Olá, Professor Gabriel! Sua aula tem sido muito importante para mim, especialmente neste momento em que estou me sentindo cansada e sem motivação para realizar o que precisa ser feito. Durante o vídeo, surgiram algumas dúvidas. Como a abstinência dos prazeres pode ajudar a recuperar a vontade? Como encontrar o equilíbrio entre prazer e desprazer? E como manter a motivação para melhorar de forma consistente? Às vezes, penso que, sendo tão imperfeito, o ser humano pode ser incapaz de manter uma constância. Desculpe-me se as perguntas parecerem muito pessoais. Agradeço desde já por sua ajuda.
Olá! Como vai? Achei tuas perguntas excelentes, na verdade! São contundentes! Veja, a abstinência dos prazeres ajuda no fortalecimento da vontade porque, em primeiro lugar, vontade e desejo são coisas diferentes. A vontade tem relação com o aspecto da liberdade, enquanto os desejos tem relação com o que é meramente reativo. Por exemplo: vemos um hamburguer e desejamos comê-lo, porque é saboroso, apetitoso, etc. Isso é um movimento do desejo. É meramente afetivo. O mundo exterior nos afeta de algum modo. A vontade aplicada seria decidir-se, independente do quão apetitoso seja, a comer ou não, por uma razão determinada por mim, não pelo hamburguer. Por mais que ele seja apetitoso, estou de dieta. Entende? Isso é vontade. Negar os prazeres, portanto, é um meio de fortalecer a vontade.
O segundo tema (prazer e desprazer) pode ser respondido de formas diversas, por várias escolas filosóficas distintas. Mas, a melhor perspectiva, sem dúvidas, é levar em consideração a maturidade. Quanto mais maduros, mais damos importância a prazeres distintos dos que dávamos importância antes. O que é prazeroso para um homem adulto maduro é distinto do que é prazeroso para uma criança. Para uma criança, uma bala basta para um prazer imenso. Para um homem maduro, um trabalho bem feito que realmente servirá à comunidade é o que lhe dá prazer. São níveis distintos percebe. O equilíbrio entre prazer e desprazer vem com a maturidade, este é o ponto.
A terceira pergunta, que diz respeito à motivação, segue na esteira da última resposta: maturidade. Há um problema na ideia de manter a motivação para que as coisas sejam feitas. Porque isso é apego, ainda, aos afetos, a como as coisas fora de mim me afetam. O trabalho bem feito vem do cumprimento do dever. Deve-se ter consciência de que aquilo depende de mim, só de mim, não pode ser feito por outro senão eu mesmo, porque eu devo servi às pessoas que estão à minha volta. O que é fruto da maturidade. Não é uma questão de motivação, mas de serviço, mesmo. Agradeço fortemente às perguntas. Foram muito boas!
Muito bom, aprendi muito, obrigada Professor Gabriel.
@@joicefinamore1400 fico muito feliz!!!
Olá, Professor Gabriel! Sua aula tem sido muito importante para mim, especialmente neste momento em que estou me sentindo cansada e sem motivação para realizar o que precisa ser feito. Durante o vídeo, surgiram algumas dúvidas. Como a abstinência dos prazeres pode ajudar a recuperar a vontade? Como encontrar o equilíbrio entre prazer e desprazer? E como manter a motivação para melhorar de forma consistente? Às vezes, penso que, sendo tão imperfeito, o ser humano pode ser incapaz de manter uma constância. Desculpe-me se as perguntas parecerem muito pessoais. Agradeço desde já por sua ajuda.
Olá! Como vai?
Achei tuas perguntas excelentes, na verdade! São contundentes!
Veja, a abstinência dos prazeres ajuda no fortalecimento da vontade porque, em primeiro lugar, vontade e desejo são coisas diferentes. A vontade tem relação com o aspecto da liberdade, enquanto os desejos tem relação com o que é meramente reativo. Por exemplo: vemos um hamburguer e desejamos comê-lo, porque é saboroso, apetitoso, etc. Isso é um movimento do desejo. É meramente afetivo. O mundo exterior nos afeta de algum modo. A vontade aplicada seria decidir-se, independente do quão apetitoso seja, a comer ou não, por uma razão determinada por mim, não pelo hamburguer. Por mais que ele seja apetitoso, estou de dieta. Entende? Isso é vontade. Negar os prazeres, portanto, é um meio de fortalecer a vontade.
O segundo tema (prazer e desprazer) pode ser respondido de formas diversas, por várias escolas filosóficas distintas. Mas, a melhor perspectiva, sem dúvidas, é levar em consideração a maturidade. Quanto mais maduros, mais damos importância a prazeres distintos dos que dávamos importância antes. O que é prazeroso para um homem adulto maduro é distinto do que é prazeroso para uma criança. Para uma criança, uma bala basta para um prazer imenso. Para um homem maduro, um trabalho bem feito que realmente servirá à comunidade é o que lhe dá prazer. São níveis distintos percebe. O equilíbrio entre prazer e desprazer vem com a maturidade, este é o ponto.
A terceira pergunta, que diz respeito à motivação, segue na esteira da última resposta: maturidade. Há um problema na ideia de manter a motivação para que as coisas sejam feitas. Porque isso é apego, ainda, aos afetos, a como as coisas fora de mim me afetam. O trabalho bem feito vem do cumprimento do dever. Deve-se ter consciência de que aquilo depende de mim, só de mim, não pode ser feito por outro senão eu mesmo, porque eu devo servi às pessoas que estão à minha volta. O que é fruto da maturidade. Não é uma questão de motivação, mas de serviço, mesmo.
Agradeço fortemente às perguntas. Foram muito boas!