Neste vídeo, Nádia Junqueira Ribeiro, doutora pela UNICAMP, apresenta sua tese, intitulada “A distinção entre o social e o político em Hannah Arendt à luz da Questão Judaica”. Defendido em 2022, o trabalho foi indicado pelo PPG ao Prêmio Filósofas 2022 Categoria Doutorado de Destaque Acadêmico. A dissertação de Nádia Junqueira Ribeiro recebeu a Menção Honrosa em Doutorado na edição de 2022 do Prêmio Filósofas.
Resumo: A distinção categórica entre o social e o político que Hannah Arendt apresenta em A Condição Humana se apresenta como uma das principais controvérsias de seu pensamento. Ao empreender essa separação, Arendt pretendia indicar a emergência de uma nova esfera na Modernidade, a social, e com isso o crescente encolhimento da esfera pública e a redução das possibilidades de participação política. Contudo, ao empreender rigidamente a distinção entre esses domínios, Arendt acaba provocando sérias consequências deficitárias. Esta distinção tornou-se um dos principais alvos da literatura crítica desde a década de 1970, que acusa Arendt de um certo gregocentrismo ao se ancorar na experiência da Grécia Antiga para empreender essa distinção. Isto obstaria que tal separação nos servisse para pensar os problemas políticos de nosso tempo. Essa tese propõe refletir sobre essa distinção na tensão de reconhecer seus limites, mas considera o tema a partir das reflexões que Arendt empreendeu sobre a Questão Judaica e de sua própria experiência enquanto judia. A partir dessa interpretação, podemos identificar os problemas que mobilizaram Arendt a empreender uma rígida distinção entre os dois domínios e sua defesa de que integração social não implica necessariamente em participação política: o fracasso da emancipação e da assimilação dos judeus modernos na Europa e os erros cometidos pela organização sionista, sobretudo no século XX.
Link para a tese:
repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1245977
Link para o Currículo Lattes:
lattes.cnpq.br/3253592878649234