Memória Coletiva e Identidade Cultural: A Tradição das Poéticas da Oralidade como Ferramenta de Educação Popular, elaborado por Lara Vitória dos Santos da Silva, sob orientação da Prof. Dra. Alvanita Almeida Santos.
Aborda-se a relevância das poéticas da oralidade, com foco em “Memória Coletiva e Identidade Cultural: A Tradição das Poéticas da Oralidade como Ferramenta de Educação Popular.” O trabalho é fruto do projeto “Sobrevivência e desafios das narrativas orais populares: lugares de memória.” Ressalta-se a importância das interações sociais para o desenvolvimento humano, tendo em vista a oralidade presente em comunidades não-letradas. Essas poéticas da oralidade, concentrando atenção nos contos, são essenciais na educação, e sua transmissão ocorre em momentos privilegiados de interação, como: rodas de conversa, cirandas culturais e outros encontros comunitários. Seguindo procedimentos estéticos e estruturais próprios, utilizando ritmo, métrica e figuras de linguagem, além de aspectos extralinguísticos como gestos e entonação, as narrativas populares sobrevivem há milênios. Foram analisados 67 contos do acervo do Programa de Estudos em Literatura Popular (PEPLP), destacando-se os contos moralizantes, que enfatizam a necessidade da construção de uma identidade baseada nas características vistas como ideais a serem almejadas pelo grupo. Dois contos exemplares são detalhados: “São Pedro, Jesus e o Preguiçoso” que narra a transformação de um homem preguiçoso após uma intervenção divina e “O que Deus Faz Ninguém Desfaz”, que explora a aversão à corrupção causada nas posições de poder. As poéticas da oralidade são uma ferramenta valiosa na educação popular, não apenas transmitindo valores e memórias, mas também desenvolvendo o pensamento crítico e habilidades linguísticas, fortalecendo laços e promovendo mudanças sociais e permitindo que as comunidades preservem e renovem sua identidade cultural, enquanto promovem a coesão social e a continuidade das tradições. Ao utilizar as narrativas orais como instrumento educativo, reforça-se a importância de se manter viva a tradição oral, adaptando-a às mudanças contemporâneas sem perder sua essência formadora e transformadora.
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