Aniversário de 91 anos de Irapuan de Vasconcelos Sobral - 11 de fevereiro de 20222

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  • เผยแพร่เมื่อ 8 ม.ค. 2025
  • Itinerário hagiográfico ou Papai de Lourdes para Conceição
    A vida é infinita em possibilidades, porque à alma foram dadas, por Deus, todas as alternativas - sem exceção. Uma delas é a da escolha divina ou, melhor, a do caminho de volta; as demais são as veredas da liberdade, do imaginário, do desejo, do pecado e, creio, da literatura.
    Não sei como Deus escolheu o caminho de volta para papai entre Oscar e Manoela, ou entre os antepassados mais remotos deles, mas sei que a gestação dele foi tão difícil que exigiu uma promessa da mãe.
    Disseram-me a Tia Itaíra (Irmã Imaculada) e Conceição, minha irmã primeira, que vovó justificava as peraltices de papai desde o paraíso uterino até o homem feito, casado e pai de família. A justificativa tanto colaborou nas defesas, principalmente conjugais, que Tia Iolanda costumava dizer dele, contraditando acusações: ‘Foi assim desde menino; nunca enganou a ninguém.’
    Para assegurar que ele seria gestado a termo, vovó o prometeu, se nascido, como afilhado de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira de Mauriti-CE.
    Como uma proteção só não bastava, pelas contas de vovô Oscar, ele nasceria próximo ao dia de Nossa Senhora de Lourdes. Seria de boa recomendação uma dedicatória à Santa vista por Bernadete, na Gruta da cidade de Lourdes, na França..
    Ele nasceu em 11 de fevereiro, há 91 anos. Do nascimento, diz um telegrama (que se escondeu em algum livro de sua sublimada biblioteca) remetido por vovô Oscar ao Tio Malaquias: ‘Nasceu Irapuan, muito chorão.’
    Na pia da igreja, tomou o nome indígena do guerreiro brigão, apaixonado, protetor e nacionalista alencariano. Foi-lhe a vida perseguir uma Iracema imaginária, especialmente guardada em músicas, que ainda se ouvem por onde passou; encontrou, pelo menos, duas: Mainha (Dona Neuzinha/Badia) e Bilinha (Querida).
    No batizado, estavam Tia Ivanete (Irmã Margarida), representando Nossa Senhora da Conceição (e a santa do dia: Nossa Senhora de Lourdes), como madrinha, e, como padrinho, não acidentalmente, o Padre Azarias, que viria a escrever a famosa biografia do Padre Cícero: ‘O Patriarca do Joazeiro’. A proteção estava completa.
    De todos os dias familiares lembrados, desde a Casa do Corredor do Céu, o 11 de fevereiro era despertado na aurora por uma retreta da Banda de Música Municipal ou por uma fanfarra de um grupo de amigos músicos. Nós nem tínhamos tempo de orquestrar a tradicional ‘Sinfonia de Latas’ seguida do famoso sermão bio(hagio)gráfico do aniversariante. É que ele reservava a cena a si, como o relicário de nossas vidas. Da história dele, se encarregava DEUS em suas eternas homilias - ou queixas.
    Resolvi escrever de madrugada para me entregar ao desejo de vê-lo assombrar o meu medo de alma e me abordar, naquelas linhas infinitas de veredas divinas, escapando do céu para uma das tantas conversas que faltaram - e, CONFESSO, para pedir perdão, como quem trata com um anjo ou um santo.
    Como ele dizia que o pai dele tinha deixado ‘saudade, mas falta nenhuma’, eu vou dizer a mesma coisa com intensidade simétrica.
    Eita! Que SAUDADE!
    Eita! Que FALTA!

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