Meu Rincão
O rincão de onde eu venho
viceja ao sol da manhã
Tinge as tesouras do rancho
As cismas do picumã
O rincão de onde eu venho
Tem o grito do tajã
o meu rincão planta sonhos
Para colher no amanhã.
O rincão de onde eu venho
Renasce a cada encilha,
Nas floridas primaveras,
No pelechar das tropilhas.
O rincão de onde eu venho
Tem cheiros de maçanilha,
Donde a lua beija a sanga
E a noite ronda a coxilha!
O rincão de onde eu venho
Tem galpão, campo dobrado
Tem o brilho das auroras
Tem o poncho enserenado
O rincão de onde venho
Une o presente ao passado
Tem o futuro nas rédeas
Alma de rancho barreado.
O rincão de onde eu venho
Tem sombra, pasto e aguada.
Tem verde virado em branco
Pelo rigor das geadas.
O rincão de onde eu venho
Desperta nas madrugadas
Se escuta o grito de "forma"
Pra "lidá" co a cavalhada!
O rincão de onde eu venho
É um potro pastando perto
Se distingue o que se acha
Do que realmente é certo,
O rincão de onde eu venho
Conhece a cincha que aperto
Tem alma buena de gente
E léguas de campo aberto!
Composição: Kayke Mello / Vitor Lopes Ribeiro / Frederico Rangel
- Apoio Cultural: Confraria do Tropeiro
- Meu Canto, Meu Rincão foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc 14.017/2020