei uma aproximação com a primeira definição de Narratologia, do Tzvetan Todorov, que inventou a palavra: “a ciência das narrações”.
- Separação entre “contar” e “mostrar” em Platão: usei os termos contar e mostrar porque eles são populares, sobretudo nos meios literário e cinematográfico, e hoje muita gente sabe mais ou menos sobre o que eles querem dizer. A separação platônica é, na verdade, entre “mimesis” e “diegesis”, e existem discussões grandes sobre como traduzir estas palavras e o que elas significavam no contexto de uso original, mas a posição comum e mais corrente é bem próxima daquilo que entendemos como a distinção entre contar e narrar - embora Platão fundamente isso em um metafísica e em uma epistemologia, o que coloca sua separação em um nível muito superior que a dos manuais de roteiro contemporâneo que também a propõem.
- Pro Platão, “meio que história são ações organizadas de uma certa maneira”. Platão não falou em “histórias”, ele falou em ações mesmo: você pode “mostrar” ou “representar” as ações. A simplificação trazida pela frase que usei seria melhor colocada como: um pensamento de Narratologia a partir de Platão entende histórias como sequências de ações. Por exemplo, Aristóteles, discípulo direto de Platão que tomou o paradigma platônico como ponto de partida, se aproximou muito mais de pensar “uma história” que seu mestre, tanto que sugeriu noções de “enredo”, “desenlace”, “nó da intriga”, etc.
2. Algumas referências
Este vídeo nasce das pesquisas em Narratologia que desenvolvo. Outro projeto que tenho a partir disso é o perfil @narratologia no instagram, instagram.com/narratologia/. Em cada post um conceito ou uma ideia de algum autor é explicada. Todas as noções aludidas no vídeo já foram abordadas lá com mais detalhes, e em cada post vocês podem encontrar as referências bibliográfica. Algumas recomendações pontuais:
- bit.ly/2PjmI9t “Narratologia”, texto curto do Gerald Prince.
- bit.ly/2PVsrRG "A Problemática do Narrador - da Literatura ao Cinema," artigo do Luís Miguel Cardoso.
- bit.ly/2ITzrMF “O ato de narrar e as teorias do ponto de vista”, da Gilda Neves da Silva Bittencourt.
- instagram.com/p/B0ikombD9W4/ Post #39 do @Narratologia, “Cineasta Hipotético e Narração no Cinema”.
- instagram.com/p/ByAWtPyDSxb/ Post #34 do @Narratologia, “Narração, descrição e imagem”.
Esse cara é bom demais. Por favor, volte!
Que achado esse canal! 💖
seu canal é mt foda cara, um dos melhores que existem, sério
n para de fazer vídeo pf
Isso aqui é muito bom!
"Dois + Oito= Dez, Dez + Dois= Doze, Doze + quatro= Dezesseis ? "
Alguém me explica eu não entendi!
Fui muito precoce, entendi que a lógica é números que começam com a letra (D).
Ótimo conteúdo, como sempre.
Parabéns, sempre por aqui. 🎬💙🎬💙
Obrigada pelos seus vídeos, me ajuda muito em meus projetos. Faço design, não audiovisual, mas não evito o uso de elementos do cinema dentro das produções. Inclusive, baseio todas elas em aspectos cinematográficos. Amo o jeito que o cinema usa e se esbalda da semiótica, a forma que induz sentimento em quem assiste. Continua fazendo, é difícil encontrar um conteúdo como o seu em português, tá de parabéns.
que massa!
bom saber do diálogo que consegue fazer da tua área com o cinema. acho que aos poucos a gente caminha pra um cenário em que mais pessoas no brasil trabalham com essas relações e fazem propostas partindo de concepções próprias à nossa língua e cultura. propostas teóricas e práticas. obrigado pelo comentário e espero topar com teus projetos por aí! :*
A organização de tudo isso é uma elaboração estrutural. Acho q esse termo " elaboração estrutural" mais adequado do que narração. Continuo fechando questão com o bom e velho Platão.