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Que bacana sua contribuição! Então, por “outras abordagens” temos um campo bem amplo aqui. Muitas dessas até o momento não produziram evidências nesse escopo mencionado no podcast. As outras abordagens ou terapias que tradicionalmente não são das tccs que produziram evidências em métodos experimentais , comparativamente produziram muito pouco, muito mesmo! o que é uma pena. Um exemplo dessa questão é o que ocorre com as terapias psicodinâmicas que em sua maioria não concordam com essa tipo de produção, com apenas pequenos grupos que fazem pesquisa experimental e ainda são muito criticados dentro da própria área. Um problema que temos com produção de evidências em todos os âmbitos é justamente a qualidade delas. Dos estudos que vc trouxe por exemplo, ha vários problemas metodológicos e de análise que inviabilizam uma grande quantidade das pesquisas citadas. Isso enfraquece as metanalises e permitem pouca capacidade de indicações ou orientações. Essa questão tbm ocorre nas tccs, mas aqui há uma quantidade de pesquisa de alta qualidade muito maior e maior robustez na análise de efeitos e recomendações. Lembrando que “não é porque está publicado que é bom”. Qualquer artigo, revisão sistemática ou metanalise, de qualquer abordagem ou terapia, pode ser de medíocre a ótimo. É aí que entra a capacidade de interpretar evidência. Grato a contribuição.

@@mestrediogocesar quantidade de pesquisas não indica necessariamente que um efeito será maior ou que uma intervenção tem maior eficácia. Sobre a qualidade dos estudos, a grande maioria dos RCTs possuem problemas com o cegamento e análise dos dados e viés de allegiance e publicação, e a grande maioria das meta-análises possuem problemas com categorização das intervenções, disposição e análise dos dados e viés de allegiance. Sobre a psicodinâmica não concordar com esse tipo de estudo, isso não significa que os estudos não sejam conduzidos. Estão aí. Muitos estudos recentes tem mostrado resultados promissores de terapias como a short-term psychodynamic therapy e da supportive therapy. Eu nem sou terapeuta psicodinâmico, e consigo ver nesses estudos que há sim dados relevantes. Há heterogeneidade, claro, mas muitos estudos de outras terapias não passam pelo crivo de financiadores, que preferem terapias que estejam alinhadas filosoficamente com um pensamento mais "médico" e com terapias mais curtas. Um ensaio clínico randomizado custa milhares, às vezes milhões de dólares. Um grande viés pode surgir disso também. Me assusta que você determinou que a qualidade dos estudos que eu postei são ruins, sem ao menos ler um deles (eu não trouxe nenhum estudo que muitos dizem que são ruins, como de Leichseinring ou Fonagy). Como você sabe que a qualidade deles é ruim? Notou que entre um dos estudos está o de Pim Cuijpers e colaboradores, que inclusive mostra evidências a favor da TCC e outras intervenções comportamentais? Sobre robustez e análise de efeito, recomendo o livro The Great Psychotherapy Debate do Bruce Wampold e Zac Imel. Não há tanta diferença nos efeitos, tirando alguns casos bem específicos. "Não é porque está publicado que é bom". Isso faz todo sentido. Mas sem ao menos ler os artigos e interpretar vai falar que são ruins?

@@mestrediogocesar por último, o que mais me assusta é achar que a qualidade dos estudos de TCCs está tão distante assim das outras. Na metanálise sobre TCC para depressão, o Cuijpers e os colaboradores encontraram 87 estudos comparando TCC com outros tratamentos, dos quais 24 possuíam baixo risco de viés, o NNT das publicações com baixo risco de viés é em torno de 200, enquanto com os estudos de baixa qualidade o NNT passava a ser 63. E mesmo que todos os estudos fossem considerados, o g de Hedge dessa comparação era de 0.06 (IC = 0 - 0.12)....

@@FingolfinLSnão entendi seu ponto. Não estou afirmando nada contrário do que disse, muito pelo contrário acho que estamos alinhados. Não afirmei que quantidade é igual a qualidade. Apenas que comparativamente as tccs possuem maiores produções científicas (em quantidade e qualidade) e que mesmo na tcc temos problemas. Os estudos que trouxe (que conheço para tirar suas dúvidas) não significa q se há um resultado favorável para a tcc isso impacta na minha interpretação. Mencionei que há problemas metodológicos (não necessariamente por parte dos autores) mas como em muitos estudos, os artigos ou ecrs selecionados possuem problemas de execução, análise e etc e que isso acaba prejudicando nossa capacidade de afirmar ou concluir algo sobre tamanho de efeito e etc.

@@FingolfinLSmais uma vez não entendi seu ponto. sobre esta metanalise qual seria o problema ? A conclusão dos autores é sólida para mim e tbm compartilho com a visão da superestimação de resultados. Em aula eu sempre digo por exemplo: comparar um tratamento com fila de espera é pouco e para mim a menor qualidade de evidência de todas (só para citar um exemplo). e isso não retira a indicação de tratamento de primeira escolha da tcc para depressao. Outras metanalises e outros critérios de inclusão eobjetos de estudo continuam a apontar a tcc como 1 escolha. Como mencionei, não estou em momento algum dizendo que a tcc não tem resultados que gerem críticas, dúvidas ou resultados negativos. Muito pelo contrário. Deixei isso enfatizado no podcast. Novamente acho q estamos mais alinhados do que pensa.

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