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Não faz sentido é que se diga tanta coisa sem nexo! Não vive cá ninguém? Somos então milhares de hologramas? Falta de emprego? O distrito de Viana do Castelo tem a taxa de desemprego mais baixa do país. O turismo todo centrado no Porto? A sério? Saia de casa, venha cá ver. E quanto à questão da exploração mineira, a informação já existe: faça o favor de estudar o Decreto lei 54/2015; os estudos de geologia que começaram há décadas; as condições impostas pelos contratos de mineração; a fragilidade das leis que deveriam proteger a população e o ambiente e que já falharam completamente, mesmo só na fase de prospecção; avalie o impacto desastroso que a exploração teria no fornecimento de água de todo o norte; Pare de falar em áreas protegidas da Serra d'Arga, porque só foram protegidas as pequenas áreas sem minérios. Oiça os seus aliados do partido Os Verdes -- eles sabem o que se passa. E é Arga, não Agra, senhor candidato, faça o seu TPC. E depois pare de nos recitar o programa do PS.

Taxa de desemprego de 3,53. Exemplar! E quer então o sr. Ministro correr com os empresários e os trabalhadores ao considerar entregar tudo quanto não consiste de vilas ou maciços graníticos no nosso distrito às empresas mineiras? Já não protege o Alvarinho? E o Loureiro? E o turismo? A zona protegida (rede Natura 2000) é apenas o centro do maciço granítico da Serra d'Arga e parte do curso do rio Âncora; ninguém quer minar aí porque não há aí minério. Se assim não fosse o estatuto de protecção já tinha desaparecido. Mas tem razão quando diz que exploração nas encostas da Serra iriam/irão influenciar o estado do Sapal do Coura. As "fake news" são os relatórios hiperbólicos das empresas "mineiras" que apenas apostam na sua cotação em bolsa; que, a cada passo "encontram ainda mais lítio!!!" do que esperavam, mas que não sabem sequer identificar os minérios de que estão a falar. E a população tem mais que razão em se preocupar. Apesar das garantias do sr. Ministro do Ambiente de haver "leis rigorosas que se farão cumprir", o oposto tem vindo a acontecer: Covas do Barroso foi vítima de uma prospecção suja que preconizava danos máximos de "0,1 m2 de cobertura vegetal danificada" e, em vez disso, arrancou milhares de árvores, destruiu acessos e fez secar três furos de água -- onde estão as "leis rigorosas", a "exigência máxima"? Em Montalegre há uma empresa alvo de litígios que não cumpre nenhum dos critérios exigidos pelo decreto-lei 54/2015 e que já tem um contrato de exploração sem estudo de impacte ambiental. Onde estão as "leis rigorosas", a "exigência máxima"? Não é isso que os Minhotos querem ver aqui. Sendo de Paredes de Coura, o sr. Ministro há-de saber que se gastou 1,7 milhões de euros para travar o pior da poluição vinda das antigas minas de volfrâmio. Numa pequeníssima área. 1,7 milhões. Mas talvez não saiba que o orçamento para a recuperação ambiental pós-mineração da companhia mineira que pretende explorar quase todo o Alto Minho, de Caminha a Calvelo, é de apenas 1 milhão de euros! Se não falirem, claro; nesse caso largam tudo como estiver (informação no dominio público). Muitos dos tais profissionais liberais que gostaria de trazer ao Alto Minho já cá estão. E estamos bem informados, muito obrigada. É preciso saber o que temos? É pôr os geólogos portugueses em campo. Julga que as empresas estrangeiras vêm para cá estudar os nossos recursos pelos nossos lindos olhos? Há muita gente capaz por cá, e estudos que começaram há décadas. Mas os nossos governantes só subsidiam as ciências quando lhes cheira a lucros fáceis. Não se compreende um país tão pequeno não ter cartografia geológica que cubra TODO o seu território. E a descarbonização seria melhor servida pela reflorestação das zonas ardidas do que pela desflorestação de um quarto do país.

grande concerto!